




Capítulo quatro
Ponto de Vista de Jace Já faz uma semana e eu não consigo parar de pensar na mulher com a voz linda. O que há de errado comigo?! Algo assim nunca me aconteceu antes. Por que agora? Por que aqui? Ela nem é o tipo de mulher com quem eu costumava sair. Quando vi Eliana pela primeira vez na escola, pensei que ela fosse casada. Porque ela estava com uma menininha. A menina se parecia tanto com ela, mas, no mesmo dia, vim a este restaurante e a vi novamente. Foi quando percebi que ela não usava aliança. Então comecei a vir todas as noites. Este é o lugar onde janto todos os dias durante minha estadia nesta cidade. Só para poder vê-la. Eu me certificava de que ela nunca me pegasse olhando para ela. Já sei quando o turno dela começa e quando termina. Sorte minha que a disposição do restaurante estava a meu favor. Há uma mesa no canto onde você pode sentar e ver todos e tudo o que acontece no restaurante. Eu me certificava de sentar lá na maioria das vezes. Exceto quando já estava ocupada antes de eu chegar. No dia em que esbarramos um no outro, a expressão que ela fez quando me olhou foi de reconhecimento. Pensei que ela me reconhecesse como um famoso jogador de futebol. Mas do jeito que ela se aproximou de mim na segunda vez que nos encontramos no restaurante e perguntou se eu era novo na cidade? Foi aí que percebi que ela não me conhecia. Talvez eu deva tentar chamá-la para sair, só para me divertir mais enquanto estou na cidade. Hoje eu pretendia falar com ela novamente. Estava com o capuz levantado e sentado no restaurante. Meu pedido já havia sido feito. A comida chegou, mas foi servida por outra pessoa e não por Eliana. Como está escrito no crachá dela. Até o nome dela é bonito. Outra pessoa serviu minha comida, mas eu mantive meus olhos em Eliana enquanto ela servia outra mesa ocupada por um casal de idosos. Ela parecia desconfortável por um momento e estava olhando ao redor. Me perguntei o que estava passando pela cabeça dela, ou quem ela estava procurando. Droga!!! Fui pego no flagra por ela porque nossos olhos se encontraram e eu não pude negar. Havia um olhar de reconhecimento estampado no rosto dela. Imediatamente, a culpa tomou conta de mim. Eu podia sentir meu corpo ficando tenso. Fingi me concentrar na minha refeição. Por que eu estava me sentindo assim?! Ela apenas olhou na minha direção. Ela então desviou o olhar e voltou às suas tarefas. Ufa Soltei o ar que não percebi que estava segurando. Ok, talvez eu precise ver um médico. O que há de errado comigo?! Por que estou me comportando como uma adolescente cujo crush acabou de sorrir para ela?! Isso não é típico de mim. Ela trouxe outra refeição para a mesa bem na minha frente. Agora eu já tinha terminado meu jantar, mas continuei bebendo do meu copo para me manter ocupado até conseguir chamar a atenção dela. "A conta, por favor" falei rapidamente com ela antes que ela se afastasse. Ela olhou na minha direção e assentiu. "Eliana, certo?" Olhei para o crachá dela quando ela voltou com minha conta.
Ela assentiu com um sorriso muito rápido que apareceu e desapareceu em um segundo. "Eu estava me perguntando se você sabe onde posso fazer compras de supermercado." Coloquei o dinheiro na conta que ela me deu antes. Ela parecia agitada. "No supermercado, eu acho. Por quê? Nossas refeições são tão ruins assim?" Ela brincou. "Na verdade, são muito boas. Mas há algumas coisas que preciso ter no meu lugar. Sendo novo na cidade e tudo mais." Relaxe na cadeira enquanto olhava para ela. "Ah, você é o mesmo homem rabugento do outro dia." Ela disse. "Rabugento?!... Não, eu não era." Ela riu. "Sim, você era. Posso te dar direções de onde você pode fazer as compras. Você pode me encontrar lá fora em cerca de 30 minutos. Isso se você puder esperar." Ela olhou para o relógio de pulso. "Claro. Eu vou esperar." Levantei-me para sair e esperei até que ela saísse. 35 minutos depois, estávamos em um ponto de ônibus mais distante do restaurante. Eliana me deu as direções. Mas ela disse que poderíamos pegar o ônibus, pois era o mesmo caminho que ela estava indo. Eu rapidamente concordei. Agora estávamos no ônibus, sentados do mesmo lado. Eu me apresentei apenas pelo meu primeiro nome. Embora, eu ainda quisesse confirmar se ela realmente não sabia quem eu era. "Então... você realmente não sabe quem eu sou?" Olhei para ela com uma expressão séria. Ela parecia perdida. "Você é um serial killer ou algo assim?!" Ela falou com a sobrancelha franzida. Ela me fez rir. "Não!... O que eu quis dizer foi... nós esbarramos um no outro... tipo, uma semana atrás... em uma escola... 'Estrelas Voadoras'! Acho que é o nome da escola." Eu me perdi nas palavras. Eliana arregalou os olhos em reconhecimento. "Oh meu Deus!... É por isso que sua voz parecia familiar. Eu sabia que te conhecia de algum lugar, mas não conseguia lembrar de onde." Ela riu. A risada dela é tão bonita. Suspirei aliviado. Foi por pouco. Ela realmente não sabe quem eu sou e eu quase a deixei curiosa sobre isso. Fiquei feliz que ela não sabe quem eu sou. Vou manter assim com ela. "É aqui que eu desço." Ela me trouxe de volta dos meus pensamentos. Chegamos ao ponto dela. Ela me disse que a próxima parada é onde eu deveria descer e também me descreveu onde eu encontraria o supermercado. Agradeci antes que ela saísse. "Bem... Isso é um bom começo." Eu disse em voz alta com um suspiro de alívio. Isso pode ser mais fácil do que eu pensei. Ainda estava me perguntando por que isso estava acontecendo. Eu nunca faço a perseguição. As mulheres sempre vinham atrás de mim. Mas com ela, estou disposto a chamar sua atenção. Meus pensamentos foram interrompidos quando o ônibus parou. Olhei ao redor pela janela de vidro do veículo e pude ver o supermercado, mas não ia entrar lá. Eu só precisava de uma desculpa para falar com ela sem parecer muito desesperado, ou pior, ser rejeitado imediatamente. Vou convidá-la para sair amanhã.