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Capítulo 12 - O Estranho

Amanda soltou um suspiro rápido de descrença. Seus olhos deram uma segunda olhada nos ingressos em sua mão e então um sorriso apareceu em seus lábios.

"Uau, você realmente vai comigo? O Mestre dos Vampiros realmente vai comigo?"

Ela não podia acreditar no que acabara de ouvir. Eles não tinham ido tão longe no relacionamento, mas ela tinha certeza de que ele não gostava de viajar e conhecer novas pessoas. Se ele estava fazendo isso por ela, então era um grande gesto, mas ainda assim não deixava de diverti-la.

Cord sorriu para ela, orgulhoso por ter conseguido exatamente a reação que esperava. Ele abriu a boca para responder, mas foi interrompido quando o motorista da limusine transmitiu sua mensagem pelo intercomunicador.

"Com licença, Mestre Cord, Senhorita Amanda, chegamos."

Amanda devolveu os ingressos para ele.

"Segure isso para mim," Cord disse e então abriu a porta do carro.

Assim que seus pés tocaram o chão de paralelepípedos, Jerome, que estava esperando pacientemente pela chegada deles, deu um passo à frente e se aproximou de seu mestre.

"Mestre Cord, Pamela quer falar com você," ele informou após fazer uma breve reverência para Amanda.

"Pode esperar até amanhã," foi a resposta displicente de Cord. Ele pegou a mão de Amanda e subiram as escadas até a porta de entrada.

"Não, não pode," Pamela declarou, aparecendo de uma das colunas perto da porta. Ela lançou um olhar grave para Cord, enviando uma mensagem silenciosa de que precisava de sua atenção imediatamente.

Cord sentiu a urgência e então se virou para Amanda e disse: "Vá na frente."

Amanda estava curiosa, mas não estava com disposição para ouvir problemas relacionados aos vampiros no castelo, então concordou, acenando com a cabeça.

"Amanda, é bom ver você novamente," Pamela se aproximou dela e deu um abraço rápido.

"Da mesma forma, Pamela," ela sorriu, notando as mãos sem luvas da mulher encantadora e, como esperado, Amanda percebeu a mudança na expressão facial de Pamela quando suas peles se tocaram. De uma expressão passiva, agora um olhar de horror e tristeza cruzou seu rosto.

"Ah, sinto muito que você tenha passado por isso," Pamela disse, vendo o acidente angustiante de Amanda em sua mente assim que a tocou.

Amanda conseguiu estabilizar sua voz. "Está tudo bem, já passou."

"Fico feliz que você esteja segura," Pamela acrescentou.

"Obrigada. Vou indo." Após um último olhar para Cord, Amanda subiu os degraus restantes e desapareceu no saguão.

"Sala do trono agora," foi a ordem imediata de Cord enquanto olhava para Pamela. Ele usou suas sombras para se teletransportar até lá e esperou que sua prima entrasse na sala do trono como qualquer ser humano normal faria. Afinal, ela não tinha nenhuma habilidade de transporte.

"O que você quer me dizer?" ele começou assim que Pamela entrou no salão alguns minutos depois.

Ela se sentou em uma cadeira oferecida por Jerome e olhou para o cálice de líquido vermelho carmesim ao lado do assento de Cord. As notícias viajaram rápido na Ala Norte de que o Mestre Vitalis havia começado a tomar sangue em doses diárias. Se isso era um bom ou mau sinal, ainda restava saber para Pamela.

"Dos quatro mordedores que escaparam, consegui ler um que tinha informações valiosas em seu sistema. É sobre Sir Alfort," ela começou depois de tirar os olhos da bebida atraente.

"O traidor?" Cord disse. Havia três principais traidores que tiveram participação no incidente da semana passada e um deles era Sir Alfort, o conselheiro de confiança de seu pai. O rato.

"Sir Alfort parece ter uma agenda própria, Cord," anunciou Pamela, o que não surpreendeu nem um pouco o último. "Ele tem feito rondas entre todos os vampiros da Ala Norte tentando ganhar o favor deles. O mordedor que escapou e você matou ontem era um dos poucos que se juntaram à sua ridícula cruzada."

"E que cruzada é essa de que você está falando?" ele perguntou. Isso sim era algo que valia a pena ouvir.

"Algo sobre te destituir do seu cargo e obter seus poderes," respondeu Pamela.

Cord soltou uma risada curta, mas cínica. As palavras dela eram notícias antigas para ele, aparentemente.

"Isso já aconteceu e passou na semana passada, prima. Foi uma tentativa bastante patética e falhou," ele disse.

"Sim, parece que ele aproveitou o ódio de Garret por você e se juntou aos eventos da semana passada," Pamela concordou. Ela se mexeu na cadeira e pegou a taça de champanhe que Jerome havia oferecido anteriormente. Ela podia ser uma vampira, mas ainda assim apreciava os luxos dos humanos. Ela podia beber várias taças de champanhe de uma vez e não se sentir enojada com isso.

"Um homem oportunista, vejo," Cord comentou, sua voz cheia de desdém pelo homem.

"Mas há mais nessa história, Cord," Pamela acrescentou logo após um gole de seu champanhe. "Quando toquei o mordedor que escapou, vi através dos olhos da mente dele. Parecia que Sir Alfort havia dito aos seus seguidores sobre um forasteiro disposto a ajudá-los a te derrubar. Ele disse que era um plano infalível."

A curiosidade de Cord aumentou. Quem poderia ser esse forasteiro?

"Posso ler sua mente. Sim, eu também quero saber quem é esse forasteiro, mas infelizmente não consegui ler mais," Pamela abaixou sua taça e soltou um suspiro. "Se ao menos Sir Alfort ainda estivesse vivo."

"Mas ele está morto," Cord lembrou, "petrificado até os ossos devido ao feitiço de Amanda."

Pela primeira vez, Pamela sentiu que uma vida foi desperdiçada. Quantos segredos ela poderia ter desvendado se aquele rato de homem ainda estivesse de pé e falando. Ou bem, pelo menos respirando, porque ela poderia ler sua mente mesmo se ele estivesse acamado.

"Quer que eu investigue isso mais a fundo?" ela perguntou, os olhos brilhando de antecipação. "Talvez seus súditos restantes possam dar uma pista." Ela gostava de fazer o trabalho de detetive mais do que os outros e provavelmente lutaria por esse trabalho com unhas e dentes.

Cord assentiu. "Faça isso, Pamela. É imperativo que saibamos quem é esse forasteiro."

"Você acha que Sir Alfort estava lidando com Matteo? Ele poderia ser o forasteiro," ela deduziu, sua sugestão não era impossível.

Alguns segundos de silêncio se seguiram.

Essa era a segunda vez que o mago barata estava ligado aos problemas de Cord e ele não gostava disso.

"É possível, mas quero manter a mente aberta e estar preparado para qualquer coisa," ele respondeu. "Enquanto tudo o que eu quero é sair deste trono e me livrar das minhas responsabilidades como seu Mestre, ainda gostaria de manter minhas sombras comigo. Ninguém poderia lidar com esses poderes além de mim."

"Claro, Cord. É exatamente por isso que você é nosso Mestre." Um sorriso se espalhou no rosto de Pamela. "Voltarei assim que tiver um avanço nesse caso."

Ela engoliu o resto do champanhe e começou a caminhar em direção à porta sem esperar pela resposta de Cord.

Ela não precisava. Sabia que ele estava contando os segundos até o fim da conversa para que pudesse estar com sua bruxa novamente.

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