




Capítulo 1
O Rei Evander estava sentado em uma poltrona em uma sala de estar no quarto andar de um castelo de um reino que ele havia conquistado há poucos dias. Tudo estava intacto, ele garantiu que seus homens soubessem que o sangue pode ser lavado, mas paredes e tesouros levariam tempo para serem substituídos, e ele não gostava de ficar em castelos em ruínas. A maior parte do reino estava destruída, e o Rei Evander sabia que em breve seus novos súditos morreriam de fome, já que as terras agrícolas foram destruídas no início desta guerra.
A sala de estar dava para a varanda onde a família real costumava sair para ver seus súditos em ocasiões especiais. O Rei Evander sabia que a única maneira de ganhar o respeito de seus novos súditos era se tivesse uma rainha ao seu lado, a amada Princesa Carena Valentina. À sua frente, seus joelhos tocando os dela, sua grande figura imponente diante dela, onde ela estava sentada amarrada a uma cadeira comum com braços laterais. Os proeminentes olhos azul-acinzentados do Rei Evander varreram sua pele branca como porcelana, pensando: 'como o cabelo dela é tão escuro, mas a pele tão clara?'
O Rei Evander afastou uma mecha do cabelo castanho escuro dela do rosto, seus dedos roçando a pele lisa e suave dela, que parecia ainda mais clara sob sua própria pele naturalmente morena. Ele colocou a mecha de cabelo atrás da orelha dela e passou o polegar sobre suas maçãs do rosto até seus lábios rosados e carnudos, descansando ali por um momento.
'Ela ainda é tão jovem, tão pura. Pura? Mmm, me pergunto se os rumores são verdadeiros?' pensou o Rei Evander, traçando seus dedos pelo pescoço dela até o seio cheio que quase transbordava do decote em coração do vestido, que tinha pérolas dispostas em um acabamento de renda que passava sobre seus ombros.
O Rei Evander traçou seu dedo do inchaço do peito dela até a clavícula e sobre a alça de renda até o ombro, descendo pelo braço, parando por um momento nas amarras, notando que havia um pouco de hematoma na pele de porcelana dela. Ele ignorou e traçou seus dedos até os dedos elegantes dela.
'Ela estava prestes a se casar?' O Rei Evander se perguntou por que ela estava vestindo um vestido branco. 'Seus pais deveriam ter concordado em casá-la comigo, então ainda estariam vivos,' ele pensou, ouvindo a multidão lá fora.
"Hora de acordar, princesa," o Rei Evander colocou os dedos sob o queixo dela e levantou seu rosto antes de dar um leve tapinha, quase com medo de quebrá-la se a tocasse com muita força.
Iris abriu os olhos e encontrou os olhos do Rei. Ela ofegou ao reconhecer quem ele era. Sua família fugiu do reino dele antes que ela completasse dez anos. O mundo o chamava de Reino dos Escravos. Ela olhou ao redor com medo, se perguntando o que estava fazendo no castelo. Seus olhos caíram em seu pulso amarrado, pensando: 'oh não, ele vai me fazer sua escrava de cama.'
"Olá, minha princesa," disse o Rei Evander, sua voz profunda e agradável aos ouvidos.
"Princesa?" Iris questionou, virando o rosto para o lado, afastando-se da mão dele.
"Em breve minha Rainha," disse o Rei Evander.
"Rainha?" Iris perguntou, confusa, pensando que o rei estava louco.
"Não fique tão chocada. Eu te mantive viva por um motivo," disse o Rei Evander.
Iris pensou no desejo que fez para ser uma Princesa algumas noites atrás, quando achou que era uma piada, mas fez de qualquer maneira, pois não tinha nada a perder; sua família já estava sem comida e nada para comer. Uma feiticeira lhe deu um espelho com uma moldura dourada ao redor e disse: "quando você ouvir o sino na torre tocar três vezes anunciando a morte do Rei e da Rainha, é quando você deve desejar ser uma princesa e eu prometo que seu desejo se tornará realidade."
