




Capítulo 5 primeiro dia de trabalho
"Tragam ele para fora," Xavier instruiu Duong e Gary. Eles entraram na sala enquanto Xavier esperava no corredor, levantando a manga ao mesmo tempo, batendo o pé impacientemente no chão.
O som de lutas inaudíveis podia ser ouvido, mas eventualmente eles saíram com Justin, cujo rosto estava cheio de hematomas devido à tortura que ele sofreu anteriormente. Pelo jeito que ele respirava com dificuldade, era óbvio que ele usou todas as suas últimas forças para lutar. Não importava o que Duong e Gary fizessem com ele, não se comparava ao que Xavier poderia fazer.
Eles o empurraram para o chão bem na frente de Xavier, enquanto ele observava o pobre coitado tremer de dor. Seu ferimento ardia, causando grande desconforto, mas Xavier não estava satisfeito. Com raiva e irritação, ele levantou Justin de onde ele se contorcia, erguendo-o furiosamente. No momento em que Justin ficou de pé, foi atingido por um soco no rosto. Ele caiu no chão, gemeu de agonia e tossiu dolorosamente enquanto ainda estava no chão.
Um sinal de Xavier fez Duong levantar Justin novamente. Xavier o agarrou rudemente pela gola e o bateu com força contra a parede atrás dele.
"Por favor," disse Justin assim que seu ombro fez impacto com o concreto duro.
"Cala a boca!" Xavier o socou no rosto. Um gemido escapou dos lábios de Justin enquanto ele cuspia sangue.
"Eu não queria"
"Não queria fazer o quê!" Xavier envolveu a mão em volta do pescoço de Justin enquanto apertava. Ao mesmo tempo, batendo sua cabeça na parede incessantemente até ficar satisfeito.
"Ma..." Ele tossiu enquanto tentava recuperar o fôlego. "Magnus disse que ia matar minha família. Eu tenho duas... Duas filhas. Eu só estava tentando protegê-las dele," Justin explicou. Sua voz cheia de medo.
Xavier deu alguns passos para trás, de costas para Justin. "E você não pensou no que eu faria com você," ele disse com veneno em cada palavra que cuspia.
"Eu..."
"Cala a boca!"
"Você quebrou o código da confraria por medo. Isso é muito covarde da sua parte, Justin," ele se virou para olhá-lo. "Você sabe o que isso poderia ter nos custado?"
"Por favor," Justin implorou quando percebeu que Xavier agora caminhava furtivamente em sua direção.
Xavier riu, enfiou a mão na parte de trás da calça e tirou uma arma. Justin engoliu em seco com os olhos arregalados.
Ele olhou para Duong e Gary. O olhar severo em seus rostos não mostrava nenhum sinal de compromisso. Nesse ponto, Justin sabia que estava acabado.
"Xavier," ele chamou. Sua voz estava sumindo. O medo tinha seus limites.
Xavier, sem aviso, puxou o gatilho e atirou em Justin bem no braço. Ele caiu no chão, apertando os olhos. O sangue espirrou na parede e também escorreu para o concreto onde estavam. Justin tentou gritar, mas não conseguiu. A dor que sentia no braço era excruciante.
"Eu teria levado seu outro braço, mas você precisa dele para cuidar das suas duas filhas," ele disse friamente, virando-se para olhar para Duong. "Limpe isso," disse por fim e saiu.
"Sua mãe volta e você ainda quer trabalhar para ele?" Chloe se levantou, sentindo-se frustrada, enquanto Rachael escovava seu cabelo castanho sem considerar o que Chloe disse.
"Eu tenho que fazer isso, Chloe. Ele é perigoso, e me garantiu que iria trazê-la de volta se eu não obedecesse."
"Podíamos fugir. Sair correndo de San Diego!" Chloe gritou.
"Não é tão fácil assim. Você acha que ele não vai nos encontrar? Se decidirmos fugir, ele vai nos achar e pode fazer algo impensável. Eu não posso arriscar."
"E o Magnus?" Chloe perguntou com raiva. Rachael suspirou.
"Ele não sabe que eu tirei o artigo do ar."
"O que vai acontecer quando ele descobrir?"
"Você pode ser menos negativa por uma vez, Chloe!" Rachael pegou sua caixa de maquiagem enquanto saía do quarto. A última coisa que ela queria era ter essa conversa no mesmo quarto em que sua mãe estava. A mulher precisava descansar. Adicionar mais problemas poderia piorar sua situação.
