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Capítulo 5

Atravessei o limiar e o cara, segurando meu cotovelo, me conduziu mais adiante pelo corredor. O corredor estava vazio. As portas estavam fechadas e não havia uma única pessoa à vista. Joe caminhava na frente, segurando minha mão firmemente. Ele estava em silêncio, me deixando cada vez mais nervosa. Viramos uma esquina e um arrepio percorreu meu corpo. A porta se abriu e Dean saiu do quarto, abotoando a camisa.

“E aí, pessoal,” o cara riu, colocando o paletó por cima.

“Você está indo embora?” Perguntou meu acompanhante, parando na frente dele.

“Sim,” respondeu o homem de cabelos castanhos, arqueando uma sobrancelha enquanto me examinava cuidadosamente.

Baixei a cabeça, tentando não olhar nos olhos dele. Essa pessoa está forçando meu cérebro a trazer de volta minhas memórias. A trazer de volta o que eu estava tentando desesperadamente fugir.

“Eu vou mostrar a ela. Vá embora,” Dean disse severamente, e Joe me soltou.

Meus olhos se arregalaram com o que ouvi.

“Não!” Gritei, agarrando a mão de Joe. “Por favor, não deixe ele me levar.” O cara balançou a cabeça e puxou a mão da minha.

Dean me puxou para perto e balançou a cabeça para meu acompanhante. Joe se virou e desapareceu na esquina, me deixando sozinha com esse monstro disfarçado de um jovem atraente.

“Adoro a maneira como você reage a mim,” Dean sussurrou no meu ouvido.

Engoli em seco e comecei a rezar para que ele não fizesse nada comigo. Para não terminar o que comecei.

“Não tenho tempo para você agora, então você vai para o James,” o cara se endireitou, pegou minha mão e me puxou para a saída do prédio. O ar fresco bateu no meu rosto assim que saímos da casa. O cara caminhava com passos rápidos até parar. Surpresa com suas ações, esbarrei nas costas dele. Ele se virou para mim e franziu os lábios. A luz do sol caía sobre seu rosto e seus olhos esmeralda brilhavam ainda mais. Ele sorriu para mostrar suas covinhas e revirou os olhos levemente. Ele estava envergonhado? É porque estou olhando para ele? Achei que esse cara não tivesse esse sentimento.

“Você sabe dar um nó em uma gravata?” sussurrou o cara, abaixando os olhos.

Ele puxou a franja para trás e seus olhos verdes voltaram para os meus.

“Então, o que acha?” Dean perguntou novamente.

“É realmente você?”

“O quê?” Seus olhos pareciam confusos e ele começou a esperar minha resposta.

“Você é sempre um bastardo rude e lascivo,” soltei o que há muito queria dizer na cara dele.

“Posso trazer o bad boy de volta se você quiser,” sua testa franziu e o sorriso desapareceu do rosto.

“Acabei de perceber que este lugar te puniria de qualquer maneira.”

Fiquei em silêncio, percebendo que tinha estragado tudo.

“Bem, vai dar o nó na minha gravata?” O sorriso voltou ao lugar e os esmeraldas verdes brilharam novamente.

“Sim,” sorri, provavelmente pela primeira vez nesta cidade. Nesta maldita cidade.

Ele pegou minha mão gentilmente e me levou até o carro dele. Fiquei um pouco tensa com essa mudança rápida de humor. Espera, o que a gravata está fazendo no carro dele? Não é um armário. “Pare. Não vou a lugar nenhum com você.” Arranquei minha mão, recusando-me a ir mais longe.

“Por que não?”

“O que uma gravata está fazendo no carro?”

“Está lá,” respondeu o cara e me olhou intrigado.

“No carro?”

“Ok, eu tenho muitas roupas sobressalentes no porta-malas,” Dean levantou as mãos, mostrando que protestava para que eu parasse de bombardeá-lo com várias perguntas.

Eu gosto mais desse cara brincalhão do que do vulgar e nojento.

“Vamos?” sussurrou o cara, pegando minha mão gentilmente, como se tivesse medo de me assustar.

Coloquei minha pequena mão na dele e o segui até o estacionamento. Ele abriu o porta-malas e meus olhos se depararam com várias camisetas, jeans e outras coisas.

“Este é o seu armário?” Eu ri e o cara ficou envergonhado.

“Veja, roupas sobressalentes são sempre necessárias. Existem diferentes situações,” seu sorriso desapareceu e um sorriso maroto apareceu em seu lugar.

Ele me puxou para o carro e se aproximou demais do meu ouvido, com os lábios ele puxou lentamente o lóbulo da minha orelha. Meu corpo estremeceu e meu coração bateu várias vezes mais rápido do que o normal.

“O que você está fazendo?” minha voz falhou, mostrando medo.

