




Um vizinho ou um flerte
Ruth o observou enquanto ele saía, correu até a porta e a trancou. Ela se encostou na porta com os olhos fechados.
"Eu pedi uma vida emocionante e não uma estranha, por que você me trouxe para um psicopata?" Ela perguntou olhando para o teto.
"É um bom dia, não vou deixar ele estragar isso para mim, consegui um emprego com um bom salário, um passo de cada vez." Ela murmurou dando tapinhas nos próprios ombros.
Ruth foi para o quarto, tomou um banho e voltou para a sala para fazer o jantar para si mesma. Ela comeu e foi para a cama.
No dia seguinte, Ruth tomou um banho apressado e se vestiu para o trabalho. No momento em que saiu do quarto, um suspiro alto escapou de seus lábios. Ela segurou o coração tentando acalmá-lo, pois seu ritmo cardíaco mudou ao ver a figura sentada em seu sofá.
"Bom dia, linda," ele sorriu e se levantou do assento. "Você está ainda mais bonita hoje." Ele deu passos lentos em sua direção.
"O que em nome de Deus você está fazendo no meu apartamento? E como você entrou?" Ela olhou para a porta e estava do mesmo jeito que a deixou ontem. Ela deu grandes passos para trás, seus olhos fixos nos dele.
"De novo, não foi difícil." Ele a alcançou, a prendeu contra a parede, levantou as duas mãos dela acima da cabeça. O coração de Ruth pulou algumas batidas.
Ele aproximou os lábios do lóbulo da orelha dela, sua mão livre segurou a cintura dela e a puxou para perto. "Você está com medo?" Ele perguntou olhando profundamente em seus olhos castanhos escuros.
Ruth estava perdida no momento, seus olhos notaram algumas das características dele. Seus olhos escuros, suas maçãs do rosto firmes, seu nariz pontudo e seus lábios carnudos. Seu cabelo castanho era longo o suficiente para chegar aos ombros.
Quando ela se deu conta, lutou para se soltar do aperto dele. "Ei, afaste-se." Ela murmurou tentando se libertar.
"E se eu não quiser?" Ele sorriu.
Ruth levantou as pernas, mirou no jovem entre as pernas dele, mas por sorte Robert segurou a perna dela a tempo, ele as afastou e ficou no meio.
"Esse foi um jogo perigoso que você acabou de jogar, minha doce pequena Ruth." Ele murmurou.
Ele mordeu o lóbulo da orelha dela, Ruth arfou, seus olhos se fecharam involuntariamente. Robert sorriu, deu alguns passos para trás dando espaço para ela respirar.
"Até logo, ratinha," ele soprou um beijo e saiu.
Ruth ficou imóvel, sua respiração estava descompassada. Ela segurou o peito na tentativa de acalmar o coração que batia fortemente.
Ela olhou para o relógio e estava quase atrasada para o primeiro dia, correu para fora e pegou um táxi que a levou para o trabalho. Por sorte, seu chefe ainda não havia chegado, ela rapidamente colocou as coisas em ordem na mesa dele.
"Você chegou cedo, Wendy vai te dar uma visão geral das coisas aqui. Ela vai te mostrar o que você deve fazer toda vez que vier trabalhar." Seu chefe explicou.
Ruth acenou com a cabeça e seguiu Wendy. Wendy era a antiga assistente pessoal, ela se demitiu porque recebeu uma posição melhor em outra empresa. Wendy ensinou tudo o que Ruth precisava saber, inclusive como fazer o café dele.
"Isso deve ser tudo, vou te enviar por e-mail o trabalho pendente dele e a agenda desta semana." Wendy disse, apertou a mão de Ruth e foi embora.
Depois de um longo dia de trabalho, finalmente chegou a hora de Ruth se retirar. Ela pensou no que aconteceu ontem e hoje em sua casa e decidiu falar com a senhoria sobre isso.
A senhoria parecia estar na casa dos setenta, seu cabelo grisalho curto repousava perfeitamente de cada lado da cabeça. Seu rosto enrugado se contorceu em uma carranca quando viu Ruth se aproximando de longe.
"Boa noite, Dona Lawrencia, tenho uma reclamação que precisa ser atendida." Ruth foi direto ao ponto, não via razão para formalidades.
"Boa noite, o que pode ser?" Lawrencia perguntou.
"O cara que mora no outro apartamento conectado ao meu é um incômodo. Não sei como ele faz, mas entra na minha casa como se fosse dele. Fui trabalhar outro dia e quando voltei, o vi na minha casa, não sei como ele entrou." ela disse irritada.
"Eu não estou envolvida em nada do que você tem com ele, a única coisa que temos é um contrato com você sendo minha inquilina. Encontre uma maneira de resolver seu problema, tenho outras coisas para fazer. Se não tiver mais nada a dizer, pode se retirar." Lawrencia disse, levantou-se e saiu, deixando Ruth de boca aberta.
Ela voltou furiosa para seu apartamento, ficou parada na porta ponderando se deveria entrar ou não, e decidiu reunir coragem. Entrou esperando vê-lo, mas ele não estava presente, olhou ao redor, mas ele não estava em sua casa.
Ruth ficou em frente à parede onde ele a havia assediado naquela manhã, seus lábios se contraíram. "Pervertido." Ela murmurou e entrou.
Ela entrou, tomou um banho e voltou apenas com o roupão de banho. "Sentiu minha falta?" Ela ouviu a voz familiar dele.
Ele estava parado na porta, "caramba, você é sexy," ele murmurou alto o suficiente para ela ouvir. Ele entrou completamente no quarto, deu passos rápidos em direção a ela enquanto ela fazia o oposto.
Suas mãos seguravam o roupão como se sua vida dependesse disso. "Por favor, vá embora, não se aproxime." Ela murmurou ainda recuando.
"Não se preocupe, não vou fazer nada. Fiz o jantar para você, está com fome?" Ele perguntou.
"O que você quer de mim?" Ela questionou.
"Nada demais, amor, só quero ser seu amigo." Ele sorriu. Parou na frente dela, seus olhos fixos nos dela em uma competição de olhares.
"Amigos não invadem a casa um do outro, amigos não assediam seus amigos." Ela apontou.
"Bem, eu não quero uma amizade normal, ratinha, já ouviu falar de amigos com benefícios?..."