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CAPÍTULO 3A

"Como você está, Thomas?" William perguntou, com um toque de formalidade na voz.

Thomas se acomodou em uma cadeira, seu olhar estreito e fixo em William.

"Eu sei que essa visita não é sobre o meu bem-estar. Então, depois de todos esses anos, por que você apareceu de repente? A última vez que nos vimos foi no funeral do meu irmão. Então, me diga, o que você quer?" Thomas perguntou, sem desviar os olhos do rosto de William.

"Quero pedir a mão de Aurora em casamento para meu filho Xavier," William disse, indo direto ao ponto.

A boca de Thomas se abriu em uma mistura de surpresa e desdém. "Aurora? Você quer que Aurora se case com Xavier?" ele perguntou, com uma expressão de desprezo.

"Sim, Thomas," William respondeu firmemente.

"Mas, William," Thomas questionou, sua descrença evidente nos olhos.

"Você está realmente sugerindo que quer que Aurora se case com seu filho, Xavier?"

William encontrou o olhar de Thomas, inabalável em sua determinação. Ele não perdeu tempo e foi direto ao ponto.

"Sim, Thomas, é exatamente isso que estou propondo. Acredito que uma união entre Aurora e Xavier trará imensos benefícios para ambas as nossas famílias."

As sobrancelhas de Thomas se franziram, seu ceticismo evidente. Ele não conseguia entender por que William consideraria tal união.

"Mas, William, você considerou as diferenças gritantes entre Aurora e Xavier? Ele é um empresário brilhante, determinado, opinativo e conhecido por seu carisma com as mulheres. Por outro lado, Aurora é bastante introvertida, não tem senso de moda e muitas vezes luta para se expressar com confiança."

William reconheceu as preocupações de Thomas com um aceno, mas permaneceu firme em sua convicção. "Sim, eles podem ter qualidades diferentes, mas são precisamente essas diferenças que os tornam complementares. A natureza livre e magnética de Xavier pode ser equilibrada pela presença centrada e espírito gentil de Aurora. Ela tem uma maneira de trazer à tona o melhor das pessoas, e acredito que pode fazer o mesmo por Xavier."

"Bem, se você está buscando minha opinião," Thomas zombou,

"então minha própria filha Sandra seria a combinação perfeita para Xavier. Ela possui elegância, destaque social e uma inteligência afiada. Se estamos considerando uma aliança matrimonial, quem melhor do que meu próprio sangue?" Thomas deixou claro que não tinha intenção de deixar Aurora aproveitar essa oportunidade.

William estava bem ciente da reputação de Sandra Johnson.

Ela era uma loba em pele de cordeiro, uma pessoa esnobe e egocêntrica que mostrava pouco respeito pelos outros. A ideia de uma aliança com ela estava fora de questão. Ele permaneceu resoluto em seu desejo de que Aurora fosse a escolhida para se casar com Xavier. No entanto, sabia que precisava navegar pela situação com cautela, garantindo não ofender Thomas no processo.

"De fato, Sandra é, sem dúvida, uma jovem notável," William reconheceu, cuidadoso com suas palavras.

"No entanto, Aurora ocupa um lugar especial no meu coração. Ela é filha do meu querido amigo, Marco, a quem eu considerava um irmão. Suas últimas palavras para mim foram um pedido para cuidar dela. No meio de construir meu império de negócios, lamento ter negligenciado essa promessa. Agora, acredito que é hora de cumpri-la, e que melhor maneira de cuidar dela do que torná-la minha nora?"

Thomas resmungou, claramente na defensiva.

"Você está insinuando que eu não tenho cuidado da minha própria sobrinha?"

William rapidamente esclareceu,

"De forma alguma, Thomas. Você sem dúvida tem provido para Aurora à sua maneira. Mas depois de conhecê-la, vi algo especial nela. Acredito que ela é a pessoa que pode trazer o melhor do meu filho, Xavier. Se alguém pode domar seu espírito selvagem, é Aurora."

Thomas permaneceu visivelmente indiferente, sua mente ocupada com sua própria agenda. Ele sabia que seus planos futuros dependiam de ter controle sobre a herança de Aurora, que lhe havia sido confiada como tutor até ela completar 21 anos. Se Aurora se tornasse parte da família Knight, sua influência e controle sobre ela diminuiriam significativamente, colocando em risco seus planos cuidadosamente elaborados desde a morte prematura dos pais dela.

