Capítulo 4
"Obrigada," Elizabeth respondeu tentando não soar nervosa enquanto sentia a mão de Stephan pressionando sua coxa.
"Qualquer coisa por você, meu amor. Está tudo bem com você?"
"Sim, estou."
"Então, quando será o baile? Você sabe que o convite é sempre muito secreto."
Stephan sussurrou em seu ouvido apressadamente, sabendo que Elizabeth não sabia os detalhes do evento.
"Daqui a um mês e o tema é mascarado," ela respondeu.
"Tema mascarado, eu adoro."
Eu também, Stephan sorriu internamente para o desgraçado.
"Ok, eu tenho trabalho a fazer, te ligo mais tarde," ele acrescentou enquanto encerrava a ligação.
"Isso não foi tão difícil, foi?" Stephan perguntou a ela, esfregando a mão em sua coxa. "Acredito que você não vai sair por aí contando para o seu amante que ele foi comprometido, eu não gostaria de ter que explodir sua cabeça."
"Sim, eu prometo que não vou contar nada a ninguém."
"Boa menina," Stephan beijou sua bochecha. "Vá para casa agora," ele ordenou enquanto ela se levantava, abaixando a cabeça e saía com as pernas trêmulas.
"Hahahaha," Stephan e Matteo explodiram em risadas.
"Quando eu vou matá-la?" Matteo perguntou.
"Um dia antes do baile," Stephan respondeu. "Não queremos dar a Jerome a ideia errada. Deixe-o acreditar que está um passo à frente, mas, se ela abrir a boca, exploda-a."
"Com prazer."
Matteo pegou seu telefone para verificar algo. Ele sorriu para Stephan, que levantou as sobrancelhas, se perguntando o que estava acontecendo.
"Já temos nosso pequeno pacote."
"June?"
"Sim, vou mandar meus homens pegá-la."
"Ótimo!" Stephan sorriu feliz com a atualização e com a rapidez com que as coisas estavam indo para ele.
O baile que se aproximava era importante para ele e eliminar qualquer obstáculo em seu caminho era uma grande necessidade. Alguns milhões estavam em jogo.
"Ainda vamos para a reunião?"
"Sim, claro," Stephan se levantou ajustando a camisa. "Deixe-me tomar um banho rápido e me vestir."
"Beleza. Vou ligar para nossa secretária para informá-los que a reunião ainda está de pé e que estamos a caminho," Matteo brincou enquanto digitava no telefone.
Já fazia dois dias e nenhum sinal de June. Dawn virou em uma rua e entrou em um bar. Ela se sentou em seu lugar favorito, escondido no canto. Ela parecia um desastre total com seu cabelo desgrenhado, calças pretas largas e uma blusa. Seus olhos inchados não ficavam de fora. Ela estava privada de sono há dois dias.
Ela havia verificado as coisas que June deixou para trás e a seguiu para todos os lugares que ela gostava e até fez perguntas aos amigos dela, mas nada, até a noite passada, quando conseguiu uma pista de um amigo que insistiu em se encontrar. Ela decidiu que esse bar era mais seguro, pois havia pessoas ao redor, não que ela já não conhecesse esse amigo. Era Liam e eles já o tinham encontrado algumas vezes, mas ela não podia confiar nele.
Provavelmente ele estava trabalhando com June agora. Ontem ela viu um carro preto seguindo todos os seus movimentos, ela imaginou que eram eles a observando de perto e esperando que ela falhasse, mas ela não falharia. Ela pensou no maldito contrato e como não tinha ideia do que continha.
Coisa assustadora para ela.
Ela até encontrou alguns documentos do bonitão, June estava de olho nele e ela nem sabia disso. Ela imaginou que seu comportamento ignorante estava lentamente a alcançando. Acontece que o bonitão era Stephan Klar, um multibilionário.
Dono da 'Klars', uma marca de moda muito popular, quarta no ranking e que poderia ser a primeira em breve. Ela também encontrou uma foto do irmão mais novo dele, o outro que quase explodiu seus miolos, Matteo Klar.
Graças a Deus pelo Google e muitas capturas de tela, era como se ela soubesse o suficiente sobre eles, enquanto continuava pesquisando sobre eles e suas conquistas. Suas fichas eram super limpas, limpas demais, e limpas demais não era tão bom. Não é de se admirar que eles a tivessem sequestrado, ela ainda se perguntava o que June tinha feito a eles.
Ela se lembrou de hackear um site para ela e conseguir o código de acesso, lembrou-se de entregar algumas mercadorias para ela e quando voltou para a casa, ameaçaram chamar a polícia.
"Oi," Liam acenou para ela ao entrar no bar, caminhou em sua direção e se sentou em frente a ela, "você está um desastre."
"Bom dia para você também!" Ela respondeu. "Então, onde está June?"
"O que exatamente está acontecendo?"
"Você me diz, eu preciso encontrar June, é só isso que eu sei."
"Ela está fora da cidade."
"Por que você não quis discutir isso pelo telefone?"
"Eu não sei, fiquei com medo. Da última vez fui preso e uma conversa telefônica que tive com ela quase me colocou em apuros."
"Preso por quê?"
"Ouvi dizer que ela roubou 5 milhões de dólares," Liam sussurrou enquanto se inclinava e olhava para os lados, "eles pensaram que eu era cúmplice dela ou algo assim."
"Então eles te prenderam e decidiram me sequestrar."
"Do que você está falando?"
"Para onde exatamente ela foi?"
"Canadá," Liam disse, "está tudo bem? Eu já avisei a polícia e eles estão investigando. Eles vão encontrá-la em breve," Liam acrescentou. "Você deve ficar fora de vista por enquanto, Dawn, especialmente pelo fato de você ser a colega de quarto dela."
"Era," ela corrigiu.
"Se algo está errado, podemos ir à polícia."
Ela podia ver o mesmo maldito carro preto estacionado ao lado, não conseguia ver através dos vidros escurecidos.
"Eu preciso da sua ajuda, Liam, acho que estou em apuros."
"Você acha?" Liam perguntou.
"Estou em apuros," Dawn admitiu. "Eu só preciso que você distraia alguém para mim, é só isso."
"Dawn, podemos denunciar à polícia."
Dawn riu ao pensar nisso, era óbvio que Stephan Klar tinha conexões no departamento de polícia. Ela não queria mais problemas.
"É complicado, por favor, só me ajude a distrair a pessoa no carro preto, é só isso."
"Tá bom," ele concordou.
"Muito obrigada," ela tocou a mão dele na mesa e a acariciou. Ele assentiu e foi em direção ao carro. Ela o viu batendo na porta do carro e aproveitou a oportunidade para passar pela porta dos fundos para a outra rua.
Ela precisava sair dali, era óbvio que não conseguiria encontrar June, não importa o quanto tentasse. O Canadá estava fora de alcance, ela tinha levado seu passaporte e seu cartão de débito ao sair do apartamento. Ela tinha tudo planejado em sua cabeça.