




Capítulo 6: Pergunta inesperada
Depois de deixar Sasha em sua casa, fui direto para a casa do meu melhor amigo, Brad. A viagem, que levou cerca de trinta minutos, me ofereceu a chance de refletir sobre nossa amizade, que tem sido uma constante na minha vida desde a infância.
A família de Brad morava em uma mansão palaciana que era simplesmente impressionante. Ao me aproximar da entrada, os imponentes portões de ferro, altos e intrincadamente desenhados, eram um testemunho de sua riqueza. James, o porteiro sempre familiar, reconheceu meu carro e, com um aceno amigável, abriu os portões com eficiência, permitindo minha entrada.
A visão que me recebeu ao entrar era de tirar o fôlego. O vasto terreno, meticulosamente paisagístico e adornado com jardins exuberantes, parecia pertencer a um mundo diferente. Estacionei meu carro com cuidado, atento para não perturbar a ordem impecável do lugar, e coloquei as chaves no bolso.
A família de Brad, com toda sua riqueza e influência, havia conquistado um lugar nas camadas mais altas da sociedade. Seu pai, um político experiente, exercia poder e carisma em igual medida. Enquanto isso, a mãe de Brad, a Sra. Meyer, mantinha seu próprio manto de sucesso como a força motriz por trás de uma das marcas de roupas mais renomadas do mundo.
O vínculo entre nossas mães, formado durante os dias de colégio, resistiu aos anos, evoluindo para uma amizade profunda. Essa conexão, por sua vez, solidificou a amizade entre Brad e eu. Era quase como se nossos destinos estivessem entrelaçados pela amizade duradoura de nossas mães.
Enquanto caminhava em direção à entrada principal, uma voz atrás de mim me cumprimentou. Era James, o porteiro sempre leal.
"Bom dia, Sr. Ivan," disse ele, com um sorriso caloroso, me dando as boas-vindas de volta à grandiosidade da casa de Brad.
"Bom dia, Sr. James," respondi com um aceno. "O Brad está em casa?"
Antes que James pudesse responder, o som estridente de uma buzina cortou o ar, desviando nossa atenção. James agiu prontamente, apressando-se até o portão e, com um movimento rápido da mão, liberou a trava, permitindo que um Porsche branco impecável deslizasse sem esforço para dentro do terreno.
Um motorista, impecavelmente vestido em um terno preto sob medida, saiu graciosamente do banco do motorista. Ele circulou o carro com um senso de reverência antes de abrir a porta traseira, revelando uma visão de elegância.
Saiu a Sra. Meyer, o epítome da beleza atemporal. Sua roupa, um vestido preto elegante e justo, parecia feito sob medida para acentuar suas curvas e postura. Apesar de sua verdadeira idade, que estava entre o final dos trinta e início dos quarenta anos, ela parecia intocada pela passagem do tempo.
Seu rosto exibia as linhas graciosas da maturidade, apresentando uma forma oval e um conjunto de lábios que pareciam prometer algo não dito. Seus olhos, de um tom azul impressionante, continham profundezas de experiência que sugeriam uma vida bem vivida. Seu nariz, elegantemente pontiagudo, completava a simetria de seu rosto.
Era, no entanto, seu apelo físico que exigia atenção. Sua figura, graciosamente definida, era suficiente para virar a cabeça de jovens e velhos. Ela irradiava um magnetismo inexplicável, que sem dúvida atraía a admiração de muitos, alheios à sua verdadeira idade.
"Oi, Ivan!" ela cumprimentou com um sorriso radiante enquanto se aproximava de mim.
"Bom dia, Sra. Meyer," respondi, meu próprio sorriso refletindo o dela enquanto ela continuava a se aproximar.
"Você veio ver o Brad?" ela perguntou, parando na minha frente, sua presença chamando atenção.
"Sim," respondi com um aceno. "Ele está em casa?"
Ela balançou a cabeça suavemente, ainda com o sorriso radiante no rosto. "Não, ele acompanhou o pai a uma reunião importante na Califórnia esta manhã. Ele só volta hoje à noite ou amanhã de manhã."
"Entendi," disse, disfarçando minha decepção. "Quando ele voltar, por favor, avise que eu passei por aqui."
Ela concordou com um aceno, seus olhos prometendo futuros encontros. "Aproveite o resto do seu dia, Sra. Meyer," acrescentei, sinalizando sutilmente minha intenção de partir. Destravei meu carro, dando a impressão de que tinha algo urgente para fazer.
Mas, quando estava prestes a entrar, ela segurou minha mão gentilmente, seus olhos fixos nos meus. "Não vá ainda, Ivan," implorou. "Você acabou de chegar. Vamos entrar e conversar tomando um vinho."
