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Capítulo 8: O passado

Angelic Emperial reclinou em seu assento na classe executiva, seus pensamentos vagando enquanto o avião cruzava o céu, voltando para os Estados Unidos. A aquisição da Reyes Architectural Solutions tinha sido rápida e implacável, e agora ela estava pronta para retornar à sua vida nos Estados Unidos. Mas, quando o avião estabilizou, ela notou uma família embarcando—mãe, pai e duas crianças, todos sorrisos e risadas.

A visão despertou algo profundo dentro dela, uma lembrança dolorosa do que ela uma vez esperou com Marcelino. Sua mente involuntariamente reproduziu as memórias daquela noite, a noite que destruiu sua confiança e amor.

A imagem da cabeça da mulher subindo e descendo entre as pernas de Marcelino, seus gemidos enchendo o quarto, estava gravada em sua memória. Seu punho se fechou involuntariamente com a traição, suas unhas cravando na palma enquanto ela se forçava a manter a calma.

Com um suspiro profundo, Angelic afastou as memórias. Não era o momento ou lugar para pensar no passado. Ela tinha seus filhos para pensar, e seu futuro. O avião pousou suavemente, e Angelic desembarcou, sua mente já em seu próximo movimento.

Ao entrar em sua casa nos Estados Unidos, foi recebida pelos gritos alegres de seus gêmeos, Monic e George. Seus rostos se iluminaram de excitação enquanto corriam para abraçá-la. O coração de Angelic se encheu de amor, e ela se ajoelhou para abraçá-los, saboreando o calor e a inocência de seu afeto.

"Mamãe, sentimos sua falta!" exclamou Monic, seus olhos brilhando.

"Eu também senti falta de vocês, meus queridos," respondeu Angelic, sua voz terna.

George olhou para ela com olhos arregalados. "Você trouxe algo para nós, mamãe?"

Angelic sorriu e alcançou sua bolsa, tirando dois pacotes lindamente embrulhados. "Claro que sim. Mas primeiro, tenho uma notícia importante. Vamos em uma aventura."

Os olhos das crianças se arregalaram ainda mais. "Uma aventura?" ecoaram em uníssono.

"Sim," disse Angelic, levantando-se. "Vamos para Klympog, meu país natal. Vamos ficar em uma mansão linda, e quero que vocês vejam onde eu cresci."

As crianças ficaram eufóricas, sua excitação era palpável. O coração de Angelic se aqueceu com o entusiasmo deles, mas uma parte dela estava ansiosa. Klympog guardava muitas memórias, tanto boas quanto ruins. Ela esperava que este novo capítulo a ajudasse a curar e criar um futuro melhor para seus filhos.

A jornada para Klympog foi longa, mas cheia de antecipação. Quando se aproximaram da mansão de alta tecnologia que ela havia comprado, o coração de Angelic se encheu de orgulho. A mansão era uma fortaleza, equipada com a mais recente tecnologia de segurança. Janelas à prova de balas, paredes reforçadas e um sofisticado sistema de vigilância garantiam sua segurança.

"Bem-vindos ao lar," disse Angelic aos seus filhos enquanto saíam do carro.

Monic e George olharam ao redor maravilhados. "É tão grande!" exclamou Monic.

"E legal!" acrescentou George, seus olhos arregalados de admiração.

Angelic os conduziu para dentro, mostrando seus novos quartos e as várias características da mansão. As crianças estavam encantadas, correndo e explorando seu novo lar. Angelic os observava com um senso de realização. Ela havia construído essa vida para eles, e a protegeria ferozmente.

Quando a noite caiu, Angelic ficou junto à janela, olhando para a vasta propriedade. A luz do luar lançava um brilho sereno, mas sua mente estava longe de estar em paz.

As sombras do passado espreitavam nos cantos de sua mente, um lembrete constante da dor e traição que ela havia suportado. Seu telefone vibrou, tirando-a de seus pensamentos. Era uma mensagem de um de seus associados, informando-a sobre os últimos desenvolvimentos no mundo da arquitetura. Angelic suspirou, sua mente já mudando para o trabalho. Havia muito a fazer, e ela não podia se dar ao luxo de deixar suas emoções atrapalharem.

Na manhã seguinte, Angelic começou seu dia com uma reunião em seu escritório particular.

