




Cicatrizes ocultas
Jessie pegou sua bolsa instantaneamente e procurou seu telefone. Quando o encontrou, não estava pensando direito. Discou o número de Taylor e, em um toque, a voz de Taylor foi ouvida do outro lado da linha.
Com preocupação, ela perguntou: "O que aconteceu, Jessie?"
A voz trêmula de Jessie falou: "Ele foi embora, Taylor. Ele simplesmente foi embora." Ela continuou a chorar ao telefone.
Taylor entendeu que o encontro não tinha ido bem. "Calma, Jessica. Espere por mim aí. Estou a caminho." Ela desligou o telefone e o colocou sobre a mesa. Sentia-se entorpecida. Seus olhos estavam inativos. Estavam fixos no chão. A mulher perfeita tinha ido embora. Tudo o que restava era uma pessoa lamentável tentando assimilar o que acabara de acontecer.
"Jessica!" Ela ouviu a voz de Taylor enquanto Taylor corria até ela. Jessie sentiu como se fosse morrer ao ver sua amiga correndo em sua direção.
"Taylor," chamou com a voz trêmula enquanto as lágrimas continuavam a descer pelo rosto.
Taylor a envolveu com os braços. "Você está bem. Eu estou aqui." Ela soltou Jessie e olhou para seu rosto. O muco já tinha manchado a roupa de Taylor. "Ai, querida, agora você estragou sua maquiagem e meu vestido." Ela começou a rir e Jessie também. Taylor pegou uma cadeira e sentou-se ao lado dela. Ela segurou as mãos de Jessie nas suas. "O que exatamente aconteceu?" perguntou. Soltou as mãos de Jessie quando viu mais muco ao redor do nariz dela. Pegou um lenço de seu bolso e entregou a Jessie.
Jessie fungou enquanto calculava a quantidade que precisava. Usou o lenço para limpar o nariz e olhou de volta para Taylor, que estava sentada à sua frente.
"Leve o tempo que precisar, querida," disse Taylor. Jessie queria chorar de novo, mas segurou. "Você pode deixar sair, Jessica. Nossa! Você não precisa ser perfeita na minha frente. Ok? Está tudo bem chorar quando se sente triste."
Jessie assentiu. "Eu contei tudo para ele, mas ele culpou você e não quis aceitar. Eu não sabia que ele tinha tanta raiva dentro dele. Ele estava realmente bravo, Taylor. Você deveria ter visto."
Taylor suspirou. "Eu te disse que ele não era o cara certo se não te apoia."
"Oito anos se foram assim."
Taylor sentiu tristeza pela amiga. Levantou-se e ajudou Jessie a se levantar. "Eu sei o que vai te animar. Vamos te levar para casa primeiro."
"Bom dia, meu amor." Uma mão feminina levantou as cobertas enquanto procurava seu amado na cama. Ela retirou o tecido do rosto quando percebeu que ele não estava lá.
A mulher podia vê-lo ajustando a gravata em frente ao espelho. Ela se enfiou de volta debaixo das cobertas. "Vejo que você já está vestido e pronto para ir ao trabalho." Debaixo do cobertor, sua voz exausta murmurou.
Din Cooper se aproximou da mulher. Subiu na cama e se inclinou contra ela, removendo a coberta do rosto dela lentamente. Enquanto ela olhava em seus olhos azuis como o oceano, ela gemeu mais uma vez. Ela deu um sorriso caloroso. "Sra. Cooper, você é deslumbrante." Ele a beijou suavemente nos lábios.
Quando ele a chamou assim, Beth ficou radiante. "Sra. Cooper, é?" ela perguntou enquanto o beijava de volta. "Eu adoro o som disso."
Din sorriu. "Será seu em breve." Ele se levantou, mas ela o puxou de volta para si.
"Você precisa sair hoje?" Ela perguntou. "Que tal passar o dia inteiro comigo?" Propôs.
Enquanto se sentava na cama, Din suspirou. Beth sentou-se ereta e fixou o olhar nele. "Beth, estou realmente ocupado. Preciso me encontrar com o cliente e entregar os manuais para Khalid. Você sabe como é o Vovô, afinal." Ele massageou a bochecha dela com a mão. O rosto dela repousou na mão dele.
"Ele não gosta de mim." Ela afirmou.
"Isso não é verdade. Ele gosta de você, mas nem sempre está disposto a demonstrar seus sentimentos."
"Querido, ele me olha com desgosto." Beth suspirou e revirou os olhos. Ela o ajudou a ajustar a gravata. "De qualquer forma, certifique-se de chegar cedo em casa. Preparei uma surpresa agradável para você."