"Onde você vai?" Chloe latiu, enquanto seguia Rachael de perto.
"Chloe, por favor," Rachael disse quando chegou à sala de estar. "Estou fazendo isso por nós."
"Bem, eu não gosto de onde isso está indo."
Rachael soltou o ar da boca enquanto segurava os ombros da irmã, olhando diretamente em seus olhos. "Confie em mim."
"Eu confio, só que..." Chloe se acomodou em um dos sofás, passando as mãos pelo cabelo. "Estou com medo."
"Não fique. Eu sei exatamente o que estou fazendo," Rachael consolou. Nesse ponto, Chloe sabia que não poderia convencê-la. Sua decisão estava tomada.
"Estou indo," Rachael sorriu para Chloe. "Como estou?"
"Bem," Chloe deu de ombros.
"Cuide da mamãe então," depois disso, Rachael partiu.
No momento em que Rachael entrou na empresa, viu Xavier acompanhado por outro homem moreno se aproximando da entrada principal, apressadamente. Xavier, vestido com um terno azul, complementado com sapatos vermelhos, parecia tão impressionante como sempre. Sua mão direita estava enfiada no bolso, enquanto suas pernas o carregavam, exibindo muito poder e elegância. As pessoas ao redor pareciam tão pequenas e menos importantes devido à sua aparência e aura impressionantes.
"Deixe isso para Emmeline. Trabalhe em..."
"Senhor," Rachael interrompeu. A palavra soou estranha, saindo de sua boca, mas ela tinha que se acostumar, pois iria trabalhar para ele por um bom tempo.
Xavier, que interrompeu abruptamente sua conversa, virou-se para olhá-la enquanto inclinava a cabeça. Seus olhos viajaram dos olhos dela até suas roupas. Um terno vermelho e uma calça combinando. Depois de examiná-la, ele dobrou o pulso para verificar o relógio. Ele olhou de volta para ela.
"Você deveria estar aqui às 7 da manhã, Srta. Anderson," ele disse a ela. Rachael seguiu sua declaração, também dobrando o pulso para olhar as horas. Ele estava falando sério? Ela estava apenas cinco minutos atrasada.
"Apenas cinco minutos atrasada."
"Ainda atrasada."
"Eu estava, uh..." Rachael pausou, pensando em uma desculpa perfeita. "Eu fiquei presa no trânsito."
"Não dê essa desculpa da próxima vez, Srta. Anderson," ele avisou. Rachael assentiu. Ele sabia que ela estava mentindo, mas pelo menos não fez um grande alarde. Ela estava grata por isso. Era seu primeiro dia e não queria nada que pudesse arruiná-lo.
"Obrigada," ela hesitou. "Senhor," ela finalmente acrescentou. Xavier deu um leve aceno antes de se virar para o homem ao lado dele.
"Jerry, informe-a sobre o que eu te disse mais cedo." Jerry assentiu quando ele disse isso.
"Ok, Stacey, vamos," ele chamou a mulher atrás de Jerry, que ajustava o comprimento da saia a intervalos. Ela correu até onde Xavier estava, dando um leve sorriso nervoso. Ambos saíram enquanto Rachael seguia Jerry.
"A blogueira," ele sorriu para Rachael. Ela não era tão ingênua a ponto de não notar o tom julgador em sua voz. Ele sabia sobre o artigo. Provavelmente, todos na empresa sabiam.
"Sim, eu também não sei qual é minha função aqui," ela disse fingindo ignorância, ao mesmo tempo inclinando a cabeça para o lado.
Jerry suspirou enquanto enfiava as mãos no bolso. "Seu trabalho é dar relatórios ao público sobre qualquer coisa que o chefe te disser sobre o escritório, claro."
"Você quer dizer o Xavier."
"Sim, mas ninguém o chama assim por aqui. Tenha cuidado, senhorita."
"É Anderson," ela acrescentou.
"Srta. Anderson. Bem, você deve acompanhar o chefe em reuniões, eventos, seminários e assim por diante. Lembre-se, você só deve escrever o que o chefe te disser. Não importa o quão interessante a história possa ser," ele falou, acrescentando mais ênfase no 'interessante' para provar um ponto. Ele devia saber da fome insaciável que os blogueiros têm por esse tipo de história.
