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PRÓLOGO 3

"Onde ela está? Aquela bruxa!" Sandra exclamou, sua voz cheia de raiva e frustração.

Fixando seu olhar em Aurora, Sandra desferiu uma torrente de palavras, alimentada pela raiva e um desejo de vingança.

"Você realmente acredita que pode escapar das consequências de arruinar minha vida, sua desculpa patética de ser humano?" Sua voz fervia de veneno enquanto ela se aproximava. Seus olhos perfuravam os de Aurora, transbordando uma mistura volátil de raiva e malícia.

Sem aviso, Sandra avançou e deu um tapa poderoso em seu rosto. A força do golpe fez sua cabeça girar, sua visão momentaneamente distorcida. A dor irradiava pela bochecha de Aurora, intensificando a dor latejante que já havia se instalado ali.

Ela cambaleou para trás, sua cabeça colidindo com o canto de uma mesa próxima. Uma dor aguda e lancinante irrompeu em sua têmpora, fazendo Aurora gritar de angústia. A sala parecia girar, e ela lutou para manter o equilíbrio enquanto se agarrava à borda da mesa para se apoiar, enquanto Sandra puxava seu cabelo.

O cabelo de Aurora tornou-se um cativo involuntário, puxado com força como se estivesse prestes a ser arrancado do couro cabeludo. Lágrimas se acumularam em seus olhos, distorcendo sua visão com uma névoa aquosa. O desespero cresceu dentro dela, enquanto implorava ao tio para cessar o tormento, mas seus apelos caíam em ouvidos indiferentes. Os ecos de seus próprios gritos angustiados reverberavam pelo ar, entrelaçando-se com a dor lancinante que percorria seu corpo. Seu coração galopava em seu peito, preso por um aperto implacável de medo e angústia.

Seu olhar se ergueu, consumido por uma agonia avassaladora, e ela soltou um grito agudo de puro terror. A fúria que emanava dos olhos de Sandra e ressoava em cada sílaba de sua voz tinha um poder paralisante.

Aurora ficou congelada, petrificada pela magnitude do que sua algoz era capaz.

"Tim acabou de terminar nosso relacionamento, e é tudo por sua causa, Aurora," Sandra fervia, sua voz pingando com culpa venenosa.

Com um puxão brutal, Sandra agarrou impiedosamente o cabelo de Aurora, sua voz ressoando com uma acusação fervorosa enquanto desferia uma torrente de palavras. "Meu relacionamento está em ruínas por sua causa! Tim terminou tudo unicamente por causa da sua presença miserável. Você é uma vadia desprezível! Ele teve pena de você na festa e vergonhosamente defendeu seu comportamento vergonhoso, manchando minha reputação no processo. Ele teve a audácia de me rotular como a errada, me pintando como uma mimada!"

Ela encurralou Aurora contra a parede, seus dedos apertando seu pescoço, cruelmente cortando o fluxo de ar. Ofegando por ar, os gritos desesperados de Aurora se entrelaçavam com a dor excruciante, uma luta incessante por cada gota de oxigênio. A força de Sandra eclipsava a sua própria, dominando-a de todas as maneiras concebíveis.

"Você vai pagar por isso, Aurora!" Sandra fervia, sua mão conectando-se com meu rosto em um tapa retumbante. Suas palavras estavam cheias de malícia e desprezo. "Espere até todos verem o quão indigna você realmente é."

Outro tapa duro se seguiu, fazendo minha cabeça bater com força contra a parede. O impacto reverberou pelo meu crânio, intensificando a dor que já me consumia.

"Tá bom, já chega, Sandra," Margot chamou displicentemente, enquanto entrava na sala. "Você está estragando suas unhas por alguém como ela. Você acabou de fazer as unhas," ela repreendeu e então voltou seu olhar para Aurora.

"Meu Deus, olhe só para ela. Chame o Dr. Ross imediatamente e peça para ele cuidar dela," Margot exclamou com um ar de irritação. "Tenho uma reunião com as amigas amanhã, e simplesmente não posso deixar que minhas amigas a vejam nesse estado. Isso só daria margem para fofocas desnecessárias," suspirou, sem qualquer traço de empatia.

