Apenas uma garota criando asas!! ...
A história não começa onde a faca entra, mas onde a lâmina torce!!...
Proserpina
A mulher me empurrou em direção ao pátio e me jogou. Antes de eu cair no chão, alguém me segurou.
“Mira!” gritei de felicidade. Eu estava destinada a apodrecer neste inferno, enquanto ela foi escolhida para apodrecer. Sigurd, o guarda real, havia selecionado vinte garotas. Eu seria a consorte da rainha dos Príncipes. As outras garotas me acompanhariam.
“Você praticou os movimentos que te ensinei da última vez?” Mira perguntou. Seus pequenos olhos castanhos complementavam seus lindos cachos marrons. Ela era excelente em luta com espadas e movimentos de autodefesa. Ela me ensinou muitos desses, pois acreditava que poderiam ser úteis para 'chutar a bunda dos seus amigos vampiros'.
“AHHH!” gritei quando algo perfurou meu cotovelo.
“Princesinha!” A voz zombeteira era de Justina - a vadia.
“De novo não!” Revirei os olhos de irritação.
“O que você disse?” Ela sibilou, e eu sabia que estava em grandes apuros agora.
“Estou cansada de você. Você acha que pode me assustar?!” disse, diminuindo a distância. O choque em seu rosto era quase risível, e eu poderia ter rido se meu coração não estivesse disparado.
“Vou fazer sua vida pior do que a dos ratos de esgoto, e sabe por quê? Porque seu tio rei doente queria um bando de covardes para te seguir como escravos enquanto você transa com seus príncipes. Você é a razão pela qual nossos pais foram mortos, e nós fomos pintadas como prostitutas e presas como prisioneiras.”
“Diga mais uma palavra, e eu juro que você vai se arrepender! Você acha que estou gostando disso? Meus pais também foram mortos; estou pintada e presa em uma gaiola. Vocês todas têm umas às outras, mas eu estou sozinha! Lutando sozinha! Chorando sozinha!” gritei de dor. Mira se virou para Justina e sua gangue com um olhar mortal.
“Deixem ela em paz, suas vadias feias,” Mira sibilou como se fossem pragas irritantes.
“Vamos,” peguei a mão de Mira e a levei embora.
“Está tudo bem?” ela perguntou. Assenti e olhei ao redor para me certificar de que Justina estava ouvindo.
“Temos que fugir,” eu disse, e Mira me olhou como se eu tivesse crescido três cabeças.
“Isso... isso é impossível,” ela retrucou.
“Eu tenho um plano.”
Eu narrei meu plano.
“Não tenho certeza se isso vai funcionar, mas vamos tentar. Se nos pegarem, o que podem fazer de pior do que já não estão fazendo?” O apoio de Mira intensificou minha confiança.
“Comida!” Uma empregada de aparência estranha gritou, com uma expressão permanentemente carrancuda. Todas nos alinhamos, pegando os pratos.
Justina já estava na minha cara quando eu saí da fila com a comida. 'Ela pode ser mais irritante?' pensei comigo mesma.
“A princesa criou asas.” Seu sorriso irritante estava atingindo meus limites. Ela queria drama, mas eu não, então passei meu prato para ela e voltei para a fila para pegar comida novamente, ignorando os olhares estranhos da empregada. Novamente, saí com o prato de comida, e Justina estava lá, estendendo as mãos como uma mendiga.
“Justina! Cai fora!” Mira rosnou.
“Claro! Uma pobre princesa merece piedade. Eu não sou tão fria de coração... acredite em mim... chorei ao ouvir sua história triste. Tão comovente!” Justina estava ultrapassando seus limites. Ela atingiu o último limite quando deliberadamente empurrou meu prato, derramando toda a comida no chão. Ela esmagou a comida derramada com os pés descalços e então disse, 'Ops,' piscando os olhos e fingindo estar arrependida. Isso me irritou profundamente, e agora eu só queria arrancar a cabeça dela.
“Você quer comida? Coma comida!” eu disse, puxando meu punho para trás e acertando direto no rosto dela. Seu nariz se amassou sob meus nós dos dedos, e ela caiu para trás e se chocou contra o chão. O sangue escorria do nariz dela. “Você quebrou meu nariz! Eu vou te matar!” ela gritou com o rosto cheio de raiva. Ela segurou um punhado do meu cabelo, me abaixando. Ela bateu o joelho no meu rosto. Então ela me forçou a ficar de pé, agarrou meu pulso e o torceu, me fazendo gritar de dor. Ela puxou meu cabelo e bateu minha cabeça no balcão, espalhando a comida ao redor.
“Você quer comer comida!” ela gritou bem no meu ouvido.
“Pare com isso!” A empregada tentou intervir. Justina soltou uma das mãos de mim, empurrou a empregada e a advertiu, “Fique longe, esquisita, ou você será a próxima!”
Alguém agarrou meu cabelo, tentando me agredir de outro lado. Era Ira, a capanga de Justina. Mas Mira pulou nela e a empurrou para longe de mim, acertando-a bem no rosto.
Logo, os guardas estavam em cima de nós, lutando para separar os punhos de Justina enredados no meu cabelo. Seu rosto inferior estava ensanguentado agora, enquanto o lábio esquerdo de Ira estava rasgado. Mira tinha um olho inchado. Meu rosto inteiro estava ensanguentado, com alguns arranhões nos braços e pernas.
