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É um acordo

Havia um brilho louco em seus olhos vermelhos. Ela ficou pressionada instantaneamente e estava desesperada para fazer xixi. Ela sabia o que ele estava perguntando, mas decidiu fingir que não sabia.

"Do que você está falando?" ela conseguiu perguntar sem gaguejar.

"Você sabe do que estou falando! Não brinque comigo!" ele gritou, usando toda a mão para agarrar o queixo dela e apertá-lo com força.

Ela fez uma careta de dor. Com os dentes cerrados, ele disse: "Vou perguntar só mais uma vez." Ele soltou o queixo dela e respirou fundo. "Você sabe?"

"Sim, eu sei." ela sussurrou, sua cabeça voltando imediatamente a encarar o chão.

"Oh, meu erro. Eu te contei tantas coisas que não deveria." Ele cuspiu. "Primeiro de tudo, este lugar. Eu nunca deveria ter te trazido aqui."

A localização do túnel era nos arredores da cidade. Era uma área escondida. Um lugar que John descobriu quando era um menino.

John a trazia aqui sempre que queria um tempo a sós com ela. Ela sempre achou a escolha de recreação e lugar de relaxamento de John estranha, mas não se importava. A ideia de romance dele era muito bizarra, mas Celine nunca deu importância a isso. Se ao menos ela soubesse. John sempre dava pistas de que não era normal. Ela ignorou todas.

Eles acreditavam que eram as únicas duas pessoas que conheciam esse túnel, ou assim parecia. Então, quando aqueles assassinatos começaram e não conseguiam encontrar o culpado, ela sabia onde encontrá-lo.

"Então, eu te contei o quanto eu odiava mulheres grávidas e bebês." Ele riu alto. "Como se isso não fosse suficiente, eu te mostrei minha obsessão por fitas vermelhas." Aproximando-se dela, ele agarrou o queixo dela novamente, "Não foi tão fácil para você? Você não precisou pensar duas vezes para saber que era eu, não é?" ele perguntou. Era retórico.

Celine não respondeu. Ela apenas olhou para ele. O ódio dele por mulheres grávidas e bebês foi o motivo particular pelo qual ela terminou com ele. Começou a preocupá-la no dia em que ele começou a desabafar sem parar sobre como elas eram nojentas. Como seria bom abrir a barriga inchada. Ele sempre dizia isso como uma piada. Ela finalmente soube que, na verdade, não era uma piada quando ele teve um orgasmo assistindo a uma cena de filme em que matavam uma mulher grávida. Foi quando ela soube que ele tinha um problema psicológico e precisava de ajuda médica. Ela disse isso a ele, e ele explodiu, então ela terminou com ele.

Agora ele está encenando a mesma coisa que assistiu naquele filme, então não foi difícil saber que era ele. Ele apenas adicionou as fitas, eliminando todas as dúvidas.

"Então me diga, Celine, por que você não me denunciou? Por que não expôs meu esconderijo?" ele perguntou, sorrindo para ela.

"Porque eu preciso de você," ela disse simplesmente. John apertou a mão ao redor do queixo dela.

"Você precisa de mim! Ah, claro, o que eu esperava? É obviamente por razões egoístas." Ele disse entre dentes cerrados.

"John, por favor, só me escute."

"Não! Cala a boca!" ele disse, então riu uma risada sádica. "Te escutar! Não foram essas as mesmas palavras que eu disse a você quando você queria ir embora? Mas você não quis saber. Eu precisava de você, mas você não se importou! Tudo o que você se importava era com você mesma!" ele riu novamente. "Eu não te culpo. Quero dizer. Quem iria querer um namorado desequilibrado?"

"John. Eu queria te ajudar. Você sabe que eu queria, mas você não deixou." Lágrimas escorriam dos olhos dela agora. Seu queixo estava doendo.

"Cala a boca. Celine. Cala a boca! Você queria me levar para um hospício. Como isso é ajudar?" John gritou.

