




Capítulo 8
Nir cavalgou o mais longe possível de sua mansão - seguindo uma rota especial onde raramente havia pessoas. Ele não queria ver ninguém; não queria ver ninguém abaixando a cabeça para ele. Urgh; ele não queria ver ninguém de jeito nenhum.
Demorou um pouco até ele finalmente chegar à caverna - a calma e isolada caverna. E descendo do cavalo, olhou ao redor para se certificar de que não havia ninguém observando. Claro, não haveria ninguém por perto. Tipo, quem iria querer vir a uma caverna abandonada?
Ele conduziu o cavalo até uma árvore e o amarrou ali.
"Boa menina" ele acariciou as costas do cavalo enquanto ele obedecia sua liderança.
Olhou ao redor mais uma vez para se certificar de que ninguém estava observando. E depois, tirou a máscara.
Sim, pela primeira vez nos últimos doze meses, Nir tirou a máscara ali ao ar livre - sem se importar com as consequências. Ele só queria ser ele mesmo, queria ter aquele tempo sozinho onde poderia ser apenas Nir e mais ninguém - como sempre fazia uma vez por ano.
Prendendo a máscara no cavalo, ele cruzou as mãos nas costas e começou a se afastar. Esse era o motivo pelo qual ele queria cavalgar sozinho.
Daphne tentou não mancar enquanto se dirigia ao quarto. Suas coxas ainda doíam, incluindo seu clitóris. Mas ela não queria que ninguém notasse sua condição. Então, tentou ao máximo andar corretamente - apesar de quão difícil era.
Mas ao chegar ao seu quarto, ela finalmente deixou tudo sair e começou a mancar.
"Ai!" Ela gemeu e se dirigiu à mesa.
"O que há de errado com você, Daphne?" A mulher sentada em frente à janela perguntou de repente, com aquele olhar severo. Ela estava se ocupando com uma agulha e linha.
"Não há nada de errado, mãe. Apenas dor de prazer" Daphne respondeu com um sorriso.
Ela pegou a água da mesa e bebeu com sede.
"Hmm. Ele finalmente te tocou, não foi?" A mulher zombou.
"Sim, mãe" Daphne respondeu com as bochechas ficando todas vermelhas. "Ele não conseguia se fartar de mim. Ele continuava e continuava..." Ela cobriu o rosto com a palma da mão e riu. "Foi tão divertido, mãe."
"Divertido? E agora, você está mancando" a mulher acrescentou de forma depreciativa e voltou a costurar.
Com seu rosto severo, ela sempre parecia uma rainha egípcia.
"Mãe..." Daphne arrastou as palavras. "Você não deveria estar feliz por mim que Nir finalmente prestou atenção..."
"Oh! Vamos, Daphne; você precisa crescer" A mulher interrompeu. "Eu seria insana de mostrar felicidade por algo tão idiota como isso. Quanto tempo vai levar para você perceber que você não é nada além de um brinquedo sexual para ele??? Ele te usa hoje, e o que acontece amanhã? Você vem chorando para mim e explicando como pegou Rhea e Iris se beijando na frente dele. Cresça, Daphne! Eu não dei à luz uma idiota."
As palavras dela feriram Daphne profundamente no peito.
"Bem, o que você espera que eu faça, mãe?" Ela deu de ombros, já parecendo frustrada. "Você espera que eu use um feitiço de amor nele?? Nada funciona em Nir, mãe, e você sabe disso."
Gentilmente, a mulher largou a agulha e se levantou.
"O que eu espero de você, minha querida filha, é dar algo que as outras mulheres ainda não deram a ele" ela fez uma pausa para deixar a curiosidade se infiltrar na mente de Daphne.
"Dê a ele um filho!"
Houve um silêncio atordoado depois disso.
"M... Mas, mãe..." Daphne engoliu em seco. "Você sabe que ele... me avisou para nunca engravidar dele. Ele faz o mesmo com todas as outras mulheres com quem teve relações. Eu não posso quebrar a regra dele, mãe."
"Oh! Por favor, pare de ser tão covarde, Daph" Sua mãe zombou. "Não importa o quão endurecido um homem seja, ele sempre age de forma diferente com o próprio filho. Então," Ela caminhou ao redor para ficar atrás de Daphne.
"Por que você não engravida dele e se preocupa com a reação dele depois?"
Daphne podia sentir seu coração batendo mais rápido. Será que era uma boa ideia? O que Nir faria com ela se ela acabasse carregando o filho dele?
Não demorou muito para que Nir chegasse ao seu destino, pois o rio não ficava muito longe da caverna - mais um motivo pelo qual ele escolheu a caverna como um lugar perfeito para deixar seu cavalo. Fazia tanto tempo que ele não caminhava por um caminho cheio de mato; fazia tanto tempo que ele não sentia a brisa natural em seu rosto. Fazia tanto tempo que ele não se sentia... ele mesmo.
Parado em frente ao pequeno e pacífico rio, as memórias frias vieram à tona - trazendo uma espécie de tranquilidade para sua alma.
Ele ficou tão perto da margem do rio, permitindo que as águas correntes molhassem seus pés. Ele ficou assim por um longo tempo e, entediado, olhou ao redor em busca de um lugar para se sentar.
O banco estava muito longe dele; e estendendo a palma da mão em direção a ele, o banco se moveu em sua direção sem ser tocado e, com um suspiro, ele se sentou.
Ele sentia falta desse dia do ano - o único dia em que podia tirar a máscara para prestar respeito ao momento...
Cruzando a perna direita sobre a outra, ele olhou profundamente para as águas e, ocasionalmente, enfiava a mão no bolso da calça e tirava o anel.
Uma parte gelada de seu coração se quebrou imediatamente quando as memórias surgiram. Era isso - era exatamente naquele dia que tinha acontecido. Aquele vigésimo quinto dia do mês.
Seus olhos sem emoção se fecharam enquanto ele girava o anel na palma da mão.