As palavras foram como uma adaga na alma ferida de Aurora, reforçando ainda mais sua insignificância aos olhos deles. A impotência e o desespero inundaram meu ser enquanto ela ansiava por uma fuga do tormento que assolava sua existência.

Através da névoa da dor, ela podia ouvir a risada fria de Sandra, um som que perfurava seu tormento. Ecoava em seus ouvidos, um lembrete assombroso da crueldade que a cercava. Cada momento doloroso parecia solidificar a noção de que ela não era nada mais do que um brinquedo para a diversão deles, alguém a ser submetida aos caprichos sádicos deles.

Enquanto segurava minha cabeça latejante, lágrimas escorriam pelo meu rosto, misturando-se com os restos do meu espírito despedaçado. O peso do ódio coletivo deles pressionava sobre ela, ameaçando esmagar a pouca força que restava dentro de si. Mas em meio à escuridão, um lampejo de resiliência se acendeu dentro dela—um brilho de determinação para suportar, para superar a crueldade, e um dia se libertar das correntes que a prendiam.


Com o cansaço dominando cada membro, Aurora finalmente completou suas tarefas da noite. Sua tia e prima haviam se retirado para os quartos luxuosos, deixando-a com uma porção miserável do chão da cozinha como sua cama improvisada. Enquanto se deitava, tremendo contra os azulejos frios, lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Os olhos de Aurora se encheram de lágrimas, seus ombros caindo sob o peso das palavras deles. A dor de sua gagueira, algo com que ela lutara a vida toda, parecia ampliada naquele momento. Ela ansiava por encontrar sua voz, provar seu valor, mas o medo a mantinha cativa.

Enquanto estava deitada ali, seu espírito esmagado pelas palavras duras de seu tio, ela silenciosamente prometeu a si mesma que encontraria a força para superar sua gagueira e a coragem para se defender. Na quietude solitária do corredor, ela enxugou suas lágrimas e convocou um lampejo de determinação dentro de si.

"V-vou eu algum dia e-escapar deste p-pesadelo?" Aurora sussurrou para si mesma, sua voz ecoando na escuridão silenciosa. "Um d-dia, eu vou me l-livrar e e-encontrar uma vida onde eu seja v-valorizada, onde meu e-espírito possa v-voar."

E no meio de sua angústia, um lampejo de determinação se acendeu dentro dela. Ela prometeu suportar, manter a esperança, sabendo que um dia seu sofrimento se transformaria em força, e seus sonhos a guiariam para um futuro mais brilhante.


Dr. Ross se aproximou de Aurora, que estava deitada em um pequeno colchão no chão da cozinha. Ele sentia profunda simpatia por ela enquanto examinava gentilmente seus ferimentos, notando seu estado sonolento e a dor evidente gravada em seu rosto delicado. A sala estava envolta em um silêncio profundo, interrompido apenas pelo som suave dos equipamentos médicos.

Enquanto cuidava delicadamente dos ferimentos de Aurora, ele não pôde deixar de ser preenchido por uma mistura de compaixão e culpa. Nos últimos dez anos, ele havia sido o responsável por proporcionar alívio e cura para suas lesões físicas, mas carregava o peso de sua própria inação, impedido pelo medo de perder seu emprego. O hospital onde trabalhava era propriedade dos influentes Johnsons, uma família poderosa que parecia entrelaçada com os próprios indivíduos responsáveis pelo sofrimento de Aurora.

Nas profundezas de sua mente, Dr. Ross travava uma conversa silenciosa, o peso de seus pensamentos crescendo a cada momento que passava. Memórias de Marco, o pai de Aurora, inundavam sua consciência—memórias de um homem que o apoiara altruisticamente, permitindo que ele perseguisse seus sonhos e se tornasse o médico que era hoje. A dívida que ele devia a Marco era enorme, e era hora de honrar essa dívida tomando uma atitude.

Enquanto continuava a cuidar de Aurora, uma determinação resoluta se instalou dentro de Dr. Ross. Ele sabia que não podia mais permanecer um espectador passivo; ele tinha que tomar uma posição. A necessidade urgente de libertar Aurora das garras de seus algozes pesava fortemente em sua mente.

Em meio à sala silenciosa, os pensamentos de Dr. Ross corriam, procurando uma solução, alguém que pudesse ajudar nessa busca por justiça. E então, como um farol de esperança, um nome se destacou:

Sr. William Knight.

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