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Capítulo 4

Do lado de fora da porta, Penelope estava deitada no chão, despenteada e com dor.

Ela mexeu os dedos, e a dor aguda lentamente se espalhou pelo corpo.

A amargura e o ressentimento em seu coração cresceram infinitamente, eventualmente se transformando em lágrimas que caíram no chão.

O que ela tinha feito de errado? O que a família Cooper tinha feito de errado?

Por que sua família tinha que sofrer essa raiva injustificada?

O mordomo observava a cena se desenrolar, querendo falar, mas se contendo.

Ele só podia suspirar e oferecer algumas palavras gentis.

"Senhora Davis, o Senhor Davis é na verdade bastante fácil de lidar, desde que você não vá contra ele. Deixe-me ajudá-la com seus ferimentos."

"Não precisa. Alguns ferimentos simplesmente não podem ser curados."

Penelope se forçou a levantar.

Ela olhou para o mordomo, o único que lhe mostrava alguma gentileza, e tentou sorrir, mas não conseguiu.

Como não podia contar com Kelvin, teria que contar consigo mesma.

Ela descobriria a verdade, não importava o que custasse.

Penelope sentou no sofá, limpando cuidadosamente seus ferimentos com iodo.

O mordomo, vendo sua determinação, só podia observar em silêncio, sentindo uma mistura de emoções.

Ele tinha visto Kelvin crescer ao longo dos anos.

Kelvin simplesmente não conseguia ver seus próprios sentimentos claramente agora.

Kelvin devia ter sentimentos por Penelope.

Mas da forma como ele a estava tratando, machucando-a assim, ele se arrependeria um dia.

A campainha tocou.

Uma mulher de meia-idade com um ar de elegância entrou, carregando uma garrafa térmica. Seu rosto bonito estava cheio de arrogância.

A expressão do mordomo mudou ligeiramente, e ele rapidamente foi cumprimentá-la.

"Mordomo, quem é essa vadia?"

"Senhora Andrews, esta é a senhora da Mansão King."

O tom do mordomo era calmo, enfatizando o termo "senhora da casa."

"O quê?" Lily olhou Penelope de cima a baixo, seus olhos cheios de desprezo e ódio.

"Então é você. Só pode ser sorte, suponho."

Ela estava ajudando Audrey, fazendo de tudo para drogar Kelvin e levá-lo para a cama.

Mas Kelvin tinha trocado de quarto, deixando Audrey de mãos vazias e permitindo que Penelope aproveitasse a situação e ascendesse à sua posição atual.

"Sorte?" Penelope não entendeu, pensando que Lily estava dizendo que ela teve sorte de ter se casado com Kelvin. Ela respondeu friamente, "Eu não tenho sorte nenhuma."

Lily, insatisfeita com tudo que via, colocou a sopa na mesa lateral, seu tom se tornando afiado.

"Como você, de todas as pessoas, se tornou a senhora da casa? Olhe para você! Tão grosseira! Como Kelvin poderia se interessar por uma mulher como você?"

Penelope ficou de frente para Lily, olhando para sua própria aparência desleixada, usando isso como desculpa para sair.

"Se você não me suporta, então vou embora agora."

Quando ela se virou para ir, uma mão agarrou sua cintura por trás, forçando-a a ficar.

O cheiro de Kelvin invadiu seus sentidos, um cheiro que era agradável, mas que agora a fazia sentir náuseas, dada a situação deles.

Penelope instintivamente tentou se afastar, mas Kelvin a puxou de volta.

Isso a fez sentir estranhamente confusa.

"Senhora Andrews, esta é minha esposa. Você não tem o direito de interferir nos meus assuntos."

Lily ficou descontente, adotando um tom maternal.

"Eu posso ser sua madrasta, mas ainda sou sua mãe. Já que ela é minha nora, deve seguir as regras da nossa família. Kelvin, por que você está defendendo ela?"

