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Quem disse que eu não posso me casar com um bilionário?

"Posso ver isso?" Céline perguntou, estendendo a mão. Sua tia fechou o jornal e entregou para ela. Céline pegou o jornal da tia e folheou as páginas procurando a notícia sobre Damien. Não foi difícil encontrar. No topo da página estava escrito em negrito: "DAMIEN CULHANE, EM BUSCA DE UMA ESPOSA!"

Ela riu, achando o título engraçado. Leu rapidamente, ficando mais interessada a cada palavra. Céline terminou de ler a página e devolveu a revista para a tia com uma nova empolgação.

"Bem, basicamente, acho que foi a mãe dele que colocou isso nas notícias," Céline comentou.

"Por que ela faria isso?" Sua tia perguntou, confusa com a conclusão.

"Ela deve estar ansiosa para arranjar uma esposa para o filho, vendo que não está ficando mais jovem. Então, está fazendo o que pode, inclusive usando a mídia."

"Hmm, você tem um ponto, mas duvido." Sua tia disse, franzindo a testa e olhando diretamente para Céline. "Por que você parece tão animada?"

"Bem, eu poderia ser a noiva que ela está procurando," Céline disse, sorrindo de orelha a orelha.

"O que você acabou de dizer!" sua tia exclamou.

Céline estava começando a apreciar que sua tia gostava de ler jornais. Ela estava obtendo informações sobre coisas que agora achava bastante úteis. Ela estava desesperada por dinheiro. Há uma mãe de algum cara rico e bobo procurando uma noiva para o filho. Tudo se encaixava perfeitamente?

Céline não tinha conseguido pensar em um plano decente para conseguir a quantia de dinheiro que John queria. Ela nem tentou porque sabia que não havia como conseguir esse dinheiro legalmente. Não com seu trabalho como professora de creche. Ela se formou em Estatística na faculdade e teve um emprego de escritório como pesquisadora de mercado, mas pediu demissão não muito tempo depois, quando percebeu que achava seu trabalho muito entediante. Ela preferia muito mais seu trabalho atual.

Mas agora, lendo esse jornal, ela percebeu que poderia haver um plano afinal. Uma maneira legítima de conseguir o dinheiro. Ela se casaria com um bilionário.

"Céline, esqueça. Você não pode se casar com esse homem." Sua tia afirmou categoricamente.

"Por quê? Tem algo de errado com ele?" Céline perguntou, confusa.

"Sim! Ele é rico!"

"O que há de errado com isso?"

"Nada! Não há nada de errado em ser simplesmente rico, mas ele não é apenas rico, ele é um famoso magnata dos negócios." Sua tia exclamou.

"O que torna tudo ainda melhor," Céline afirmou.

"Não! Você não vê? Ele seria ocupado demais para a família. Quero que você se case com alguém que tenha tempo para você, Céline, alguém que tenha tempo para vir aqui com você me visitar de vez em quando, sabe, um homem de família."

Céline riu alto. "É isso que te preocupa?"

"Quero dizer, ele nem tem tempo para procurar uma esposa por conta própria. O que te faz pensar que ele se interessaria por você?" Sua tia acrescentou, levantando as mãos. Ela parecia frustrada e desesperada para encerrar o assunto, o que fez Céline rir ainda mais.

"Por que você quer se casar com ele?" Sua tia perguntou, perdendo a paciência.

"Bem, eu não estou ficando mais jovem. Vou ter que me estabelecer algum dia, e melhor ainda se for com um homem muito rico. Ele pode cuidar bem de mim." Ela respondeu sorrindo.

"Eu aprecio o fato de você estar falando em se estabelecer. Quero dizer, já estava na hora de você começar a falar sobre isso. Mas eu esperava que você estivesse falando sobre alguém que você conheceu, alguém que você ama. Sabe, alguém que você está vendo." Ela falou tão rápido que Céline quase não entendeu as palavras.