Hesitei por um momento, dividido entre minha desculpa fabricada e o desejo de ficar. No final, escolhi manter minha mentira. "Desculpe, Sra. Meyer, mas tenho um compromisso em uma hora, então preciso ir."
Sua expressão, antes radiante de antecipação, transformou-se em decepção enquanto ela soltava minha mão e dava um passo para trás. A melancolia em sua voz mexeu com minha consciência.
"Eu pensei que talvez você pudesse me fazer companhia, mesmo que por alguns minutos, mas tudo bem. Pode ir," disse, seu tom carregado com um senso de solidão.
Enquanto a observava voltar para a mansão, um sentimento de empatia tomou conta de mim. Eu entendia muito bem o vazio que podia envolver alguém em uma casa vasta e luxuosa. As frequentes viagens de negócios da minha mãe muitas vezes me deixavam em uma solidão semelhante desde os quinze anos.
Ela passava meses fora de casa, deixando-me para me virar sozinho, apesar de nossa imensa riqueza. Então, eu podia compreender a solidão que poderia acometer uma pessoa em tal situação.
Com uma mudança de coração, decidi passar um tempo com a Sra. Meyer antes de partir. Aventurei-me mais na mansão, mas ela não estava em lugar nenhum na espaçosa sala de estar.
"Bom dia, Sr. Ivan," uma voz familiar chamou atrás de mim. Virei-me para ver a Sra. Pamela, a única empregada da mansão, vestida com seu uniforme.
Os pais de Brad sempre preferiram uma equipe mínima, e a Sra. Pamela os servia fielmente há mais de dezessete anos.
"Bom dia, Sra. Pamela," cumprimentei-a com um sorriso caloroso. "Você sabe onde está a Sra. Meyer?"
"Eu a vi subindo para o quarto," respondeu a Sra. Pamela, seus olhos cheios de uma ternura que vinha de anos de serviço dedicado.
"Entendi," disse, dirigindo-me à escada que levava ao quarto da Sra. Meyer.
Ao chegar à porta, notei que estava entreaberta. Bati duas vezes, mas não houve resposta. Batendo novamente, obtive o mesmo resultado. Decidindo verificar, empurrei a porta mais aberta e entrei no quarto luxuoso.
Uma rápida inspeção do quarto revelou a ausência da Sra. Meyer. Seu vestido preto estava cuidadosamente dobrado na cama, e o som de um chuveiro ligado indicava que ela estava no banheiro.
Optei por esperá-la na sala de estar, dando um passo para trás do quarto. Mas, quando estava prestes a me mover, a Sra. Meyer saiu do banheiro, vestida apenas com uma toalha branca que cobria graciosamente até a metade das coxas.
Meu corpo enrijeceu, e meu queixo caiu enquanto meus olhos eram irresistivelmente atraídos para sua forma impecável.
Meus olhos percorreram seu corpo como se tivessem vontade própria, enquanto minha boca permanecia aberta, pego de surpresa pela visão à minha frente. "Ivan?" Ela chamou meu nome surpresa, sua voz me tirando do transe. "O que você está fazendo aqui?"
"Eu... eu mudei de ideia," gaguejei, lutando para encontrar as palavras certas, "e... e decidi passar um tempo com você antes de ir embora porque sei o quanto você ficaria entediada." Minhas palavras saíram apressadas, meus olhos encontrando dificuldade em se desviar de sua presença cativante.
"Sério? Você quer me fazer companhia?" Ela perguntou com um sorriso brilhante que parecia realçar ainda mais sua beleza notável. Sua pergunta pairou no ar por um momento, um convite silencioso que fez meu coração disparar.
"Sim," consegui acenar, minha garganta de repente seca. Segui seu gesto e me acomodei no convidativo sofá vermelho que ela havia indicado. Enquanto me sentava, não pude evitar sentir uma onda repentina de nervosismo me invadir. Talvez fosse porque me encontrava em um quarto com uma mulher atraente vestida apenas com uma toalha, ou talvez fosse o fato de que esta era a primeira vez que me encontrava em uma situação tão íntima.
A Sra. Meyer, ainda com aquele sorriso cativante, caminhou graciosamente até o bar embutido no quarto para preparar bebidas para nós dois. "Estou feliz que você mudou de ideia, Ivan. Ficar sozinha nesta mansão grande fica bastante monótono."
"Obrigado," respondi nervosamente enquanto ela me entregava um copo de vinho tinto. O quarto parecia se fechar ao meu redor enquanto eu me sentava ali, meus sentidos aguçados, meus olhos ocasionalmente voltando para ela.
Ela se acomodou no sofá oposto a mim, seus olhos fixos nos meus. Ela tomou um gole lento e deliberado de seu vinho antes de falar. "Honestamente, Ivan, fiquei triste quando você disse que ia embora mais cedo."
