




2 - Vermelho cereja
O carro esportivo dele era uma antiguidade, pintado de vermelho cereja, e absolutamente adorável. Apenas mais uma coisa que atraía as pessoas para ele. Só tinha espaço para duas pessoas, claramente não era um carro de família. O motor roncou quando ele o ligou, engatando a marcha à ré enquanto o estacionava ao lado do sedã dela.
"Olha, me desculpe." Ele disse, observando seus rapazes prepararem as correntes de reboque. "Só a suíte de lua de mel. Sem encontro. Eu não estava tentando te deixar desconfortável." Ele olhou de volta para ela. Ele estava sorrindo novamente, mas desta vez sem covinhas.
"Desculpe, Henry. Eu sei que o Jace acha que vamos nos dar bem, mas parecemos tão diferentes." Ela se moveu para ficar atrás dele enquanto observavam seus rapazes tirarem o carro da vala. "Você é muito gentil por fazer isso por mim. Mal consigo pagar as prestações desse carro, mas tenho que te pagar algo pelo que está fazendo."
"Rose, estou tentando te levar para sair há 6 meses. Só um encontro. Se você decidir que nunca mais quer sair comigo, eu vou entender. O acordo vai continuar e eu vou parar de te incomodar. Você pode até nos encontrar lá, assim você tem uma saída se não quiser ficar. Embora estejamos pegando um táxi, já que todos planejamos beber. Não muito, mas o suficiente para que eu não possa ser visto saindo pelo xerife no meu próprio carro." Ele riu. "Vou garantir que você tenha um táxi para casa se quiser começar conosco. Por favor, só diga sim."
"Tá bom." Ela sorriu para ele. "Um encontro."
"Ótimo." Lá estava, aquele sorriso incrível. Ela não sabia como ele fazia isso, mas ele ficava ainda mais bonito quando o sorriso chegava aos olhos. "Devo te buscar às seis? Ou você prefere nos encontrar?"
"Ei, chefe! Já está pronta. Vamos voltar para a oficina."
"Espera!" Rose subiu na traseira do caminhão e abriu a porta do passageiro, puxando quatro sacolas.
"Aqui, me passa elas." Henry estava ao lado dela, com os braços estendidos para ela.
"Obrigada." Era bom olhar para ele de cima.
Ele colocou as sacolas no chão enquanto ela fechava a porta. Ele estendeu a mão novamente. "Aqui, deixa eu te ajudar a descer." Ela estendeu a mão para ele, mas suas mãos fortes encontraram sua cintura, levantando-a. Ela se sentiu flutuando. Quando ficaram olho no olho, ela engoliu em seco, sua respiração ficou presa no peito. "Pronto. Por que você não me deixa te levar para casa? Podemos trocar números e eu te ligo mais tarde para te informar como está o seu carro." As mãos dele descansaram na cintura dela por mais tempo do que o necessário, mas ela não conseguiu encontrar sua voz, então apenas assentiu. Ninguém jamais imaginaria que um cara como ele a perseguiria. Não duas vezes na vida, de qualquer forma. A mente de Rose vagou perigosamente perto de Carlyle, mas ela o afastou. O fato de Henry lembrar o pai de seu filho era uma das principais razões pelas quais ela tinha evitado sair com ele em primeiro lugar.
Pegando as sacolas, ele as colocou no porta-malas. Depois foi até a porta dela, abrindo-a para ela. Os charmosos são os que você deve tomar cuidado. Ela pensou consigo mesma. Ele entrou no carro pela porta, mas ela podia facilmente imaginá-lo escalando e entrando no conversível. Teria sido divertido de assistir. Ela riu sozinha, e quando ele perguntou, ela admitiu que esperava vê-lo fazer exatamente isso. Os olhos dele brilharam para ela mais uma vez, e ela se perguntou o que ele estava pensando.
