




Capítulo 5
Penelope abaixou a cabeça. "Sim."
Kelvin disse, "Dê um tapa em si mesma."
Ela olhou para ele, totalmente confusa. O que ela fez de errado?
Foi porque ela pediu desculpas para Lily?
Kelvin não se deu ao trabalho de explicar; ele apenas levantou uma sobrancelha, todo frio e indiferente.
Ela tinha que seguir suas palavras.
Penelope cerrou os dentes e deu um tapa forte em si mesma.
Tinha que ser alto, forte e deixar uma marca vermelha em sua bochecha para deixar Kelvin feliz.
Se não, haveria um segundo tapa, um terceiro, até ele ficar satisfeito.
"Nada mal, você está entendendo," Kelvin apontou para a garrafa térmica na mesa de centro. "Abra."
Penelope fez o que lhe foi mandado.
Assim que levantou a tampa, um aroma delicioso a atingiu, fazendo sua boca salivar.
Penelope perguntou, "O que é isso?"
Kelvin respondeu, "Sopa da Lily."
Penelope lembrou de como Grace costumava fazer sopa para ela o tempo todo, mas ela nunca mais provaria a comida de Grace.
As chances de alguém acordar de um coma eram mínimas.
Penelope sentiu vontade de chorar, mas segurou, piscando rapidamente para conter as lágrimas.
Kelvin ergueu o queixo. "Penelope, beba."
O quê? Ela deveria beber?
Penelope hesitou e então disse, "Mas a Lily fez para você."
"Faça o que eu mandei," o tom de Kelvin estava ficando impaciente. "De agora em diante, qualquer sopa que ela mandar, você bebe."
Ele até pegou uma colher, serviu um pouco de sopa e levou aos lábios dela.
Penelope protestou, "Eu posso fazer isso sozinha..."
Kelvin insistiu, "Beba."
Sem outra escolha, Penelope abriu a boca.
Um sorriso estranho passou pelos olhos de Kelvin.
Essa sopa, se um homem bebesse, poderia atrapalhar a fertilidade e dificultar para uma mulher engravidar. Perfeito, deixe Penelope beber.
Ela era uma mulher; não a afetaria.
E mesmo que afetasse, quem se importava?
Ele não dava a mínima para ela.
Sem saber, Penelope bebeu a sopa, seu estômago roncando de fome.
"Assine isso," Enquanto ela bebia, Kelvin jogou um documento para ela.
Ela olhou de perto e viu que era um acordo de divórcio.
Mas eles acabaram de se casar, o que Kelvin estava tramando?
"Daqui a três meses, vamos nos divorciar, e você sairá sem nada," Kelvin disse, apoiando a cabeça na mão. "Por esses três meses, você vai fingir ser a esposa perfeita."
Kelvin tinha certeza de que poderia encontrar a mulher com quem dormiu naquela noite dentro de três meses.
Até lá, Penelope seria história.
Ele se casaria com aquela mulher.
A lembrança daquela noite o fazia desejá-la.
"Tudo bem, vamos nos divorciar," Penelope concordou, "Mas eu tenho condições."
Kelvin zombou, "Que direito você tem de negociar comigo? Quer que eu liberte sua mãe?"
"Não," Penelope balançou a cabeça.
Ela queria reinvestigar a morte de Vincent.
Esse era um ponto sensível para Kelvin, intocável e imencionável. Qualquer um que mencionasse isso estava pedindo problemas!
Penelope conhecia bem o temperamento dele, mas não tinha outra escolha.
Ela perguntou cautelosamente, "Você já pensou que talvez a morte do seu pai tenha sido suspeita?"
Como esperado, o rosto de Kelvin escureceu rapidamente.
Ele chutou a mesa de centro, derramando a sopa por toda parte. "Penelope, você ousa trazer isso à tona! Você tem desejo de morte?"
Ela estava com medo? Absolutamente.
Mas Penelope continuou, "Meu pai era um médico experiente de emergência. Em uma situação de vida ou morte, ele não teria sido descuidado o suficiente para usar a medicação errada."
Antes que ela pudesse terminar, a mão de Kelvin estava em volta de sua garganta. Ele gritou, "Diga mais uma palavra!"
O ar em seus pulmões ficou escasso, e Penelope lutou para respirar, olhando para o rosto bonito dele.
Veias saltavam na testa de Kelvin, e seu aperto se apertava.
Kelvin gritou, "O assassinato do meu pai é imperdoável, Penelope. Você acha que pode limpar o nome do seu pai? De jeito nenhum! Eu vou garantir que a família Cooper viva no inferno para sempre!"
