




13
"Talvez ela e o marido estejam passando por uma fase difĂcil," Riccardo deu de ombros. "A Ăşltima coisa que ela precisa ĂŠ do ex-namorado consolando-a."
Ele revirou os olhos sarcasticamente.
"Eu preciso falar com ela," rosnei.
"NĂŁo seja idiota!" Riccardo suspirou exausto.
"Eu nĂŁo dou a mĂnima," retruquei amargamente, e comecei a sair correndo do salĂŁo de festas, indo direto na direção que Sofia foi.
Sofia, porra, Martinez.
O amor da minha vida...
Mesmo que eu nĂŁo fosse mais o dela.
14
sofia
Saà correndo de perto de todos os casais dançando e fui para o terraço, precisando de um pouco de ar fresco. Nesse momento, me senti tão patÊtica.
Nunca odiei tanto a minha prĂłpria imagem. Eu nunca seria suficiente para Bruce.
E o assustador era...
Ele era um homem influente.
Eu sabia que nĂŁo poderia simplesmente pedir o divĂłrcio ou me afastar dele.
Foi o que ele mesmo me disse.
Ele estava amarrado a mim para a vida toda.
E ele me fazia sentir que era o Ăşnico homem que suportaria ficar comigo.
Como se ninguĂŠm mais me quisesse.
Eu sabia que meus pais tambĂŠm nĂŁo ficariam felizes...
Eu nĂŁo achava que ele estava me traindo.
Mas ele me fazia sentir tĂŁo inĂştil...
Feia...
Gorda...
A ponto de eu mal conseguir olhar para o meu prĂłprio reflexo.
Ele era um homem bonito.
NĂŁo era de se admirar que as mulheres flertassem tanto com ele.
Se jogassem para cima dele.
E eu nĂŁo conseguia competir com elas.
NĂŁo importava o quanto eu tentasse perder peso...
Ou quantas cirurgias eu tentasse fazer.
Bruce conhecia o meu verdadeiro eu...
E ele sabia que eu nunca seria realmente como elas.
Meu coração batia forte no peito, sentindo como se estivesse sendo arrancado. Meu corpo inteiro em chamas, sentindo que estava prestes a explodir.
Mas uma voz profunda, rouca e grave me tirou dos meus pensamentos. Dei um pulo de susto, meu corpo inteiro tremendo freneticamente.
"Posso ter esta dança, menina?" Arturo sussurrou.
Virei-me para encarå-lo, seus olhos queimando nos meus. Cocei o braço timidamente, sentindo-me desfeita enquanto ele me despia com os olhos.
Assim que ouvi aquela voz, soube que era Arturo.
O Ăşnico homem que jĂĄ me chamou de menina.
Era um baile de mĂĄscaras...
Mas o paletĂł desabotoado entregava tudo.
Eu podia reconhecer aquelas tatuagens tribais no peito dele a quilômetros de distância.
E me peguei perguntando...
O que diabos ele estava fazendo aqui?
"NĂŁo quero te deixar desconfortĂĄvel," Arturo murmurou timidamente. "Todo mundo estĂĄ dançando... E a imprensa vai tirar fotos." Ele interrompeu a frase, soltando um suspiro profundo. "Vi vocĂŞ fugindo do seu marido. NĂŁo quero que vocĂŞ se sinta excluĂda. Ă um baile de mĂĄscaras, afinal. Seu rosto nĂŁo estarĂĄ Ă mostra."
Quando ele disse isso, me surpreendi ao soltar uma risada.
"O que Ê tão engraçado?" ele perguntou, surpreso.
"Você," respondi sarcasticamente. "Achando que sabe dançar."
Arturo revirou os olhos, enquanto eu continuava rindo.
"Para sua informação, eu melhorei desde aqueles anos," ele sorriu timidamente. "Lembro de como eu te fazia rir. Mal falei com você por cinco minutos e você jå estå rindo."
Soltei uma risada, sentindo borboletas no estĂ´mago.
"VocĂŞ ĂŠ tĂŁo convencido," retruquei, sorrindo.
Os olhos de Arturo escureceram, e mordi o låbio, meu coração pulando uma batida enquanto ele me encarava. Antes que eu percebesse, em um movimento råpido, Arturo me envolveu com os braços...
E então me puxou para dançar.
Fui pega de surpresa e nĂŁo sabia como reagir.
Minha pele estava queimando...
Tremendo...
SĂł pelo toque dele.
Ele levantou meu queixo para me forçar a olhar em seus olhos.
Eu tinha minhas mĂŁos no peito nu dele, enquanto suas mĂŁos estavam ao redor da minha cintura, me mantendo firme.
"VocĂŞ estĂĄ deslumbrante esta noite, menina," ele gemeu no meu ouvido.
NĂŁo respondi. Minha garganta estava seca.