"É mesmo? Sra. Andrews, você deveria reconhecer sua própria posição."

O olhar de Kelvin era gélido. Ela era apenas uma madrasta, ultrapassando seus limites.

Lily, humilhada na frente de todos, engoliu suas palavras.

Ela apontou para a sopa.

"Como sua mãe, eu não me envolvo em outros assuntos, mas me esforço para fazer esta sopa todos os dias. Kelvin, beba enquanto está quente."

Kelvin, pela primeira vez, não discutiu. Ele olhou para a sopa pensativamente e então acenou com a mão.

"Mordomo, acompanhe-a até a saída."

O mordomo apontou para a porta, sua atitude respeitosa. "Sra. Andrews, por favor."

Penelope observou a cena se desenrolar, ganhando uma compreensão mais clara da relação deles.

Parecia que os rumores eram verdadeiros.

Kelvin e sua madrasta não se davam bem.

Percebendo que ainda estava nos braços de Kelvin, Penelope rapidamente se afastou, ficando de lado.

Os braços de Kelvin ficaram vazios.

Ele franziu a testa em desagrado, depois sorriu como se tivesse pensado em algo.

"Penelope, beba toda a sopa. Mordomo, certifique-se de que ela termine."

Ele se sentou no sofá, observando Penelope, garantindo que ela bebesse tudo.

Ele não pôde deixar de rir internamente. Sempre achou estranho que Lily insistisse em trazer sopa todos os dias.

Recentemente, ele mandou testar a sopa e encontrou algo suspeito.

A sopa continha substâncias que poderiam causar infertilidade.

Ele estava lidando com uma baixa contagem de esperma, mas com tratamento, se recuperaria em três meses.

Mas se ele não bebesse a sopa de Lily, ela encontraria outras maneiras de prejudicá-lo.

Em vez de perder tempo tentando enganá-la, ele decidiu deixar Penelope beber.

Se Penelope poderia ter filhos ou não, não era de sua preocupação.

Penelope, sem entender, não ousou desafiar Kelvin.

Ela se aproximou e abriu a garrafa térmica, o aroma rico subindo até seu nariz.

Por alguma razão, o que deveria ter um cheiro delicioso agora a fazia sentir náuseas.

Penelope olhou para a sopa cuidadosamente preparada, lembrando que, se as coisas não tivessem dado errado dois anos atrás, ela poderia ter bebido a sopa caseira de sua mãe.

No final, ela bebeu tudo de uma vez.

Kelvin observou, satisfeito, então se levantou para sair, não esquecendo de dizer: "Siga-me."

Penelope o seguiu até seu quarto, notando os tons de cinza que faziam o ambiente parecer opressivo e sombrio.

Ela rapidamente abaixou a cabeça, não ousando olhar ao redor.

Sem que ela soubesse, Kelvin notou isso.

Ele não havia acendido as luzes, e a luz da lua a banhava em um brilho suave, sua pele clara parecia quase translúcida, seus lábios vermelhos e cheios de beber a sopa.

Além disso, Penelope havia bebido a sopa, provavelmente tornando-a infértil.

Kelvin não entendia por que sempre sentia um surto de desejo por ela.

Maldição!

Por que essa mulher estava fingindo ser tão inocente?

Kelvin deu um passo à frente, agarrando Penelope e arrastando-a para o banheiro.

Penelope ficou assustada, entrando em pânico. "O que você está fazendo? Me solte!"

"O que eu estou fazendo? Te fodendo. Penelope, você age assim todos os dias. Não é só para seduzir homens? Vou te satisfazer hoje!"

"Não, eu..."

Penelope tentou protestar, mas um beijo a silenciou, suas palavras presas na garganta.

A falta de oxigênio fez seus lábios se abrirem ligeiramente, tornando-se um convite não verbal.

O pomo de Adão de Kelvin subiu e desceu enquanto ele a pressionava contra a parede, aprofundando o beijo.

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