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Capítulo 6

Capítulo 6

Quando o carro deixou o local do casamento na praia, Anna sentiu uma sensação de inquietação. O sol se punha sobre o oceano, lançando um brilho dourado sobre o carro luxuoso. Fernandez abriu a porta para ela, seus olhos frios e distantes. O carro era uma obra-prima preta e elegante, com vidros escurecidos e um ronronar suave que parecia vibrar com riqueza.

Enquanto dirigiam, Fernandez entregou a Anna um pequeno pedaço de papel. "Regras," ele disse secamente. "Para o nosso casamento."

Anna pegou o papel, seus olhos percorrendo a lista. "Por que você se casou comigo?" ela perguntou, sua voz mal acima de um sussurro.

A expressão de Fernandez permaneceu inflexível. "Você está aqui para cumprir um propósito, Anna. Não se esqueça disso."

O coração de Anna afundou. "E qual é esse propósito?"

"Você descobrirá em breve," ele respondeu, seu tom desdenhoso. "Apenas siga as regras."

Os olhos de Anna percorreram a lista novamente, sua mente correndo com perguntas. "Por que essas regras?" ela perguntou, sua voz cheia de descrença.

Os olhos de Fernandez se estreitaram. "Porque eu digo. Você está aqui para me obedecer, Anna. Não se esqueça disso."

Anna sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto lia as regras novamente, sentindo-se como uma prisioneira em uma gaiola dourada.

Quando passaram pelos portões da mansão dele, Anna ficou boquiaberta de admiração. A casa era uma maravilha palaciana, com colunas de mármore e lustres de cristal que refratavam a luz em mil tons de arco-íris. Fernandez nem sequer olhou para ela enquanto parava na entrada, seus olhos fixos em algum ponto distante além do horizonte.

"Bem-vinda ao seu novo lar," ele disse, sua voz carregada de sarcasmo enquanto abria a porta para ela. Anna saiu para o saguão opulento, seus olhos percorrendo as decorações luxuosas e as obras de arte inestimáveis que adornavam as paredes.

"Siga-me," ele rosnou, levando-a escada acima até o quarto deles. O coração de Anna disparou enquanto ela o seguia, sua mente fervilhando com pensamentos de fuga e rebelião.

Quando chegaram à porta do quarto, ele se virou para ela, seus olhos brilhando com uma luz fria e calculista. "Você vai dormir no quarto de hóspedes a partir de hoje," ele zombou, sua voz carregada de desprezo. E com isso, ele se virou e foi embora, deixando Anna com suas lágrimas, seus medos e sua determinação de escapar.

Enquanto se acomodava na cama, Anna sentiu um alívio tomar conta dela. Ela estava finalmente livre do sufocante vestido de noiva que parecia uma sentença de prisão. O pijama era macio e confortável, um alívio bem-vindo do espartilho apertado e da saia pesada. Ela fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos sobre seu casamento sem amor e o futuro assustador à frente. Mas enquanto estava deitada ali, não conseguia se livrar da sensação de estar presa naquela mansão grandiosa, sem escapatória do homem frio e distante que agora era seu marido.

Mais tarde naquela noite, enquanto estava deitada na cama do quarto de hóspedes, sua mente vagou de volta para seus pais. Ela pensou em como eles a descartaram como um peão em seu jogo de dívidas e desespero, sem remorso, desculpas ou hesitação. A dor daquela traição ainda persistia, uma ferida fresca que o comportamento gelado de Fernandez só parecia salgar.

Quando ouviu o som de passos do lado de fora da porta, pesados e deliberados, o coração de Anna disparou. A maçaneta girou, e uma figura surgiu na porta.

A figura se revelou ser uma mulher. Anna se levantou da cama, alerta. "Posso ajudar?" Anna perguntou, sua voz cautelosa.

"Oi, trouxe comida para você," a mulher respondeu, entrando no quarto com um sorriso caloroso. "O que você gostaria de comer?"

