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Finalmente

A neve caía levemente enquanto Bree seguia Trent para fora. A caminhonete do Tio Tom era quase tão velha quanto Bree, mas ele fazia o possível para mantê-la funcionando, porque era seu xodó. Ela estava parada na frente, roncando tão alto quanto Bree na noite anterior, quando ela subiu a mala pelas escadas. Será que isso tinha sido apenas algumas horas atrás? Tanta coisa tinha mudado desde então.

Quando Trent se virou lentamente e olhou para ela, Bree se lembrou de que tanto quanto as coisas tinham mudado, outras tantas tinham permanecido iguais. Ele quase a tinha beijado—de novo. Simplesmente não parecia que era para ser. Ela deveria apenas dizer adeus e esquecê-lo. Talvez Christy e Abby estivessem certas e ela devesse descobrir o nome daquele cara que recuperou seu violão quando ele foi roubado...

"Oi, Trent," disse Tio Tom, pulando da cabine para pegar a mala dela. "É bom ver você. Rapaz, você cresceu."

"É bom ver você também." Tom pegou a mala, mas deu um abraço em Trent. Sua tia e tio o conheciam de todas as vezes que ele tinha ido à casa de Bree quando eles visitavam, quando Bree e Trent eram mais jovens.

"Oh, meu Deus! Trent Walker!" Tia Stacy exclamou enquanto seu marido colocava a mala de Bree na pequena seção traseira da caminhonete, atrás dos bancos da frente. Havia um assento lateral lá atrás também, e Bree sabia que logo se familiarizaria com ele. Tudo bem, não era uma viagem tão longa até em casa.

Trent abraçou sua tia. "É bom ver você, Sra. Hitchens."

"Sra. Hitchens! Agora, você me chama de Tia Stacy!" Ela o abraçou tão forte que Bree pensou que ela poderia cortar o ar dele. "Como você tem estado? Não vemos você o suficiente ultimamente."

"Bem, bem."

"Ainda estudando contabilidade? Vai se juntar à firma do seu pai?"

"Eu ainda estou estudando contabilidade, mas não tenho certeza de onde vou trabalhar. Espero conseguir um estágio neste verão, e isso me dará alguma direção."

"Oh, tenho certeza de que qualquer um ficaria feliz em ter você." Stacy se virou para Bree. "Oi, querida. Me dá um abraço!"

Os braços de Stacy estavam bem abertos, e Bree entrou neles. Sua tia tinha os abraços mais fortes. Ela beijou sua bochecha, e Bree tinha certeza de que ficaria com uma marca vermelha ali, mas não se importava. "Muito obrigada por virem me buscar."

"Sempre, querida, sempre. Algum dos seus amigos do colégio está lá dentro?"

"Sim, vários deles. Christy e Abby..."

"Oh, eu preciso entrar e ver minha Abby. Faz tanto tempo!"

Stacy e Tom correram pela calçada como se fossem seus próprios filhos perdidos lá dentro, e Bree se virou e riu deles. Eles eram pessoas tão boas. Ela já tinha se despedido, no entanto, e não queria voltar para dentro.

Ela se virou e viu Trent parado na sua frente novamente. Ele estava olhando para os dedos dos sapatos, mas levantou o olhar e sorriu. "Você está com batom... por toda parte."

"Ah, meu Deus. Tia Stacy... e tinha que ser vermelho." Ela limpou a bochecha, mas percebeu que não estava adiantando.

Trent se aproximou e, usando o polegar, limpou o batom, gentil mas firmemente.

O toque dele em seu rosto deixou seus joelhos fracos, sua espinha arrepiada. Ela queria dizer algo sobre o que quase tinha acontecido. Mas eles já tinham tentado essa dança uma vez, e não tinham chegado a lugar nenhum. Era inútil.

Ele estava olhando para ela tão intensamente que ela não pôde deixar de olhar de volta. Os olhos dele eram da mesma cor do céu atrás dele, e tudo o que ela queria era envolver os braços ao redor dele, pressionar seus lábios nos dele e nunca mais soltá-lo.

"Bree..." A voz dele era um sussurro ofegante, e a distância entre eles estava diminuindo novamente. Havia anos de espaço naqueles poucos centímetros, milhas e milhas de minutos. Quando a boca dele finalmente encontrou a dela, a intensidade fez com que ela cravasse as mãos nos ombros dele, lutando para respirar enquanto seus lábios se fundiam aos dele.

Ele tinha gosto de menta e neve fresca caindo, e ela nunca queria que aquele momento acabasse. Bree se sentiu flutuando entre as nuvens, voltando no tempo para anos atrás, quando poderia tê-lo feito seu se tivesse aproveitado aquela oportunidade perdida. Agora, ali estavam eles juntos, anos depois, e aquele beijo era tudo o que ela sempre esperou e muito mais.

O som da porta atrás dela o afastou. A neve, caindo mais pesada, se erguia como um sentinela entre eles. A respiração de Bree estava ofegante, e ela sabia que seu rosto estava corado. Trent mordeu o lábio inferior, e ela pensou que talvez devesse ficar...

"Vamos lá! Vamos carregar tudo!" Tia Stacy disse, dando um tapinha nas costas dela. Se ela notou algo sobre a maneira como eles estavam se olhando, não disse nada.

"Eu tenho que ir," Bree disse, desejando que não fosse o caso. Se ele a tivesse beijado antes de ela chamá-los, talvez ele tivesse mudado sua mente.

"Sim. Ok. Eu... falo com você em breve."

Ela assentiu. Ela esperava que sim. Depois de um beijo como aquele, eles não poderiam negar que estavam destinados a ficar juntos, poderiam?

Trent passou por ela, segurando sua mão por um momento, e depois a soltou. Seus dedos ainda sentiam o calor da pele dele depois que ele se afastou. Seus lábios ainda estavam inchados pelo toque dele, e o gosto dele ainda permanecia em sua boca.

"Bree?" Tio Tom chamou. "Você vem?"

"Sim. Estou indo." Ela deu uma última olhada para trás. Trent estava parado na porta, olhando por cima do ombro. Ele acenou levemente e depois desapareceu para dentro.

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