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Capítulo Nove: Quiz

"Como vamos descobrir que tipo de magia ela tem, afinal?" Quix questionou enquanto caminhava ao redor de Holly. "Pode levar uma eternidade se tentarmos uma coisa de cada vez. Além disso, tenho certeza de que ninguém aqui conhece todos os ramos da magia. Mesmo se todos nós trabalhássemos juntos, talvez não conseguíssemos cobrir todos."

Eros suspirou. "Não entendo como Angel descobriu isso tão facilmente. Ele já deveria ter aparecido, ou pelo menos Tydeus." Ele parou e se virou de repente. "Espera, Holly, você não mencionou algo sobre Tydeus? Enquanto estávamos discutindo."

"Sim, ele me visitou em meus sonhos," Holly respondeu. "Ele insistiu em me chamar de Juniper também. Era ele, e acho que o outro cara se chamava Dagon."

"Dagon de novo?" Eros suspirou. "Acho que isso era de se esperar."

"Holly, você não pode ouvir aquele," Lachesis interrompeu. "Dagon é especialmente perigoso. Por favor, não o escute. Não sem alguém ao seu lado."

"Mais uma pessoa que se importa com esse meu grande destino," Holly cuspiu. "Mas isso não importa. Ele não disse nada sobre minha magia."

Ainda era difícil para ela acreditar que realmente tinha magia dentro de si. Isso não parecia certo de jeito nenhum. Ela era apenas uma mulher comum, nada nesse mundo fazia sentido mais. Mas lá estava ela, andando com um Pecado que costumava ser seu animal de estimação, uma Parca de todas as coisas, ceifadores. Sim, sua vida estava bagunçada agora.

"Aqui, deixe-me tentar."

Holly ouviu a voz grave, mas não tinha certeza de quem era. Até que a pessoa se agachou na frente dela e olhou em seus olhos.

Krim? Ela conteve um grito de surpresa. Por que ele queria ajudar? Ele estava longe de ser o mais amigável dos ceifadores.

Ele sorriu. "É claro que você ficaria tensa assim quando eu me aproximei. Você fala todo esse lixo de amizade e se assusta com alguém como eu. De qualquer forma, vamos ver se você tem alguma habilidade de necromancia. Pegue minha palma."

"Eu tenho que fazer isso?" Holly questionou.

A mão dele parecia inofensiva o suficiente. Ele tinha dedos longos e magros que lhe causaram um arrepio. Ele se transformaria em um esqueleto ou algo assim se ela o tocasse? É isso que ele quis dizer com necromancia?

"Pare de ter medo, apenas pegue minha mão," Krim revirou os olhos com um suspiro.

Holly respirou fundo e então colocou sua mão na dele. Ele estava gelado. Era tão desagradável quanto ela temia, mas ela não soltou. "E agora?"

"Dessa vez você não precisa fazer nada. Apenas deixe-me investigar você."

"Investigar?" Holly franziu a testa. "Não gosto dessa palavra."

Krim a ignorou enquanto colocava a outra mão sobre a dela e olhava profundamente em seus olhos. Holly lutou contra a vontade de desviar o olhar. Todo o seu corpo exigia que ela se afastasse desse homem assustador. Como alguém que parecia tão delicado e puro podia deixá-la tão assustada? Sua pele arrepiou quando aqueles olhos azuis encontraram os dela.

Sem falar, ele se aproximou até que seu rosto estivesse perto do dela. Holly engoliu em seco. Esse cara estava prestes a beijá-la na frente de todos? Isso não podia ser possível. Por que ele tentaria isso? Ela estremeceu, mas ficou parada enquanto ele pressionava os lábios.

"Não tenho certeza do que é, mas não tem nada a ver com necromancia. Nada de invocar os mortos para essa aqui." Ele soltou a mão dela e Holly pôde respirar novamente enquanto suas bochechas queimavam.

Krim levantou uma sobrancelha. "Por que você está vermelha?"

Quix riu. "Talvez eu tenha uma chance de me divertir enquanto espero Ruby perceber os benefícios que eu ofereço."

"Eu não me interessaria por você nem se fosse perfeito, Quix," Ruby suspirou. "Por favor, não dificulte as coisas para Holly. Se eu acreditar que você está tentando irritá-la metade do que me irrita, haverá punição."

Quix estremeceu. "Eu adoro uma boa punição, aceito qualquer coisa que você me der, Rubes."

"Meu nome é Ruby, mas você pode me chamar de chefe."

Krim a deixou em paz e Holly voltou ao normal. Seus olhos eram muito mais intensos do que ela imaginava quando ele estava bem na frente dela assim. Ela manteve um olho em Quix enquanto ele se aproximava com um gingado, sua trança balançando atrás dele quase como um rabo. "Vamos ver se eu consigo detectar algo. Eu sou o mais sensível do grupo."

Krim bufou enquanto se sentava. "Prey, você deve tomar cuidado com aquele. Ele tem sido um incômodo para nós desde que apareceu. No entanto, se você quiser calá-lo mais um pouco, estou totalmente a favor."

Quix revirou os olhos. "Ignore-o. Agora, deixe-me ver sua mão."

Holly colocou sua palma na dele. Ao contrário de Krim, em vez de gelo, havia um calor no toque de Quix. Ele envolveu a mão dela na sua e a puxou para mais perto até que ela esbarrou em seu peito. "Para que foi isso?" Holly exigiu enquanto puxava a mão de volta.

Quix sorriu. "Eu queria ver você ficar vermelha de novo. Essa parte é divertida. Ruby nunca muda de cor. Ela é uma mulher incrível capaz de tantas coisas, mas nunca cora assim."

