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Capítulo 4: Revelação inesperada

Lucas

A sala de reuniões da Alcateia da Lua de Sangue estava envolta em uma atmosfera de tensão e autoridade, o ambiente pesado com o peso de decisões importantes e discussões estratégicas. Como Alfa, minhas responsabilidades frequentemente exigiam minha presença ali.

O Beta Marcus, um membro confiável e leal da nossa alcateia, estava diante dos líderes reunidos, sua voz carregando uma mistura de excitação e incredulidade. "Alfa, estimados membros da alcateia, trago notícias que certamente despertarão seu interesse. Dizem respeito à filha mais nova da Alcateia da Lua de Prata."

Minha atenção se aguçou enquanto a sala caía em um silêncio profundo. A Alcateia da Lua de Prata sempre foi um espinho em nosso caminho, um rival cuja presença exigia vigilância e cautela. Mas agora, parecia que a filha mais nova deles havia se envolvido em nossos assuntos de uma maneira mais inesperada.

O Beta Marcus continuou, sua expressão cuidadosamente neutra. "Parece que a jovem Ômega da Alcateia da Lua de Prata, Ariana, teve uma noite bastante agitada em nossa recente celebração de aniversário."

Um murmúrio de curiosidade percorreu a sala, e eu me inclinei para frente, minha curiosidade aguçada. Ariana—seu nome era familiar, embora eu nunca a tivesse conhecido pessoalmente. Ela era o assunto de inúmeros rumores, histórias sussurradas sobre sua suposta promiscuidade e falta de virtude. Eu havia descartado tais fofocas como conversa fiada, conhecendo bem o poder de acusações infundadas.

Mas as palavras do Beta Marcus tinham um peso diferente—uma gravidade que exigia minha atenção. "Explique melhor, Beta," ordenei, minha voz firme, mas carregada de curiosidade.

"Durante a festa, Ariana foi encontrada em uma situação bastante comprometedora com um dos nossos membros," explicou o Beta Marcus, seu olhar firme. "Ela foi confundida com sua companheira, Alfa. E... ela também afirma ser sua companheira."

Uma onda de descrença passou por mim. Confundida com minha companheira? Mudei de posição na cadeira, minha mente trabalhando para juntar as peças do quebra-cabeça. A noção era absurda—como alguém poderia confundir uma mera Ômega com uma marca tão prestigiosa e rara quanto a da minha companheira?

Minha Companheira deveria ser a guerreira, Seraphina.

Senti meus lábios se curvarem em um sorriso cético. "Beta, você não pode estar falando sério. A Marca da Lua é inconfundível. Como alguém poderia confundi-la com minha companheira?"

O Beta Marcus hesitou, seus olhos piscando com incerteza antes de continuar. "Alfa, não é a Marca da Lua no rosto dela que levou à confusão, mas sim a que está nas costas."

Meu ceticismo deu lugar a uma surpresa genuína, uma onda de choque percorrendo meu corpo. A Marca da Lua nas costas dela? Era uma anomalia, uma ocorrência que nunca havia passado pela minha mente. Eu estava tão focado na Marca da Lua que adornava o rosto da minha companheira destinada que havia negligenciado a possibilidade de sua aparição em outro lugar.

Enquanto meus pensamentos corriam, o Beta Marcus elaborou mais. "A jovem Ômega, Ariana, tem uma Marca da Lua nas costas—uma marca que foi vista por aqueles presentes na festa."

Minha mente girava com as implicações dessa descoberta. Se a Marca da Lua estava realmente nas costas dela, isso explicaria a confusão que havia surgido. Um senso de intriga floresceu dentro de mim, acompanhado por uma curiosidade inquietante. Poderia ser possível? Poderia essa Ômega realmente ser minha companheira?

A sala ao meu redor parecia desaparecer enquanto eu considerava as possibilidades. Ariana—seu nome agora tinha um peso que não tinha antes. A filha mais nova da Alcateia da Lua de Prata, o assunto de rumores e fofocas, agora era um enigma que exigia minha atenção.

O Beta Marcus pigarreou, trazendo meu foco de volta ao presente. "Alfa, parece que a presença de Ariana na festa não foi bem recebida pelos membros da nossa alcateia. Houve aqueles que a ridicularizaram, zombando dela como uma Ômega que ousou fingir ser sua companheira."

Minha mandíbula se apertou diante do desrespeito flagrante exibido por alguns dos nossos. A Alcateia da Lua de Sangue era conhecida por sua força e unidade, mas mesmo dentro de nossas fileiras, havia aqueles que careciam do senso de honra e camaradagem que nos definia. Não quero culpar Ariana porque, afinal, ela é irmã de Seraphina.

Uma faísca de irritação queimou dentro de mim enquanto eu me dirigia ao Beta Marcus. "Continue."

O Beta Marcus assentiu, seu olhar firme. "Espalhou-se a palavra de que Ariana não passa de uma Ômega flertadora, envolvida em encontros casuais com diferentes homens. Os rumores afirmam que ela está longe de ser virtuosa e que sua alegação de ser virgem é uma mentira descarada. Temo que esse rumor se espalhe e afete seu casamento com a Srta. Seraphina."

"Já que... começou a ser dito que Seraphina roubou o companheiro da irmã."

Uma onda de frustração percorreu meu corpo, uma mistura potente de indignação e preocupação por Seraphina. Sempre acreditei no poder da verdade, em reservar julgamento até que todos os fatos fossem revelados. A noção de que minha companheira—aquela destinada a estar ao meu lado e carregar minha marca—fosse o assunto de tais rumores desdenhosos era inaceitável.

"Beta, quero saber mais sobre Seraphina. E agora, por favor, diga a Ariana para ir embora e avise-a para parar de falar bobagens." Declarei, minha voz carregando o peso da minha autoridade. "Quanto a Seraphina, reúna informações sobre ela, mergulhe em sua história e separe fato de ficção. E quero conhecê-la—pessoalmente."

O Beta Marcus assentiu, sua expressão de determinação inabalável. "Claro, Alfa. Vou garantir que tudo seja esclarecido e vou organizar um encontro com Seraphina, como você pediu."

Mal sabia eu que essa revelação inesperada seria o catalisador para uma jornada que alteraria para sempre o curso de nossas vidas, tecendo uma tapeçaria de desafios, segredos e um destino inegável.

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