




Capítulo 8
Beth manteve o sorriso no rosto, mas estava perplexa. Ela estava preocupada que seu parceiro perdesse o interesse nela e começasse a adorar a outra mulher. Ela não quer que isso aconteça, mas se a outra mulher se mudar para a casa dele, eles terão que fingir estar felizes por causa do avô dele, e eventualmente acabarão se apaixonando.
Din perguntou, "Você está bem?"
"Ah?"
Ele disse, "Sua mente não estava mais aqui."
Beth deu uma risada nervosa. "Você deveria se casar com ela. Isso é algo que eu não me oponho. Não vou me preocupar com nada, desde que você concorde em continuar me visitando depois que se casar."
Din colocou a mão na bochecha dela e a beijou. "Claro, por que não? Eu te adoro. Mesmo quando me casar com ela, continuarei te visitando."
"Você teve a oportunidade de conhecê-la?" Beth foi quem iniciou a conversa.
Com um aceno de cabeça, Din expressou sua insatisfação com a situação atual. "Não, não tive," ele disse.
"Você não a viu?"
"Não consegui fazer isso. Meu avô me mostrou uma fotografia dela. Ela é feia." Din mentiu. Ele não quer que Beth se preocupe com sua segurança.
Beth perguntou, "Posso ver a foto?"
Din fez uma careta enquanto dizia, "Eu a rasguei depois de bater nela com meu taco mil vezes," demonstrando como destruiu a foto com a mão.
Din permaneceu sério enquanto Beth começava a rir. "Você está falando sério?" ela perguntou.
"Eu estava falando sério," Din disse. Ele se levantou e começou a andar pela sala. "Preciso visitar o Will. Gostaria de falar com ele sobre algo."
Beth se levantou e também ajeitou suas roupas.
"Quer que eu te leve para casa?" Din ofereceu. Beth balançou a cabeça e garantiu que ficaria bem depois de pedir um Uber para casa. "Tudo bem. Cuide-se e me ligue quando estiver pronta. Ok?" Beth sorriu e assentiu. Din a abraçou para se despedir antes de ir para seu quarto se arrumar.
Din se sentiu mal por contar tudo a Beth, mas não tinha escolha, e ficou aliviado por ter feito isso. Como ela teria reagido se descobrisse que ele se casou com outra mulher sem contar a ela? Din não quer que ela se sinta traída de nenhuma forma.
Ele se sentiu aliviado por ela entender. Ele se despiu e foi ao banheiro se lavar. Seu avô já tinha feito isso antes, e agora ele estava fazendo de novo.
Se houvesse um troféu para fazer alguém ficar chateado, seu avô deveria receber um.
Din não acha que algum dia perdoará seu avô pelo que ele fez, e muitas vezes se pergunta como sua irmãzinha pode ser tão calma sobre tudo e perdoar tão facilmente. Seu avô falhou com os dois, e ele o despreza por isso. Quando recebeu a notícia da morte dos pais, ele se lembrou de sua irmã chorando. Ele ficou entorpecido o tempo todo, e mesmo depois de ser liberado do hospital, se recusou a ir à escola e decidiu ficar em seu quarto.
Sua irmã era a única pessoa que ele deixava entrar em seu quarto. Ninguém mais chegava perto. Os empregados só entravam para lhe oferecer o jantar e retirar os pratos da mesa.
Seu avô ficou bastante ocupado, e ele se perguntava se estava triste com a morte de seu filho e nora.
Din sabia que seu avô era o tipo de homem que nunca mostrava emoção, mas ele deveria estar triste pela perda de seu filho. Din não tinha certeza se conseguiria voltar a se divertir como antes, quando seus pais ainda estavam vivos, mesmo que seus primos tentassem fazê-lo se sentir valorizado em tudo o que faziam pela casa.
Enquanto começava a se lavar, sentiu a água fria escorrer pelo corpo. Din pegou o sabonete e apressadamente começou a se ensaboar, ficando cada vez mais irritado ao pensar em Jessie e em seu avô. As declarações de seu avô o enfureciam ainda mais. Como ele pôde fazer isso com o neto? Forçá-lo a se casar com uma mulher por quem ele não tinha sentimentos?
O que havia de errado com Beth? Ela era uma mulher adorável que poderia fazer um bom papel. Din tinha certeza de que ela faria um trabalho melhor do que a própria Jessie, porque era educada e linda, mas seu avô não queria isso. Ele queria que as coisas fossem feitas do seu jeito, não do jeito que os outros queriam.
Ele gostava de estar no controle.
Din estava no banheiro há cerca de trinta minutos. Ele saiu e se secou. Vestiu roupas diferentes das que usava para trabalhar. Colocou uma roupa mais casual. Um par de jeans e uma camiseta. Penteou o cabelo, pegou as chaves e saiu pela porta.
Entrou no carro e foi visitar Williams.
Will tinha falado com ele mais cedo, e os dois haviam combinado de se encontrar no local de trabalho dele. Will também trabalhava na indústria de tequila. Ele era uma pessoa bem conhecida que cumpria os objetivos dos pais em vez de seguir os próprios sonhos. Seu pai o proibiu de seguir o sonho de se tornar jogador de futebol. Como era filho único, o pai de Will queria que ele continuasse o nome da família.
Seus pais o adoravam, e ele sempre foi um grande apoiador de Din. Eles tinham seus próprios rituais. Encontravam-se duas a três vezes por mês para tomar uns drinks e conversar sobre qualquer coisa, e escolheram esses intervalos curtos por causa das agendas ocupadas.
Din parou o carro completamente. Acenou para seu amigo que estava com as mãos nos bolsos. Din disse, olhando pela janela aberta, "Você deveria ter me esperado lá dentro."
Williams se aproximou dele. "Não consegui esperar mais. Quando você ligou, fiquei curioso para saber sobre o que queria conversar. Era sobre seu avô de novo?" William riu. "Ele é o único que consegue te irritar."
Din saiu do carro depois de abrir a porta. "Neste ponto, são dois." Para garantir que a porta estava trancada, ele a fechou e apertou o controle remoto.
"Agora são dois? O que exatamente você quer dizer?" Will perguntou.
Din envolveu o ombro do amigo com o braço. "Vamos, vamos falar sobre isso com algumas cervejas."