




A Taverna - Parte 1
"Muito obrigada, meu amor."
Ela sorriu ao aceitar o copo de limonada da garotinha atrás do balcão, que sorriu ao receber o dinheiro.
"De nada. Volte sempre!" A menina respondeu com um sorriso radiante enquanto a mãe da garota sorria por trás dela, e Ophelia acenou ao sair da pequena lanchonete.
O verão havia chegado à cidade. A estrada era ladeada por uma folhagem verde exuberante que parecia congelada no calor de agosto. Ophelia demorou-se nas sombras antes de permitir que os raios de sol aquecessem seus ombros nus. Ela gostava do calor, mas a sombra entre as árvores lhe proporcionava o alívio necessário. Ela queria descer a leve inclinação pulando como fazia quando criança, mas em vez disso, caminhou. Não era uma atração turística, e não havia muitas pessoas andando na estrada asfaltada. Ela sempre se sentia conectada a um lugar quando explorava os becos onde as pessoas comuns residem. Podia observar como viviam e como seguiam suas vidas diárias, e essas pessoas sempre a aproximavam da cidade que estava visitando. Ophelia havia feito compras em algumas pequenas boutiques locais e comprado uma calça preta e uma camisa branca simples.
Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado, suas botas de trabalho estavam nos pés, e aqueles óculos de aviador estavam em seus olhos, e ela se sentia viva ao se banhar no sol. Ela parou em um café local, comeu um almoço simples e ficou olhando pela janela para os poucos moradores na rua. A rua se tornava um abraço visual para sua imaginação, com pessoas andando, conversando, de mãos dadas e de braços dados. Ela sorria involuntariamente enquanto observava os transeuntes. Sua atenção foi atraída por um casal em particular. Uma garotinha puxava o braço do pai, um sorriso alegre e caloroso no rosto iluminando o caminho enquanto caminhava com ele. Ela falava com o pai em uma voz pequena, mas animada, enquanto ele caminhava atrás dela, rindo e sorrindo. Quando passaram por ela, a garotinha lhe deu um sorriso completo, que ela retribuiu e acenou para ela.
Seu olhar voltou para o pai, e enquanto eles se afastavam, Ophelia continuou a observá-los. Depois de um tempo, a garotinha começou a correr, e o pai a perseguiu, segurando-a nos braços. Logo, ele a balançava no ar enquanto os gritos excitados dela enchiam o ar, e o rosto de Ophelia foi agraciado com um sorriso triste, seus olhos se enchendo ligeiramente. Ela balançou a cabeça e entrou no café, onde, depois de lavar o rosto no pequeno banheiro, tirou a camisa branca da bolsa e a vestiu sobre a regata que estava usando.
O sol estava se pondo e a temperatura estava caindo, o que a fez sentir frio. Depois de colocar a camisa para dentro da calça de forma arrumada e deixar o primeiro botão aberto, ela saiu para a cidade, que agora estava vividamente iluminada com neon. É incrível como uma cidade pode se transformar de um ambiente quente e tranquilo para um cheio de luzes, agitação, pessoas e vida.
A noite chega à cidade na quietude de um azul profundo, sempre iluminada, sempre acordada, sempre com um coração pulsante. A cidade ganha vida com música e luz no limiar da noite, quando ainda há a força do dia, mas a suavidade da noite. Cada cor brilhante obtém seu bilhete de embarque para o mundo dos sonhos na canção de ninar grafite. Enquanto ela caminha pela calçada iluminada em direção à cidade movimentada, sua alma é mais uma vez iluminada por uma nova luz. As pessoas começaram a se reunir para aproveitar e dançar a noite toda. Nas noites de sexta-feira, as pessoas deixam seus respectivos trabalhos e voltam para casa para desfrutar de um jantar farto com suas famílias e passar a noite com seus entes queridos que os esperam pacientemente em casa. Os casais de mãos dadas passam por ela, suas risadas enchendo seus ouvidos. As garotas conversam e riem em antecipação à noite que está por vir, e no meio de tudo isso, ela caminha com um sorriso no rosto, testemunhando a cidade ganhar vida. Este era seu refúgio, e essa era a razão pela qual ela amava tanto voar. Poder viajar para novos lugares, descobrir novas cidades, culturas e pessoas, perder-se e redescobrir-se no meio delas.
Quando suas pernas estavam cansadas de caminhar pela cidade colorida, ela entrou em uma taverna. Seu olhar vagou pela taverna enquanto ela se sentava nos banquinhos do bar. A taverna absorvia o clima dessa boa noite, desde a rotação lenta dos ventiladores até a luz reclinada do entardecer que logo se tornaria um negro estrelado. "O que posso trazer para você?"
Ela se virou para encarar o barman quando ouviu sua voz. Com um sorriso no rosto, ele era bastante cativante. "Por que você não me surpreende?"
Com uma piscadela e um sotaque bem pronunciado, ela sugeriu, e o sorriso dele se alargou.
Ela se inclina lentamente em direção ao balcão, com o cotovelo apoiado no balcão e o queixo descansando na palma da mão. Seu olhar estava fixo no barman, que girava habilmente as garrafas em suas mãos, ocasionalmente olhando para ela.
"Um Jägermeister, por favor." A voz grave chamou sua atenção para a esquerda, e um sorriso discreto surgiu em seus lábios.
O calor de seu olhar chamou a atenção do homem, e com um sorriso, ele brindou com uma voz baixa, "Ora, se não é a nossa Capitã!" Seu sorriso se alargou com os comentários dele.
"A essa altura, sinto-me tentada a perguntar!" Sua voz baixou um pouco enquanto ele se inclinava mais perto da mulher sentada no banquinho do bar. "Você está me seguindo, Sra. Jade?"
Ele se inclinou tão perto dela que ela podia sentir sua respiração quente roçando em sua pele.
Ela o empurrou para trás com a palma da mão firmemente em seu ombro esquerdo.