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Capítulo 2: Sexy Savior

A cabeça de Silvana latejava e as vozes confusas de pessoas gritando de horror enchiam seus ouvidos.

Mais raios carmesins atingiam o carnaval, destruindo brinquedos e barracas de prêmios em uma chuva de faíscas amarelas. A roda-gigante se soltou e, com um estrondo ensurdecedor, caiu na frente de Silvana, esmagando a cerca de arame ao seu lado. Raios caíram a poucos metros de Silvana, lançando-a pelos ares em uma explosão de terra e fogo. Por um segundo, ela sentiu como se estivesse flutuando, seu corpo dormente e os ouvidos zumbindo. Então, ela se chocou contra a roda-gigante caída, e enquanto árvores e grama queimavam em chamas carmesins ao seu redor, ela tocou seu estômago ensanguentado.

Ela havia sido cortada profundamente no abdômen e estava perdendo sangue rapidamente.

Silvana gemeu, mas ao fazer isso, seu corpo inteiro tremeu. Ela começou a suar. Cada respiração era como agulhas em seus pulmões, e ela observou enquanto todos no carnaval corriam e desviavam de mais raios vermelhos.

Ela observou enquanto todos a deixavam para trás.

O sangue encharcava sua camisa. "Meu Deus," Silvana gemeu, contorcendo-se de dor.

"Eu vou morrer," ela chorou para si mesma.

Ela rolou de costas e começou a hiperventilar, suas costelas pulsando.

No meio do que havia sido o carnaval, o maior raio até então desceu, e a enorme faixa tomou a forma de um homem gigante e barbudo, com um machado de lenhador pendurado no ombro. Seu corpo faiscava com o raio carmesim e, embora ele tivesse quase dois metros e meio de altura, tinha apenas fiapos faiscantes nos tornozelos, e ele flutuou até Silvana como uma premonição fantasmagórica.

Silvana havia lido sobre o espírito do Lenhador, um demônio maligno que seu pai havia selado anos atrás. Mas a magia de seu pai era forte, e era impossível que o lendário Lenhador estivesse de volta.

E ainda assim, ali estava ele em toda sua malevolência.

Não querendo desistir, não querendo que tudo acabasse tão cedo, antes mesmo de se apaixonar, Silvana arranhou a grama queimada, gritando enquanto deixava um rastro de sangue quente e viscoso enquanto se afastava.

O Lenhador carmesim olhou para Silvana com órbitas vazias. Com ambas as mãos, ele levantou o machado acima da cabeça e desceu em direção a Silvana.

Ela sentiu o vento do golpe do machado, mas com um rosnado feroz e rápido demais para ver completamente, um grande borrão prateado se chocou contra o Lenhador.

Tudo aconteceu tão rapidamente que Silvana não tinha certeza do que estava vendo. Será que ela tinha batido a cabeça com muita força e estava alucinando?

Um lobisomem alto prendeu o Lenhador no chão, então golpeou o espírito maligno com longas garras prateadas. A cada golpe, surtos de faíscas vermelhas saíam do Lenhador, e o lobisomem uivava para a lua, suas presas afiadas brilhando no mesmo prata que suas garras.

Silvana estava sangrando, desorientada, e perto de seus dois maiores inimigos, um espírito demoníaco maligno e um lobisomem aterrorizante.

Se um não a matasse, o outro certamente o faria.

Ela desmaiou ao som dos dois trocando golpes, e ao uivo poderoso e excitante do lobisomem.


"Estou feliz que você acordou," uma voz firme e masculina disse a Silvana. "Eu preciso tirar sua camisa."

"Você precisa fazer o quê?" Silvana perguntou em um murmúrio inocente, tentando se levantar da grande cama em que estava deitada. Dores agudas encheram seu estômago, sua camisa estava levantada até o umbigo, e o corte em seu abdômen estava costurado.

Esse homem heroico e bruto havia salvado sua vida.

Em uma cadeira ao lado dela, seu salvador era um homem tão bonito que parecia irreal. Cabelos castanhos curtos acima de seus olhos azuis claros, e seu rosto atraente e bem barbeado tinha traços finos e proeminentes. O coração de Silvana disparou quando ele disse, novamente, "Vou tirar sua camisa."

Silvana cedeu e permitiu que ele a desabotoasse.

Cada centímetro do homem irradiava atletismo, e ele era o homem mais forte que Silvana já tinha visto. Ela não pôde evitar sentir um arrepio quando seus dedos grandes roçaram a pele perto de seus seios enquanto ele abria sua camisa e examinava o segundo ferimento profundo em seu peito, este ainda precisando de cura. Ele deslizou as mangas da camisa pelos ombros nus de Silvana, e ela corou quando seu sutiã preto rendado foi revelado.

O homem sorriu para ela e tocou o lado de sua cabeça com uma mão grande, seu toque forte aliviando qualquer medo.

"Vai ficar tudo bem," ele disse. "Você é uma lutadora e vai superar isso."

Ele mexeu no kit médico aberto em seu colo, e Silvana se sentiu confortada pelos bíceps flexionados e pela voz profunda dele.

Ele aplicou lilás moído e flor de maracujá ao redor do ferimento e disse, "Isso vai ajudar com a dor," antes de aplicar uma bola de algodão com álcool no ferimento. Será que ele era um colega bruxo?

Silvana se encolheu com a ardência do álcool, mas estava grata por estar aos cuidados de um homem tão atencioso e cuidadoso.

Ele pegou uma agulha e linha, então levantou um dedo até o queixo de Silvana e guiou seus olhos para que ela olhasse para o ventilador de teto girando.

Ele disse, "Não olhe. Vai acabar antes que você perceba."

E ele começou a costurar, fechando o ferimento enquanto ela segurava a lateral dos lençóis, observando as lâminas do ventilador girarem. Ocasionalmente, ele empurrava o cabelo solto dela para trás da orelha e perguntava como ela estava.

"Estou bem," Silvana dizia a cada vez. "Graças a você."

"Sou Bruce," o homem disse, sorrindo. Ele cortou a última parte do ponto com os dentes. "Bruce Winters."

As bochechas de Silvana esquentaram. "Meu nome é--"

Mas Bruce a interrompeu e disse, "Silvana Sparks, a bruxa."

Bruce levantou seu celular rosa, a tela uma teia de rachaduras. "Seu pai estava preocupado e ligou," Bruce disse. "Ele está a caminho para te buscar."

Silvana se sentou um pouco, e Bruce colocou travesseiros sob sua cabeça para apoio. Silvana balançou a cabeça e disse, "Meu pai vai me matar."

Bruce se levantou. Ele tinha quase dois metros de altura, e quando se virou, Silvana notou os cortes vermelhos em suas costas e ombro, como se ele também tivesse sido atacado, embora não tão gravemente quanto ela. Ele se aproximou do guarda-roupa e puxou uma camisa de flanela vermelha de um cabide.

"Você tem ameaças reais com que se preocupar," Bruce disse, entregando a ela sua camisa larga.

Ela aceitou, seu coração acelerado e respiração ofegante. "Você estava no carnaval? Você viu o espírito do Lenhador e o lobisomem?"

Bruce ajudou Silvana a tirar sua camisa ensanguentada e desabotoada, e a vestir a camisa larga. Ele a abotoou para ela, seus lábios tão próximos dos dela que quase se beijavam. Ele olhou nos olhos dela e disse, "Silvana, eu sou aquele lobisomem."

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