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Capítulo cinco

No dia seguinte, sentei-me novamente pensando em tudo. Eu sabia que algo estava prestes a acontecer e comecei a sentir isso.

Sentada ali, perdida em pensamentos, não conseguia evitar a sensação de que algo grande estava para acontecer. Minha mente estava a mil com um milhão de perguntas. Eu perdoaria Marcus e o aceitaria de volta? Ou decidiria seguir em frente e deixá-lo para trás?

Repetia a conversa com Marcus várias vezes na minha cabeça, tentando entender tudo. Ele me amava ou estava apenas tentando me manipular novamente? Como eu poderia confiar nele depois do que ele fez?

Tentei me distrair focando em outras coisas, mas meus pensamentos sempre voltavam para Marcus. Eu me perguntava o que ele estava fazendo naquele momento. Será que ele também estava pensando em mim? Ele se arrependia do que fez? Ou ele só queria brincar com meu coração?

Saí para fora, a matilha continuava com seus problemas. De certa forma, estamos sozinhos no mundo, pensando e pensando em maneiras de melhorar nossa vida e nossos desejos. Eu sei que a Deusa mãe estava certa, mas há algo que ela não me explicou.

Eu sei que acordei na noite antes de conhecer Marcus de um sonho que não entendi. Era um mundo cheio de coisas que não consigo explicar.

No sonho, eu estava em uma floresta escura e enevoada. As árvores eram altas e retorcidas, e seus galhos pareciam se estender e me agarrar enquanto eu passava. Eu estava sozinha, mas podia sentir que não estava sozinha. Havia coisas na escuridão. Coisas que eu não conseguia identificar. Então, sons. Sons estranhos vindos de uma borda. No começo, eu não estava com medo. Eu ia enfrentar aquilo.

À medida que eu caminhava mais fundo na floresta, vi uma figura à distância. Era difícil distinguir quem ou o que era, mas eu me sentia atraída por ela. Ficou mais escuro e eu queria correr, mas não conseguia.

Quando me aproximei, a figura ficou mais clara, e percebi que era um lobo. Mas não qualquer lobo, era um lobo enorme, preto, com olhos que pareciam brilhar no escuro. Olhos que diziam coisas.

Eu me senti atraída por ele. Não sei por quê. Eu queria saber.

O lobo não me atacou, mas em vez disso, me levou mais fundo na floresta. Eu o segui por horas, até chegarmos a uma clareira. No centro da clareira havia um poço de água, e de pé na beira estava Marcus. Ele estava vestindo ouro. Uma armadura e sangue escorria de seus olhos. Eu fiquei surpresa.

Foi então que acordei, sentindo-me confusa e intrigada com o sonho. Não conseguia deixar de me perguntar o que significava e se tinha alguma relação com minha situação atual com Marcus.

Há algo lá fora. Algo que preciso procurar. Não sei o que é. Preciso descobrir. Preciso saber.

À medida que o dia passava, não conseguia me livrar da sensação de que algo estava prestes a mudar. Sentia como se estivesse à beira de um precipício, sem saber se deveria dar o salto ou ficar onde estava.

Então, ouvi um som. Lá fora. Droga, o que acabou de acontecer? Quando cheguei lá fora, vi a matilha envolta em chamas. As chamas brilhantes laranja e amarelas lambiam o céu, criando um calor feroz e intenso. A fumaça subia, formando uma nuvem preta espessa que escurecia a área ao redor. O som da madeira estalando e queimando era ensurdecedor, abafando todos os outros ruídos. O ar estava denso com o cheiro de fumaça e madeira queimada, dificultando a respiração. Senti um pânico crescendo dentro de mim ao ver a destruição diante de mim.

Ethan correu até mim. Ele agarrou minha mão direita e me puxou em direção à saída que conseguiu criar. Corremos pelo caos, desviando das chamas e dos destroços que caíam. Eu podia ouvir os uivos e gritos dos nossos companheiros de matilha à distância. Meu coração batia forte no peito enquanto nos dirigíamos para a segurança.

Finalmente, atravessamos as paredes em chamas e chegamos ao ar livre. Eu tossia e arfava por ar, meus olhos ardendo por causa da fumaça. Ethan me segurava firmemente, certificando-se de que eu estava bem.

"O que está acontecendo?" perguntei a ele, com a voz rouca.

"Não sei," ele disse, olhando ao redor para a destruição. "Mas temos que tirar todos daqui."

Corremos, ajudando qualquer sobrevivente que encontrássemos. Alguns já haviam se transformado e estavam lutando contra os atacantes, mas eram muitos. Eles estavam fortemente armados e pareciam estar mirando especificamente nossa matilha.

Enquanto lutávamos, não pude deixar de me perguntar quem poderia fazer isso conosco. Quem gostaria de destruir a matilha e machucar tantas pessoas inocentes? Estaria relacionado ao meu sonho? Ou seria algo completamente diferente?

Conseguimos tirar a maioria da matilha, mas nem todos conseguiram. A perda pesava sobre todos nós, e eu podia ver o medo e a tristeza nos olhos de todos.

"Temos que descobrir quem fez isso," disse Ethan firmemente. "E garantir que paguem pelo que fizeram."

Assenti em concordância, sentindo uma determinação tomando conta de mim. "Vamos," eu disse, minha voz firme apesar do caos ao nosso redor. "Mas primeiro, precisamos nos reagrupar e garantir que todos estejam seguros."

Ethan apertou minha mão. "Você está certa. Vamos levar todos para um local seguro e depois decidir nosso próximo passo."

Trabalhamos juntos para levar os sobreviventes para uma cidade próxima onde pudéssemos descansar e nos reagrupar. Enquanto nos acomodávamos, não conseguia parar de pensar no que havia acontecido. O ataque parecia muito coordenado para ser um ato de violência aleatório. Alguém planejou isso, e eu estava determinada a descobrir quem.

Enquanto nos sentávamos ao redor de uma fogueira, discutindo nossos próximos passos, minha mente continuava voltando ao meu sonho. Havia uma conexão? Ou eu estava apenas tentando encontrar sentido em algo sem relação? Eu precisava de respostas, mas não sabia por onde começar.

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