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CAPÍTULO 2B

A luz da manhã filtrava-se pelas cortinas, lançando um brilho suave sobre o quarto enquanto Xavier despertava lentamente de seu sono. Ele olhou para a mulher deitada ao seu lado, sua expressão pacífica traindo a vulnerabilidade da noite anterior. No entanto, qualquer calor ou ternura que pudesse ter permanecido dentro dele havia desaparecido com as brasas apagadas de sua paixão.

Com uma indiferença calculada, Xavier balançou as pernas para fora da cama, seu olhar fixo no horizonte distante. Ele falou com um ar de desapego, como se a noite juntos não tivesse sido mais do que um encontro casual.

"Ei, acorde!" Xavier deu um leve toque na mulher deitada em sua cama, cujo nome ele não conseguia lembrar.

Elizabeth abriu os olhos lentamente e o cumprimentou com um sorriso sedutor.

"Você é insaciável. Pronto para mais uma rodada?" ela ronronou, traçando um dedo provocantemente pelo peito dele.

A expressão de Xavier se tornou amarga, claramente desagradado.

"A noite passada foi divertida," ele comentou, seu tom desprovido de qualquer sinceridade.

"Mas é hora de você ir embora."

Os olhos da mulher se arregalaram com uma mistura de surpresa e mágoa. Ela havia esperado por algo mais, uma conexão que fosse além do físico. Ela se sentou, segurando o lençol ao redor de si, um toque de decepção cintilando em seus olhos.

"O que você quer dizer com foi divertido?" A voz de Xavier continha uma nota de frustração ao questionar a declaração dela.

"Preciso soletrar para você? A noite passada foi só diversão, mas agora estou entediado. Então, por favor, vá embora," Xavier respondeu com um tom áspero.

"Que droga! Você não pode me tratar como uma qualquer só por um momento passageiro de prazer?" A voz de Elizabeth tremia de raiva, seus olhos brilhando de indignação.

O olhar de Xavier permaneceu fixo à frente, seu tom gelado e desdenhoso.

"Eu nunca te prometi nada, Sandra, Suzie ou seja lá qual for seu nome. Isso estava claro desde o início, uma noite de paixão e nada mais. Ambos buscamos prazer, e foi exatamente isso que encontramos. É hora de aceitar isso e seguir em frente."

As sobrancelhas de Elizabeth se franziram, sua frustração evidente.

"Mas eu pensei que havia algo mais entre nós, uma conexão além do desejo físico."

Xavier soltou uma risada oca, sua voz carregada de sarcasmo.

"Oh, minha querida, não seja tão ingênua. Este é o jogo que eu jogo, e você participou de bom grado. Não há espaço para envolvimentos emocionais no meu mundo. Eu vivo pela emoção da caça e pelo prazer do momento. Esperar algo além disso seria um grande erro."

Xavier a observou se vestir, um lampejo de arrependimento cruzando brevemente suas feições. Mas nas profundezas de sua alma de playboy, ele sabia que não podia se permitir ser amarrado por emoções. Ele era jovem e gostava de sua liberdade. Havia muitas mulheres bonitas e inúmeras possibilidades, e ele continuaria sua busca pelo prazer, mesmo que isso significasse deixar corações partidos em seu caminho.

O rosto da mulher caiu, a realidade do encontro desabando sobre ela. Ela havia se deixado levar pelo charme de Xavier, apenas para ser recebida com sua frieza à luz da manhã. Ela se vestiu rapidamente em silêncio, seu coração pesado de decepção e o amargo gosto do arrependimento.

Quando ela alcançou a porta, virou-se para encarar Xavier, uma mistura de raiva e resignação em seus olhos.

"Você é um homem sem coração, Xavier Knight," ela cuspiu.

"Um dia," ela declarou, sua voz carregada com um toque de desafio, "você vai provar do seu próprio veneno, Xavier. Você acha que pode continuar vivendo assim, usando e descartando pessoas, mas marque minhas palavras, quando você menos esperar, o amor vai te encontrar. E vai te atingir mais forte quando seus modos de playboy voltarem para te assombrar."

Os olhos de Xavier brilharam com um toque de curiosidade, um momento fugaz de vulnerabilidade rompendo sua fachada composta. Ele a olhou, procurando qualquer sinal de brincadeira ou engano, mas não encontrou nenhum. Um lampejo de dúvida cruzou suas feições, embora ele rapidamente o mascarasse com um sorriso desdenhoso.

"Você me subestima," ele retrucou, sua voz carregada de arrogância.

"O amor é para os fracos. É um jogo que eu me recuso a jogar."

A mulher balançou a cabeça, um sorriso conhecedor brincando nos cantos de seus lábios.

"Veremos," ela respondeu, sua voz cheia de uma mistura de pena e antecipação.

"Ninguém é imune ao amor para sempre, Xavier. E quando esse dia chegar, você vai entender o que esteve perdendo o tempo todo."

Com essas palavras pairando no ar, ela se virou e saiu da cobertura, deixando Xavier para ponderar o peso de sua declaração. A ideia do amor o repelia, mexendo com algo profundo em seu coração guardado. Mas por enquanto, ele afastou esses pensamentos, determinado a manter seu distanciamento autoimposto.

Em vez de refletir sobre suas ações, Xavier afastou qualquer remorso persistente. Ele tinha uma reputação a manter, uma imagem a sustentar. O mundo o veria como o playboy sem remorso, o homem que se deleitava em encontros passageiros e deixava corações partidos em seu rastro.

"Mulheres, dê um dedo e elas querem o corpo inteiro," Xavier murmurou para si mesmo, um toque de frustração manchando suas palavras.

"Não é como se ela não tivesse se divertido. Eu garanti isso."

Mas como todas as outras mulheres antes dela, a manhã sempre trazia um senso de monotonia, um desfecho previsível com parceiras temporárias de cama. Xavier suspirou, o prazer fugaz desaparecendo no fundo. "Ah, bem, diversão suficiente. Hora de se preparar para o trabalho."

Com isso, Xavier assobiou despreocupadamente enquanto entrava em seu luxuoso banheiro, deixando a presença da mulher para trás como se ela fosse uma memória distante, mais um nome perdido no mar de seus encontros passados.

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