Ela havia reunido uma equipe com as melhores mentes em arquitetura e tecnologia, e estavam trabalhando em projetos inovadores que solidificariam seu domínio na indústria.

À medida que a reunião progredia, seus pensamentos foram interrompidos por uma súbita realização. Apesar de seu sucesso e do império que havia construído, havia um vazio em seu coração. As memórias da traição de seu pai e da infidelidade de Marcelino ainda a assombravam, e ela sabia que não poderia seguir em frente completamente até confrontá-los.

Mais tarde naquele dia, Angelic decidiu visitar os restos da empresa de seu pai. A Reyes Architectural Solutions era uma sombra do que fora, lutando para se manter de pé. Ela entrou no prédio com um senso de propósito, determinada a ver a extensão dos danos.

Arthur Reyes estava em seu escritório, analisando os últimos relatórios financeiros com uma expressão derrotada. Ele olhou para cima quando Angelic entrou, seus olhos cheios de uma mistura de raiva e tristeza.

"O que você quer, Mariam, ah, Angelic?" ele cuspiu, incapaz de esconder sua amargura.

O olhar de Angelic era frio e inflexível. "Vim ver as ruínas do que você uma vez chamou de seu legado. Como é ver tudo o que você construiu desmoronar?"

O rosto de Arthur ficou vermelho de fúria. "Você fez isso. Você destruiu tudo!"

"Eu apenas acelerei o inevitável," retrucou Angelic. "Sua incompetência e arrogância foram as verdadeiras causas dessa queda."

Arthur se levantou, os punhos cerrados. "Ainda sou seu pai, Mariam!"

A risada de Angelic foi fria e zombeteira. "Pai? Quando foi isso, exatamente? Quando você me jogou fora como lixo? Quando tentou me forçar a abortar meus filhos?"

Ela se aproximou, seus olhos queimando de intensidade. "Me chame de Mariam novamente, e você vai se arrepender. Eu sou Madame Angelic Emperial agora."

A raiva de Arthur deu lugar a um apelo desesperado. "Por favor, Angelic. Deixe-me consertar isso. Me dê uma chance."

Angelic balançou a cabeça, sua expressão endurecendo. "É tarde demais para isso. Você vai renunciar, e eu assumirei. A Reyes Architectural Solutions será minha, e você não terá nada."

Os ombros de Arthur caíram em derrota. "Tudo bem. Faça o que tem que fazer."

Quando Angelic deixou o escritório, sentiu uma vitória vazia. Ela havia alcançado seu objetivo, mas a satisfação foi passageira. A dor e a traição ainda persistiam, e ela sabia que tinha um longo caminho a percorrer antes de realmente se curar.

De volta à mansão, Angelic encontrou consolo nas risadas de seus filhos. Monic e George eram sua âncora, a razão pela qual lutava tanto. Ela jurou protegê-los e dar-lhes o futuro que mereciam.

Os dias se transformaram em semanas, e Angelic continuou a construir seu império. Ela despejou sua energia no trabalho, usando sua inteligência e determinação para superar cada obstáculo. A mansão tornou-se um símbolo de sua força e resiliência, uma fortaleza contra o mundo.

Mas, por mais sucesso que alcançasse, as sombras do passado nunca desapareceram completamente. As memórias da traição de seu pai e da infidelidade de Marcelino a assombravam, um lembrete constante da dor que havia suportado.

Uma noite, enquanto estava na varanda olhando para a propriedade, os pensamentos de Angelic se voltaram para Marcelino. Ela se perguntava onde ele estava, o que estava fazendo. Será que ele pensava nela? Será que ele se arrependia de suas ações?

As perguntas a corroíam, mas ela as afastou. Não podia se dar ao luxo de pensar no passado. Tinha seus filhos para cuidar e seu futuro para construir.

Quando o sol se pôs, lançando um brilho quente sobre a propriedade, Angelic fez uma promessa a si mesma. Ela se elevaria acima da dor e da traição. Construiria um império que resistiria ao teste do tempo. E protegeria seus filhos com tudo o que tinha.

A história de Angelic Emperial estava longe de terminar. Era um conto de resiliência, força e o vínculo inquebrável entre uma mãe e seus filhos. Ela havia conquistado seu passado, mas o futuro reservava novas oportunidades e desafios. Pronta para enfrentar o que viesse a seguir, sabendo que era imparável.

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