




Capítulo 04: Herdeiro de Uktena?!
Ethan olhou para o Rei Lycan com surpresa.
"Bem, é exatamente isso que você ouviu. E sabe qual é a melhor parte dessa história? Ele quer encontrá-la só por causa do cheiro único dela e blá blá blá." Leila zombou, fazendo Lyall soltar um rugido alto em sua direção.
"Já chega! Leila, está claro para mim que você não me respeita e não respeita minhas decisões. Saia daqui!"
"O que você quer dizer com isso? Eu sou sua conselheira, pessoalmente nomeada por sua mãe antes de ela morrer." Leila parecia atônita.
"Acredito que, se ela soubesse o quanto você me desrespeita, nunca teria escolhido você como minha conselheira. Agora vá embora." O Rei Lycan foi firme em suas palavras, esperando que Leila saísse para que ele pudesse continuar a conversa com Ethan.
"Você quer dizer que está apaixonado por uma completa estranha? Ela deve ser muito bonita."
"Não é só a beleza dela. Há algo mais naquela mulher, mas não consigo identificar."
"Certo! Vamos em busca da sua mulher misteriosa. Onde você acha que devemos começar?" Ethan aponta para o mapa.
"Bem... a boate e o motel onde estivemos juntos ficam em Fangville, e pelo que posso ver, também estão na província de Nifhil."
"Isso mesmo."
"Quais matilhas estão nessas cidades?"
"Clã Lupino do Amanhecer, Matilha do Lobo Selvagem, Clã do Lobo de Fogo. Mas todos são subordinados a duas matilhas principais: Garras de Prata e Uktena." Ethan explica.
"O Clã Lupino e os Lobos de Fogo não eram aliados? O que aconteceu?"
"Pelo que sei, depois que a matilha Umeris foi brutalmente atacada, eles ficaram com medo e se aliaram às matilhas que consideravam mais fortes, as Garras de Prata e Uktena."
"Então, enquanto procuramos minha futura companheira, que tal tentarmos recuperar alguns aliados importantes?"
"Ótima ideia, Rei Lycan."
"Reúna alguns aliados. Partiremos amanhã cedo para Lupinia."
"Sim, senhor!" Ethan se curva para o Rei Lycan e sai do quarto, deixando-o sozinho com o brilho da lua no céu. Selene também aproveitou um momento para admirar a beleza da lua, se distraindo de suas tarefas e acidentalmente derramando um pouco de água em Kyma, que se levanta furiosa e se aproxima da garota distraída.
"Você é idiota, Selene? Olha o que você fez com minha blusa nova."
"Desculpe, me distraí."
"Eu percebi isso. Mas o que você vai fazer a respeito?"
"É só água. Vai secar."
"Como você ousa me responder? Você é insignificante," Kyma grita com raiva.
"Eu já pedi desculpas. Você não ouviu? E se sou tão insignificante, por que não faz o meu trabalho?" Selene responde, deixando o jarro de água na mesa e se afastando. Mas, quando estava prestes a sair da sala de jantar, Ian aparece.
"O que está acontecendo aqui?"
"Essa mulherzinha decidiu se rebelar contra mim. Ela até derramou água em mim," Kyma se faz de vítima.
Ian olha para Selene com os olhos completamente vermelhos, sua raiva e desprezo evidentes. "Como você ousa tratar minha convidada assim?"
"Peço desculpas, não foi intencional. Eu só me distraí."
"Volte lá e termine o que começou."
"Posso ir ao banheiro primeiro? Não estou me sentindo bem." Selene franze a testa, segurando o estômago.
"Isso é ótimo. Fingindo estar doente para sair do trabalho." Kassia fala, sentada à mesa com uma taça de vinho na mão.
Antes que pudesse responder ao comentário ofensivo da mulher esnobe, Selene sente uma onda repentina de náusea e não consegue se controlar, vomitando em cima de Ian, que fica furioso.
"Olha o que você fez," Ian levanta a mão para Selene, quando Kailel chega com notícias importantes.
"Ian, fomos informados de que o Rei Lycan está na cidade de Lupinia."
"Droga, e agora isso. Vamos ficar em alerta máximo; é óbvio que ele veio buscar aliados."
"Vou garantir que as matilhas não se rebelem." Kailel já estava saindo quando ouviu sua mãe chamando.
"Por que, em vez de sermos agressivos e hostis, não o convidamos para comer conosco? Seria muito conveniente conhecermos o Alfa Lycan pessoalmente, não acha?"