A expressão de Din se iluminou. "Uma surpresa?" Ele perguntou. "Você pode me dizer o que é?"
Beth riu e balançou a cabeça lentamente. "É por isso que se chama surpresa. Boba." Ela deu um sorriso gentil. "Vem cá." Din deu um passo à frente. Ela o abraçou e envolveu os braços ao redor dele. Ele a puxou para mais perto. Ela inalou o ar ao redor deles antes de soltá-lo. "Faça o seu melhor. Tenho um pressentimento de que hoje será um dia fantástico para você. Já consigo sentir isso!" Din estava sorrindo porque ela não conseguia parar de sorrir.
Ele ficou encantado ao ver Beth sorrir. Seu avô poderia estragar suas chances com ela.
Din não entende por que seu avô não gosta de Beth. Ela é educada e atraente. Ela se veste bem e é uma pessoa maravilhosa. Às vezes, ele até se pergunta de que planeta ela veio. Se você lhe perguntasse, ele diria que não era da Terra.
"Então tá. Certifique-se de se divertir também. Olha isso." Ele pegou seu cartão de crédito e entregou a ela. "É só para compras."
Ela recusou o cartão. "Mas eu ainda tenho dinheiro comigo. Não terminei de gastar o que você me deu da última vez."
"Pegue, querida, você é uma princesa, deve ser tratada como tal." Ele pegou o cartão de crédito e colocou na palma dela. Ele se levantou da cama e deu um beijo em seus lábios. "Certifique-se de se divertir. Papai volta logo." Ela acenou para ele, e ele retribuiu o aceno.
Din saiu do quarto com sua mala de trabalho e as chaves do carro.
Enquanto mexia com o cartão de crédito, Beth sorriu. Como ela acabou com um homem tão bom e atraente? Ela se perguntava.
Din saiu do carro, pegou sua pasta e caminhou até a porta da frente depois de estacionar na garagem.
Seus funcionários o cumprimentaram enquanto ele entrava no prédio.
Ele passou toda a adolescência aprendendo a criar carros e a ser bem-sucedido, assim como seu avô. No começo, ele tinha medo de aprender como um carro funciona porque foi o mesmo carro que causou a morte de seus pais e, sempre que pensava naquela noite, lembrava da dor.
Ele tinha apenas quatorze anos quando o acidente aconteceu.
Din lembrou-se do que havia ocorrido na noite do acidente. Seu avô tinha discutido com seu pai. Ele não sabia sobre o que eles discutiam, mas podia ver como seu pai estava zangado quando pegou a mão de sua mãe e saiu para o carro.
Seu pai o segurou junto, mas Din não podia questionar para onde estavam indo naquela hora da noite. Tudo o que ele tinha que fazer era obedecer.
Seu pai dirigiu na estrada com raiva e seus olhos não estavam focados na pista. Antes que percebessem, um caminhão se aproximou em alta velocidade e atingiu o lado do carro. Seu pai perdeu o controle do freio e o carro entrou em uma estrada estreita e livre. Ele lutou para parar o carro, mas não conseguiu, e se tirasse os olhos da estrada, o carro poderia seguir em outra direção, o que ele estava tentando evitar.
Din estava tremendo enquanto segurava o cinto de segurança com força. Sua mãe tentava dizer que tudo iria ficar bem, mas em sua mente, ele sabia que nada iria ficar bem.
Um estrondo alto foi ouvido. Din foi tentado a olhar o que havia acontecido e era o caminhão. Havia fogo vindo em sua direção. Parecia que tinha batido em uma enorme pedra.
"Din!" seu pai gritou enquanto Din se virava para focar. Sua mão ainda segurava o cinto de segurança. "Quero que você faça algo para mim."
"Ok?" sua voz trêmula respondeu.
"Não tenha medo. Apenas feche os olhos enquanto faz o que vou te dizer para fazer." Seu pai segurou a mão de sua mãe com força. Din podia ver como suas mãos estavam apertadas enquanto lágrimas rolavam por suas bochechas. Ele entendeu a mensagem. Todos iriam morrer. "Desaperte o cinto de segurança, abra a porta lentamente e pule para fora." seu pai explicou.
"O quê? Eu... Eu não posso fazer isso." ele gaguejou. Seu coração estava batendo rápido. Mais rápido do que o normal.
"Você tem que fazer isso. Você tem que sobreviver primeiro. Ok? Agora faça o que estou te instruindo!" seu pai gritou. Ele sabia que não podia segurar o carro por muito tempo e, se seu filho não saísse rápido, os três morreriam. Ele não se perdoaria se algo acontecesse ao seu filho. Seu filho era inocente em tudo isso.