




Capítulo 6 A separação
Depois que Emma terminou de falar, ela se virou e saiu do banheiro, com Anna logo atrás. O corredor do hospital parecia congelado no tempo. Elas se encararam, seus olhares praticamente soltando faíscas no ar. A tensão era tão densa que era difícil respirar. A raiva de Emma por Anna estava no auge.
"Você é uma falsa!" Emma cuspiu, sua voz gelada. "Você incriminou George só para conseguir o que queria. Até onde você pode descer?"
Anna não recuou, um sorriso frio brincando em seus lábios. "Que engraçado, uma órfã patética ousa me insultar! Você realmente acha que jogar a carta da 'justiça' te faz melhor do que eu?"
"Sua falta de vergonha me dá nojo!" Emma retrucou, sua raiva ardendo. "Você faz qualquer coisa para conseguir o que quer. É repugnante!"
"Repugnante?" A voz de Anna pingava sarcasmo. "Estou apenas lutando pela minha felicidade do meu jeito. E você acha que pode competir comigo por algo que nunca foi seu para começar?"
"Competir?" Emma estava tão furiosa que mal conseguia se controlar. "George e eu fomos arranjados para casar por Charles, e isso faz parte do seu plano, não é?"
"Se você estivesse tão segura de si, não estaria aqui." Anna deu um passo à frente, seus olhos brilhando. "Divorcie-se dele! Você precisa deixá-lo!"
"Eu nunca vou me divorciar dele." Emma encarou de volta, suas mãos cerradas, seu coração decidido.
Emma sabia que essa discussão era inútil. Ela se virou e deixou o Hospital TeleHealth, indo para outro lugar, o Hospital CyberMed, para mulheres e crianças.
Enquanto esperava do lado de fora da clínica pré-natal, ela observava as mulheres grávidas ao seu redor, todas com seus maridos ou familiares, seus rostos radiantes de felicidade. Ela sentiu uma pontada aguda de tristeza, um contraste gritante com sua solidão. George não estava com ela; ele estava com Anna.
De repente, houve uma comoção, e a equipe do hospital correu. "Abram caminho! Uma mulher está em trabalho de parto!"
O coração de Emma deu um salto, e ela olhou na direção do barulho. Ela viu uma jovem grávida, pálida e segurando a mão do marido, medo em seus olhos. O marido segurava sua mão firmemente, sua voz calma e tranquilizadora, "Não se preocupe, estou bem aqui com você. Tudo vai ficar bem."
Emma ficou momentaneamente atordoada, sentindo uma onda de inveja e ciúmes. Ela observou o casal, desejando que alguém estivesse ao seu lado com um apoio tão inabalável.
A sala de parto era um formigueiro de atividade, com os médicos trabalhando incansavelmente para ajudar a mulher em trabalho de parto. Emma estava hipnotizada, rezando silenciosamente pela mulher, "Espero que ela tenha um parto seguro."
Antes que o tratamento da mulher terminasse, os resultados dos exames de Emma chegaram. Felizmente, tudo estava normal, e o bebê estava saudável.
Emma caminhou lá fora por um longo tempo antes de lentamente voltar para casa. Ela costumava amar essa casa, amava esperar aqui por George. Mas hoje, ela finalmente percebeu que era apenas um peão em um jogo maior, sentindo-se menos culpada.
Mas agora, essa casa parecia uma prisão, sufocando-a.
Quando viu George sentado no sofá com uma expressão sombria, seus antigos sentimentos por ele começaram a desaparecer.
"Onde você esteve todo esse tempo? Está vendo outros homens? Foi ver a Anna?" Suas perguntas atingiram Emma como um balde de água gelada, fazendo-a sentir frio por todo o corpo.