




Capítulo 9: Riddance
Ponto de Vista de Adani
"É só falar a palavra e eu juro que atropelo aquele filho da mãe," disse Adonna e ligou o motor. Ela pisou no acelerador enquanto o carro ainda estava no ponto morto, acelerando o motor com os olhos fixos no alvo.
"Sai do carro, Adani!" gritou Wayan.
"Sai da frente, cara!" Adonna gritou de volta.
Wayan avançou em direção ao carro. Adonna trancou todas as portas e colocou o carro em 'drive'.
Assistimos horrorizados enquanto Wayan retirava um objeto das costas e apontava para o carro.
"Uma arma?" perguntei incrédula.
"Eu não te diria para sair do carro, Adani!" ele gritou.
"Chega disso! Você não vai voltar para aquela casa!" disse Adonna. Ela pisou no acelerador e desviou rapidamente de Wayan, que começou a atirar no carro.
"Abaixa!" Gritamos ao mesmo tempo enquanto ela dirigia. Pneus rangendo no asfalto, corações acelerados e olhos olhando pelos retrovisores, conseguimos escapar sem deixar rastros.
Depois de meia hora, Adonna entrou na garagem dela. Ela me ajudou a sair do carro e me conduziu para o apartamento.
Ela acendeu as luzes e olhou para o meu estado.
"Você está péssima, o que ele fez com você?" ela perguntou enquanto ia para a cozinha. Eu a segui e lágrimas rolaram pelo meu rosto enquanto a via fazer uma bolsa de gelo. Ela me entregou depois.
"Ele usou uma bolsa de gelo como arma," respondi.
"Merda," ela murmurou, "Adani, sinto muito."
"Eu o odeio. Gostaria de nunca tê-lo conhecido. Como um homem pode ser tão cruel?"
"Você está segura agora."
"Não. Não estou. E tenho medo de ter te colocado em perigo também. Wayan não vai descansar até eu estar sob o teto dele. Você ouviu o que ele disse e viu o que ele fez."
"Ele não vai conseguir te encontrar aqui. Isso me lembra, você tem algum dispositivo rastreável, telefone, tablet, computador?"
"Não. Ele escondeu meu telefone antes de sair ou talvez tenha levado com ele. Não sei. E deixei meu computador para trás. Deixei tudo para trás."
"Confie em mim, não vale a sua vida. Isso significa que você tem um novo começo."
"Na vida?"
"Sim."
"Como, Wayan vai me procurar!"
"Eu sei disso, mas você está segura aqui, desde que siga meus conselhos e fique fora de vista. Você não está mais sozinha."
Ela preparou um chá de hortelã e nos sentamos no sofá.
"O que causou isso?" ela perguntou enquanto tomava o último gole.
"Ele me levou para jantar e conheci alguns amigos dele. Havia uma garota lá e a vibe dela estava estranha desde que a conheci. Acontece que ela estava usando um dos meus colares que ele me deu e anunciou que estava grávida dele."
"Então ele está te traindo também?"
"Acredito que sim."
Adonna balançou a cabeça em desgosto.
"Ah, falando em amigos. Wayan tem um amigo chamado Collin."
"O quê?" Adonna ficou surpresa.
"Sim. Pele clara, cabelo cacheado e uma cicatriz logo acima..."
"Da sobrancelha direita," ela completou.
Eu assenti. Ela suspirou profundamente e se levantou, levando as xícaras para a pia da cozinha.
"É mesmo o Collin?" perguntei, entrando na cozinha.
"Sim. Eu dei aquela cicatriz em uma das nossas muitas brigas físicas. Ele me empurrou contra um espelho e ele quebrou. Ele estava me estrangulando, então usei um dos pedaços e cortei o rosto dele."
Imagens passaram pela minha mente das vezes em que Wayan fazia algo tão horrível comigo.
"Não é à toa que são amigos. São iguais," eu disse.
"Deixe-me te mostrar o quarto de hóspedes. Você deve estar exausta."
~
Na manhã seguinte, acordei cedo, mas Adonna já estava de pé, vestida para o trabalho.
"Bom dia," eu disse enquanto me arrastava para o sofá.
"Bom dia. Estarei no trabalho hoje, então você ficará sozinha. Sirva-se do que quiser, desde que consiga. Não recebo visitas, então não atenda a porta se alguém bater. Fique longe das janelas, não atenda o telefone se tocar, finja que você nem está aqui. Você me entende, Adani?" ela perguntou.
"Entendo," respondi.
"Você acha que vai precisar de atendimento médico? A noite passada foi tão caótica que esqueci de perguntar."
"Vou ficar bem. Bolsas de gelo devem resolver. Já passei por piores."
"Aquele idiota vai ter o que merece. Tenho que ir agora, até mais tarde."