Não pude evitar sentir uma pontada de culpa por causar sua tristeza. "Percebi que você ficou triste, mas por quê?" Perguntei, tomando um gole do meu vinho para aliviar meu crescente nervosismo.
"Fiquei triste porque não tinha ninguém para me fazer companhia," ela respondeu com um toque de vulnerabilidade na voz. Sua resposta me surpreendeu, considerando sua elegância e a grandiosidade de sua mansão. A solidão, ao que parecia, podia tocar qualquer um.
"Você não tem amigos?" Perguntei, genuinamente curioso, e ela riu suavemente. "Claro que tenho, mas todos estão fora do país a negócios," explicou, seus olhos refletindo um toque de solidão.
"Ah," murmurei, tomando outro gole do meu vinho, sem saber o que mais dizer. O mundo dela era tão diferente do meu, e eu era apenas um observador nesse cenário exótico.
"Então... O que achou?" Ela provocou com um sorriso caloroso, seu olhar fixo em mim enquanto eu tomava outro gole do vinho.
Engoli suavemente, meu coração batendo forte enquanto olhava profundamente em seus olhos antes de dizer em um tom baixo que soava quase como uma provocação, "É... é lindo."
A Sra. Meyer riu, suas bochechas corando levemente enquanto desviava o olhar, como se soubesse que eu estava usando o vinho como um meio de elogiar sua aparência deslumbrante. Sua risada era como música no ambiente, e isso me fez sentir mais à vontade.
"Prefiro vinho a refrigerantes ou suco de frutas," sua voz quebrou o breve silêncio enquanto ela voltava seu olhar para mim.
"Mesmo quando é alcoólico?" Levantei meu copo para estudar a cor escura e avermelhada do vinho, intrigado com sua preferência.
"Sim!" Ela riu e tomou outro gole de seu vinho antes de perguntar, "E você, não gosta, mesmo quando tem um pouco de álcool?"
"Álcool?" Eu zombei retoricamente, tentando parecer mais à vontade do que me sentia. Tomei outro gole. "Minha mãe nunca me deixou provar nada alcoólico, nunca. Era uma das regras que ela me deu."
"Então, tipo... Esta é a sua primeira vez?" Ela perguntou com um sorriso brincalhão, inclinando-se ligeiramente, seus olhos fixos nos meus.
"Mm-hmm," murmurei timidamente, meu olhar caindo para meu copo de vinho, sentindo uma mistura de excitação e apreensão com a ideia de quebrar uma regra de longa data.
"Meu Deus, sou uma má influência," ela balançou a cabeça com uma risada contida, seus olhos brilhando de diversão.
"Por que você diria isso?" Ri imediatamente, achando suas palavras divertidas e um tanto confusas. Ela não era uma má influência para mim, pelo menos ainda não. Ela era a verdadeira definição de 'diversão', e sua presença era uma mudança bem-vinda.
Ela virou a cabeça lentamente para me encarar, seus lábios se separando enquanto falava, "Bem... Porque estou fazendo você quebrar uma das regras da sua mãe – como te dar álcool..."
"Não, não, isso é por minha conta," retruquei rapidamente, encontrando seu olhar diretamente. "Bebi o vinho porque quis," confessei com um sorriso brincalhão, sentindo uma onda de libertação. "Não me arrependo de ter quebrado a regra da minha mãe de não beber álcool," acrescentei com uma risada antes de tomar outro gole.
"Mmm, você é doce," a Sra. Meyer provocou com uma risadinha suave, seus olhos nunca deixando os meus enquanto levantava seu copo para beber. A tensão que havia preenchido o ambiente anteriormente foi gradualmente substituída por uma sensação de conforto e tranquilidade enquanto continuávamos a conversar e beber nosso vinho.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, perdidos em nossos pensamentos e no calor do momento. O ambiente parecia mais íntimo agora, e eu não pude evitar roubar olhares para a Sra. Meyer, admirando sua elegância e charme.
"Deixe-me te perguntar," ela cruzou as pernas despreocupadamente, um sorriso brincalhão nos lábios, "Você tem muitas amigas?"
Engoli em seco quando vislumbrei suas calcinhas brancas pelo canto do olho, minhas bochechas avermelhando. "Eu, hum... não tenho muitas amigas."
Ela levantou uma sobrancelha, claramente divertida com meu estado atrapalhado. "Não tem?"
"Eu só tenho uma amiga, a Sasha," respondi com um sorriso nervoso, grato pela mudança de assunto.
"Você tem namorada?" Ela lançou uma pergunta inesperada, e minhas bochechas coraram de novo. A noite havia tomado um rumo intrigante, e eu tinha a sensação de que era apenas o começo de uma noite cheia de surpresas.