Capítulo 2
Localização: Cidade de Lake Hill.
(Sala de aula)
"Senhorita Michaelson, pode nos ajudar com a resposta?"
O Professor Collins me assustou completamente ao anunciar meu nome na frente de toda a turma - me chamando pelo sobrenome.
Ele estava apontando para o quadro e parecia que queria que eu respondesse a uma pergunta que ele havia feito, mas por que eu? Isso é ruim.
Meus olhos se voltaram para o que estava escrito no quadro.
'O conceito de Evolução.'
Ótimo. Por que ele tinha que me chamar? Eu nem estava levantando a mão. Puxa! Ou será que foi porque ele viu que eu não estava prestando atenção às suas aulas enquanto ele ensinava, já que eu estava ocupada conversando com minha melhor amiga, Kate??
"Claro... Sr. Collins,"
disse com um leve traço de nervosismo na voz enquanto me levantava e de repente tudo ficou quieto como um cemitério. Parecia que todos na sala de aula tinham seus olhos e atenção voltados para mim.
Nossa, estou me sentindo mais nervosa agora.
Eu nem sei o que quero dizer, mas lá vai.
"Certo, continue, nos ilumine sobre o conceito de evolução. Estamos esperando."
O professor disse de maneira espirituosa.
Sempre disse que o Sr. Collins parece tão jovem para ser professor. Não sei sua idade, mas pela aparência, posso adivinhar que ele está provavelmente no final dos vinte ou início dos trinta, talvez até mais jovem, então como ele é professor??
Quero dizer, antes de entrar na faculdade, eu costumava ter essa imaginação pictórica na minha cabeça de como seria a aparência de um professor universitário.
Você sabe, 'um homem velho, de cabelos grisalhos e com óculos grandes e redondos', mas o Sr. Collins não é nada disso. Ele é bem o oposto, na verdade.
Ele é bonito, alto e de aparência inteligente, com uma pele lisa e sem manchas. Embora ele pareça pálido demais para o meu gosto. Parece que os raios do sol nunca tocaram sua pele desde o dia em que nasceu, o que é muito estranho, mas não tira nada dele, ele é um homem muito bonito e muitas garotas na faculdade o acham atraente, algumas - muitas estão até apaixonadas por ele, embora eu não tenha visto o Sr. Collins se comportando mal com nenhuma das mulheres. Ele é bastante cavalheiro pelo que vi e ouvi...
"Ahem," eu tossi silenciosamente antes de começar minha explicação.
"Bem... pelo meu entendimento. Eu diria que o conceito de evolução é simplesmente uma MUDANÇA de ESPÉCIES ao longo de várias gerações."
Parei por um momento para ver se eu estava realmente fazendo algum sentido ou se estava dizendo um total absurdo.
No entanto, olhar para o rosto do professor me encorajou a continuar, pois ele estava acenando com a cabeça agradavelmente para o que eu estava dizendo.
"... então podemos dizer que tudo o que existe hoje em algum momento era diferente. Quero dizer, toda criatura, animal ou inseto em algum momento teve que evoluir para o que são hoje, provavelmente para sobreviver à mudança climática de seu tempo ou para uma adaptação e melhoria adequadas."
"Hmm," o Sr. Collins suspirou suavemente.
"Então é correto dizer que todas as espécies hoje estão relacionadas, já que mudaram gradualmente ao longo do tempo? Como, por exemplo, os humanos eram uma vez macacos e símios, mas agora somos o que somos, mas ainda assim os macacos e símios ainda existem. O que os torna o quê em relação a nós?"
"Nossos parentes," eu e todos na sala de aula respondemos.
Embora seja meio estranho chamar os símios e macacos de parentes. Não soa bem na língua, mas acho que o professor está certo se formos seguir a teoria da evolução e tudo mais.
"Pode se sentar, Senhorita Michaelson," o Sr. Collins disse, gesticulando para a cadeira.
"Obrigada, professor." Sentei-me com prazer enquanto ele continuava a falar com a turma.
"Você foi bem, Jane."
Minha melhor amiga Kate disse com um largo sorriso e eu sorri suavemente para ela sem dizer uma palavra.
Decidi prestar mais atenção ao Sr. Collins para que ele não me fizesse mais perguntas...
"A evolução é um processo de melhoria, o que significa que toda espécie que passa por evolução ou evolui sempre se torna melhor do que aquilo de que evoluiu. Exemplos principais disso são os humanos. Somos uma espécie melhor em relação aos nossos parentes primatas de quem evoluímos. Podemos não ser mais fortes ou mais ágeis como os gorilas ou símios, mas temos isso," ele disse tocando o crânio.
"Nossos cérebros, e isso nos coloca acima de todas as criaturas que evoluíram."
Ele então fez uma pausa por um momento enquanto seus olhos percorriam a sala, como se estivesse em busca de algo, antes de continuar falando.