"Eu implorei. Implorei para você não ir embora, que eu corrigiria aquelas coisas e resolveria meus problemas sozinho, mas você recusou." Sua voz estava calma.

Então ele gritou, "Você queria as coisas do seu jeito!" Sua mão apertou ainda mais o queixo dela, suas unhas cravando na pele. "Você era a única que me mantinha são. Eu precisava de você para permanecer são. Eu precisava de você, Celine. Eu sou quem sou hoje por sua causa!"

"John, por favor, está doendo." Ela implorou. Ela estava começando a gemer.

"Ah, está doendo? Porque dor é a única emoção que eu quero que você sinta." Ele disse, sorrindo, então apertando ainda mais as mãos. "Que coragem você teve de vir aqui, Celine, e dizer que precisa de mim. Você tem um desejo de morte ou algo assim?" ele riu novamente. Sua risada sádica estava se tornando muito frequente. Celine tinha certeza de que isso lhe daria pesadelos.

"Você sabe?" ele perguntou, olhando para ela. "Que eu poderia te esquartejar em pedaços pequenos e depois te enterrar sob a entrada deste lugar, e absolutamente ninguém saberia sobre isso, onde você está e o que aconteceu com você." Um sorriso psicótico se espalhou pelo rosto dele.

Celine estava à beira de gritar de terror. Ela se arrependeu de ter decidido vir encontrar John para pedir ajuda.

"De qualquer forma, vamos ouvir. Para que você precisa de mim, Celine?" Ele perguntou, soltando o queixo dela e colocando uma distância entre eles. Celine soltou um suspiro de alívio. Foi bom finalmente ter algum espaço para si mesma. Ela podia agora respirar ar fresco. Ela esfregou o queixo, desesperada por algum tipo de alívio da dor. Ela olhou para John e falou.

"Eu preciso que você descubra quem assassinou meus pais."

"E quando eu descobrir?"

"Você os traz para mim. Eu quero torturar e matar esses desgraçados com minhas próprias mãos."

John riu. Não de forma sádica desta vez. Foi uma risada divertida. Forte, ele estava segurando o estômago. "Como eu disse, Celine, você tem coragem. Você vem aqui, sabendo que possivelmente não sairá viva. Você faz tudo isso só para me dizer isso? Você é uma idiota."

"Eu sei que parece estúpido, mas não é. Se eu seguir os meios legais para obter justiça, eu perco a honra de vingar pessoalmente. A lei estúpida tomaria conta."

"E por que você escolhe vir até mim? Existem muitos investigadores particulares ilegais por aí."

"Bem, esse é o ponto. Eu preciso que você assuma a culpa."

John apenas a encarou. Aquela declaração o pegou completamente de surpresa.

Em um movimento rápido, ele foi até ela. Ele agarrou o pescoço dela e apertou. "Você acha que eu mato para ser pego? Eu mato porque não consigo evitar. Eu fico excitado com isso, e é a minha única maneira de obter satisfação sexual!" John disse entre dentes cerrados, obviamente muito irritado. Ele estava fervendo de raiva.

Celine agarrou as mãos dele, tentando soltá-las de seu pescoço. "Deixe-me explicar." ela conseguiu dizer. Demorou um pouco para ele se acalmar. Quando ele se acalmou, soltou a mão.

Celine tossiu repetidamente, tentando formar palavras. "Quando eu digo assumir a culpa, não quero dizer se entregar. Eu só preciso que você faça aquela coisa da fita vermelha para mim, para que eles pensem que você está apenas mudando de vítimas."

"Eu não estou mudando de vítimas." Ele afirmou.

"Sim, eu sei, eles vão pensar que você está, e você vai confundi-los."

"Por que eu deveria fazer isso por você? O que eu ganho com isso? Eu te odeio, e a última coisa que eu quero fazer é te ajudar. O que te deu coragem para vir aqui e pensar que eu faria isso?"