"Por exemplo, eu posso rasgar seu casaco agora mesmo e transar com você. Então você vai precisar de roupas sobressalentes e eu posso facilmente te dar," suas mãos persistentemente rastejaram por baixo do meu casaco. "Por favor, não," fechei os olhos e imediatamente senti a ausência do corpo dele. "Eu estava brincando," o cara riu e eu abri os olhos surpresa.

"Senhor," suspirei e me encostei no carro.

"Então, você vai dar o nó na minha gravata?" Dean perguntou novamente e sorriu, mostrando as covinhas nas bochechas.

"Pegue logo."

O cara foi até o porta-malas e começou a revirar as roupas, procurando a coisa certa. Olhei pela janela, observando o interior de couro do carro. No encosto do banco estava pendurada exatamente a coisa que o jovem estava procurando.

"Dean!"

"Sim?" O cara levantou a cabeça, olhando para mim com curiosidade.

"Acho que encontrei sua gravata," apontei para o banco.

O homem de cabelos castanhos abriu a porta e entrou no carro, pegando o objeto. Talvez ele não seja tão ruim quanto parece? Talvez Rosie estivesse certa? Eu definitivamente me apaixonei por esse cara engraçado. Me apaixonei pelo seu lado bom.

"Gravata," o cara se endireitou e me entregou a gravata.

Joguei-a sobre o pescoço dele e comecei a fazer os nós.

"Não deixe o Jay irritado," Dean sussurrou, abaixando a cabeça para observar minhas ações.

"O quê?" Parei e olhei para cima. "Obrigada."

Meu olhar voltou para a gravata, percebendo que já a tinha amarrado.

"Eu não entendo." Balancei a cabeça, dando um passo para trás. "Por que todos vocês me dizem para ficar longe dele?"

"Ele está esperando por você. Vamos, eu te levo." O humor do homem de cabelos cacheados mudou e agora, agarrando meu cotovelo com força, ele me conduziu para dentro do prédio. "Responda-me!"

"Cale a boca! Apenas cale a boca, ok?" O cara começou a gritar, acelerando os passos.

O que esse loiro está escondendo? Um passado terrível? Família? Sentimentos? Ele mesmo? Entramos no prédio ao lado do edifício à esquerda. Dean me conduziu silenciosamente por corredores escuros com guardas em cada esquina. Havia uma tensão total no ar. "Vá," o cara me soltou e acenou com a cabeça para a porta fechada, antes de bater nela.

Ele desceu rapidamente os degraus, me deixando sozinha com um medo repentino. Abri a porta silenciosamente e entrei.

"Parece que você quer saber tudo sobre mim," uma voz rouca ecoou na sala.

Um frio percorreu minha pele, e minha respiração ficou ofegante. James estava sentado de costas para mim, olhando pela enorme janela panorâmica.

"Eu..." minha voz falhou e eu me calei.

"Eu sei o que você está perguntando a todos. Eu sei do que você está falando com todos. Eu sei de tudo," o cara se virou e seus olhos frios rapidamente encontraram os meus. "Vou te contar o que você precisa saber. Sente-se," Jay disse em tom de comando.

Engoli em seco e fui até o sofá, me sentando lentamente. Seus olhos observavam cada movimento meu, o que me deixava muito constrangida.

Ele fechou os olhos e suspirou: "Eu sou James Williams Foster. E esta é minha cidade com minhas regras."

Seus olhos se abriram, me enchendo de terror. Olhos azul-escuros, como o céu em tempo de tempestade, me encaravam.

"E você não tem ideia do que está se metendo se fuçar no meu passado," ele bateu com o punho na mesa e todo o conteúdo caiu no chão.

Sua voz era fria e sem emoção. Seus olhos traíam poder. Seus músculos mostravam força. Ele era quem estava no controle. Fechei os olhos quando ele de repente se levantou da cadeira.

"Se você acha que pode me enganar," ele fez uma pausa, se aproximando de mim. "então você está errada."

"Eu não..." A voz falhou, mas consegui protestar. "Eu não quero."

"Mentiras," o cara rosnou, inclinando-se sobre meu ouvido.

Afundei no sofá, tentando aumentar a distância entre nós. Entre mim e o monstro. Ele se endireitou e caminhou até a janela, olhando para seu domínio.

"Você não vai fugir de mim," uma voz fria e autoritária. "e se tentar, quando eu te encontrar," ele se virou e olhou nos meus olhos. "Você estará em grandes apuros."

Exalei pesadamente, fechando os olhos. Eu não vou desistir. Eu não vou desistir.

"Você já parou de ter medo do Dean?" Juro que ouvi ele sorrir.

Abri os olhos e encarei a parede oposta. Meus pensamentos ficaram comigo. Você nunca sabe o que uma palavra mal pronunciada pode causar.

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