"Se você se recusar a se casar comigo, deixarei seu povo morrer de fome," a voz do Rei a trouxe de volta à realidade.
"Meu povo?" Iris perguntou.
"Seus súditos," o Rei Evander se corrigiu.
"Meus súditos?" Iris perguntou, mexendo o pulso.
"O golpe na sua cabeça deve ter te dado uma concussão," disse o Rei Evander.
"Eu garanto que não sou princesa. Sou uma simples serva de uma vila nos arredores do Reino," Iris gaguejou.
O Rei Evander se inclinou para frente, seus olhos olhando diretamente nos olhos verde-jade em formato de amêndoa dela, "Tenho muitos retratos de muitas princesas ao redor do mundo e há apenas uma com olhos como os seus. Meus espiões teriam me informado se houvesse uma garota comum que se parecesse com você, Princesa Cerena Valentina."
"M, -m, meu nome é Iris, sua majestade," ela gaguejou.
O Rei Evander levantou a mão e estava prestes a dar um tapa nela quando parou em frente ao rosto dela, "Não posso estragar seu rosto, mas se tentar me fazer de tolo novamente, vou machucá-la onde não deixará marcas."
Lágrimas começaram a se formar nos olhos de Iris, ainda sem entender completamente que seu desejo se realizou. O Rei Evander se levantou e caminhou até uma mesa lateral contra uma parede lindamente decorada com contornos de flores e pegou uma grande caixa de joias, caminhando de volta até Iris. Ele ficou ao lado dela e abriu a caixa, mas ela manteve a cabeça baixa, lágrimas caindo em seu vestido branco.
"Olhe para isso," ele exigiu que ela olhasse o que estava na caixa.
Iris olhou e seus olhos foram recebidos por um lindo colar tipo gargantilha com diamantes ao redor. Uma pulseira de prata que parecia mais adequada para o pulso de um homem.
"Eu mandei fazer especialmente para você. Gostou?" perguntou o Rei Evander, jogando a caixa de joias no colo dela antes de tirar a pulseira e prendê-la em seu próprio pulso. O Rei Evander tirou a gargantilha da caixa e caminhou até as costas de Iris, prendendo a gargantilha ao redor do pescoço dela.
Antes de desamarrar o pulso dela, ele prendeu uma corrente na gargantilha, mas Iris não percebeu.
"Vou desamarrá-la agora e se você ousar correr, prometo que vai se arrepender. Você me entende?" perguntou o Rei Evander com um tom firme.
Iris balançou a cabeça indicando que entendeu.
"Eu nunca quebrei uma promessa na minha vida," ele a advertiu enquanto desamarrava o pulso dela.
Iris não tirou o pulso dos braços laterais da cadeira.
"Agora vamos mostrar aos nossos súditos que você está viva e bem?" perguntou o Rei Evander, estendendo uma grande mão para ela pegar.
Iris levantou a mão da cadeira, tremendo.
O Rei Evander pegou a mão dela, "enquanto você não tentar fugir e souber seu lugar, não tem nada a temer."
Iris conseguiu se levantar e só então percebeu que estava usando um vestido branco, o mesmo vestido branco que a princesa estava usando algumas noites atrás.
Iris sentiu os joelhos fraquejarem, mas o Rei Evander envolveu o braço ao redor dela e a manteve de pé, "se recomponha. Você deveria estar feliz por eu não te fazer minha escrava em vez disso." Ele a levou até as portas da varanda e bateu nas portas.
As portas foram abertas por dois guardas que estavam do lado de fora na varanda, como em todas as outras varandas do castelo na época.
Os gritos de raiva do povo se transformaram em aplausos de alegria quando viram a princesa.
"Acene para seus súditos," ele sussurrou no ouvido dela, enviando arrepios pela espinha dela.
Iris olhou ao redor, perplexa, procurando uma maneira de escapar. Ela olhou de volta para dentro da sala e percebeu, 'a menos que eu queira morrer; não tenho escolha a não ser correr de volta para a sala e, com sorte, fugir do Rei e de seus guardas?'