Eros rosnou no fundo da garganta, o que soou estranho considerando que ele não estava mais em sua forma animal. "Afaste-se."

Quix levantou uma sobrancelha. "Mostrando suas verdadeiras cores agora? Vai revelar seu segredinho, gatinho?"

"Do que ele está falando?" Holly perguntou enquanto dava alguns passos para longe do sorridente Quix. A maneira como Eros desviava o olhar fez seu estômago se apertar. O que ele estava escondendo?

"Não quero que você pense que isso significa que eu não me importo com você, Holly," Eros sussurrou. "Mas eu amava Acacia. Na última vida que você teve, eu a amava. Eu queria protegê-la e estar lá para ela. Eu queria garantir que tudo pelo que ela passou não fosse em vão."

O sorriso de Holly desapareceu. "Você estava me ajudando, você era meu amigo, por causa disso? Porque, assim como Lachesis, você quer garantir que eu seja a boa soldadinha que faz o que mandam?"

"Holly, não, não é assim," Eros se aproximou dela com as mãos levantadas. "Por favor, escute."

Holly balançou a cabeça enquanto as lágrimas embaçavam sua visão. "Não," ela sussurrou enquanto se virava e corria. Ela empurrou os ceifadores e saiu correndo da sala. Ratos corriam na sua frente, mas ela não se importava, continuou correndo até seus pulmões ameaçarem explodir. Ela nem se deu ao trabalho de olhar para trás enquanto passava por porta após porta, subindo o máximo de escadas que podia.

Ela abriu uma porta com força e tropeçou para fora da escada antes de se apoiar nela enquanto lutava para respirar. Por que isso a chocou tanto? Por que ela estava tão chateada? Deveria ter sido óbvio que Eros estava ali por causa de seu passado. Ela era estúpida por acreditar no contrário.

"Você não tem muita resistência, né?" Quix estava agachado na frente dela com um sorriso nos lábios. "Você deveria se sentir honrada, eu deixei o lado da Ruby para ver como você estava."

"Como você chegou na minha frente?" Holly inclinou a cabeça para trás e olhou para a porta. "Eu não entendo."

Quix piscou. "Essa seria minha habilidade especial, anjo."

"Anjo?" Holly bufou. "Eu não sou um anjo."

Quix deu de ombros. "Você é fofa o suficiente para ser um. Além disso, faz muito tempo que ninguém cora perto de mim. Eu quero que você faça isso por mim. Quero que o sangue aqueça suas bochechas e seu coração acelere." Ele se inclinou mais perto com um sorriso malicioso nos lábios. "Você vai me dar isso, certo?" ele sussurrou.

Holly virou a cabeça e Quix riu. "O que é tão engraçado? E que habilidade você usou? Por que vocês não podem simplesmente me deixar em paz? Eu só quero ir para casa."

"Teletransporte."

"Hã?" Holly franziu a testa. "Isso não é coisa de ficção científica? Por que seria um poder mágico?"

"Tenho certeza de que Rubes te disse que há muitos tipos diferentes de magia por aí. Você é uma peça muito pequena de um grande quebra-cabeça. Eu posso me teletransportar para qualquer lugar que eu quiser."

"Então por que você não me parou antes?" Holly balançou a cabeça. "Eu não entendo. Se você tem esse tipo de poder, por que não o usou contra mim?"

Quix deu de ombros. "Porque eu estava aproveitando o tempo com Ruby." Ele sorriu, o olhar diminuindo a expressão predatória que havia escurecido seu rosto antes. "Além disso, eu estaria indo sozinho. Os outros não podem se teletransportar, e eu não posso me teletransportar com eles."

Holly esqueceu seu medo. "Você pode realmente se teletransportar para qualquer lugar? Não há limites para um poder assim?"

"É um trabalho solo, e em qualquer lugar dentro de um certo raio de mim. É apenas alguns quilômetros, mas como você sabe, você nunca esteve a mais de alguns quilômetros de nós o tempo todo. Você nunca realmente foi muito longe a cada dia. Da próxima vez que tentar correr pela sua vida, posso sugerir que durma menos?"

Holly olhou para ele. "Eu não dormi tanto assim para começar."

O sorriso sempre presente de Quix vacilou. "Então por que você não conseguiu ficar mais à frente de nós?"

"Comida," Holly respondeu. "Acho que é algo com que vocês não precisam se preocupar, mas um humano como eu precisa parar e comer. Eu preciso de energia para continuar correndo."

Quix assentiu como se ela tivesse dito palavras sábias. "Isso faz todo o sentido. Eu nem pensei nisso. Esqueci que é isso que vocês fazem com suas bocas, vocês não podem usá-las apenas para diversão." seu sorriso voltou. "Você quer tentar se teletransportar?"

"Você acabou de dizer que é uma coisa solitária," Holly apontou. Ela não gostava que Quix não tivesse dado muito espaço para ela. O homem estava perto o suficiente para que, se quisesse atacá-la, poderia fazê-lo com facilidade.

"Não quero dizer usar meu poder, quero dizer tentar ver se esse é o seu poder." Ele colocou uma mão no peito dela e Holly ficou tensa. "Calma, não estou tentando nada divertido ainda. Eu não desisti de Rubes, afinal." Ele pausou enquanto suas bochechas queimavam mais uma vez. "Estou realmente ficando viciado nesse olhar."

Holly engoliu em seco enquanto ele se inclinava mais perto. "O que você está fazendo?" ela sussurrou.

Sua testa estava encostada na dela agora, seu nariz pressionado contra o dela. Seus lábios tão próximos que ela podia sentir o calor deles. "Aproveitando o show," ele sussurrou enquanto as bochechas de Holly ardiam.

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