




CAPÍTULO 1A
O arrependimento corroía sua consciência, atormentando-o com o peso de sua negligência. A realização o atingiu como um raio—Aurora havia suportado uma dor inimaginável dentro das próprias paredes que ele considerava seguras. O conhecimento de seu fracasso como guardião pesava sobre ele, despertando uma determinação feroz de corrigir seus erros. Ele não seria mais um espectador passivo enquanto Aurora sofria em silêncio.
A culpa corria pelas veias de William, uma torrente implacável que ameaçava afogá-lo em remorso. Ela rasgava sua consciência, um lembrete constante das promessas que ele havia quebrado e da alma preciosa que ele havia negligenciado—Aurora, a personificação de seu juramento esquecido.
Como ele permitiu que a busca pela expansão de seu império de negócios o consumisse a ponto de abandonar a própria essência de sua humanidade? Em sua busca incessante por riqueza e poder, ele perdeu de vista a única pessoa que mais precisava de sua proteção. Aurora.
O peso de suas transgressões repousava pesadamente sobre os ombros de William, curvando-o sob seu fardo insuportável. O arrependimento corroía seu coração enquanto ele refletia sobre a passagem do tempo, os anos escorrendo enquanto ele estava cego pela ambição.
Os ecos da voz de seu falecido amigo Marco ressoavam em sua mente, suas conversas se repetindo vividamente como um refrão assombrado. "Prometa-me, William," Marco havia implorado, seus olhos cheios de confiança e vulnerabilidade. "Prometa-me que você protegerá minha preciosa Aurora, não importa o que aconteça."
Mas William havia falhado. Em sua busca incessante por riqueza e poder, ele permitiu que suas prioridades mudassem, traindo a própria essência de sua amizade com Marco. O peso de sua culpa ameaçava consumi-lo, reduzi-lo a cinzas de remorso.
Agora, enquanto a realização de sua negligência o agarrava com força implacável, um fogo se acendeu na alma de William—uma determinação fervorosa de corrigir seus erros, de restaurar sua promessa despedaçada. Ele não deixaria mais Aurora definhar nas sombras, abandonada e esquecida. Ele recuperaria sua honra e a protegeria com devoção inabalável.
Cada grama de seu ser ansiava por fazer as pazes, por proteger Aurora da escuridão que havia manchado seu mundo. As brasas de seu juramento esquecido ardiam com vigor renovado, impulsionando-o para frente, instigando-o a corrigir os pecados de seu passado. A cada passo, ele jurava desmantelar as paredes da negligência e construir uma fortaleza de proteção inabalável ao redor de Aurora.
Ele não permitiria mais que o fascínio pela riqueza e poder o cegasse para as necessidades daqueles que ele amava. No cadinho de sua culpa, emergiu um novo senso de propósito—uma resolução ardente de cumprir seu dever sagrado, de honrar a memória de Marco e de garantir a segurança e o bem-estar de Aurora.
Enquanto William estava à beira de um novo começo, ele entendia que seu caminho para corrigir as coisas não seria simples. Ele antecipava dificuldades e obstáculos, tanto do mundo ao seu redor quanto de dentro de si mesmo, enquanto trabalhava para reconstruir a conexão com Aurora que ele havia anteriormente desconsiderado. No entanto, ele se sentia preparado para enfrentar esses desafios com profundo arrependimento, uma forte determinação e uma dedicação inabalável para cumprir o juramento esquecido que havia feito.
Enquanto os olhos de William continuavam a percorrer os relatórios, uma torrente de emoções o envolveu. A culpa o lavava como uma maré implacável, pois ele havia falhado em proteger Aurora dos horrores que ela suportou dentro de sua própria casa. O peso de sua negligência pressionava-o pesadamente, despertando uma determinação feroz de corrigir seus erros. Ele não ficaria mais parado enquanto Aurora continuava a sofrer.