Sorrindo, Celine foi quem se aproximou de John. "Não vê? Eu tenho mantido minha boca fechada todo esse tempo. Espero que você saiba que posso abri-la a qualquer momento." Até ela estava começando a se perguntar que tipo de coragem tinha para dizer isso.

"O que você quer dizer?" John perguntou, levantando uma sobrancelha ligeiramente.

"Você faz isso por mim, e eu mantenho minha boca fechada."

John riu alto. Ele continuou rindo por mais de um minuto. Celine apenas o encarou, confusa.

"Eu nunca soube que você era tão burra." Ele disse, uma carranca se formando em seu rosto. "Se eu estivesse preocupado em ser denunciado, eu poderia te matar aqui e agora. Deixe-me te lembrar." Ele substituiu a carranca por um sorriso, "Então, que tal fazermos isso nos meus termos."

Celine nunca se sentiu tão estúpida.

Ele estava certo. Essa ideia era idiota.

Ela não tinha pensado bem em seu plano antes de agir. "O que você quer?" ela perguntou a contragosto.

Seu sorriso psicótico apareceu novamente. "Seu corpo." Seu olhar injetado de sangue percorreu a figura dela de uma maneira que a fez se arrepender de ter vindo aqui.

"Sabe, não posso deixar de me perguntar se você ainda é virgem. Nós nunca chegamos a -"

"Eu não vou transar com você, John." Ela o interrompeu abruptamente. Ele riu, então começou a caminhar em direção a ela. Ela manteve sua posição. Não se moveu.

Quando ele se aproximou dela, sussurrou em seu ouvido, "Você tem escolha?"

"Eu tenho, e não vou!" ela disse, tentando controlar sua raiva.

"Você não tem porque eu não vou deixar você sair daqui sem um acordo. Se não fizermos um acordo, vou ter que te matar porque você vai sair daqui e-"

"Eu não vou te denunciar." Ela interrompeu novamente.

"Ah, bom, mas isso não é bom o suficiente. Você pode dizer que não vai, mas fazer o contrário. Então vamos fazer um acordo," John disse, batendo palmas como uma criança empolgada que acabou de ganhar um doce.

Celine bufou, frustrada. "Por favor, John, outra coisa, por favor." Ela implorou. Ela não queria parecer patética, mas não tinha outra opção. Ela não podia transar com um serial killer, um desequilibrado. Além disso, não era assim que ela planejava perder sua virgindade. Não para esse psicopata.

"Ok. Outra coisa." Ele disse. Celine soltou um suspiro de alívio.

"Dez milhões de dólares!" ele declarou.

"O quê!" Celine gritou. "Onde eu vou conseguir esse tipo de dinheiro?"

"Eu não sei. Isso deveria ser problema meu? Faça sua parte do acordo, eu faço a minha."

"Espere, isso ainda não é um acordo."

"Eu não vou mudar. Seu corpo ou o dinheiro." Ele começou a bocejar como se estivesse entediado.

Celine sentiu vontade de simplesmente ir até ele e rasgar sua boca. Ela o encarou, tentando controlar a raiva que fervia dentro dela.

"Eu não sei onde conseguir dez milhões de dólares. Eu não roubo!"

"Você tem a primeira opção." Ele sorriu. Ela queria dar um tapa nele que apagasse aquele sorriso do rosto dele.

"Eu também não vou transar com você." Ela cuspiu.

"Você não tem escolha, Celine. Você não vê o ponto de tudo isso? Não há como você conseguir esse tipo de dinheiro. Então, praticamente, eu te dei apenas uma opção aqui. Algo que você pode dar. Seu corpo."

"Fechado!" ela disse entre dentes cerrados.

"Ah, boa garota, boa garota. Eu sabia que você era esperta." Ele disse, sorrindo e olhando para o corpo dela.

"Eu vou te dar o dinheiro, e isso é um acordo." Essa era uma maneira melhor de apagar o sorriso do rosto dele.

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