Quando chegaram à entrada da casa dela, ele não decepcionou. "A maioria das mulheres acha esse tipo de comportamento grosseiro e desnecessário. Jace está sempre me dizendo para parar de agir como um crianção."
"Sério? Quem quer viver a vida sem realmente viver? Aposto que Jace era um daqueles garotos que comprava brinquedos e os deixava na caixa. Qual é a graça disso? Por que ter um brinquedo se você não vai brincar com ele?" Ela disse, com a cabeça encostada no banco, aproveitando o vento que passava pelos seus cachos cor de vinho.
O riso grave dele mexeu com ela por dentro. Ele era do tipo perigoso. Mas como uma mariposa atraída pela chama, mesmo sabendo que corria o risco de se queimar, ela simplesmente não conseguia evitar. "Sabe, eu já gosto muito de você. Você é diferente."
"É mesmo? Você diz isso. Mas por quê? Porque estamos na companhia um do outro há meia hora? Ou porque é uma frase que funciona com a maioria das garotas?" Ela virou a cabeça apenas o suficiente para olhá-lo.
"Eu não preciso usar frases com garotas. Elas geralmente tentam usá-las em mim. O fato de você ter feito nada além de me recusar já é diferente. Não fico tão animado com um encontro há séculos. Quantos encontros você teve desde Jace, afinal?" Ele estacionou bem em frente à varanda da pousada, para a diversão dela, ele não se deu ao trabalho de usar a porta, e simplesmente pulou para fora.
Ela não conseguiu evitar o rubor que subiu em suas bochechas enquanto sorria para ele. Ele se apoiou na lateral do carro, seu rosto perto o suficiente para que ela pudesse sentir o cheiro de menta em seu hálito. "Eu não saí com ninguém desde Jace."
"Sério?" Ele parecia genuinamente surpreso.
Rose balançou a cabeça, "Sabe, a maioria das pessoas não é seguida pelo sexo oposto e implorada para sair em encontros constantes. Aposto que você já saiu com cinquenta mulheres desde então." Ela abriu a porta, empurrando-o para trás.
"Eu não saio com ninguém há mais de um ano. Desde antes de você e Jace, então, na verdade, você teve mais ação do que eu recentemente." Desta vez foi Henry quem corou, passando a mão pelo cabelo.
Ela o encarou por um momento antes de explodir em risadas. "Espero que Jace não tenha te dito que houve alguma ação. Nós nem sequer nos beijamos."
Henry sorriu para ela, "Eu sei. Isso pode te surpreender, mas é uma das razões pelas quais ele achou que nós dois poderíamos gostar da companhia um do outro. Meu último relacionamento terminou muito mal, e eu não estou procurando me envolver em nada agora. Eu não saio muito. Eu só tenho o Jace, e ele está sempre ocupado."
A porta da pousada se abriu com força, e um adolescente magro e desengonçado, com cabelo loiro dourado, saiu correndo e deu a volta no carro. Aqui estava, Henry descobriria que ela tinha um filho e fugiria para as colinas. "Meu Deus, olha esse carro. É incrível!" Henry cruzou os braços sobre o peito, parecendo bastante satisfeito com a reação.
"Ela é uma beleza, não é? Um Chevy Roadster 1959. Fiz a maior parte do trabalho sozinho." Ele sorriu, claramente gostando da atenção que seu carro estava recebendo.
"Tão lindo. Mãe, eu preciso de um carro assim." Os olhos do garoto saltaram para Rose.
Henry parecia chocado por um momento antes de se recompor. "Mãe? O Jace sabe que você tem um filho?"
"Se ele não te contou, provavelmente não sabe. Não é exatamente algo que você conta para um cara quando começa a sair com ele." Rose corou, sua mão acariciando a porta do carro.
"Vocês dois saíram por quase dois meses... E não é?" Ele olhou para ela surpreso, "Parece bem importante para mim." Ele franziu a testa, e Rose sentiu seu coração começar a bater forte contra as costelas.
"Bem..." Ela não sabia o que dizer.
