




Capítulo 6: Todo mundo é burro
"Clara," ele disse, inclinando-se para que ela pudesse ouvi-lo por cima da música, "você gostaria de ir para um lugar um pouco mais tranquilo? Tem algo que eu quero te mostrar."
Clara hesitou, olhando para suas amigas. Jessica estava profundamente envolvida em uma conversa com um grupo de garotos, Emma discutia animadamente algo com um colega, e Sophie ainda dançava, completamente imersa na música. Todas pareciam despreocupadas e totalmente envolvidas em sua própria diversão.
Vê-las tão felizes e à vontade deu a Clara a confiança para sair um pouco da sua zona de conforto. Ela assentiu, permitindo que Marcus a conduzisse para longe da multidão agitada. Enquanto caminhavam, ele lhe entregou outra bebida. Ela aceitou, sentindo o efeito do álcool começar a criar uma sensação agradável e turva.
Marcus a guiou pela mansão, o barulho da festa desaparecendo ao fundo. Eles passaram por corredores elegantemente decorados e salas luxuosas até chegarem a uma grande porta de madeira. Marcus a empurrou, revelando uma biblioteca lindamente decorada, com paredes forradas de estantes repletas de livros. A sala estava suavemente iluminada, um brilho suave emanando de alguns abajures bem posicionados, criando uma atmosfera aconchegante e íntima.
"Uau," Clara suspirou, olhando ao redor maravilhada. "Isso é incrível."
Marcus sorriu, claramente satisfeito com a reação dela. "Achei que você poderia gostar. É um dos meus lugares favoritos na casa. Podemos conversar aqui sem todo aquele barulho."
Clara tomou outro gole de sua bebida, sentindo o calor do álcool se espalhar por seu corpo. Sua mente estava agradavelmente turva, os pensamentos se misturando de uma maneira que era ao mesmo tempo reconfortante e desorientadora.
Marcus a levou até um sofá macio perto da lareira, onde se sentaram. Ele se virou para ela, sua expressão suavizando. "Eu queria te conhecer melhor, Clara. Tenho te notado na aula e sempre tive curiosidade sobre você."
Clara sentiu um frio na barriga com as palavras dele. "Sério? Nunca pensei que alguém como você sequer notaria minha presença."
"Alguém como eu?" Marcus riu, balançando a cabeça. "Você é incrível, Clara. Você é inteligente, gentil e linda. Não pude deixar de me sentir atraído por você."
Suas bochechas coraram com os elogios, e ela tomou outro gole de sua bebida, sentindo suas inibições derreterem. "Obrigada, Marcus. É muito gentil da sua parte dizer isso."
Ele estendeu a mão e gentilmente segurou a dela, seu toque enviando um arrepio pela espinha dela. "Estou falando sério. Queria falar com você há muito tempo."
Marcus se inclinou, seu olhar fixo nos lábios dela. O coração de Clara batia forte no peito, seus nervos e o álcool criando um turbilhão de emoções. Quando o rosto dele se aproximou do dela, ela instintivamente virou a cabeça, desviando da tentativa dele de beijá-la.
"Ah, desculpa," ela gaguejou, sentindo uma onda de constrangimento e confusão. "Eu só... não tenho certeza."
Marcus recuou um pouco, sua expressão uma mistura de surpresa e compreensão. "Tudo bem, Clara. Eu entendo." Ele lhe deu um sorriso reconfortante, embora houvesse um brilho de algo indecifrável em seus olhos. "Que tal outra bebida?"
Clara hesitou, mas depois assentiu. "Claro, obrigada."
Marcus se levantou e caminhou até uma mesa lateral onde havia uma variedade de bebidas. Ele preparou um novo coquetel e trouxe de volta para ela, o copo brilhando na luz suave. "Aqui está," ele disse, entregando a bebida com um sorriso. "Este é um pouco mais doce. Acho que você vai gostar."
Clara aceitou a bebida, suas mãos tremendo levemente. Ela tomou um gole, a doçura do coquetel mascarando a força do álcool. Estava delicioso, e ela sentiu o calor se espalhar por seu corpo novamente, suavizando a apreensão que sentira antes.
"Obrigada," ela disse suavemente, olhando para Marcus. "Estou um pouco nervosa, acho. Tudo isso é novo para mim."
Marcus assentiu, seu sorriso retornando. "Entendo, Clara. Sem pressão, tá? Vamos apenas aproveitar a noite e a companhia um do outro."
Eles continuaram a conversar, e Clara gradualmente relaxou novamente, o álcool e a atitude descontraída de Marcus ajudando a acalmar seus nervos.
À medida que a conversa continuava, Marcus se inclinou mais perto, seu olhar caloroso e sincero. "Clara, você sabe, você é realmente bonita," ele disse suavemente.
Clara sentiu suas bochechas corarem de um rosa profundo. "Obrigada," ela murmurou, olhando para sua bebida. "Mas eu não acho. Ninguém presta atenção em mim na escola. Eu me sinto invisível a maior parte do tempo."
Marcus franziu a testa, balançando a cabeça. "Bem, então todos na escola são burros. Eles claramente não veem o que eu vejo."
O coração de Clara deu um salto com as palavras dele. Havia algo tão genuíno na maneira como ele disse isso, uma convicção que a fez se sentir especial, vista de uma maneira que nunca havia sentido antes. Ela olhou para ele, seus olhos encontrando os dele.
Antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, Marcus se inclinou novamente, sua intenção clara. Desta vez, Clara não se afastou. Ela sentiu uma onda de calor e antecipação quando os lábios dele tocaram os dela, gentilmente no início, depois mais insistentes.
Ela fechou os olhos, permitindo-se se perder no momento. O beijo era tudo o que ela havia imaginado que poderia ser—suave, terno e cheio de uma intensidade doce que fez seu coração disparar. Clara sentiu-se derretendo no beijo, o ambiente ao redor deles desaparecendo até restar apenas Marcus, seu toque e a sensação vertiginosa de ser beijada pela primeira vez.