Capítulo sete
Lucas Lockwood estava sentado em sua cadeira, diretamente em frente ao oficial. Era meio-dia e ele tinha muito trabalho a fazer.
"Posso te oferecer algo para beber?"
"Não, não será necessário, obrigado," respondeu o oficial.
Lucas começou a revisar alguns papéis. Ele sempre conseguia fazer várias coisas ao mesmo tempo.
"Então, por que você está aqui?" Ele reconheceu o oficial de um encontro anterior.
"Senhor, eu estive investigando seu caso-"
"Que caso?" Lucas perguntou, e o policial quase sorriu.
"Hum... meu nome é Oficial Henry Saunders e acredito que houve uma tentativa contra sua vida há um tempo atrás."
"Ah, isso. Eu tinha completamente esquecido."
Havia muito trabalho a ser feito para ele se preocupar com coisas tão pequenas. Seria preciso mais do que um pequeno incidente para assustá-lo.
"Bem, eu não esqueci. Fiz algumas investigações e, senhor, acredito que sua vida está em perigo."
Lucas fechou os documentos que estava revisando, levantou-se e foi até uma mesa no canto para se servir de um copo de uísque.
"Deixe-me te dizer uma coisa, garoto, minha vida está sempre em perigo. Faz parte do trabalho," disse ele enquanto tomava um gole da bebida.
Saunders entrelaçou os dedos sobre a mesa e se inclinou para frente.
"Marcus Hines. Esse nome te lembra algo?"
Lucas parou o copo a meio caminho dos lábios. Ele se lembrava claramente de Marcus. Foi o caso dele que o catapultou ao topo. Fez dele o advogado procurado que era agora.
"Sim. Eu o mandei para a prisão há muito tempo."
"Vinte anos atrás, certo?"
Lucas pensou sobre isso. Marcus havia recebido uma sentença de vinte anos.
"Ele está solto?"
Saunders assentiu antes de acrescentar, "E ele está atrás de você."
O Sr. Lockwood colocou o copo na mesa e colocou as mãos nos bolsos.
"Quão certo você está disso?"
Saunders tirou um papel do bolso e leu alguns nomes. Depois explicou que todas essas pessoas haviam sido encontradas mortas nas últimas semanas. Junto com a maioria de seus familiares.
"O quê?"
Saunders se levantou e olhou ao redor. Então perguntou ao Sr. Lockwood quem mais morava ali além dele.
"Apenas os funcionários e minha filha."
"Vou ver se consigo alguns policiais para vigiar o local. Mas você deveria considerar contratar alguns seguranças para proteção adicional."
Isso não parecia uma má ideia. Ele disse a Saunders que entraria em contato com uma agência de segurança e os faria vigiar Crystal. Essa era sua principal preocupação. A segurança dela vinha em primeiro lugar, seguida de perto por sua carreira.
"Você quer dizer como um guarda-costas?" Saunders perguntou enquanto uma nova ideia começava a se formar em sua cabeça.
"Exatamente. Por quê? Você tem alguma recomendação?" Saunders sorriu.
Ele tinha uma. Provavelmente não funcionaria, mas não havia mal em tentar.
"Na verdade, tenho. Ele costumava estar no exército. E acredito que vocês dois já se encontraram."
O Sr. Lockwood cruzou os braços e franziu a testa. Seria ótimo conseguir alguém com tanta experiência. Isso significava que Crystal ainda poderia continuar com sua carreira.
"Qual é o nome dele?" Ele perguntou, ansioso para descobrir quem era esse conhecido. Saunders sorriu e se recostou na cadeira confortável.
"Hilton... Nick Hilton."
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Crystal estava sentada ao lado da janela do seu quarto, olhando para fora. A casa deles ficava na extremidade mais distante de um bairro habitado principalmente por pessoas ricas. Ela odiava morar ali, mas adorava a privacidade. Era cercada por árvores e havia um grande campo onde ela costumava andar a cavalo quando criança.
Seu pai vendeu todos os cavalos depois que sua mãe morreu, mas ela ainda se lembrava de como era maravilhoso.
Mas nada se comparava ao que ela sentiu quando ele estava perto dela. Ela olhou para as flores em um vaso ao lado da cama e lembrou-se da declaração que ele fez sobre ela cheirar como elas e sorriu.
Ele saiu com tanta pressa e ela se perguntou por quê. Ela nem sabia o nome dele, mas estava completamente cativada por ele. Ela também sabia que nunca ficaria tranquila até vê-lo novamente.