Anna ficou feliz que alguém pensou nela e não quis ser rude, então seguiu a mulher até a sala de jantar onde a comida estava servida. "Obrigada," Anna disse, sentando-se.

Enquanto dava duas mordidas, ela se virou para a mulher e perguntou: "Obrigada pela comida. Quem é você?"

A mulher olhou para ela e sorriu. "Sou Olivia. Ainda não fomos apresentadas porque você é nova aqui."

Os olhos de Anna se arregalaram de choque. "Apresentadas? Você quer dizer que você também mora aqui?"

Olivia assentiu. "Sim, eu moro. E também sou namorada do Fernandez."

Anna engasgou com a água que estava bebendo. "Namorada?" ela repetiu, sua voz mal acima de um sussurro.

O sorriso de Olivia se alargou enquanto provocava Anna, "Não pense por um segundo que você significa algo para o Fernandez. Ele é meu, e ninguém pode tirá-lo de mim. Só te dei essa comida porque você parece uma coisinha patética."

Anna ficou sem palavras, seus olhos arregalados de choque enquanto olhava para Olivia. Finalmente, ela gaguejou, "Então por que ele não se casou com você?"

A expressão de Olivia se tornou venenosa enquanto ela rosnava, "É por sua causa, bruxa! Ele queria se vingar de você. Este anel" - ela exibiu o anel de diamante em seu dedo - "é nosso anel de noivado. Depois que Fernandez te torturar o suficiente, ele vai te mandar de volta para sua família e se casar comigo. Mas não pense por um segundo que você significa algo para ele, e nem tente seduzi-lo."

Os olhos de Anna se encheram de lágrimas enquanto sentia uma sensação de ardor em seu coração. Ela queria escapar da atmosfera tóxica e se retirou para seu quarto, mas antes que pudesse dar um passo, Fernandez entrou na sala, seus olhos ardendo de fúria enquanto a olhava.

Ele não disse uma palavra, mas seu olhar perfurou Anna como uma adaga. Ele passou por ela e foi direto para Olivia, envolvendo-a em seus braços e puxando-a para um abraço apaixonado. Enquanto eles começavam a se beijar fervorosamente, Anna sentiu uma onda de vergonha tomar conta dela. Ela se virou e fugiu da cena, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto procurava refúgio em seu quarto, seu coração despedaçado em mil pedaços.

A mente de Anna corria com pensamentos, seu coração pesado de tristeza e vergonha. Ela não conseguia entender por que Fernandez a tratava com tanta crueldade e desdém. Ela se questionava repetidamente, se perguntando o que havia feito para merecer tal tratamento.

"O que eu fiz de errado?" ela pensou consigo mesma, suas lágrimas caindo como chuva. "Foi algo que eu disse? Algo que eu fiz? Por que ele me odeia tanto?"

Ela repassava cada momento de seu encontro em sua cabeça, procurando respostas que se recusavam a vir. Sua mente era um emaranhado de emoções, seus pensamentos um caos de confusão e dor.

Enquanto as lágrimas continuavam a fluir, Anna sentiu seu corpo enfraquecer, suas pernas tremendo sob ela. Ela desabou na cama, seus soluços ecoando pelo quarto. Enterrou o rosto no travesseiro, deixando suas lágrimas encharcarem o tecido.

"Por que ele quer se vingar de mim?" ela sussurrou para si mesma, sua voz mal audível. "O que eu fiz para ele?"

As perguntas giravam em sua mente como um redemoinho, puxando-a para um mar de desespero. Anna sentia como se estivesse se afogando, incapaz de escapar da dor e do sofrimento que ameaçavam consumi-la.

À medida que a noite avançava, suas lágrimas finalmente começaram a diminuir, substituídas por uma dormência que se espalhou por seu corpo como um manto. Anna ficou deitada ali, seus olhos vazios, seu coração pesado, e deixou-se cair em um sono agitado, assombrada pelos ecos de seus próprios gritos desesperados.

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