Todos nós fomos algemados e levados para a masmorra. Mira e eu fomos colocadas na cela oposta a Justina e Ira para que não nos matássemos. Mas isso não nos impediu de trocar olhares mortais. Um guarda estava nos observando.
Assim que ele saiu do alcance da voz, Justina cuspiu o sangue para falar comigo, “Eu vi o que você fez ali, Princesa! Você vai pagar com sangue.”
“Como se você não tivesse batido nela? O que mais se pode esperar de vadias invejosas como você?” Mira rosnou para ela.
“Cale a boca!” Justina rosnou para Mira e então se concentrou em mim, “Agora, qual é a segunda parte do plano?”
Respirei fundo, provavelmente nervosa que ela não gostasse do plano.
“Fale, Princesa! Não temos o dia todo.” Justina estava perdendo a paciência.
“Ok, precisamos que o guarda se aproxime o suficiente para pegar as chaves do bolso dele.”
“Deixe isso conosco,” Justina disse, sorrindo para Ira. Ira se levantou e se posicionou de frente para o guarda, olhando para ele como se fosse um pedaço de carne. Ela começou a brincar com a blusa, puxando-a para baixo para seduzi-lo. No segundo seguinte, o guarda estava quase em cima de Ira. Ela o agarrou pelo colarinho e o puxou para mais perto. Mira e eu nos posicionamos para fazer nossa parte. Na contagem de três, Ira empurrou o guarda em direção à nossa cela, e Mira foi rápida o suficiente para agarrá-lo pelo pescoço, imobilizando-o para restringir seus movimentos. “Proserpina! Pegue as chaves!” Mira gritou. Eu me atrapalhei enquanto procurava no bolso esquerdo dele. “Droga! Está no bolso direito!” eu disse, correndo para o outro lado de Mira.
“Faça rápido. Estou perdendo a força,” Mira gritou. O guarda subjugou Mira, girando rapidamente, agarrando a cabeça dela e batendo-a nas barras de ferro, fazendo seu nariz estourar. Eu pulei com as chaves na mão. O guarda segurou meu pulso, torcendo-o em um ângulo antinatural, me fazendo gritar de dor. Ele estava prestes a quebrar meu osso, mas Mira enfiou uma lâmina no lado do pescoço dele. Eu chutei os joelhos dele, e ele caiu com força no chão.
“Rápido!” Justina gritou enquanto ouvíamos o som de passos apressados. Eu abri nossa cela e depois libertei Justina e Ira.
“As escadas para o porão levam ao túnel secreto para a floresta escura. Uma rota de fuga,” Justina falou enquanto todas corríamos para fora. Assim que saímos da masmorra, uma sirene estava tocando, provavelmente enviando sinais. Um exército de cerca de cem soldados e alguns vampiros estava correndo.
“O que fazemos agora?” perguntei em pânico.
“Acho que algo aconteceu na arena; todos estão correndo para lá,” Mira disse, percebendo que o exército nem estava ciente de nossa fuga.
Justina e Ira correram na direção oposta.
“Onde vocês estão indo? Não vão vir conosco?” perguntei.
“Temos outros planos, Princesa. Mas não se preocupe. Nos encontraremos novamente como inimigas juradas.” Ela sorriu, e elas desapareceram no corredor escuro.
Um guarda atacou Mira, envolvendo-a em uma luta. Eu estava indefesa quando alguém colocou uma espada no meu pescoço. Era o guarda que se comportou mal comigo na gaiola dourada.
“Está perdida, Princesa?” Ele falou com uma voz diabólica. Ele segurou meu pescoço com força, se aproximando e zombando, “Quero esmagar você como pétalas de rosa malditas!”
Instintivamente, chutei sua virilha, e ele caiu de joelhos e se curvou para frente, dobrado de dor. Ainda assim, aquele idiota agarrou meu pé e puxou com força, me fazendo deslizar pelo chão. Mas rapidamente recuperei o equilíbrio e corri na direção oposta.
“Vamos ver o quão rápido você corre!” Sua voz ecoava pelos labirintos do corredor. Ele me seguia como um fantasma em uma mansão assombrada, com uma risada maligna estampada no rosto.
“Agora, vamos ver se a princesinha bonita é salva por seu príncipe salvador ou devorada por um monstro demoníaco?” O guarda estava perdido na loucura.
E então, uma sensação estranha subiu pela minha espinha quando um aroma arrebatador invadiu meus sentidos. Eu esbarrei em alguém, e minhas mãos instintivamente pousaram contra uma parede sólida de músculos.
Um homem misterioso!
Ele vestia tudo preto, com uma longa capa presa ao peito. Ele se virou, mas uma armadilha no sapato o fez ficar pendurado de cabeça para baixo, com os olhos penetrando os meus.
*Olhos amarelos intensos, brilhando como fogo do inferno!
Assustadores, mas lindos!*
Aqueles olhos me lembraram do homem-lobo dos meus sonhos. Eles se estreitaram para mim como se eu o intrigasse incrivelmente. Eu ainda estava perdida em seus olhos, e foi quando aquele guarda estúpido me encurralou.
“O que acha de eu brincar primeiro e depois te matar?” O guarda falou, me dando um olhar sujo e um tapa forte. Eu puxei a adaga mágica das dobras do meu vestido.
“Movimento errado; me liberte em vez disso,” o estranho me advertiu. Sua voz era tão profunda quanto seus olhos enigmáticos. Eu não tinha certeza se deveria confiar nele.
Nunca confie em um homem, a menos que ele seja gostoso!!...