




De novo não!
Bree estava furiosa! Como aquele idiota do ex-namorado podia pegar o carro e sair assim? Nem era o carro dele! Ela tinha pegado emprestado da colega de quarto porque tinha pneus novos e não era tão provável de quebrar quanto o dela. Jason nem tinha carro! Ele ia e voltava das aulas em uma pequena Vespa que ele chamava de "bebê". Ele era um idiota. Pelo menos eles tinham terminado, e ela nunca mais teria que vê-lo.
Sua colega de quarto, Lilly Edge, também tinha ido para casa nas férias, mas a irmã dela, que era um ano mais nova, tinha passado para pegá-la a caminho da cidade, então ela não precisou dirigir. A irmã estava estudando em uma faculdade em Ohio, mas decidiu se transferir no próximo semestre para ficar mais perto de casa. Agora, ela iria para a mesma escola que Trent frequentava. Lilly e sua irmã, Monica, eram muito próximas. Às vezes, Bree se perguntava por que elas não estavam na mesma escola.
Ela ligou para Lilly assim que percebeu o que Jason tinha feito, mas ela não atendeu. Então, ligou para a mãe. Ainda estava falando com ela quando Lilly ligou. "Tenho que ir, mãe. A Lilly está ligando."
"Ok, querida. Se você decidir vir para casa, a tia Stacy e o tio Tom vão passar por aí em algumas horas a caminho da casa da vovó."
"Ok. Obrigada. Eu te aviso." Ela trocou a ligação antes que Lilly desligasse. "Oi, amiga. Tenho novidades."
"Alguém roubou meu carro?"
"Como você sabia?"
"Acabei de receber uma ligação da polícia estadual dizendo que ele estava quebrado na beira da estrada perto de Paducah. Não conseguia imaginar o que você estaria fazendo lá."
"Paducah?" Ela balançou a cabeça. "Acho que o Jason estava levando o carro para casa nas férias. Sinto muito."
"Está tudo bem. Meu pai está me levando para buscá-lo agora. Esperamos que só esteja sem gasolina. Mas... o que está acontecendo? Ainda bem que você não estava com ele. Quer dizer, estou assumindo que não estava."
"Não. Tivemos uma grande briga ontem à noite e decidimos terminar. Eu pretendia sair logo de manhã, mas adormeci com um travesseiro no rosto para abafar o som dos roncos de búfalo dele, e acho que não ouvi ele levantar."
"Caramba, Bree. Que situação. Como você vai voltar para casa?"
"Bem, ele deveria me levar para casa para as férias depois do fim de semana na cabana, e depois voltaríamos juntos. Mas minha mãe disse que me levaria de volta para a faculdade. Posso pegar uma carona para a casa dela com um dos meus amigos do ensino médio. Ou posso pegar uma carona com minha tia e meu tio em algumas horas. Eles estão passando por aqui."
"O que você vai fazer?"
"Não sei. Não quero realmente ficar aqui. Foi bom ver todo mundo, mas estou tão brava com o Jason que nem quero falar com ninguém ou me divertir." Ela balançou a cabeça, seus pensamentos indo para Trent. Agora era sua chance, mas parecia tão bobo. Além disso, ele a evitou mais cedo quando todos estavam tentando confortá-la. Ela sabia que ele se sentia culpado por isso.
"Sobre o que vocês estavam brigando?"
Ela soltou um suspiro quente. "É uma longa história." Ela estava sentada em uma sala nos fundos da cabana, e sabia que todos estavam dando espaço para ela. Podia ouvi-los na outra sala, jogando cartas. Parecia que estavam se divertindo muito, mas ela não queria fazer parte disso.
"Parece estranho você ir até aí para brigar."
"Bem... a briga foi sobre alguém que está aqui."
"Quem?"
