




Capítulo 4 Morra aos 25
Ninguém se importa quando eu volto para casa. Não estou surpresa. Não consigo me lembrar da última vez que meu pai ou madrasta se importaram comigo. Mesmo sendo a Alfa da matilha, tomando drogas que vão me matar a pedido deles, tudo o que sou é a filha ilegítima de um Alfa envelhecido e uma Omega humilde e sem marca.
Isso é tudo o que eu sempre serei. Ilegítima, destinada a morrer jovem e deixar a glória para os Alfas como meus irmãos e meu pai.
Embora eu tenha uma nobre pelagem branca, também sou uma Omega humilde, destinada a trazer vergonha para a família orgulhosa. Depois que todos, exceto um dos meus irmãos Alfas, morreram em batalha, as drogas que tomo me permitiram substituí-los aos doze anos, fingindo ser a Alfa que a matilha precisa.
Vou morrer aos 25 anos, as drogas vão me matar em troca da identidade falsa, mas isso é tempo suficiente para garantir que meu irmão mais novo, outro Alfa, tenha tudo o que precisa para me substituir. Nunca poderei encontrar um companheiro, mesmo que tivesse tempo, as drogas especiais removem essa capacidade.
"Bernice. Você voltou."
Meu pai e minha madrasta parecem quase descontentes por eu ter voltado, de uma batalha, nada menos. Eles não se importam com minha morte iminente. Só se importam que meu irmão esteja preparado para me substituir. Eles ficariam horrorizados com o cio que aconteceu esta noite, já que a droga deveria suprimir isso.
"Sim, pai." Não reconheço minha madrasta. Ela não é minha mãe.
Ela me olha com desdém de qualquer maneira, fazendo minha pele arrepiar.
"Fale com seu irmão," meu pai ordena. "Certifique-se de que ele saiba os detalhes. Depois você pode ir."
Meu pai diz que eu posso ir, mas é uma ordem. Franzo a testa, mas aceno com a cabeça, virando as costas para eles para ir encontrar meu irmão. A raiva queima dentro de mim, gritando sobre a injustiça do meu tratamento.
Vou morrer jovem, sem um companheiro, tudo por causa deles. Eles não conseguem nem me dar um pouco de gentileza por isso.
Encontro meu irmão na cozinha. Ele me olha como se eu o tivesse pego fazendo algo errado, e me lembro de como ele é jovem. Toda a raiva que eu tinha do meu pai e da minha madrasta se esvai.
"Venha. Deixe-me contar sobre a batalha."
Meu irmão mais novo acena com a cabeça e me segue em direção às escadas. Respiro fundo, pensando em como logo poderei ir para a cama.
Esta noite me cansou.
——
É a hora da reunião mensal dos Alfas na capital real. Landry não pensa em outra coisa desde seu encontro com a Alfa fêmea —a Omega disfarçada. Ele se lembra de como ela implorou por ajuda quando o cio a tomou, de como seu corpo parecia à luz do luar, pronto para ser tomado por Landry.
Seu lobo está ansioso para vê-la novamente, e vê-la com uma expressão séria ao seu lado na mesa não faz nada para acalmá-lo. Ele rosna sob a superfície enquanto ela olha fixamente para frente, sem fazer contato visual, ouvindo o monótono relato dos outros Alfas. Ou pelo menos fingindo ouvir.
Landry sabe que ela tem que pagar por tê-lo deixado naquela noite, por usá-lo como um brinquedo sexual e fugir. Ela deve ser punida por agir acima de sua posição, por esconder deliberadamente seu status de Omega e agir como uma Alfa de verdade. Ela não vai escapar impune.
Debaixo da mesa, fora da vista dos Alfas reunidos discutindo o progresso da guerra, Landry aproveita sua chance. Ele vai torturar essa loba. Ele vai dominá-la de uma maneira que a deixe implorando por misericórdia. Ele e somente ele a possuirá.
Os dedos de Landry deslizam pela coxa dela. Ela se contorce, tentando afastá-lo enquanto os outros Alfas continuam falando, sem perceber a batalha que ocorre entre Landry e a falsa-Alfa, mas Landry sabe que é tudo em que ela consegue se concentrar.
Seus dedos apertam a coxa dela com força. Seu lobo uiva de prazer ao imaginar as marcas de dedos que certamente está deixando na pele clara dela. Suas pernas estão fechadas com força, mas isso não vai parar Landry.
Ela vai aprender. Nenhuma Omega recusa um Rei Alfa.
Ele força as pernas dela a se abrirem e ela solta o menor gemido que ele já ouviu. Ninguém parece notar enquanto ele arrasta os dedos entre as pernas uniformizadas dela, empurrando e brincando com seu sexo, mesmo através das calças. É o suficiente para fazer seu sangue pulsar de desejo — isso pode ser um castigo, ensinando uma lição à Omega, mas Landry vai se divertir.
Ela está lutando para resistir sem chamar a atenção dos outros Alfas, tentando tanto que há lágrimas em seus olhos e seus lábios estão mordidos e vermelhos. Sua contenção não é páreo para a falta de contenção de Landry, e ele se torna mais agressivo, agarrando e provocando seu sexo até sentir a umidade através do tecido.
Sim. Esta loba não será capaz de lutar contra ele, ela vai se render.
Landry mal percebe o fim da reunião, tão focado está em sua vingança. Os outros Alfas se levantam e começam a falar com Landry, mas ele inventa desculpas.
Ele não será interrompido. Mantém a mão onde está, o rosto de Bernice tão vermelho que Landry se surpreende que ninguém mencione isso. Ele repete a mesma desculpa:
"Ah, Bernice e eu precisamos conversar. Não, não, podem ir."
Ele repete até que só restem ele e a cadela Omega na sala, sua mão ainda entre as pernas dela, ela ainda lutando contra as lágrimas e tremendo enquanto Landry a segura facilmente no lugar.
"Agora," Landry diz, com a voz baixa e perigosa. "Acredito que você me deve algo."
"Eu não acho—" Bernice começa, tentando recusar. Ela é inteligente, Landry sabe que ela reconhece o perigo em que está, reconhece o que está prestes a acontecer se não escapar.
Mas Landry não se importa.
E ele não está disposto a ouvir um não. Sua voz é fria ao se dirigir a ela.
"Você está desobedecendo as ordens do Rei Alfa?"