"Por favor, tenha cuidado. Eu sei que ele vai estar procurando."
"Não se preocupe comigo. Fique segura."
Ela saiu pela porta e eu andei pelo apartamento dela, admirando seu gosto por flores. Algo que tínhamos em comum, exceto que as dela eram plantas artificiais. Talvez não houvesse um espaço onde ela pudesse fazer um jardim de flores de verdade.
Meus olhos caíram sobre o álbum de fotos dela. Folheei, admirando fotos da formatura do ensino médio, do primeiro dia no trabalho e do aniversário dela.
No final do álbum, havia imagens dela mostrando áreas machucadas e feridas. O rosto dela estava quase irreconhecível em uma das fotos. Ela datou todas, com um pequeno resumo.
'12 de janeiro, Collin me deu um soco no rosto e me chamou de vadia porque eu estava sendo muito amigável com o vizinho.'
'15 de janeiro, Collin bebeu demais e jogou uma garrafa em mim. Ele continuou me batendo até eu desmaiar.'
'1º de fevereiro, Collin me forçou a ir para a cama com ele e foi extremamente agressivo comigo. Ele disse que queria apimentar nossa vida sexual.'
Isso ia até dezembro e o janeiro seguinte.
Suspirei e olhei para o relógio. Eram 9:00 da manhã e eu começava a sentir fome.
Preparei uma tigela de cereal e liguei a TV. Coloquei o volume no mínimo para poder ouvir.
Dei um pulo quando o telefone começou a tocar.
"Não tem ninguém aqui," disse para mim mesma e ignorei.
~
Conforme o dia passava, tirei uma soneca, usei o computador da Adonna e cozinhei.
No final da tarde, Adonna chegou em casa.
"Oi."
"Oi, como foi o trabalho?"
"Mesma coisa de sempre. O chefe está sendo um idiota e todo mundo me irrita. O que você fez o dia todo?"
"Fiquei de bobeira. Tirei uma soneca, assisti TV e cozinhei."
"Ahh. Que doce. Eu deveria te contratar como empregada residente."
Eu engasguei.
"Desculpa... Não quis dizer nada com isso...," Adonna se desculpou.
"Não. Isso me deu uma ideia. E se eu me candidatar a um emprego como empregada residente para alguém?"
"Você gostaria disso?"
"Sim."
"Hmm, tem uma garota no trabalho, eu a considero uma amiga, com muitas conexões com pessoas de alto nível. A mãe dela costumava estar no círculo até tomar decisões ruins e investimentos e desmoronar para o meu nível. Posso pedir para ela procurar algo para você."
"Eu realmente apreciaria isso. Mas não diga que é para mim."
"Vamos lá. Eu sei como lidar com a Destiny."
"O quê, Destiny, por favor, me diga que não é a mesma Destiny," questionei, olhos arregalados.
"Hã..."
"O marido dela se chama Justin?"
"Sim."
"Adonna, não! Ela é amiga do Wayan e do Collin também. Eles estavam todos juntos na mesa."
"O quê?"
"Quando Wayan me levou para jantar. Eu a conheci. Ela é amiga da Coral. A garota com quem Wayan estava me traindo."
"O quê?"
"Adonna! Você precisa cortar todos os laços com ela. Se vocês trabalham juntas como você disse, então você precisa sair desse emprego. É só uma questão de tempo até seu nome ser mencionado e Collin descobrir. Pior ainda, Wayan descobrir também."
"Destiny e Collin são amigos?"
"Destiny, Justin, Wayan, Collin e Coral. Todos amigos."
"Maldição!"
"Quanto exatamente ela sabe, já que você a considera uma amiga?" questionei, temendo a resposta.
"Ela sabe meu...."
Uma batida forte na porta nos assustou.
"Senhorio?" sussurrei.
"Duvido. Não há nenhuma vistoria agendada e o pagamento é feito via banco."
Adonna caminhou lentamente em direção à porta.
"Quem é?" ela perguntou.
"Sou eu, Destiny. Você deixou isso no trabalho," ouvi a resposta dela. Adonna olhou pelo olho mágico.
Ela abriu a porta lentamente, não completamente.
"Oi, obrigada por trazer isso. Não acredito que deixei para trás."
"O chefe teria um ataque se ele tivesse encontrado isso em vez."
"Sim... Bem, obrigada de novo."
"Ei, posso usar seu banheiro?"
"Não está funcionando no momento."
"Para de brincar comigo. Eu realmente preciso fazer xixi." Destiny empurrou a porta e me viu encolhida atrás de um dos balcões.
"Espera um minuto... você não é a noiva do Wayan? O que está fazendo aqui quando seu homem está louco procurando por você? Vou ligar para ele agora mesmo!"