Bree nunca tinha contado para Lilly sobre Trent. Ela o mencionou de passagem uma ou duas vezes, mas não contou sobre o quase beijo, ou o fato de que tinha uma grande queda por ele desde que se lembrava. "Tem alguns caras aqui que são solteiros. Jason me viu conversando com um deles e entendeu errado. Mas... ele também disse algumas coisas bem horríveis sobre mim ontem à noite, tipo sobre eu dormir com ele. Então, não foi só isso."
"Você está brincando? Bree, eu estava tentando te dizer que ele é um idiota. Claro, ele é bonito, mas você precisa de um cara legal, como aquele que recuperou seu violão. Qual é o nome dele?"
"Eu honestamente não sei," ela admitiu. "Ele está em algumas das minhas aulas, mas não sei o nome dele."
"Talvez você precise saber o nome dele."
"Talvez." Ela pensou no loiro que perseguiu o ladrão. Ele era doce e meio fofo com seu sorriso bobo. Mas ele não era exatamente o tipo dela. Não importava. Ela já tinha decidido na noite anterior—pelo futuro próximo, não iria namorar ninguém.
"Bem, estamos quase chegando ao meu carro."
"Sinto muito por tudo isso, Lilly. Vou te pagar pelo dinheiro da gasolina que está gastando para buscá-lo, e por qualquer reparo que precise ser feito." Ela não fazia ideia de como iria pagar isso. Teria que fazer shows pelo resto da vida para compensar Lilly.
"Não, está tudo bem. Meu pai é mecânico. Além disso, estou achando que o idiota só esqueceu de colocar gasolina. Não está batido nem nada."
"Se você mudar de ideia, me avise. Você fez uma coisa tão legal em nos emprestar."
"Ok. Vou te manter informada. Só não se preocupe com isso."
"Obrigada, Lilly." Ela desligou e tentou decidir o que deveria fazer a seguir.
Christy e Abby bateram na porta e a abriram antes que Bree pudesse dizer qualquer coisa, como se estivessem ouvindo e tivessem percebido que ela parou de falar. "Oi," disse Abby. "Trouxemos um chocolate quente para você." Ela o levou até a mesa ao lado da cadeira de Bree.
"Obrigada." Bree tomou um gole do copo, só para ser educada. Estava bom, mas ela não estava com sede, nem com fome, nem nada, exceto com raiva e frustrada.
"Entãooo, você decidiu o que vai fazer?" Christy perguntou, sentando-se em frente a ela na mesa de centro.
"Sim, acho que sim. Minha tia e meu tio vão passar por aqui em breve a caminho da casa da minha avó. Acho que vou deixar que me levem para casa. Sinto muito. Eu adoraria ficar aqui e passar mais tempo com vocês, mas estou tão zangada."
"Está tudo bem. Todos nós entendemos, eu acho." Christy deu um sorriso simpático.
"É só que..." Abby olhou para Christy por um segundo e depois de volta para Bree. "E o... Trent?"
As sobrancelhas de Bree se arquearam. "O que tem ele?"
"Bem, a briga foi essencialmente por causa dele, certo? Você gosta dele, não gosta? Sempre tive a impressão no ensino médio de que vocês dois acabariam percebendo que foram feitos um para o outro eventualmente. Mas isso nunca aconteceu. Agora, vocês dois estão solteiros pela primeira vez em muito tempo. Talvez você devesse aproveitar essa oportunidade para... ver onde as coisas vão dar."
Bree tinha pensado nisso mais de uma vez enquanto tentava tomar sua decisão. Mas agora não parecia um bom momento para começar um novo relacionamento com ninguém, especialmente com alguém de quem ela gostava tanto quanto gostava de Trent.
"Sim, obrigada, mas acho que agora não é um bom momento." Ela passou a mão pelo cabelo longo, loiro-morango. "Acho que vou ligar para a tia Stacy e pedir para eles passarem aqui e me pegarem. Acho que já tive drama suficiente para um fim de semana."
