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6. SANGUE ≠ FAMÍLIA.

"Deus, sim."

Ele sentiu o puxão no estômago dela no momento em que colocou as mãos contra ele. Os gemidos dela formavam um ritmo em seus ouvidos e Damien bateu a cabeça contra o vidro.

"Não pare. Nunca pare."

A imagem dela em sua mente havia mudado completamente enquanto ela agarrava seus ombros com força. Olhando diretamente em seus olhos gelados, Liv entreabriu os lábios. "Continue, Sr. Archer."

As pernas dela se flexionaram contra suas costas, puxando-o para mais perto—puxando-o mais fundo. E primeiro foram seus dois dedos que a encontraram, deslizando suavemente entre suas dobras. Liv inclinou a cabeça para trás, encontrando seus lábios úmidos com as mãos enquanto ele descia. E os olhos de Damien brilhavam com urgência e intenção. Com desejo.

"Nunca pare." A voz aguda dela ecoava em seus ouvidos como motivação. Ele fez de novo, recolhendo a umidade dela com seus toques sutis. Ele a abriu com aqueles dois dedos, encontrando seu clitóris. Ela era apertada, óbvio que nunca tinha sido conhecida. E esses sentimentos estranhos e avassaladores pulsavam em suas veias com a adrenalina e Olivia gemeu profundamente, sua garganta ficando rouca logo.

Isso era o que ela só tinha lido em livros.

Ele a esfregava em pequenos círculos, uma mão apalpando suas coxas. E Liv começou a tremer, seus músculos vibrando como na única vez que ela brincou com um vibrador na faculdade. Ele não parou, não importava o quão alto seu tom de voz ficasse. Ele continuava investindo, mais e mais fundo a cada movimento. O paraíso era real—

—e Olivia soube naquele momento que ela o viu. Ele estava duro, como uma rocha e era diferente de tudo que ele já tinha sentido. Diferente de qualquer pessoa com quem ele já tinha estado. Olhando para ela, ela era diferente. Ele vivia para agradá-la.

Ela gritou alto contra ele, molhando suas mãos. "Droga. Damien."

Eles se aproximaram mais um do outro enquanto uma mão encontrava seu pescoço, prendendo-a firmemente a ele. Ela se encolheu, finalmente abrindo os olhos úmidos para ele. O suor caía do lado do rosto dele enquanto ele sorria, levando aqueles dedos aos lábios. O gosto dela, o cheiro dela, era enlouquecedor. A sensação dela, pele com pele. Mas então foi como se ela começasse a escorregar de suas mãos no momento em que ele mordeu os lábios. E foi Olivia quem soltou uma risada suave.

"Eu nunca serei sua, Sr. Archer."

Ele recuou, como se escorregasse contra o chão e caísse de volta na consciência. E assim, ele se sobressaltou—acordado. Suando com respirações entrecortadas, Damien olhou ao redor de seu quarto com sua empregada correndo em sua direção. Seus braços o apoiavam contra os lençóis enquanto gotas de suor escorriam de seu rosto para seu peito peludo. Ele estava em choque, um choque evidente e talvez um imenso desgosto por ter sonhado com a única pessoa que ele odiava.

A única pessoa que não o queria.

"Você está bem, Sr. Archer?" Ele olhou para Marisol, jogando os lençóis para a mulher desconhecida em sua cama. Ela recuou enquanto ele caminhava até o armário vestindo apenas sua cueca azul escura. Ele pegou sua dose matinal de cafeína, bebendo de seu copo. E então, virando-se para a mulher em sua cama, que não era Liv, ele bufou.

"Tire ela daqui."

O sol nascia pelas janelas, bem ao lado de Abdul—o pai de Alli. E enquanto ele lutava com os ovos que fazia para o café da manhã, seu irmãozinho corria pela sala se preparando para a escola.

Sua mãe o levantava em seus braços, vestindo apenas uma regata branca que já estava manchada de chocolate quente. Abdul se afastou, concluindo suas orações e dobrando seu tapete.

