7_Cordas e gemas
Suas palavras foram acompanhadas por um olhar frio de desprezo.
Ficando imóvel, Ametista moveu os olhos lentamente, estudando os rostos hostis que a encaravam. Engoliu em seco, um leve tremor sacudindo sua espada.
"Oh, me desculpe," ela começou docemente. Ela tinha um plano e iria segui-lo. "Superestimei o orgulho masculino de vocês. Não pensei que aceitariam ajuda para lutar contra uma garota que só tem uma espada. Acho que seus músculos são só para mostrar. Vocês são grandes e poderosos, mas, diante de um desafio de alguém tão inofensiva quanto eu, correm para os braços de seus irmãos."
Os homens explodiram em gritos altos de choque e raiva, chamando-a de blasfema contra seu líder.
Harald riu. "Oh, ela é boa." Gunnar olhou para ele e ele engasgou, limpando o sorriso. "Eu q-quis dizer rude. Ela é rude, cortem a cabeça dela!!"
Thoran ficou em silêncio, sua mente na verdade correndo com várias reações às palavras ousadas dela. Essa mulher. Ela era a criatura mais estranha que ele já havia encontrado. Como alguém podia ser tão medrosa e tão destemida ao mesmo tempo? Era desconcertante lidar com ela.
Gunnar cerrou o maxilar enquanto observava a garota insolente. Ele queria lidar com ela imediatamente, mas fazer isso faria suas palavras parecerem verdadeiras, diminuindo Thoran aos olhos da tribo. Mas para Thoran lidar com ela pessoalmente seria... severo, para dizer o mínimo.
Ela era insensata, claramente não sabia com quem estava desafiando. Era como se estivesse em uma missão para morrer da maneira mais dolorosa possível.
"Está tudo empacotado?" Thoran perguntou, seu olhar levemente irritado focado em Amie.
"Está tudo empacotado," disse Ivar. "Estamos prontos para partir, Aço."
Ele assentiu. "Partam."
Gunn olhou para ele. "E você?"
"Partam, eu estarei logo atrás de vocês."
Ficando em silêncio, Gunnar olhou lentamente para a garota que segurava uma espada contra Thoran Aço de forma tola. Ela acabara de selar sua própria sentença de morte, merecia o que quer que viesse para ela.
"Saíam do acampamento!" gritou Gunnar.
Com gritos responsivos de concordância, os homens começaram a recuar hesitantes, subindo em seus carros e cavalos. Teria sido uma batalha divertida de assistir, mas, infelizmente, não podiam ignorar as ordens de Aço.
Quando os homens deixaram o acampamento e desapareceram na trilha escura da floresta, Gunn se virou para encarar Thoran.
"Não demore. Não temos muito tempo."
Com um grunhido de desdém, Thoran assentiu.
Lançando um último olhar para a garota, Gunn se virou e marchou para fora do agora silencioso acampamento.
Finalmente. Ametista lutou contra a vontade de sorrir. Eles estavam sozinhos! Ela havia conseguido que ele a enfrentasse sozinho! Oh, ela podia sentir o poder correndo por suas veias!
Ela iria acabar com ele e desejava que todas as pessoas que já a menosprezaram estivessem ali para testemunhar!
"Bem, boneca?" ele murmurou, observando-a. "Acredito que você mencionou algo sobre... uma batalha."
"Isso mesmo," disse Ametista, dando passos lentos em um arco ao redor dele. "Ações têm consequências, Sr. Bárbaro. E, hoje, você vai aprender o que significa pagar por seus pecados."
Um raio agudo de algo eletrizante percorreu dentro dele e ele se viu dando passos lentos em direção a ela. "É mesmo? E, acredito, você é minha punidora?"
Os passos de Amie passaram de circular ao redor dele para recuar. "Eu... Eu sou, sim. Prepare-se para implorar por misericórdia!"
"Quando vamos emboraaa?" Jade gemeu, encostada no veículo enquanto olhava para o céu da tarde. Droga, ela não conseguiu ficar sozinha com Arroe nem uma vez. Ele continuava marchando com sua responsabilidade, cuidando das coisas enquanto os outros alfas estavam festejando. Maldito seja ele e o quão atraente ele era.
"Sair deveria ser a última coisa na sua mente!" Milana disse das portas da frente abertas. "Literalmente não conseguimos encontrar Ametista!"
Endireitando-se, Jade ofegou. "O quê? Mas você não disse que ela provavelmente estava no centro de treinamento do exército de novo?"
"Eu pensei que ela estivesse, mas não está."
Natalia saiu do castelo, descendo as escadas com passos firmes. "Vou encontrá-la."