William notou a mudança no comportamento de Thomas e perguntou com preocupação, "O que há de errado?"

Thomas teimosamente reiterou sua posição, recusando-se a ceder. "Mantenho minha crença de que uma aliança deve ser forjada entre Xavier e Sandra," ele afirmou firmemente, determinado a manter Aurora fora da equação.

A resposta desdenhosa de Thomas não desanimou William. Ele entendeu que, para mudar a opinião de Thomas, precisava apelar para sua natureza gananciosa. O dinheiro sempre foi um poderoso motivador para ele, então William decidiu fazer uma oferta que seria difícil para Thomas recusar.

"Thomas, entendo sua perspectiva, mas vamos considerar os benefícios financeiros dessa aliança," William começou, com um brilho de astúcia nos olhos. "Se Aurora se tornar parte da nossa família, ela trará consigo uma herança substancial. Como seu tutor, você ainda terá um papel significativo na gestão de seus bens. No entanto, ao unirmos forças, nossas famílias podem desbloquear ainda mais riqueza e influência."

Ele fez uma pausa, permitindo que suas palavras fossem assimiladas.

"Pense nisso, Thomas. Juntos, podemos criar uma poderosa rede de recursos e oportunidades que beneficiará ambas as nossas famílias por gerações. O potencial para prosperidade financeira é imenso."

William se inclinou mais perto, seu tom cheio de convicção.

"Alinhando nossos interesses e unindo nossas fortunas familiares, podemos construir um legado que superará qualquer coisa que poderíamos alcançar separadamente. É uma oportunidade para garantirmos um futuro próspero para nossos filhos e solidificarmos nossas posições na sociedade."

Ele sabia que atingir o ponto fraco de Thomas com a promessa de riqueza e influência seria difícil de resistir. William esperou, esperando que sua proposta tivesse tocado um ponto sensível na ganância interior de Thomas.

As sobrancelhas de Thomas se ergueram em interesse, sua ganância momentaneamente despertada. Ele se recostou na cadeira, cruzando os braços, um sorriso presunçoso surgindo nos cantos dos lábios. "Ah, é? E o que exatamente esse acordo tentador envolve?"

William se inclinou para frente, sua voz baixa, mas persuasiva.

"Se você concordar com essa aliança entre Xavier e Aurora, eu não apenas garantirei o bem-estar e a posição social de sua sobrinha, mas também lhe fornecer os recursos e conexões necessários para avançar suas aspirações comerciais. Nossas famílias entrarão em uma parceria que nos beneficiará, não apenas financeiramente, mas também em termos de influência social e crescimento."

Thomas tinha pouca preocupação com o bem-estar de Aurora, mas os benefícios potenciais que poderiam surgir do arranjo eram inegavelmente atraentes para sua natureza gananciosa.

Os olhos de Thomas se estreitaram enquanto ele considerava a proposta de William. Ele sabia que alinhar suas famílias poderia abrir portas para novas oportunidades e elevar seu status na sociedade. Era uma oferta que apelava à sua natureza ambiciosa, e ainda assim, uma centelha de dúvida surgiu em sua mente.

"Que garantias você pode me dar, William?" Thomas questionou, seu tom carregado de ceticismo. "Como posso confiar que você cumprirá suas promessas?"

O olhar de William permaneceu firme, sua voz cheia de convicção. "Thomas, dou-lhe minha palavra de que honrarei nosso acordo e garantirei a felicidade e o sucesso de sua sobrinha. Além disso, fornecerei garantias por escrito e proteções legais para salvaguardar seus interesses. Esta aliança não é apenas um arranjo passageiro; é uma parceria construída com base na confiança e no benefício mútuo."

Thomas ponderou a oferta, sua mente lutando com os ganhos potenciais e os riscos envolvidos. Sua ganância guerreava com seu instinto de proteger a reputação e o futuro de sua família.

