




Capítulo três
Damien bateu a mão na mesa com frustração. Por que ela continuava invadindo seus pensamentos se ele nem a conhecia? Ele pegou o telefone e ligou para Max.
"Você já reservou o restaurante?" ele exigiu.
"Estou cuidando disso, senhor," Max respondeu.
"Olá, senhor, bem-vindo ao Skyline Eatery. Eu sou a Crystal," a garçonete o cumprimentou com um sorriso.
"O que o senhor gostaria de pedir?" ela perguntou, entregando-lhe o cardápio.
"Faça a escolha, princesa," ele disse displicentemente, sem nem olhar para o cardápio.
"Vou aceitar o que você escolher," ele acrescentou.
Crystal não podia acreditar. Quem vai a um restaurante e pede para a garçonete escolher por eles?
"Estou esperando, amore," ele sorriu.
Irritada, Crystal escolheu rapidamente um prato que ela não gostava e trouxe para ele.
"Salada de arroz picante, boa escolha, princesa," ele piscou.
Revirando os olhos, Crystal perguntou, "Mais alguma coisa, senhor?"
"Damien. Me chame de Damien, princesa," ele a corrigiu.
"Um copo de suco. Faça a escolha também," Damien disse.
Crystal voltou com um suco de abacaxi e colocou na mesa.
"Crystal?" Damien chamou seu nome suavemente, fazendo seu coração disparar.
"Você precisa de mais alguma coisa, se—"
"Apenas me chame de Damien, bambolina, por favor," ele interrompeu.
"Sim, Damien."
"Sente-se comigo," ele ordenou.
Crystal olhou para ele incrédula.
"Desculpe, Sr. Damien, mas isso não é permitido aqui," ela respondeu.
Damien fez uma ligação e colocou no viva-voz para Crystal ouvir.
"Senhorita Angel, você pode dizer à Crystal para se sentar comigo? Ela disse que não é permitido," Damien disse.
"Não, senhor, é permitido," Angel confirmou.
"Tudo bem," Crystal concordou relutantemente.
"Agora sente-se, princesa," Damien comandou.
Damien quase riu da expressão dela. Se olhares pudessem matar, ele estaria morto.
"Você se lembra de mim da noite passada?" Damien perguntou, curioso se ela lembrava ou estava fingindo que não.
"Noite passada? Nós nos conhecemos antes?" Crystal se perguntou.
Damien suspirou aliviado.
"Você sabe, você fica ainda mais bonita sem maquiagem, princesa," ele piscou.
Ela revirou os olhos.
"Senhor, pode comer um pouco mais rápido? Tenho coisas importantes para fazer," ela retrucou.
"Como o quê?" ele perguntou.
"Isso não é da sua conta," ela respondeu de volta.
"Como se despir por dinheiro? Você não é uma stripper?" Damien sorriu.
Crystal se sentiu atordoada e envergonhada. Nunca pensou que alguém a reconheceria sem a maquiagem pesada. Ouvir Damien chamá-la de stripper a fez se sentir envergonhada. Ela desejou que o chão a engolisse por completo.
Vendo o sofrimento dela, Damien se arrependeu de suas palavras.
"Eu não escolhi ser stripper. Sim, eu me desnudo por dinheiro, mas pessoas ricas como você não entenderiam minhas lutas. Se você estivesse no meu lugar, você... deixa pra lá, senhor," ela suspirou e forçou um sorriso.
"Eu preciso ir agora, senhor," ela disse abruptamente, sem esperar uma resposta, e saiu apressada do restaurante.
Damien não tentou impedi-la, mas a seguiu alguns minutos depois. Quando descobriu que ela tinha ido para casa, ele também foi embora.
PONTO DE VISTA DE CRYSTAL
Eu gritei no meu travesseiro, o som abafado da minha angústia preenchendo o quarto. "Por quê?" eu gritei, a dor no meu coração avassaladora. Mas rapidamente balancei a cabeça, recusando-me a deixar as lágrimas caírem. "Não, eu não sou fraca. Eu sou forte," repeti para mim mesma, tentando manter a compostura.
As palavras dele cortaram fundo, como mil agulhas perfurando meu coração. "Damien, quem é você para me julgar?" eu gritei para o quarto vazio. "Você não sabe nada sobre mim ou minha vida. Sim, eu sou uma stripper, mas isso não me define."
Respirando fundo, enxuguei minhas lágrimas e me recompus. "Eu devo ir para o clube," disse para mim mesma, fortalecendo minha determinação. "Se sou conhecida como stripper, que assim seja. Crystal Santiago é uma stripper, e ela não tem vergonha disso."
PONTO DE VISTA DE DAMIEN
Eu entrei furioso no clube de strip, meus olhos fixos no palco. Ela já estava lá, seu andar confiante e olhar sedutor atraindo a multidão. Nossos olhos se encontraram, e eu pude sentir sua raiva e ódio por mim.
Mas eu não me importava. Esta noite, ela dançaria só para mim.
Enquanto ela começava a balançar os quadris e acariciar o poste, seus olhos nunca deixaram os meus. Eu podia sentir minha raiva crescendo a cada momento que passava. Como ela ousava provocar esses homens com seu corpo, sua beleza? Ela era minha, e só minha.
Eu marchei até o escritório do gerente, minha demanda clara: "Quanto custa a Jae por uma noite?"
O gerente hesitou, "Ela não está à venda, senhor. Ela não dorme com clientes." Mas eu não aceitaria um não como resposta.
"Diga seu preço!" eu trovejei, minha voz fazendo-o tremer. "Cinco mil dólares é suficiente? Dez mil?"
Os olhos do gerente se arregalaram de choque, mas eu não me importava. Eu pagaria qualquer preço para mantê-la longe desses homens lascivos. "Mas por que a Jae, senhor?" ele arriscou,
"Eu estou aqui também, eu posso-"
Suas palavras foram recebidas com meu desprezo. "Nem pense nisso," eu rosnei, minha ameaça clara: "Vou fechar este clube se você tentar me seduzir novamente."
Eu joguei o dinheiro na mesa e saí, minha reivindicação sobre Jae clara: ela era minha.