Ele era prazer e pecado, tudo em um só. Só de pensar nele, seu coração disparava. Era a coisa mais estranha. Quando ela olhava para ele, tudo o que via era vazio, um grande nada. Mas ele a fazia se sentir completamente diferente. Ele era perigoso, disso ela não tinha dúvida. Parecia o mais selvagem dos homens. Lutava como uma lâmina letal e emanava uma aura de puro poder masculino. Ela enlouqueceria se nunca mais o visse. Completamente louca!
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"Não estou interessado!" Nick afirmou firmemente pela milionésima vez. Os domingos sempre foram seus dias favoritos. Tudo sempre era tranquilo. Pelo menos na maior parte do tempo. Ele geralmente passava o dia na academia ou talvez com Matt e Brianna. Eles eram sua única família, afinal.
Miguel havia ligado no dia anterior e disse que havia algo urgente que precisavam discutir. Ele pensou que já tinha acabado com toda aquela merda. Claro que disse que não poderia ir. Deveria ter adivinhado que o cara iria procurá-lo. Sem dúvida, Matt havia dito onde ele estava.
Ele se perguntou o que poderia ser tão importante para Miguel interromper seu treino só para falar com ele. Mas nunca poderia ter imaginado a sugestão que estava sendo dada.
"Vamos lá, só pense nisso. Você estará matando dois coelhos com uma cajadada só. Você conseguirá um emprego no qual tenho certeza que é bom e-"
"Não. Estou. Interessado!" Nick repetiu mais claramente.
O cara era incrivelmente persistente. Simplesmente não aceitava um não como resposta. Mas ele estava louco se achava que conseguiria convencê-lo a aceitar aquele maldito emprego. Um guarda-costas? Sério!
Nick aumentou a velocidade na esteira e decidiu simplesmente ignorá-lo. Talvez ele pegasse a dica e fosse embora. Algo que ele duvidava.
"Eu não entendo por que você é tão contra isso. Você deveria pelo menos pensar nisso primeiro."
Nick suspirou enquanto desligava a máquina. Então pegou sua garrafa de água e bebeu tudo.
Olhos fixos.
Peito arfando.
Ele se virou para Miguel, "Olha. Sem ofensa, mas não tenho interesse em perder meu tempo cuidando de uma garotinha rica mimada. Entendeu?" Ele levantou as sobrancelhas e Miguel balançou a cabeça.
"Ela não é mimada! Ela é, na verdade, uma das pessoas mais legais que você já conheceu," ele parecia bem certo disso. E vindo de Miguel, isso significava muito. O cara era praticamente o rei da bondade.
Mas então Nick não tinha certeza se conseguiria lidar com uma alma frágil. Não que ele fosse realmente aceitar aquele maldito emprego. Ele já tinha um.
"Ainda não estou interessado."
Miguel gemeu e passou a mão pelo rosto.
"Vamos lá! Estou tentando te ajudar aqui."
"Eu nunca pedi sua ajuda!"
Miguel estava quase ficando vermelho. Provavelmente estava se perguntando por que decidiu desperdiçar seu dia de folga assim. Não que Nick estivesse tentando ser ingrato, mas isso simplesmente não era algo que ele conseguia se imaginar fazendo. Nunca.
"Eu tenho uma ideia," Miguel sugeriu enquanto estalava os dedos. Um olhar muito determinado no rosto. Então era assim que ele ganhava seus casos. Entediando o tribunal inteiro até a morte.
"O quê?" Nick perguntou, embora não estivesse realmente interessado. Ele apenas decidiu deixá-lo tentar o máximo que pudesse para que, quando recusasse todas as sugestões, ele fosse para casa sabendo que tinha feito o seu melhor.
"E se eu te apresentar a ela. Assim você verá por si mesmo que-"
"Não vai acontecer." Nick cortou, mas Miguel continuou insistindo.
"Relaxa, não é como se eu estivesse te armando ou algo assim. Vamos sair para tomar umas bebidas e eu a convido."
Miguel acrescentou, soando muito otimista.
Nick percebeu que ele não ia desistir. Ele já estava nisso há quanto tempo? Uma hora?
"Tá bom! Mas se eu ainda não quiser aceitar o maldito emprego depois disso, você vai deixar isso pra lá. Entendeu?"
Miguel sorriu. Claramente feliz por ele ter cedido.
"Uau, isso foi mais fácil do que eu pensei," ele comentou e Nick voltou ao seu treino.
"Cuidado, Diaz. Ou eu vou mudar de ideia tão rápido quanto." Ele avisou.