"Não algum cara rico de um jornal, sobre quem você não sabe nada!" Ela desacelerou, certificando-se de enfatizar esse ponto.

"Provavelmente, mas o amor não é para mim, não estou vendo ninguém. Não parece que isso vai mudar tão cedo, então..." ela não terminou a frase, deixando sua tia raciocinar o resto do que ela queria dizer.

"Então é melhor você se mexer e começar a procurar." Sua tia completou. Isso estava longe do que ela tinha em mente.

"Bem, é isso que estou fazendo." Céline respondeu, sorrindo novamente.

Sua tia colocou a mão na testa e olhou para ela. "Você sabe que não foi isso que eu quis dizer." Ela sibilou.

"Tia, seria tão ruim se eu pudesse me casar com alguém como Damien?"

Sua tia suspirou e permaneceu em silêncio. Provavelmente estava pensando. "Eu só quero que você se case com alguém que você ame, Céline." Sua tia finalmente falou. "E eu falo sério quando digo que quero que você se case com alguém que tenha tempo para você, alguém que se importe com você, não algum amante do dinheiro."

"Você está julgando ele muito rápido, tia. Só porque ele é rico não significa que ele ama dinheiro e não será um bom marido. Ele pode ser uma pessoa legal. E quem sabe, podemos nos apaixonar um pelo outro."

"Pfft, você provavelmente nem vai vê-lo até o dia do casamento." Sua tia disse, rindo. "Você acabou de ler isso," ela acrescentou, apontando para o jornal. "Ele nem conheceu nenhuma das mulheres que sua mãe ofereceu. Ele provavelmente está ocupado demais para isso. Ele só viu as fotos delas."

Céline riu. "Eu sei."

"Então o que você quer fazer? Mandar um e-mail pedindo para se casar com ele? Porque ele provavelmente está ocupado demais para te ver? Você não vê o quão absurdo e antiquado isso é?"

"É isso que estou planejando fazer. Minhas amigas já estão se casando, então eu também deveria. Essa situação não é tão ruim quanto você faz parecer."

"Céline, você quer se casar com ele por causa do dinheiro?" As palavras a atingiram. Quando colocadas dessa forma, faz parecer que ela é uma pessoa imoral, mas essa era a verdade exata. Ela queria se casar com Damien por causa do dinheiro dele. Sua tia obteve a resposta da pergunta ao olhar para o rosto dela.

"Por quê?" sua tia apenas perguntou.

"Por quê o quê?" Céline perguntou inocentemente.

"Por que você quer se casar com Damien por causa do dinheiro dele?"

"Eu não disse isso," Céline respondeu, rindo.

"É óbvio. A Céline que eu conheço não tomaria uma decisão dessas do nada. Agora, desembucha."

Não havia motivo para mentir para sua tia. Ela podia confiar nela com a verdade, só não toda a verdade. Contaria uma meia-verdade, deixando de fora a parte sobre John.

"Sim, eu quero me casar com ele por causa do dinheiro."

"Eu já sabia disso. A questão é por quê."

"Eu quero descobrir quem matou meus pais, e preciso de dinheiro para isso." Ela disse ansiosamente, esperando que sua tia não perguntasse por que ela precisava de dinheiro para isso.

"Isso é novo. De repente?" Sua tia perguntou, surpresa com a resposta.

"Não, não é, eu sempre quis, mas nunca falei sobre isso."

"Por quê?"

"Porque eu nunca tive isso em mente como um objetivo real."

"E agora você tem?" Sua tia perguntou, olhando para ela atentamente com interesse.

"Sim." Ela disse simplesmente, não indo mais longe e esperando que sua tia fizesse o mesmo. A sorte não estava do seu lado.

"Por que isso é um objetivo agora e como envolve dinheiro?"

Droga.

Ela tinha feito a única pergunta que Céline temia.

"Não se preocupe com isso, tia." Ela implorou.

