




Capítulo 2: Demi God
Califórnia, San Diego
El Prado
Jexs Incorporated.
Rachael
Ela engoliu em seco, olhando para o enorme prédio à sua frente; uma das maiores empresas automobilísticas de todo os EUA. O táxi partiu rapidamente atrás dela, dando-lhe a realidade de que agora estava completamente sozinha. Seu terno vermelho colava na pele enquanto ela caminhava em direção ao escritório. Vestir-se formalmente poderia dar a ele a dica de que ela não era apenas uma blogueira qualquer. Provavelmente ele entenderia o quanto ela era comprometida com seu trabalho.
Sua bolsa preta estava apertada ao seu lado por nervosismo enquanto ela dava passos trêmulos para dentro. Diferentes pensamentos iam e vinham em sua cabeça enquanto ela entrava com o coração acelerado.
Ele era perigoso. Isso era algo que ela sabia, mesmo antes de publicar um artigo falando mal dele.
A primeira pessoa que ela viu foi uma mulher loira, de olhos cinzentos, atrás de um balcão que tinha uma placa: RECEPCIONISTA. Depois de respirar fundo, ela caminhou até o balcão com a cabeça erguida para não mostrar um pingo de intimidação. Havia uma chance de que a recepcionista não soubesse o que aconteceu entre Rachael e seu chefe, mas Rachael não se importava.
"Como posso ajudá-la, senhora?" perguntou a recepcionista com um sorriso irritante no rosto enquanto desviava o olhar do computador à sua frente.
"Tenho um compromisso com Xavier Callum," Rachael falou suavemente, se perguntando como conseguiu fazer isso, pois estava lentamente perdendo o controle.
"Seu nome, por favor?"
"Rachael Anderson," ela respondeu. A recepcionista olhou novamente para a tela e acenou levemente com a cabeça.
"Venha comigo."
A recepcionista caminhou na frente de Rachael enquanto ela a seguia, contando seus passos ao mesmo tempo, pensando em uma resposta para qualquer possível pergunta que ele pudesse fazer. Se ele não atirasse nela à primeira vista.
Chegaram a um escritório depois de caminhar uma eternidade. Por algum motivo, a recepcionista decidiu pegar a escada em vez do elevador, irritando-a ainda mais do que já estava.
A porta onde pararam tinha uma inscrição em negrito: CEO. Seu coração pulou algumas batidas quando ela viu isso. A recepcionista entrou primeiro, sinalizando para Rachael esperar do lado de fora. Ela ficou no escritório por um tempo, mas finalmente saiu.
"Pode entrar," disse suavemente. Rachael não tinha percebido o quão nervosa estava até ouvir aquelas palavras. Ela não conseguia mais sentir seu peito. Seu coração batia tão forte e rápido enquanto ela segurava a maçaneta com mãos trêmulas. Girando ao redor, percebeu que a recepcionista já tinha ido embora.
"Você consegue, Rachael," ela disse para si mesma, se acalmando enquanto abria a porta.
Com a cabeça erguida, ela entrou. O chão de mármore a acolheu com seus saltos, fazendo um barulho alto a cada passo que dava. Olhando para o escritório, sua boca se abriu em admiração. A estética branca tornava o escritório exclusivo demais para ser apenas um escritório. Rachael estava tão impressionada com o lugar que quase tropeçou em um dos pequenos sofás que estavam no caminho. Ela olhou da estante cheia de livros até a mesa gigantesca do outro lado, mas não conseguiu encontrá-lo. Sua cadeira estava vazia. Com as sobrancelhas franzidas, Rachael suspirou de frustração.
"Aqui," ela ouviu a voz rouca familiar e congelou por um segundo, mas rapidamente se recompôs, virando-se para olhá-lo. A boca de Rachael se abriu, olhando para ele em descrença. Isso não era como ela o imaginava. Claro, ela não poderia imaginar alguém que sequestrou sua mãe como um semideus com a mais absoluta perfeição. Ele parecia perfeitamente arrumado, desde o corte de cabelo até o terno azul. Ele caminhou em sua direção com seus olhos verdes fixos nos dela. Era incrível como ele conseguia prendê-la apenas com um olhar.
Rachael engoliu em seco, piscando continuamente para se distrair dele. Isso era quase impossível, considerando que ele estava bem na sua frente. Suas mãos fortes e veias seguravam uma taça de vinho.
"Sabe, fiquei surpreso quando descobri que foi você quem tentou arruinar minha reputação," ele falou enquanto um riso zombeteiro escapava de seus lábios. Ele estava agindo calmo demais e ela odiava isso. Uma coisa que ela notou foi a intensidade do olhar dele, mas não conseguia decifrá-lo. Ela não sabia se ele estava com raiva ou não, porque ele tornava isso difícil para ela.
Tudo o que Rachael queria saber era se sua mãe estava segura ou não.
"Onde está minha mãe?" Ela disparou para ele e ele sorriu de lado.
"Segura," ele a assegurou, levantando-se de onde estava sentado. Ele caminhou até o balcão de vinhos e pegou uma taça junto com uma garrafa de vinho. Ele voltou para ela e serviu a bebida em uma taça de vinho. Depois de entregá-la a ela, ele caminhou para suas costas e ela engoliu em seco, sem saber o que ele estava prestes a fazer.
Seus olhos fixaram-se na taça, em terror, enquanto ela engolia em seco, sem ousar tomar um gole. Quando ele notou sua atitude, deslizou a mão pelo pescoço dela por trás, causando um arrepio frio em sua espinha. Ela estremeceu em reação ao toque dele e não conseguiu evitar. Ela nem ousou virar a cabeça para olhá-lo porque temia se perder nos intensos olhos verdes dele.
Suas mãos deixaram o pescoço dela e alcançaram a taça, tomou um gole e depois a deslizou de volta para a frente dela.
"Não se preocupe, eu não enveneno meus ofensores. Isso seria menos divertido," ele falou, mas ela não pôde evitar tremer de medo enquanto pegava a taça e a colocava em seus lábios trêmulos, engolindo o conteúdo enquanto as lágrimas ameaçavam cair.
"Você vai me matar?" Ela perguntou com uma voz rachada e trêmula.
"Depende," ele acariciou o cabelo dela, tirando tudo de seus ombros. Mesmo que ela quisesse repreendê-lo por seu comportamento, ela achou seus lábios pesados demais para produzir essas palavras. Na verdade, ela gostava dos arrepios que sentia com o toque dele.
"Do quê?" ela conseguiu falar apesar das dificuldades.
"Se você estiver disposta a fazer um acordo comigo," ele disse, mas friamente desta vez. Ele deixou suas costas e se posicionou na frente dela com um olhar malicioso agora evidente em seu rosto.
"Que acordo?"
"Tire o artigo," disse Xavier. Ela engoliu em seco. Magnus viria atrás dela se ela tirasse o artigo contra a vontade dele.
"O quê?" O ritmo em sua voz estava esgotado.
"Tire o artigo," ele pausou. "Publique um novo, dizendo que o anterior era uma mentira e você terá que trabalhar para mim como minha blogueira pessoal. Você escreverá apenas o que eu mandar."
Rachael respirou fundo. "Eu não posso."
"Você parece ter entendido tudo errado, senhorita Anderson. Isso não era uma oferta."