"Kassia está certa. Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda. Não sabemos nada sobre o novo rei; precisamos conhecer melhor nosso inimigo se nosso objetivo é dominar todo o reino. Kailel, peça a alguém para fazer o convite." Ian dá a ordem.
"Não é necessário. Quero fazer o convite eu mesmo. Nada como o alfa de uma matilha importante para essa tarefa. Vou imediatamente."
"Vou com você."
"Com esse cheiro azedo? Você deveria tomar um banho. Eu vou convencê-lo." Kailel encara seu amigo e aliado e depois olha para o rosto pálido de Selene, que pede para ser dispensada, explicando que ainda não estava se sentindo bem. Kassia a olha com desconfiança.
"Por enquanto, vou deixar você ir. Mas fique atenta, porque se tudo correr bem, teremos uma visita muito importante."
Sem dizer uma palavra, Selene apenas suspira e passa pela cozinha, onde encontra Ayda, a ômega que há muito tempo serve os líderes da matilha Garras de Prata.
"O que aconteceu, Selene?"
"Não estou me sentindo bem. Estou tonta e enjoada, e para piorar, acabei de vomitar em Ian. Foi tenso!" A bela loba se senta em uma cadeira em frente a uma mesa com uma cesta de frutas no centro, observando Ayda servir um copo de água.
"Obrigada!"
"De nada. Mas... Selene, desde quando você está com esses sintomas?"
"Há cerca de uma semana, eu acho."
"Como está seu período menstrual?"
"Meu período menstrual?" Selene franze as sobrancelhas finas, intrigada.
"Pensando bem, estou atrasada."
"Isso é maravilhoso, Selene, se você estiver grávida do filho do Sr. Ian, ele terá que parar de maltratar você e, consequentemente, todos na matilha. Afinal, é o herdeiro dos Uktena que você está carregando. É uma bênção." Ayda se alegra.
No entanto, Selene se preocupa porque, além do fato de que ela e Ian tiveram pouca intimidade, o Alfa Uktena sempre fez questão de ser cauteloso, deixando claro que não tinha intenção de procriar com sua companheira e que só pretendia usá-la para satisfazer seus desejos mais egoístas. Em outras palavras, se ela realmente estivesse esperando um bebê, não seria de Ian, mas do homem misterioso com quem ela teve uma única noite de intenso prazer. Selene sabia que precisava de tempo para entender o que realmente estava acontecendo com seu corpo, e a partir daquele momento, qualquer decisão que tomasse mudaria o curso de seu destino.
"Ayda, até eu confirmar que estou realmente grávida, você poderia manter isso em segredo? Não quero criar falsas expectativas," Selene tenta manter a calma, ouvindo a serva da matilha Garras de Prata concordar.
Enquanto Selene se dirigia ao seu quarto, o medo da possibilidade de estar grávida a consumia. Ela se lembrava da noite intensa com o homem misterioso, uma mistura de paixão e desespero, e agora sua mente estava cheia de pensamentos incertos sobre o que poderia vir a seguir. As correntes que a mantinham cativa pareciam ainda mais pesadas enquanto ela pensava no futuro incerto de uma possível gravidez. Naquela noite, enquanto a lua brilhava em todo o seu esplendor, Selene se viu olhando para o céu, apoiada na janela, buscando conforto no brilho prateado que iluminava a escuridão. Com os olhos cheios de lágrimas, ela sussurrou seus pensamentos:
"Oh, lua... Eu gostaria que você pudesse me ouvir e me guiar neste momento de angústia. Não sei o que fazer, estou sentindo um turbilhão de emoções dentro de mim. Estou presa nesta casa, sem esperança de escapar, e agora com esse medo aterrorizante de estar grávida. Como posso proteger uma criança neste lugar cruel?"
Enquanto falava, uma brisa suave acariciou seu rosto, como se a lua estivesse respondendo ao seu desabafo. Selene sentiu um leve conforto nessa conexão com a natureza. Ela continuou:
"Eu sei que não deveria ter me entregado a ele, mas o desespero me dominou naquela noite. Estava cansada de ser tratada como um objeto, e ele me mostrou um vislumbre de afeto que eu nunca conheci. Mas agora, tudo parece ainda pior. Se eu estiver grávida, o que será de nós? Não quero que meu filho cresça neste ambiente de crueldade. Tenho que pensar no que fazer; nossa liberdade e segurança dependem apenas de mim." Selene toca sua barriga, soltando um suspiro profundo.