"Ah, de jeito nenhum, Céline. Eu estou preocupada com isso. Você tem ideia de quão perigoso pode ser cavar o passado? Eu preciso saber como você planeja fazer isso e por que envolve dinheiro."

"Eu não quero te envolver, tia, você pode deixar isso pra lá?"

"Não, eu não posso. Seja qual for esse seu plano, ele só vai acabar em desastre. Você sabe o que é casamento e no que está se metendo? Casamento é um assunto sério, e eu não posso me envolver."

Estava claro que sua tia não estava comprando sua história, então ela precisaria inventar uma mentira.

"O que você quer dizer com é perigoso cavar o passado?" Ela perguntou à tia, esperando que isso a distraísse e lhe desse tempo suficiente para pensar em uma mentira.

"Por tudo que você sabe, as pessoas que assassinaram seus pais podem ainda estar vivas e tentar encontrá-las pode te colocar em perigo. Por que você quer encontrá-las?"

"Eu quero vingar a morte deles." Escapou de sua boca de repente. Sua tia ficou completamente em silêncio, olhando para ela como se estivesse tentando descobrir se aquilo era uma piada.

"Você não está falando sério, está?" sua tia perguntou, franzindo ligeiramente a testa.

"Estou." O franzido se intensificou.

"Céline, você pode me fazer um favor e esquecer essa história toda? O que deu em você? Você está tentando tomar decisões das quais vai se arrepender." Sua tia implorou.

"Eu já decidi, tia." Sua voz era firme. Isso fez sua tia perceber que não adiantava mais discutir.

"Para que você precisa de dinheiro?" sua tia perguntou em vez disso. Felizmente, Céline conseguiu inventar uma mentira.

"Eu preciso contratar um detetive particular, e isso custa dinheiro." Ela disse. "Fazer um boletim de ocorrência tornaria tudo muito público, e como você disse, os assassinos deles podem estar por aí vivos." Ela acrescentou imediatamente, não querendo que sua tia fizesse mais perguntas sobre por que ela escolheu um detetive particular. Essa não era a razão dela. Ela sabia seus motivos, mas sua tia não precisava saber.

Sua tia apenas a encarou por um longo tempo, depois suspirou. "Você já decidiu, não é?" sua tia perguntou, com uma nota de tristeza na voz.

"Decidi."

"E nada do que eu disser agora vai mudar sua decisão?"

"É. Não se preocupe com isso, tia."

"Como eu não vou me preocupar? Você está colocando seu coração e sua vida em risco por isso. Você acha que seus pais gostariam disso?"

Céline riu e estendeu as mãos para pegar a revista novamente. "Pode não ser tão ruim se eu me casar com Damien."

"Você não sabe disso."

"Vamos descobrir," Céline disse, sorrindo. "Eu só preciso de um favor seu."

"O quê?"

"Eu preciso descobrir mais sobre essa oferta. Acho que vou enviar um e-mail para o endereço amanhã. Mas preciso pegar seu laptop emprestado, posso fazer isso?"

"Pelo jeito, você não está me dando escolha, está?" sua tia perguntou, suspirando.

Céline apenas sorriu para ela.

"Vou deixar você enviar a consulta." Sua tia disse. Uma pequena parte dela sempre quis vingança pela irmã. Ela não queria que fosse Céline fazendo isso. Ela estaria sacrificando sua paz e felicidade. Mas como não conseguiu convencer Céline do contrário, teve que aceitar a contragosto, fazendo o pouco que podia, já que era por sua irmã. "Estou fazendo isso contra a minha vontade. Não apoio você perseguir esse Damien ou querer vingar seus pais."

"Eu sei, tia." Céline disse, fazendo beicinho. "Você deve estar com fome. Vou fazer o jantar." Ela acrescentou, satisfeita que sua tia estava colaborando. Levantou-se do sofá e foi para a cozinha preparar o jantar.

Ela só podia esperar que esse plano funcionasse. Da próxima vez que encontrasse John, queria estar jogando dinheiro na cara dele e não implorando por uma reconsideração.

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