"Vou te mostrar seu escritório," ele disse a ela. Rachael ficou um pouco surpresa. Ela não tinha ideia de que iria ter um, especialmente para um trabalho como esse. Blogar pode ser feito em qualquer lugar, mas Xavier fez questão de que ela tivesse um escritório? Não estava claro por que ele era tão particular sobre ela trabalhar para ele. Ele não precisava dela. Ele era uma figura pública e tinha milhares de blogueiros que escreviam regularmente sobre ele.
Eles pegaram o elevador até o quarto andar. Rachael o seguiu silenciosamente enquanto caminhavam pelo corredor. Outros funcionários pareciam apressados, ocasionalmente esbarrando em Rachael sem querer. Mesmo que murmurassem desculpas inaudíveis, Rachael ainda se sentia irritada.
"Eu não recebi uma amostra, Jerry," uma mulher disse por trás. Seu pescoço estava inclinado para apoiar o telefone na orelha enquanto ambas as mãos estavam cheias de papéis.
"Isso será resolvido o mais rápido possível," ela falou novamente. Rachael não tinha certeza com quem a mulher estava falando. Se era com a pessoa no telefone ou com Jerry, que estava ao lado dela, esperando que a mulher chegasse onde eles estavam.
"Exatamente. Eu te aviso se houver alguma mudança," a ligação foi encerrada. Agora ela estava presa com o telefone ainda na orelha e as mãos cheias. Rachael teve que intervir para ajudar. Sua pequena ajuda fez a mulher suspirar de alívio.
"Muito obrigada. O trabalho fica louco às vezes," um sorriso apareceu no canto dos lábios dela enquanto ocasionalmente lançava olhares para Jerry, esperando uma apresentação.
"Essa é a nova estagiária," ele a apresentou. Rachael parou, virando-se para olhá-lo. Claro, ele cometeu um erro.
"Ele quis dizer blogueira," ela corrigiu.
"Oh, querida," ele beliscou o topo do nariz. "Esqueci de informar antes. Você vai fazer os dois."
A boca de Rachael caiu. Como Xavier pôde fazer isso com ela? Ele realmente deveria ter tirado um certificado de rebaixar as pessoas ao nível que não mereciam como forma de punição.
"Estagiária!" ela meio que gritou com os olhos arregalados.
"Sim," ele fechou parcialmente os olhos. "Você não foi informada?"
"Não, eu não fui!"
"Bem, agora você sabe," ele deu um sorriso rápido que desapareceu em segundos. "Vamos," ele estalou. Rachael não teve escolha a não ser segui-lo, ainda muito atordoada.
"Jerry, por favor, lembre-se das amostras," a mulher gritou por trás enquanto eles se afastavam.
Os lábios de Rachael se abriram no momento em que entraram no escritório que ela deveria ter. Naquele ponto, ela desejou não ter um escritório. O lugar parecia um depósito de documentos e papéis desnecessários. Ela não estava errada. Era realmente um depósito!
Ela se virou para Jerry com a expressão de insatisfação ainda evidente em seu rosto. Ele manteve uma expressão neutra. Rachael ficou mais irritada com o fato de ele agir como se isso fosse normal, quando não era.
"Você tem muito trabalho de limpeza para fazer."
"Você está..." Ela quase perdeu a paciência, mas decidiu manter a calma, respirando fundo. "Este é o único escritório vago neste prédio?"
"Não."
"Então por que eu fico com este?"
"Essa foi a ordem do chefe. Ele também disse que você deve organizar os papéis de acordo. Depois, leve-os para o outro depósito no 12º andar."
Sua boca caiu. "Você tem ideia de quantos papéis estão espalhados aqui? Quando diabos vou terminar?"
"Você pode usar o dia todo." Ele deu de ombros. "Eu não faço as regras aqui. Ah! E," ele dobrou o pulso para verificar o relógio. "Você precisa pegar café para ele em 30 minutos," ele disse, dando um leve sorriso. Nesse ponto, Rachael acreditava que Jerry estava fazendo isso de propósito só para deixá-la mais irritada do que já estava.
"Bem, quando o chefe volta?" ela cruzou os braços, olhando fixamente para ele.
"Em 30 minutos."
"Ótimo," ela assentiu lentamente. Ele ia ouvir umas boas, porque ela não podia fazer isso!