"Mas eu gostaria de perguntar, nós, humanos, somos o produto final da evolução? Somos o fim? Não é possível que nós, humanos, possamos evoluir para algo muito mais forte, rápido e até mais inteligente do que nós? E se tais criaturas já existirem agora e estiverem vivendo entre nós??"
Ele direcionou a pergunta para a turma, mas ninguém conseguiu responder. No entanto, murmúrios podiam ser ouvidos enquanto os alunos discutiam entre si com base no que o Sr. Collins havia dito.
"Isso não pode ser possível, nenhuma criatura assim existe."
Kate disse e eu concordei com ela, mas a maneira como o Sr. Collins falou me deixou de alguma forma assustada.
E se ele estiver certo?
Pode existir alguma criatura superior ao homem??
★
"Então, isso é tudo por hoje, vejo vocês na próxima semana, no mesmo horário e local." Com essas palavras, o Sr. Collins encerrou sua aula...
"O que você vai fazer hoje à noite, depois da escola?" Minha melhor amiga Kate perguntou com um sorriso incomum no rosto enquanto caminhávamos pelo corredor que levava à escada de saída.
"Bem, praticamente a mesma coisa que faço todas as noites. Comer, ler e dormir," eu disse e o sorriso que estava no rosto da minha amiga desapareceu completamente.
"Isso é tão chato," ela disse, enfatizando a última palavra.
"O que posso dizer? Eu gosto da vida chata." Eu disse com um sorriso presunçoso e isso pareceu irritar minha amiga, embora eu estivesse brincando.
"Bem, você não vai fazer nada disso hoje." Ela disse autoritariamente.
"E por que não?"
"Porque vamos a uma festa."
"Festa? Não, não, não." Eu disse mostrando minha desaprovação, mas como de costume, minha melhor amiga mostrou uma característica pela qual a conheço muito bem.
Teimosia!
"Sim, você vai e ponto final! Você precisa viver, amiga. Não pode continuar enterrando a cabeça nesses livros grandes todos os dias da sua vida. Você vai acabar ficando sozinha e triste. Então, nada de falar sobre ler, você vai comigo para a festa."
Kate disse e eu soltei um suspiro derrotado.
"Ok, só desta vez. Da próxima vez, não vou deixar você ter o que quer tão facilmente."
Eu disse de maneira séria, mas ela sorriu.
"Claro, com certeza." Eu pude sentir o tom sarcástico em sua fala.
Despedindo-me da minha melhor amiga Kate, caminhei até o lado da estrada para chamar um táxi que me levaria para casa.
Não demorou muito para que eu encontrasse um veículo amarelo vindo na minha direção. Era um táxi e eu rapidamente o chamei.
"Táxi!" Eu sinalizei e o carro foi diminuindo a velocidade antes de estacionar na minha frente.
Mas enquanto eu tentava entrar no veículo, ouvi alguém chamar meu nome.
"Ei, Jane!"
Virando-me, vi um rapaz de estatura média correndo na minha direção e o reconheci como meu colega de curso, mas realmente não sei o nome dele, pois não conversamos muito.
"Oi," tentei colocar um sorriso no rosto para não parecer estranha, já que nem sei o nome dele, mas ele me chamou pelo primeiro nome e estava cheio de sorrisos.
Devo dizer que ele tem o conjunto de dentes mais brancos que já vi e eles combinam com seus olhos, que são muito claros. Ele é bastante charmoso de uma maneira latina. Aposto que ele é de algum desses países latinos. México, Peru, etc.
"Oi, só queria dizer que gostei da sua contribuição na aula da manhã." Ele disse e eu fiquei um pouco confusa.
Que contribuição ele está falando??
"Hã? Contribuição?"
"Sim, na aula do professor Collins. Sobre evolução." ele refrescou minha memória.
"Ah, aquilo, bem, não foi nada. Eu só disse o que veio à minha mente. Realmente não sei se o que eu disse fez algum sentido," respondi e estava sendo honesta.
"Na verdade, fez. Fez muito sentido. Você é realmente brilhante," ele disse e eu sorri desta vez genuinamente.
Ninguém nunca me disse que sou brilhante. Não que eu seja burra ou algo assim, mas não acho que mereço esse elogio, embora seja incomumente bom.
"Obrigada," respondi um pouco timidamente.
"Desculpe, qual é o seu nome? Não fique chateado por eu não saber, pode me lembrar, por favor?" E me senti um pouco mal dizendo isso, mas ele apenas sorriu.
"É Jeremy."
"Jeremy. Não vou esquecer," eu disse e justo nesse momento o taxista buzinou.
"Ah, desculpe, tenho que ir agora," falei urgentemente para não ofender o taxista. Já tinha desperdiçado bastante do tempo dele.
"Cuide-se." Ele se despediu antes de se afastar.
"Desculpe," pedi desculpas ao taxista enquanto entrava no banco de trás.
Ele não disse nada, não que eu esperasse que dissesse algo.
Ligando o motor, ele partiu enquanto eu olhava para fora pela janela do veículo.