"Cara, se você está saindo com minha mãe, você me leva para dar uma volta? Ou me ensina a dirigir? Minha mãe é péssima nisso. Ela me faz dirigir 8 km abaixo do limite de velocidade e não me deixa sair das estradas secundárias." Os olhos azuis de Kai brilhavam de excitação.
"Querido, calma." As mãos de Rose se levantaram, agitando um pouco. "Vamos começar com as apresentações. Henry, este é meu filho, Kai. Ele tem 15 anos. Kai, este é Henry. Ele mora ao lado e é meu mecânico."
Henry sorriu para ela por um momento antes de estender a mão. "Prazer em te conhecer, Kai. O que sua mãe não mencionou é que eu sou o sortudo que conseguiu um encontro com ela amanhã. Se tudo correr bem, talvez ela me deixe te levar para dar uma volta. Mas essa máquina não seria um carro para aprender a dirigir. Talvez quando você tiver sua carteira de motorista."
"Espera, o quê? Você não vai cancelar?" Henry e Kai a encararam incrédulos.
"Depois de todo o meu esforço? Você não vai se livrar de mim tão facilmente. Ei, Kai, entra lá e desliga o motor, depois puxa a chave. Sua mãe tem mantimentos no porta-malas que você deve levar para dentro." Kai se animou, rindo enquanto se acomodava no banco do motorista. Henry se aproximou de Rose, chegando perto o suficiente para sussurrar. "Você realmente não pensa muito bem de mim, não é?"
"P-por que você diria isso?" Ela quase tropeçou nos próprios pés quando ele pegou sua mão, segurando-a perto.
"Você simplesmente assume que porque você tem um filho eu vou fugir? Você pode ser honesta. Você também deve deixar as pessoas decidirem o que elas podem lidar." Enquanto ele a puxava mais para perto novamente, ouviu Kai abrir o porta-malas.
Rose podia sentir as lágrimas queimando no fundo dos olhos. "Olha, Henry, isso é fácil de dizer. Mas por quase 6 anos eu falei logo de cara que tinha um filho, e geralmente nem consegui uma chance para um primeiro encontro. Assim que os caras descobriam que eu tinha esse tipo de 'bagagem', eles desapareciam rapidamente. Além disso, eu não tenho interesse em simplesmente pular na cama com eles e eles perdem o interesse. Até o Jace fez isso. Eu me convenci rapidamente de que provavelmente passaria o resto da minha vida sozinha." Sua mão livre tocou o peito dele, impedindo-o de puxá-la mais para perto. O coração dele batia ritmicamente sob sua mão.
"Rose." Os olhos dele a observavam tristemente, seus dedos empurrando uma mecha de cabelo para trás da orelha dela. "Você foi muito machucada, não é?" Ela desviou o olhar dele, e ele soltou sua mão. "Olha, eu não vejo seu filho como bagagem. Nenhuma criança, mesmo que esteja quase se tornando adulta, merece ser tratada assim. Espero poder provar para você que nem todos são assim. E isso vai começar amanhã. Esteja pronta às 5:30. O táxi estará na minha casa às 6." Kai voltou correndo para fora da casa então. "Ouviu isso, Kai? Certifique-se de que sua mãe esteja pronta para nosso encontro às 5:30 amanhã, ok?"
"Sim, senhor! Ela estará pronta." Kai sorriu.
"Eu te ligo mais tarde sobre o carro." Henry entrou no próprio carro, exatamente como ela havia imaginado mais cedo, e sorriu. Acenando enquanto saía da entrada.
"Mãe, esse cara é incrível. Você tem que fazer isso dar certo." Kai se virou para ela seriamente. Ela nunca o tinha visto tão animado com um dos seus encontros. Ele geralmente odiava quando ela saía com alguém.
"Estou começando a pensar assim também." Rose riu.
"Vamos, eu vou te ajudar a escolher algo bonito para vestir." Ele pegou a mão dela, puxando-a para dentro da casa.