3 zombaram dela
Kimberly não conseguiu dormir bem naquela noite. Ela ficava pensando em como iria conseguir cinquenta mil dólares em dois dias.
Mesmo que vendesse tudo o que tinham, não seria suficiente para quitar a dívida.
A mãe de Kimberly havia pegado o dinheiro emprestado com agiotas para pagar as contas médicas do pai dela. O valor inicial era de cem mil dólares, mas eles já conseguiram pagar metade do montante.
Kimberly estava preocupada com o que poderia acontecer com eles se não conseguissem pagar o dinheiro em dois dias. Ela tinha ouvido falar sobre como os agiotas são implacáveis com aqueles que não conseguem quitar suas dívidas. Ela só esperava que um milagre acontecesse e que seu destino não fosse o mesmo dessas pessoas.
A manhã chegou muito rápido. Kimberly não tinha fechado os olhos nem por um segundo na noite passada. Ela se levantou da cama e se preparou para ir ao trabalho.
Kimberly foi verificar se sua mãe estava acordada, mas a encontrou ainda dormindo, então escreveu um bilhete para ela e saiu para o trabalho.
No trabalho, Kimberly continuava trabalhando distraída. Ela ficava pensando em ideias de como arrecadar uma quantia tão grande em menos de quarenta e oito horas. Pensou em pegar dinheiro emprestado no banco, mas logo percebeu que não seria uma boa ideia. Além disso, levaria semanas para o empréstimo ser aprovado e, até lá, sua vida e a de sua mãe já estariam arruinadas.
Kimberly não percebeu que estava esfregando o mesmo lugar por um tempo até ouvir a voz zombeteira do gerente.
"Você está tentando fazer um buraco no chão?". O Sr. James, o gerente, gritou com ela.
Kimberly não estava com humor para entreter suas provocações naquela manhã, então ficou quieta.
"Você não vai responder ou ficou surda?". O Sr. James zombou dela. Kimberly manteve a calma e se recusou a responder.
"Vejo que você finalmente criou asas. Você ousa não me responder quando falo com você. Certamente você não quer perder seu emprego. Ou quer!". O Sr. James cuspiu as palavras enquanto sorria. Ele sabe o quanto Kimberly precisa desse emprego e é por isso que sempre usa a palavra "demissão" com ela. Ele sabe que assim a terá à sua mercê. Exatamente onde ele quer que ela esteja sempre.
Por causa do mau humor, Kimberly mordeu a língua para se impedir de dizer algo de que realmente se arrependeria depois.
"O silêncio é a resposta para um tolo!". Kimberly disse em sua mente. E assim, sem dar qualquer resposta ao Sr. James, ela pegou o balde de esfregar e o deixou ali, gritando seu nome.
Kimberly deixou o balde de esfregar na sala de utilidades e foi procurar Susan. Kimberly a encontrou descansando no vestiário.
"Bom dia, Susan, estive procurando por você!". Kimberly a cumprimentou.
"Engraçado, sou eu quem sempre está procurando por você e não o contrário. O que você quer? Espero que não esteja aqui para se vingar de todas as vezes que peço para você me cobrir?". Susan perguntou com as sobrancelhas levantadas. Susan geralmente implora para Kimberly cobri-la sempre que tem algum lugar para ir e, por isso, ela só espera que Kimberly não esteja ali para pedir os mesmos favores, porque não está com vontade de trabalhar hoje.
"Não é isso. Eu preciso da sua ajuda!" Kimberly disse.
"O que aconteceu? Espero que você não tenha se metido em problemas com o Sr. James. Ele te demitiu?" Susan perguntou. Kimberly desejava que fosse isso, mas infelizmente era algo maior.
"Não! Isso não tem nada a ver com o Sr. James. Eu tenho uma dívida que preciso pagar em dois dias e não tenho o dinheiro!" Kimberly explicou sua situação para Susan.
"Quanto é a sua dívida?" Susan perguntou.
"Cinquenta mil dólares!" Kimberly sussurrou e observou os olhos de Susan se arregalarem.
"Cinquenta mil o quê? Para que você usou uma quantia tão grande?" Susan perguntou.
"Para o tratamento do meu pai. Não conseguimos pagar todo o dinheiro desde então. Não estou procurando todo o dinheiro. Só preciso de uns dez a vinte mil. Tenho certeza de que os agiotas ficarão contentes por um tempo se oferecermos essa quantia a eles." Kimberly explicou. Ela sabe como esses agiotas operam. Uma vez que ela conseguir dar uma parte do dinheiro, eles não os incomodarão por um tempo.
"Isso é uma quantia enorme. Eu sei onde você pode conseguir até dez mil dólares em um dia, mas não tenho certeza se você está disposta a fazer o que é necessário para ganhá-los!" Susan exclamou.
Kimberly sorriu aliviada. Ela sabia que podia contar com Susan para uma solução.
"Quanto eu preciso fazer. Estou disposta a fazer qualquer coisa, desde que não seja ilegal." Kimberly garantiu a Susan.
"Se você diz. Já ouviu falar da Agência de Acompanhantes Mar?" Susan perguntou.
"Não!" Kimberly respondeu, embora ao ouvir "Agência de Acompanhantes" ela já tivesse uma ideia de onde Susan estava indo.
"O que eu esperava de uma freira como você? De qualquer forma, tenho certeza de que você sabe o que significa uma Agência de Acompanhantes. A Agência de Acompanhantes Mar tem os melhores clientes, alguns dos quais estão dispostos a pagar dezenas de milhares só por uma noite. Como o dono, Marcus, é um conhecido meu, posso pedir a ele para te conectar com um dos clientes mais ricos dele. E então, você topa?" Susan explicou.
Kimberly não queria fazer isso. Mas ela não tinha escolha. Tempos desesperados exigem medidas desesperadas.
"Sim, eu topo!" Kimberly respondeu com dificuldade.
"Ótimo, então vou ligar para o Marcus," Susan disse e se afastou, deixando Kimberly com seus pensamentos.
Um minuto depois, ela voltou para a sala e informou Kimberly que Marcus concordou em arranjar um encontro com o maior cliente dele para aquela noite.
"Hoje à noite? Mas o que eu vou dizer para minha mãe?" Kimberly argumentou. Ela não queria deixar sua mãe sozinha caso os agiotas voltassem.
"Claro. Não deixe essa oportunidade escapar ou você não terá outra chance. E quanto à sua mãe, você pode dizer que tem um turno noturno no trabalho." Susan explicou.
"Ok!" Kimberly respondeu. Mesmo que ela não gostasse da ideia, não tinha escolha, já que essa era a única chance de conseguir uma quantia tão grande em uma noite.
"Então tá. Vamos indo. Você precisa fazer exames para garantir que está limpa. É parte das políticas da empresa e depois vamos fazer compras. Eu não gostaria que você se vestisse como se estivesse indo para a igreja." Susan zombou, fazendo Kimberly lançar um olhar fulminante para ela.