




Capítulo 2
De volta à mansão.
Penélope foi empurrada rudemente para fora do carro e arrastada para dentro.
A mansão era opulenta, cada tijolo praticamente gritava riqueza.
A cabeça de Penélope ainda estava girando.
Ela olhou para o certificado de casamento em sua mão, ainda em choque.
Naquela tarde, Kelvin a tinha levado ao cartório para se casar.
Ela queria perguntar por quê.
Kelvin a odiava, não odiava? Então, por que se casar com ela?
Kelvin parecia ler sua mente.
Ele olhou para baixo, esfregando o certificado de casamento. Já que sua madrasta Lily Andrews estava tão ansiosa para lhe apresentar mulheres, ele poderia muito bem usar Penélope para afastá-las.
Ele só precisava de um pouco mais de tempo. Assim que encontrasse a mulher daquela noite, não precisaria mais de Penélope.
"O que você está pensando, Penélope? Não acha que eu tenho sentimentos por você, acha?"
Kelvin agarrou seu pulso e a puxou para perto, um sorriso sarcástico nos lábios, seus olhos cheios de desdém.
O rosto de Penélope ficou vermelho instantaneamente.
Ela tentou se soltar algumas vezes, mas foi segurada firmemente por Kelvin, forçada a encarar seu olhar.
Hoje, ela tinha sido ameaçada como um cachorro, mas foi ela quem se casou!
Por que ela não tinha nem o direito de saber?
Uma raiva sem nome cresceu no coração de Penélope.
"Claro que não. Quem se interessaria pelo inimigo, certo, Sr. Davis?"
Suas palavras conseguiram irritar Kelvin.
Ele pegou um contrato de casamento do lado e o jogou na mesa.
"Penélope, seja minha esposa por três meses, depois eu te libero."
Penélope pegou o contrato e olhou para ele, seu rosto ficando mais sombrio. O contrato não lhe dava nenhum direito.
E quanto à sua liberdade depois, quem poderia garantir?
Quando ela estava prestes a argumentar, uma ideia repentina lhe ocorreu, e ela mudou de tom, "Tudo bem, eu aceito."
"Alguém, leve-a para tomar banho, limpe-a e envie-a para o meu quarto."
Os olhos de Kelvin estavam cheios de desdém indisfarçado.
Ele se virou e voltou para seu quarto, segurando o contrato, ainda sentindo o calor do corpo dela.
Esse sentimento era estranho. Ela parecia a mulher daquela noite.
Mas como a mulher daquela noite poderia ser Penélope?
Afinal, ela estava na instituição mental.
Pensando nisso, Kelvin ficou mais agitado e fez uma ligação, seu tom questionador.
"Você já encontrou a mulher daquela noite?"
Uma voz trêmula veio do outro lado, quase visivelmente amedrontada.
"Sr. Davis, reduzimos as opções. Teremos resultados em dois dias e lhe daremos a resposta mais precisa."
Kelvin impacientemente bateu na mesa, olhando para o relógio, "Apressa isso."
Enquanto isso, Penélope estava na porta do banheiro, segurando uma camisola de renda luxuosa, bloqueando seu corpo.
Ela forçou um sorriso constrangido, seu rosto corado.
"Você realmente precisa me assistir tomar banho? É muito embaraçoso."
Os empregados na porta abaixaram a cabeça, "Sra. Davis, é uma ordem do Sr. Davis."
Penélope viu a grande janela no banheiro, um plano se formando em sua mente, um sorriso surgindo em seus olhos.
"Não se preocupem, só há uma saída no banheiro. Como eu poderia fugir? Me assistir me deixa desconfortável."
Os dois empregados trocaram olhares preocupados.
Penélope aproveitou a oportunidade para continuar seu teatro, apertando a camisola mais forte, seu rosto mostrando um comportamento infantil.
"Além disso, acabamos de nos casar. Esta noite é nossa noite de núpcias. Por que eu fugiria? Vocês podem esperar na porta."
Com isso, ela rapidamente entrou e trancou a porta, depois ligou a torneira.
Penélope olhou para si mesma no espelho, exalando profundamente.
Esses anos tinham sido um desastre para ela.
Tudo aconteceu tão rápido naquela época; ela nem teve a chance de ver seu pai.