Arrumando o lanche de Sahid, Alli se lembrava de como todos os dias eram uma rotina e, olhando ao redor, com seus pais ao redor do filho mais amado—obviamente. Não me entenda mal, ele amava seu irmãozinho com todo o coração—era mais o complexo de abandono de um primogênito, onde ele sentia que tinha que ser nada menos que perfeito. Sua mãe se aproximou dele, levantando seu queixo.

Ela olhou para as panquecas que Alli havia feito, e ele engoliu em seco. "Perfeito." Ela ainda tinha um leve sotaque nigeriano em sua voz enquanto sorria. E Alli forçou um sorriso nos lábios também. "Sua futura esposa será muito sortuda." Ela disse tão naturalmente que Alli sentiu seu coração afundar em ansiedade.

Claro, ele não tinha revelado sua sexualidade para seus pais profundamente religiosos. E em vez de fazer isso naquele momento, ele apenas se afastou de seu toque com um resmungo. Ela inclinou a cabeça sobre os ombros, observando a porta dele se fechar. E então um arco invadiu suas sobrancelhas. Assim que Alli estava atrás da porta, um suspiro escapou de seus lábios enquanto seus olhos caíam no café à sua frente.

Ele amava sua família.

Mas às vezes ele só desejava que eles fossem diferentes, ou melhor—que ele fosse diferente. Talvez ele tivesse uma vida muito mais fácil. Por enquanto, ele apenas aguardava o resto do seu dia, longe dali. E isso significava encontrar seu misterioso parceiro, Omar.

E ele não era o único ansioso para encontrar alguém.

Alyssa já estava fora de casa, correndo pelas calçadas em saltos altos vermelhos pecaminosos para combinar com seu cabelo que havia sido recém-tingido no fim de semana. Ela já tinha passado por muitas cores, mas esse vermelho tinha durado mais tempo. Havia algo nele que simplesmente complementava sua personalidade, não que ela fosse a mais extrovertida—mas sim um lado selvagem e ao mesmo tempo introvertido.

A porta do ônibus se abriu, e ela colocou um pé dentro, enrolando o cachecol ao redor dos ombros. "Oi, Ham." Ela cumprimentou ritualmente, fazendo seu caminho até seu assento habitual. Ela tinha se ajustado ao horário, então não estava tão atrasada naquela manhã. Também era o fim de semana após o funeral, o que significava que ela tinha tido algumas horas de descanso no dia anterior. E por mais que ela odiasse as segundas-feiras—

—ela não estava exatamente no pior dos humores naquele dia. Ela pegou o celular, esperando uma ligação da tia ou, quem sabe, uma mensagem em letras maiúsculas de Damien reclamando sobre alguma nova coisa que ele achou digna de reclamação.

Ela desbloqueou o celular e viu o número dele, não salvo, na tela. Ela não estava disposta a dar a ele a satisfação de salvar seu nome no telefone ou dar-lhe um centímetro de espaço em sua vida. Ela era muito diferente de anos atrás, quando estava perdidamente apaixonada por ele. E agora, ela começava a questionar o que ela via nele. No entanto, é esse desinteresse que só o atrairá mais. Ambos.

Ela fechou os olhos, desligando o telefone na imagem dele.

Damien vivia de cafeína.

E intensas noites de sexo casual.

Olhando para o despertador, era uma segunda-feira—mais uma semana, mas tão diferente. Hank se foi, seis palmos abaixo da terra, e ele assumiu o controle total do Império Archer. E não só ele tinha que aguentar todas as reuniões financeiras com o conselho, ele tinha que aguentá-las com Olivia Sanders—

—a única pessoa que não queria nada com ele. Ele tinha que suportar seu sarcasmo descarado e aguentar seu desprezo por qualquer motivo. E ele sabia que não podia deixá-la ir porque ela sabia mais do que ele sobre toda a empresa. Ele tinha que suportar, mesmo que ela representasse todas as coisas que ele odiava.

Damien Archer tinha um tipo.

Vestidos curtos de verão, loiras. Pernas lisas e magras que ele imaginava sobre seus ombros. Ele gostava de pele úmida e tons ousados de batom. Ele também admirava uma garota confrontadora—uma que parecia saber o que queria.

