




Capítulo 2
(Renata Pellegrini)
Quem diria, estou realmente entrando na sede da empresa Computing Diamond. Atualmente ocupando o quinto lugar no ranking das empresas mais lucrativas do mundo. E seu dono, ocupando o primeiro lugar no ranking do homem mais rico do mundo, com uma fortuna de mais de 359 bilhões de dólares.
Já vi tantos anúncios dos computadores e seus sistemas operacionais criados aqui, os celulares, smartphones e smart TVs vendidos com sistemas da Computing Diamond são alguns dos mais caros do mercado, meu sonho de consumo era ter um notebook da linha Diamond (tanto sua estrutura física quanto todos os circuitos foram criados e produzidos nesta própria empresa).
"Bom dia, você poderia me dizer onde fica o escritório do Sr. Valentini?" pergunto a uma jovem.
Ela está vestida com uma saia lápis, uma camisa branca, e seu cabelo está preso em um coque alto. Ela é muito bonita e, ao contrário de Verônica, não me olha de cima para baixo.
"Bom dia, você é nova aqui?" ela pergunta gentilmente, eu gosto dela.
"Sim, fui contratada há poucos minutos."
"Entendi, meu nome é Sophie, sou assistente do Sr. Lucas Parmanel, qual é o seu nome?"
Lucas Parmanel. Eu o pesquisei na Internet. Ele é o vice-presidente desta empresa. Os sites de fofoca dizem que ele é um mulherengo, mas sua inteligência só perde para a do CEO. A ideia inicial dos notebooks da linha Diamond foi pensada por Lucas, Filippo os melhorou e colocou em prática.
"Renata Pellegrini, prazer em conhecê-la," apertamos as mãos. Pelo menos uma pessoa nesta empresa é gentil.
"Bem-vinda à família Diamond, aquela porta no final do corredor é a do Sr. Valentini, lá, a chave extra da porta está debaixo do tapete," ela me orienta e mentalmente agradeço a Deus por colocá-la no meu caminho.
"Muito obrigada," agradeço e caminho até a porta.
Que porta grande, vidro espelhado, tudo muito chique.
Não sou uma pessoa invejosa, mas gostaria de estar vestida como aquela garota. Estudei para trabalhar com esse tipo de roupa, mas olha como estou. Usando um uniforme de limpeza, limpando e espanando, estudei tanto... Deixei tudo para trás, será que conseguiria um emprego melhor no Brasil?
Entro na sala, cheira a dinheiro, as paredes de cor creme são bem iluminadas, em cima da grande mesa retangular há vários papéis, um computador da linha Diamond SX, atrás da mesa uma grande cadeira acolchoada. Tenho certeza de que só essa sala vale mais do que minha vida. Observo a estante cheia de troféus e garrafas de uísque de vários tipos, há também vários porta-retratos com fotos enormes, pego um deles na mão e olho de perto para meu chefe, aqui ele está ainda mais bonito do que nas revistas e sites de fofoca, as sobrancelhas escuras e cheias e o cenho franzido lhe davam um ar de mau.
Coloco o porta-retrato no lugar e imediatamente começo meu trabalho. Observo outra estante, onde há vários tipos de armas. Imagino que sejam de plástico, nunca vi esses modelos. Que tipo de chefe coleciona armas na empresa onde trabalha?
Pego o espanador e começo a tirar o pó, tomando muito cuidado para não mover nada. Depois organizo a mesa e pego as bolinhas de papel do chão. Decido abrir uma dessas bolinhas, é um desenho de arma? Desenhos meticulosos de cada parte, será que o Sr. Valentini desenhou isso?
Que coisa feia de se fazer, olhar as coisas do seu chefe, não foi isso que sua mãe te ensinou, minha consciência me repreende, amasso o papel novamente e jogo na lixeira.
A sala não estava tão suja quanto eu pensei, usei o aspirador no sofá de dois lugares ao lado da porta e no chão, finalmente só resta uma pequena mancha vermelha no tapete. Pego o pano úmido e me ajoelho, começo a esfregar a mancha com força, mas ela é muito persistente.
Você não vai me vencer, sua mancha estúpida! Me inclino ainda mais e coloco ainda mais força na esfregada.
"Quem é você?" uma voz masculina extremamente profunda fala atrás de mim.
Meu coração parece que vai sair pela boca, que dia, Senhor, que dia... Por que tenho que ser tão azarada?
Me viro, o Sr. Filippo está me olhando com a testa franzida, e assim como na foto, ele tem a aparência de um homem mau, todos os meus alertas de perigo estão disparando dentro da minha cabeça, meu sangue está congelando, não consigo tirar os olhos do seu olhar profundo. Ele pode ver minha alma?
"Você vai ficar aí no chão, ragazza?"
"N-não, senhor," me levanto e ajusto meu avental na tentativa de parecer o mais apresentável possível.
De repente, esta sala parece ter ficado tão pequena.
"Quem te deu permissão para entrar no meu escritório?"
Por que me sinto tão intimidada? O que é que emana desse homem? Melhor dizendo, o que aconteceu com a minha voz?
Sinto como se estivesse sendo pega fazendo algo errado, e ele vai me punir. Meus dedos formigam.
"Senhor... Limpar... Mancha... Desculpe, eu..." droga, estou tão nervosa que minha voz está trêmula e minhas frases saem todas desconexas.
"Seja clara! Com quem você pensa que está falando?" ele grita e se aproxima de mim, eu dou passos para trás. Sinto que esse homem poderia me matar!
Meu corpo inteiro está tremendo, estou com medo, hoje deveria ser um dia de alegria, mas só está vindo provação após provação. Quando isso vai acabar?
Verônica entra na sala com um grande sorriso no rosto, tirando a atenção de Filippo de mim.
Quando ela me vê, seu sorriso morre e ela me lança um olhar mortal.
Oh meu Deus, vou ser demitida... Minha carteira nem foi assinada... Trabalhei apenas dez minutos e já perdi tudo, penso.