"Ok," disse Christy, embora parecesse triste ao ver que Bree iria embora. "Talvez possamos sair outra hora."
"Com certeza." Bree sorriu de forma tranquilizadora, e as duas se levantaram e saíram. Ela discou o número da tia, com a decisão tomada.
Mais tarde, Bree estava no andar de cima fazendo as malas quando ouviu uma batida na porta do quarto. Estava entreaberta, então, quando se virou, esperava ver uma das meninas ali. Mas era Trent. "Oi," disse ela, timidamente.
"Oi. Você tem um minuto?"
"Claro." Bree olhou para o relógio. Sua tia e seu tio não chegariam por pelo menos mais dez minutos.
Ele fechou a porta atrás de si e caminhou até ela, com as mãos enfiadas nos bolsos. "Eu só queria dizer... sinto muito. Não queria causar problemas entre você e Jason."
"Não, não é sua culpa. Claramente, nossos problemas começaram antes dessa viagem." Ela revirou os olhos e ele riu.
"É, talvez. Mesmo assim, não queria causar nenhum problema."
"Não se preocupe com isso." Ela tinha um suéter nas mãos, então o jogou em cima da mala. Aquilo era praticamente a última coisa que precisava empacotar. Adeus, cama grande...
"Escuta, Bree, tem algo que eu queria te perguntar há um tempo, mas nunca tive coragem. Agora, com você chateada, provavelmente não é o melhor momento, mas como não sei quando vou te ver de novo, vou perguntar logo, e você pode me mandar para o inferno se quiser."
Suas sobrancelhas se arquearam, e sua respiração ficou entrecortada. "O que é, Trent?"
"Você se lembra daquela noite no baile de homecoming, no terceiro ano, quando eu fui até o estacionamento para falar com você? Seu par estava sendo um idiota, e você estava pronta para ir embora."
"Eu me lembro." Deveria contar a ele que pensava naquele momento todos os dias e noites desde que aconteceu? Não, provavelmente não.
"Bem, eu ia te beijar. Não fiz isso porque o Hank apareceu. Mas eu ia. Não sei se teria sido uma boa ideia ou não. Só sei que, naquele momento, era tudo o que eu queria fazer. Eu só estava me perguntando... se eu tivesse... você teria me beijado de volta?"
Ele estava tão perto dela que ela podia ouvir sua respiração, praticamente ouvir seu coração batendo no peito. "Sim, eu teria," ela admitiu. "Achei que você ia. Poderia ter sido estranho, porque éramos tão bons amigos. Mas poderia ter sido... realmente ótimo também."
Trent assentiu. "É. Ok. Bom saber. Eu concordo. Poderia ter sido estranho—mas ótimo." Ele passou a mão pelo cabelo e olhou para os lábios dela. Bree tentou não se mexer, pensando que talvez ele se inclinasse e a beijasse agora.
Lentamente, Trent se inclinou, e Bree se viu avançando para encontrá-lo. Finalmente, depois de todos esses anos, ela tinha a chance de descobrir o que aconteceria se Trent Walker a beijasse. A boca dele estava tão perto da dela que ela podia praticamente sentir o calor em seus lábios. Mais alguns segundos, e ela finalmente saberia o gosto dele.
"Ei, Bree! Seu transporte chegou!" Hank gritou no corredor antes de bater com o punho na porta.
"Filho da mãe!" Bree resmungou.
Trent desviou o olhar e passou a mão pelo cabelo. "Eu, uh, vou te ajudar com a mala."
Incapaz de acreditar na sua má sorte, Bree assentiu. "Ok." Ela podia sentir as lágrimas se formando nos olhos, mas não podia deixá-lo ver. Agora não era hora de começar um relacionamento de qualquer maneira. Ela olhou ao redor do quarto mais uma vez e, vendo que tinha empacotado tudo, deixou que Trent pegasse sua mala e se dirigiu para as escadas.