"Natalia." Raiden correu atrás dela. "Talia, deixe os servos procurarem por ela, você não tem ideia de onde começar!"
Ela se virou para encará-lo. "Não podemos simplesmente sentar e esperar, Raiden. Você não entende. Com Amie, é diferente."
Milana suspirou. "Realmente é bastante perigoso ela estar desaparecida. Se algo aconteceu com sua pedra de cura, ela pode estar inconsciente em algum lugar."
"Oh, meu Deus!" Jade sussurrou. "O que fazemos? Temos que encontrar Amie!"
"Não entre em pânico," ordenou Natalia. "Vamos encontrá-la e ela ficará bem."
"Mas o ritual anual ainda não acabou, Talia," Milana apontou. "Deixe-nos ir procurá-la, você e Raiden não podem deixar o reino até o final desta semana."
Com um gemido frustrado, Natalia se afastou.
"Natalia," Raiden disse firmemente. "Eu sei o quão importante é para nós encontrar Ametista e estou disposto a usar todos os nossos recursos para isso, mas não podemos negligenciar nossos deveres como os reais deste reino. Amie será encontrada, não se preocupe."
Ela mordeu o lábio, acalmando-se. "Tudo bem, mas... onde ela está? Raiden, ela está desaparecida o dia todo."
"Aqui." Cyrus estava se aproximando, com um Eroz relutante atrás dele. "Este homem deve ser capaz de te dizer."
"O que ele disse?" Raiden perguntou baixinho ao irmão assim que ele estava perto o suficiente.
"Eu não perguntei nada a ele," Cyrus murmurou. "Já foi ruim o suficiente eu ter que convocá-lo pessoalmente, não queria tornar as coisas mais desconfortáveis falando com ele."
"Eroz," Natalia disse cansada. "Já passou tempo suficiente. Onde ela está?"
Fazendo uma careta, Eroz olhou ao redor enquanto pensava na resposta. "Há várias respostas possíveis para essa pergunta..."
Raiden assentiu. "Continue."
Suspirando, Eroz cruzou os braços enquanto organizava seus próprios pensamentos sobre o assunto. Isso era o pior. Ele deveria ter ouvido seu instinto quando o alertou para ser cauteloso. "Bem, aqui está o que a princesa me disse que faria. Ela disse que iria a um festival de espadas. Por isso eu estava dando dicas e truques sobre luta com espadas."
Natalia franziu a testa. "O quê? Que festival de espadas? A tribo que eu costumo ir não terá um festival por mais um mês!"
Ele deu de ombros. "Talvez ela tenha ido a outra tribo da floresta?"
"Não," disse Milana. "Essa é a única tribo de espadachins que Amie poderia conhecer, já que é a que Natalia sempre frequentou."
"Qual é a outra opção?" questionou Raiden.
Tenso, Eroz deu um passo cuidadoso para longe de Natalia. "Ela mencionou... ela mencionou Bárbaros."
"O quê?!" as irmãs disseram coletivamente.
"Bárbaros?" disse Cyrus. "Por que diabos...?"
Balançando a cabeça, Eroz deu de ombros. "Olha, eu não sei. Ela me perguntou o que eu sabia sobre Bárbaros porque tinha lido sobre eles e estava curiosa. Falamos sobre isso durante todo o treinamento, eu posso ter mencionado lugares onde eles fazem seus acampamentos ou certos locais secretos onde guardam seus tesouros."
"Mas por que diabos você faria isso?" Natalia questionou, sua voz tingida de exasperação.
"Eu não pensei que ela sairia correndo para descobrir alguns Bárbaros sozinha," Eroz disse em defesa. "Ela nunca pareceu ser do tipo que toma decisões tão selvagens."
"Você está brincando?" Jade murmurou. "A única coisa que impediu Amie de se juntar a Natalia em todas as aventuras proibidas foi sua doença."
"E ela foi curada disso há muito tempo," acrescentou Milana. "Não há nada que a impeça agora."
"Espere." Natalia levantou ambas as mãos. Com os olhos arregalados, ela olhou para Raiden. "Você se lembra das perguntas bizarras que ela estava fazendo? Sobre o homem teórico que atacaria a mim no nosso castelo?"
Raiden a olhou por um momento e então gemeu. "Certamente não. Você acha que ela foi atacada por um homem e então, seguindo seu conselho de treinar e buscar vingança—"
"Ela foi atrás do desgraçado, sim!" Natalia sentiu o pânico crescer dentro dela. Ela sempre soube que Ametista um dia causaria caos. Esse dia finalmente havia chegado.