Penelope tentou explicar, "Eu só acredito no meu pai..."
"Cale a boca!" Kelvin a interrompeu bruscamente. "As provas são claras, e seu pai confessou e foi para a prisão. O que mais há para dizer?"
Penelope retrucou, "Ele foi forçado a confessar."
Sua visão começou a ficar turva, e ela estava prestes a desmaiar.
Ela pensou, 'Talvez morrer assim não fosse tão ruim. Seria um alívio.'
Viver era muito exaustivo.
Mas Kelvin a soltou.
"Você não vai morrer tão facilmente," ele disse, como um demônio, "Vou mantê-la viva para atormentá-la dia após dia."
Penelope desabou no chão, lágrimas escorrendo pelo rosto.
Se ela quisesse descobrir a verdade sobre a morte de Vincent, teria que fazer isso sozinha.
Penelope não tinha tempo para tristeza. Ela enxugou as lágrimas e se levantou, seguindo Kelvin até o quarto principal.
"Vou dormir no chão," ela disse, sabendo seu lugar.
Kelvin a ignorou, parado na janela fumando.
Penelope fez uma cama no chão e se encolheu, fechando os olhos.
Ela não se sentia miserável porque dormir ali era mil vezes melhor do que o sujo hospital psiquiátrico.
Quando Kelvin terminou seu cigarro e se virou, viu que Penelope já estava dormindo.
A luz da lua caía sobre seu rosto, destacando sua pele delicada, projetando sombras de seus longos cílios e fazendo seus lábios parecerem vermelhos.
Isso o fez querer beijá-la.
Kelvin rapidamente desviou o olhar e foi para o banheiro tomar um longo banho frio para se acalmar.
Ele estava realmente tendo uma reação fisiológica a Penelope!
Droga!
Kelvin jogou o chuveiro de lado e voltou ao quarto, agarrando Penelope do chão!
Penelope acordou atordoada.
Ela olhou para Kelvin com olhos sonolentos. "O que foi?"
Ela não tinha feito nada.
Será que falou dormindo e o incomodou ou andou dormindo?
O rosto de Kelvin ficou mais sombrio, e Penelope recuou. Ela disse, "Eu disse que não deveria dormir aqui. Desculpe, vou sair agora."
Ela rapidamente se abaixou, pegou seu travesseiro e cobertor, e começou a sair, sem perceber que seu cabelo ligeiramente bagunçado e seu olhar recém-acordado tinham uma atração fatal.
Ela mal deu dois passos quando Kelvin a puxou para seus braços. "Sempre tentando me seduzir com esse olhar sedutor? Tudo bem, vou realizar seu desejo!"
Penelope queria retrucar. "Eu."
Os lábios de Kelvin pressionaram os dela.
Penelope ficou atônita, sua boca ligeiramente aberta de choque.
Ele zombou, "Tão ansiosa?"
Penelope voltou à realidade e tentou fechar os lábios.
Mas Kelvin apertou seu queixo com força, fazendo-a arfar de dor, o que só parecia convidá-lo mais.
Como ela poderia ter beijado Kelvin?
Eles eram inimigos!
"Mesmo que você ficasse nua na minha frente, eu não a desejaria," Kelvin mordeu seu lábio, fazendo sangue escorrer. "Penelope, você é apenas meu brinquedo. Você é desprezível!"
Sangue pingou de seu lábio em sua mão.
Penelope não entendia sua loucura. Ela só podia ficar ali com a cabeça baixa, sem ter o direito de resistir.
Kelvin se sentiu irritado só de olhar para ela. "Saia."
Depois de dar alguns passos, ela ouviu Kelvin dizer, "Não vá longe!"
Então, naquela noite, Penelope dormiu perto da porta do quarto principal.
Ela não ousou dormir profundamente, com medo de irritar Kelvin novamente, então cochilou inquieta até de manhã.
Por volta das oito, ela ouviu passos dentro do quarto e imediatamente se levantou e ficou de pé corretamente.
A porta se abriu, e Kelvin a olhou de relance.
"Bom dia, Sr. Davis," ela cumprimentou rapidamente.
Vendo-a com aparência descansada, Kelvin ficou irritado.
Porque ele não tinha dormido um minuto sequer na noite passada!
Ele zombou friamente, "Uma pessoa desprezível tem um destino desprezível, só serve para dormir na porta."
Penelope perguntou cautelosamente, "Então vou dormir aqui a partir de agora?"