Fechando os arquivos, os olhos de William brilhavam com um novo fogo—um fogo alimentado pela compaixão, pelo desejo inabalável de proteger e curar. O mundo ao seu redor se tornou um borrão enquanto sua visão se cristalizava, fixada em um único propósito: proteger Aurora de mais danos, expor a verdade que havia languido nas sombras por tempo demais. O caminho à frente seria traiçoeiro, cheio de perigos, mas ele se tornaria o aliado inabalável que ela precisava, guiando-a em direção a um futuro de redenção e restauração.
Ele pegou o telefone com uma mão firme, o tom de discagem zumbindo como um antigo cântico. Com uma determinação de aço, ele discou o número de Thomas.
Enquanto o telefone tocava, ele respirou fundo, mascarando suas verdadeiras intenções por trás de uma postura composta. Quando Thomas atendeu, a voz de William carregava um tom de preocupação genuína.
"Thomas, é o William," ele começou, sua voz calma e medida.
"Tenho uma ideia, e envolve a Aurora."
Houve uma leve pausa do outro lado da linha, e William pôde sentir a curiosidade de Thomas aguçada.
"Aurora?" Thomas questionou.
William continuou, cuidadoso para manter um ar de mistério.
"Tenho uma proposta para você, uma que pode potencialmente beneficiar ambos."
A voz de Thomas, agora tingida com uma mistura de suspeita e intriga, cortou o silêncio.
"Que tipo de proposta, William? Você tem minha atenção."
William permitiu que um pequeno sorriso de conhecimento surgisse em seus lábios, sabendo que havia conseguido despertar a curiosidade de Thomas. "Prefiro discutir esses assuntos pessoalmente," ele respondeu, sua voz ainda medida. "Dada a natureza delicada da nossa conversa, acredito que seja melhor nos encontrarmos cara a cara. Você está disponível para se encontrar amanhã?"
Ele quase podia ouvir a mente de Thomas correndo, sua curiosidade lutando contra a cautela. Depois de um momento, Thomas cedeu, "Certo, estou intrigado. Vamos nos encontrar. Mas lembre-se, William, isso deve valer meu tempo."
"Eu lhe asseguro, Thomas," William respondeu, sua voz transbordando confiança, "isso pode ser um ponto de virada para ambos. Vou lhe fornecer os detalhes quando nos encontrarmos. Amanhã, digamos, às 15h."
Uma pausa fugaz se seguiu, carregada com a deliberação interna de Thomas. Finalmente, ele aquiesceu, sua voz tingida de curiosidade, mas marcada pela cautela. "Tudo bem. Onde você sugere que nos encontremos?"
A mente de William correu, considerando as opções. Ele precisava de uma maneira de encontrar Aurora, avaliar sua situação de perto e garantir seu bem-estar. "Que tal nos encontrarmos na sua casa, Thomas?" ele sugeriu, sua voz firme, mas com uma intenção oculta.
"Seria mais conveniente para mim, e eu adoraria ter a oportunidade de colocar a conversa em dia com você."
Houve um silêncio momentâneo na linha, como se Thomas estivesse surpreso com a proposta inesperada. "Minha casa?" ele respondeu, sua curiosidade aguçada. "Muito bem, suponho que isso possa ser arranjado. Vou lhe fornecer o endereço, e podemos nos encontrar amanhã à noite."
"Perfeito," William respondeu, seu coração cheio de uma mistura de antecipação e preocupação. "Agradeço sua cooperação, Thomas. Estarei lá amanhã, ansioso para vê-lo e colocar a conversa em dia."
Quando a ligação terminou, William não pôde deixar de sentir uma sensação de satisfação. Ele havia encontrado uma maneira de se aproximar de Aurora, de avaliar a situação de perto.
O encontro na casa de Thomas lhe proporcionaria a oportunidade que ele estava esperando, e ele estava determinado a aproveitá-la ao máximo.
Chegara a hora de cumprir sua promessa há muito esquecida a Marco, seu melhor amigo, de manter Aurora segura. Enquanto se preparava para o encontro na casa de Thomas, memórias do passado inundavam sua mente, lembrando-o do vínculo que eles compartilhavam.