Sobrancelhas grossas, e menos bebedora do que ele. Ele também gostava de mistério, tendo apenas um pouco para sua imaginação. Ele adorava um bronzeado fresco e o cheiro de um perfume caro. Óculos escuros e o gosto de piña coladas. Ele amava escolhas de moda ousadas, mas era além disso, era a confiança.

Ele se apaixonava pela confiança. Não por amor, porque pessoalmente não acho que Damien já tenha se apaixonado por alguém que não fosse ele mesmo. Ele sabia que tinha esse desejo obsessivo de controlar tudo ao seu redor—tanto que ele perdia a cabeça se algo saísse um pouco do controle. Era por isso que ele também amava uma mulher submissa, uma que cederia a todos os seus desejos, a todas as suas vontades e imaginações.

Esses eram os critérios que ele estabelecia para uma esposa, se algum dia ele fosse se casar, mas hoje em dia, ele prosperava na casualidade de uma noite de sexo, e no mistério de não conhecer a garota com quem acordaria ao lado. Ele vivia pela emoção, e pelo desapego depois.

Observando a garota passar pelas portas de cristal, Damien desceu as escadas, lutando com o punho do paletó. Ele mal tinha algo no estômago além de café. Isso era suficiente, ele tinha seu ego para preenchê-lo—agora isso era algo que só Liv poderia dizer. Ele balançou a cabeça para tirá-la da mente.

E o sonho perturbador do qual ele havia acordado.

Liv era barulhenta, altamente sem estilo com suas roupas repetitivas e maquiagem sem graça. Seu cabelo ruivo bagunçado e sua excentricidade sem tempero. Ela era sarcástica, do tipo que machuca, e ele só sentia pena do homem que ousasse se apaixonar por ela. Quanto a ele, ele não precisava de nada daquilo.

Ele não sentia que tinha amor suficiente em si para dar exclusivamente a outra pessoa, por isso odiava a ideia de amor. E casamento, embora fosse inevitável com uma família como a dele.

Ele sabia o quanto sua mãe era ruim para seu pai. Como eles eram ruins um para o outro. Ele jurou que nunca teria isso, se apaixonar loucamente por alguém e depois se desapaixonar tão facilmente. Em todas aquelas qualidades que ele procurava—

—elas eram o oposto direto dela.

Ele acenou para Marisol, pegando sua maleta das mãos dela.

Passando um dedo pelo cabelo, ele se virou para a porta. E ela o observava, sempre o admirou desde que ele era um garotinho. E vê-lo crescer nos passos do pai a deixava mais orgulhosa. Se ele tinha algo próximo de uma mãe, era a mulher diante dele, a única mulher que Damien respeitava.

A única pela qual ele daria sua vida para proteger. Damien roçou as mãos dela, deixando um sorriso surgir em seus lábios. Mas no momento em que se virou, ela apareceu diante de seus olhos.

Olivia.

"Droga" Ele xingou, esfregando as têmporas. Por que diabos ela estava em toda parte? "Você está bem?" Marisol perguntou, indo em direção à porta. E ele se virou para ela, assegurando-a com um aceno pouco convincente. "Estou." As mãos frágeis dela seguraram a maçaneta da porta antes de puxá-la. Ele ficou ali enquanto o vento soprava em seu rosto e seu queixo caiu. Era como se ele tivesse visto um fantasma, como se tivesse visto ela.

E não, não era Liv. Era alguém pior, era— "Mãe?" Seu tom estava envolto em descrença enquanto Marisol olhava para a mulher familiar parada na varanda. "Alexander" Ela pressionou a mala contra as tábuas de madeira, sorrindo de volta para ele. "O que você está fazendo aqui?" Ele perguntou, mantendo a distância e tudo o que ela fez foi suspirar—sem surpresa.

"Você achou que tinha se livrado de mim, né?" Ela engoliu em seco enquanto se olhavam. "Alexander" Ela chamou, seu nome encontrando abrigo em seus lábios rachados. E ele empurrou a porta, gesticulando para que ela entrasse.

Ela passou por seus ombros, e um suspiro escapou de seus lábios. Seus olhos desceram para as mãos de Marisol que o alcançavam. E ele fechou a porta com o pé, deixando-o na escuridão.

Continua...

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