O apelo do acordo provou ser irresistível, pois Thomas não podia ignorar a potencial riqueza e influência que as conexões com os Knights trariam. Além disso, ele sabia que havia métodos alternativos para garantir a herança de Aurora, com ela residindo na casa dos Knight fornecendo a cobertura perfeita para suas intenções sinistras. Um sorriso malicioso materializou-se em seu rosto enquanto ele pesava meticulosamente as vantagens e desvantagens de seu plano maligno.

"Muito bem, William. Concordo com sua proposta para o casamento entre Aurora e Xavier," declarou Thomas, sua voz tingida com um toque de ganância. "No entanto, para garantir total clareza e segurança, eu me sentiria mais à vontade se pudéssemos formalizar tudo por escrito. Você entende, é sempre sábio ser cauteloso."

Suprimindo um toque de diversão, William manteve uma postura composta, reconhecendo que Thomas havia caído diretamente em sua armadilha.

"De fato, Thomas, todo acordo prudente merece um contrato bem elaborado," William respondeu suavemente. "Antecipei seu desejo por garantias, por isso já preparei os documentos necessários delineando os termos de nossa aliança. Podemos revisá-los e finalizá-los juntos para garantir que nossos interesses estejam protegidos."


Na cozinha, Aurora despejava chá fumegante nas delicadas xícaras, suas mãos tremendo de nervosismo.

Ela sabia que não devia irritar seu tio, especialmente quando ele estava na presença de um convidado importante como o tio William. Equilibrando cuidadosamente a bandeja de xícaras de chá, ela fez seu caminho de volta para a sala de estar.

Com Thomas absorto na análise dos documentos, Aurora entrou na sala, seu comportamento tímido enquanto segurava cuidadosamente a bandeja nas mãos. Mas, em um momento de infeliz desajeitamento, seu pé prendeu na borda do tapete, fazendo-a tropeçar. O conteúdo da bandeja, incluindo o chá quente, derramou-se sobre a mesa, deixando uma pequena mancha nos documentos.

O rosto de Thomas se contorceu de raiva enquanto ele se levantava abruptamente.

"Olhe o que você fez, sua desajeitada!" ele berrou, seus olhos ardendo de fúria.

Aurora estremeceu com o grito, suas mãos tremendo enquanto tentava limpar a bagunça. William ficou horrorizado com o comportamento de Thomas e a maneira como ele falava com sua própria sobrinha.

"Thomas, acalme-se. É apenas um pequeno derramamento," William disse firmemente, tentando acalmar a situação.

"Como posso me acalmar?" ele fervia, sua voz cheia de frustração. "Ela acabou de arruinar os documentos!"

"Respire fundo," William disse, levantando-se de seu assento. "Entendo sua frustração, mas não há necessidade de pânico. Podemos fazer um novo contrato para substituir o danificado." Ele falou em um tom suave, esperando aliviar a tensão na sala.

Mas Thomas não se acalmava facilmente.

"Não posso acreditar nisso! Essa garota é tão desajeitada! Não sei como ela vai conseguir manter a casa do marido em ordem," ele zombou.

A cabeça de Aurora se abaixou de vergonha enquanto ela continuava a limpar a bagunça em silêncio, seu coração pesado de humilhação. William sentiu uma onda de raiva e pena pela jovem. Ele não podia suportar vê-la sendo tratada assim.

Enquanto Thomas continuava a repreender Aurora, a mente de William corria com planos para tirá-la dessa situação. Ele sabia que precisava protegê-la e dar-lhe uma vida melhor, longe desse homem cruel.

Mas, por enquanto, ele precisava se concentrar em acalmar Thomas.

"Não é culpa dela, Thomas. Acidentes acontecem. Vamos seguir em frente," William disse, seu tom firme.

Thomas sentou-se de má vontade, mas William podia ver a ganância em seus olhos. Ele sabia que Thomas estava interessado no casamento apenas pelo ganho financeiro que isso traria. William fez uma anotação mental para ficar de olho nos preparativos do casamento e garantir que Aurora não fosse prejudicada.

Enquanto Aurora saía silenciosamente da sala, o coração de William se compadeceu dela. Ele sabia que ela merecia muito mais do que essa vida de servidão e abuso. Ele jurou fazer tudo ao seu alcance para ajudá-la.

Amanhã de manhã seria o momento crucial em que ele precisaria convencer Xavier.

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