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Alexia subiu na carruagem, e Deus sabe quantas vezes ela iria gemer. A viagem estava apenas começando, e ela já estava assim.

Ela não sabia que desculpa poderia dar para que seus pais decidissem não levá-la junto. Eles deixaram a alcateia com o segundo em comando, ou seja, a viagem não era brincadeira.

O que quer que fossem resolver lá não era da conta dela, então por que ela tinha que ir? Será que a Deusa da Lua estava brincando com ela agora?

Era a Alcateia da Lua Fria. De jeito nenhum ela passaria um dia lá sem o conhecimento de Steele. Ninguém entra na alcateia sem que seja registrado e enviado como um arquivo para o Alfa bem na fronteira.

Da mesma forma, ninguém sai sem que seja enviado. Como ele reagiu quando viu que ela foi exilada no livro com seu nome registrado em tinta permanente?

Oh, meu Deus, ela não deveria estar fazendo isso.

A carruagem deu um solavanco e estremeceu, as rodas rangendo.

"Precisamos parar. Há algo errado com a carruagem." Anunciou o cocheiro.

Alexia assentiu, seus olhos fixos na janela.

A carruagem parou bruscamente, a porta se abrindo.

E então ela estava de pé ao lado da estrada, o vento soprando em seu cabelo, seus olhos fixos no quiosque à distância.

Ela caminhou em direção ao quiosque, seus pés esmagando o cascalho. Notou que o ar estava frio, agradecida por ter um casaco dentro da carruagem para voltar a pegar caso ficasse insuportável.

Ao se aproximar do quiosque, ouviu o som de marteladas e batidas, o guarda tentando consertar a carruagem. Ela olhou para o quadro pendurado no quiosque, seus olhos escaneando o menu.

"Uma xícara de café." Ela pediu, sua voz baixa e hesitante. Esta era a primeira vez que comprava algo de alguém. Ela sempre estava no bordel naqueles anos sempre que não tinha cliente.

O homem atrás do balcão assentiu, seus olhos fixos no rosto de Alexia enquanto preparava seu pedido.

"Você é muito bonita. É daqui?" Como ela supôs, ele não demorou a falar e perguntar, seus olhos a encarando curiosamente.

Alexia corou, seus olhos fixos no chão.

"Não, estou apenas de passagem."

"Bem, fico feliz que tenha parado aqui. Talvez eu a veja novamente."

Foi bom. Esta seria a primeira vez que ela recebia um elogio de um homem.

"Acho que sim. Poderia me dar outra xícara?" Ela lhe deu um sorriso caloroso, uma maneira sutil de mudar de assunto.

O homem sorriu, seus olhos brilhando de diversão. "Vejo que você gosta do meu café. Sabe... talvez devesse ficar um pouco. Eu poderia mostrar a cidade, apresentá-la aos meus amigos. Eles adorariam conhecer uma garota bonita como você."

"Desculpe." Ela começou, hesitando. "Não estou aqui para isso. Estou aqui para..."

Ela parou, seus olhos fixos na carruagem, o guarda acenando para ela à distância.

"Eu tenho que ir." Ela disse, de certa forma aliviada enquanto acenava para ele. "Obrigada pelo café, mas não posso ficar."

"Tudo bem." O homem assentiu, seu sorriso caloroso e compreensivo.

Alexia adormeceu na carruagem, seu corpo exausto da longa jornada. Ela acordou com o toque suave do guarda, seus olhos se abrindo para a visão dos portões do palácio.

"Chegamos, Princesa Alexia. Seus pais já chegaram." Ele informou e ela piscou duas vezes, incrédula.

Durante todo aquele dia, ela conseguiu evitar cruzar com o Alfa Steele. Na manhã seguinte, Alexia levantou cedo, seu corpo grogue enquanto pensava no evento do dia, o Dia D.

Ela caminhou em direção à água do banho preparada para ela e viu que as criadas já estavam lá, com as cabeças respeitosamente abaixadas.

"Bom dia, Princesa. Preparamos o banho conforme solicitado." Elas disseram em uníssono.

Alexia assentiu, seus olhos fixos na água, e então, rapidamente e com os olhos fechados, ela entrou na banheira, seu corpo afundando na água morna e perfumada, enquanto duvidava se conseguiria passar pela festa sem ser vista.

Para não mentir, ela sentia falta do rosto dele. Considerando que realmente não tiveram tempo de se conectar antes de ela ser exilada.

Alexia saiu do banho, seu corpo limpo e revigorado, as criadas ainda a aguardavam e ela já estava acostumada com o tratamento. Ela era tratada de forma ainda mais real na alcateia de seus pais.

As criadas a secaram quando ela deu um leve murmúrio de aprovação. Em seguida, ela foi vestida com um vestido esvoaçante azul e prata, o tecido macio contra sua pele. E então, quando terminaram de arrumá-la, ela se sentou para tomar o café da manhã no quarto, seus olhos constantemente se voltando para a janela enquanto comia, sua mente ocupada com pensamentos sobre a festa que já havia começado.

Finalmente, ela se levantou e saiu do quarto, seus passos ecoando no corredor devido aos saltos altos, o que a fez querer gemer.

A festa já estava a todo vapor, o pátio cheio de risos e música, o ar pesado com perfume e fumaça. Como poderiam falar em um evento geral?

Alexia se moveu pela multidão, seus olhos fixos no chão, grata por ter seu cabelo como um véu de proteção e camuflagem adequada.

Ela encontrou seus pais mais rápido do que esperava. "Alexia. Você está linda." Sua mãe elogiou, fazendo-a sorrir.

"Obrigada. Estou feliz por estar aqui." Uma grande mentira. Ela não queria estar aqui, de jeito nenhum. Mas quem saberia? Ela caminhou até o bar e pediu um refrigerante, sua mão tremendo enquanto levantava o copo aos lábios, seus olhos rapidamente escaneando a sala em busca de qualquer sinal do Alfa, sentindo-se aliviada quando não o viu.

Enquanto Alexia bebia seu refrigerante, sentiu um leve toque em seu ombro e pulou assustada, mas em vez da rouquidão particular, veio uma voz suave e divertida.

"Cuidado com essas bebidas. Uma a mais e você estará dançando nas mesas." A senhora disse, brincando levemente. Alexia riu, seu rosto iluminando-se tanto de alívio - por não ser quem ela pensava - quanto de humor, já que era engraçado e a senhora estava certa ao mesmo tempo.

"Você está certa, não sou muito de beber." Ela disse e a senhora sorriu.

"Não se preocupe. Há muitas outras maneiras de se divertir." Ela respondeu, seus olhos percorrendo a multidão, a música, as risadas.

"Olhe ao seu redor, Srta. O palácio está vivo esta noite. Você pode dançar, pode conversar, pode até assistir a lua nascer no horizonte."

Alexia sorriu, animada por pelo menos poder conversar. Ela estava começando a ficar entediada. Por outro lado, sabia que a senhora não a conhecia.

"Talvez você esteja certa. Talvez eu deva me permitir aproveitar isso."

Enquanto o barman lhe servia outra bebida, ela olhou ao lado e viu que a senhora já havia ido para a pista de dança, dançando com um homem. Bem, ela saiu tão rápido.

Ela logo ouviu a multidão cair em silêncio e olhou para a entrada para vê-lo; Alpha Steele entrando na festa.

Seus olhos se arregalaram.

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