Agora ela finalmente tinha uma chance de escapar. Era apenas o segundo andar; se tivesse sorte, não se machucaria.
Cinco minutos depois.
Um empregado irrompeu no escritório de Kelvin, exclamando, "Sr. Davis, a Sra. Davis... ela escapou pela janela do segundo andar!"
A caneta de Kelvin pausou sobre o papel, deixando uma gota grossa de tinta. Ele então caminhou em direção ao banheiro.
Assim que entrou, o vapor encheu o ambiente, uma brisa fria o atingiu.
Kelvin caminhou até a janela, vendo a corda e os arbustos esmagados abaixo.
Ele não estava com raiva. Lentamente girou o anel em seu dedo, então olhou para a mensagem escrita no espelho do banheiro: "Eu não te devo nada, Kelvin. Adeus para sempre."
Um sorriso se espalhou em seu rosto, mas seus olhos permaneceram frios.
Penelope, você não acha que pode escapar, acha?
A voz de Kelvin era gélida, "Tragam-na de volta. Parece que algumas mulheres só usam as pernas para fugir."
Os empregados e o mordomo tremeram incontrolavelmente.
A postura de Kelvin mostrava que ele estava realmente irritado.
Eles rezaram silenciosamente por Penelope, esperando que ela voltasse rápido, ou estaria condenada se fosse capturada.
Enquanto isso, Penelope mancava.
Ela se encostou na parede, encolhida em um canto escuro, evitando as equipes de busca, suportando a dor dos arranhões dos arbustos, tentando minimizar sua presença.
O tempo passou lentamente até que a noite caiu, e os ruídos do lado de fora diminuíram.
Penelope finalmente desabou no chão, improvisando curativos com suas roupas.
Ela se apoiou na parede, cambaleando em direção à porta.
Um motorista que passava viu sua situação e gentilmente levou Penelope até a entrada da prisão.
Penelope olhou para a prisão, amargura espalhando-se em seu coração.
Era onde seu pai estava há dois anos.
E hoje, ela finalmente escapou, finalmente teve uma chance de vê-lo.
Penelope teimosamente enxugou as lágrimas, sentando-se na sala de espera, ajustando constantemente suas roupas.
Pelo menos seu pai não poderia se preocupar com ela.
Uma voz envelhecida soou do outro lado, "Penelope, é você? Minha filha, você está viva. Como você tem estado nesses dois anos?"
Os olhos de Connor Cooper rapidamente se encheram de lágrimas.
Ele tinha quase cinquenta anos, mas agora tinha a cabeça cheia de cabelos brancos, seu rosto marcado pela passagem do tempo.
Logo, a expressão de Connor ficou agitada, instando-a, "Corra! Não deixe aquele homem te pegar! Ele é um louco! Penelope, você precisa ir!"
Penelope balançou a cabeça, seu nariz formigando, lágrimas caindo. "Eu não vou embora, pai. O que realmente aconteceu naquela época?"
"Eu não sei." Ao dizer isso, Connor parecia exaurido de toda energia.
Ele recordou dolorosamente, havia realizado uma cirurgia por dezoito horas seguidas, salvando o pai de Kelvin da beira da morte.
Ele desabou, lutando para lembrar o que aconteceu, repetidamente dizendo, "A cirurgia foi bem-sucedida. Eu não sei por que ele estava morto quando o trouxeram para fora. Penelope, você acredita em mim?"
Penelope assentiu firmemente, querendo tocar seu pai, mas só encontrou o vidro frio. "Eu acredito em você! Pai, você tem que aguentar. Vou descobrir a verdade! Vou te tirar daqui."
"Não podemos vencer, minha Penelope. Eu quero que você viva feliz."
As lágrimas de Connor fluíram livremente. Ele abaixou a cabeça, fechou os olhos, então forçou um sorriso gentil. "Estou bem aqui dentro. Você precisa cuidar de si mesma, Penelope."
Penelope queria perguntar mais, mas foi empurrada pelos guardas que chegaram.
Enquanto caminhava para fora, viu três ou cinco seguranças de preto parados na porta, um Maybach preto estacionado do lado de fora.
Um segurança estendeu a mão, sua atitude não deixando espaço para recusa. "Sra. Davis, o Sr. Davis pede que você volte para casa."