




Capítulo 2 - Serviços
"Porra, eu vou gozar", Wren gritou falsamente enquanto o homem musculoso e peludo agarrava sua cintura, investindo repetidamente nela, seu aperto tão forte que Wren tinha certeza de que ficaria com hematomas. A respiração dele ficou profunda e errática enquanto ele soltava um "porra", seguido por um gemido, antes de desabar seu peso sobre Wren.
Wren sentiu algo quente dentro dela, indicando que o brutamontes que estava deitado sobre ela havia enchido o preservativo com seu esperma. Ela ficou deitada debaixo dele, com o estômago na cama e a cabeça enterrada no colchão. Ela se mexeu debaixo dele, lutando para empurrá-lo para o lado e conseguir respirar, e com um pouco mais de esforço, conseguiu empurrá-lo para fora de cima dela.
"Você foi incrível, Wren. Você se destacou de novo, como sempre faz", disse o brutamontes peludo, com a mão direita servindo de apoio para sua cabeça enquanto a mão esquerda fazia leves carícias na bochecha de Wren.
Cobrindo seu corpo nu apenas com as mãos, Wren deu ao brutamontes um sorriso que não chegou aos olhos. Ela se virou para o lado e lutou contra as lágrimas que ameaçavam cair.
Wren saiu da cama, pegou suas roupas e correu para o banheiro maltratado. Ela ligou o chuveiro e deixou a água fria lavar o toque repugnante do homem com quem ela acabara de estar.
Isso era o que Wren odiava em sua vida. O fato de que ela tinha que constantemente dormir com homens nojentos para sua segurança, para ter um teto sobre sua cabeça e comida na mesa.
Tudo girava em torno dos clientes e, até certo ponto, Wren era grata por isso. Porque no momento em que estavam, ela só precisava fechar os olhos por no máximo três minutos, fingir que estava gostando, de vez em quando soltar gemidos falsos e gritar "porra, merda, bem aí! Eu vou gozar" só para que eles sentissem que estavam fazendo algo.
Estar com todos esses homens tinha conseguido arruinar o sexo para ela.
E não de uma maneira boa.
Wren tinha aprendido a conviver com isso, ela já sabia o que toda a cidade de Craigsburg pensava dela, e ela não se importava.
E o fato de que ela não se importava com o que toda a cidade pensava dela não a impedia de se sentir como uma prostituta. Afinal, era assim que a chamavam.
A prostituta da cidade.
Com o chuveiro desligado, Wren secou rapidamente o corpo, vestiu suas roupas e voltou para o quarto. O brutamontes ainda estava deitado na cama. Wren pegou seus pertences e seu celular.
"Você é uma mulher e tanto, Wren", ela ouviu o homem dizer enquanto se sentava na beirada da cama.
"Serão duzentos mil francos", Wren ignorou a resposta dele e disse, calçando os sapatos.
"Claro", ele disse com um sorriso. Ele contou vinte notas de dez mil francos e entregou a Wren, que as arrancou dele e bateu a porta ao sair.
Uma vez fora do pequeno quarto, Wren finalmente pôde respirar. Ela sentia como se estivesse sendo sufocada lá dentro. Isso tinha se tornado um sentimento constante para Wren, mas ela escolheu ignorá-lo.
Enquanto caminhava no frio, Wren podia ouvir os sussurros e assobios dos homens bêbados que estavam junto à cerca.
"Vão se foder!", ela gritou, acelerando o passo enquanto se dirigia ao bar do Teq. Ela empurrou a porta, sendo imediatamente atingida pelo cheiro de cigarros e suor. Ignorando os olhares que recebeu ao abrir a porta, Wren foi até o balcão. Depois do que ela tinha acabado de suportar, só uma coisa poderia mantê-la sã.
"Um shot, e continue servindo", ela pediu ao barman, que lhe lançou um olhar mortal antes de se virar para pegar seu pedido. Wren soltou um suspiro, passando a mão pelo cabelo.
"Ei", ela ouviu uma voz ao seu lado. Ela se virou e revirou os olhos quando seu olhar encontrou o de Luke.
"Hoje não, Luke. Estou cansada", Wren disse, virando o shot que foi colocado diante dela e fazendo uma careta de desgosto enquanto o álcool queimava seu peito.
"Eu só quero conversar", Luke disse, com desespero na voz. Wren pegou o segundo copo e o virou, depois bateu o copo na mesa antes de se virar para Luke.
"O que você quer?", Wren perguntou severamente, sua expressão estoica fazendo Luke perder toda a linha de pensamento.
Luke pigarreou, respirou fundo e se preparou antes de dizer: "Me desculpe".
Wren riu. Claramente, Luke não esperava que um simples "desculpa" apagasse tudo. Um simples "desculpa" não mudaria o fato de que ele havia se forçado sobre ela. Estar desesperadamente apaixonado por ela não era desculpa. Wren sabia disso, e sempre tinha sido gentil com ele porque ele era o único nessa cidade de merda que a tratava com respeito. Mas então, ele mudou e a chamou de nomes: uma provocadora e uma puta, para ser mais preciso.
Claro, ele voltou a si e, como qualquer outro homem, culpou o álcool.
Isso era o que mais irritava Wren. Porque ele agiu como um idiota e não assumiu a responsabilidade por suas ações, em vez disso, culpou o fato de que estava bêbado.
Mas, mais importante, Wren estava com raiva de si mesma. Ela havia feito um julgamento errado. Ela não era de confiar nas pessoas, mas confiou em Luke, e ele se revelou exatamente como os outros.
"Vai se foder", Wren disse simplesmente, voltando sua atenção para o bar.
"Vamos, Wren", Luke disse, passando a mão no braço de Wren.
"Não me toque, ou Deus me ajude, eu vou cortar esse balãozinho inflado que você tem no meio das pernas e te fazer engolir", Wren disse, lançando a Luke um olhar mortal que quase o fez se borrar. Com lábios trêmulos e olhos marejados, Luke saiu correndo.
"Que noite. Eu preciso de algo ainda mais forte", Wren murmurou para si mesma enquanto chamava a atenção do barman, pedindo algo mais forte.
"Caramba, o que o pequeno Lukie fez com você?", Gwen se inclinou no balcão, com um sorriso no rosto.
"Nada", Wren disse simplesmente.
"Não precisa ser rude", Gwen brincou, puxando uma cadeira de bar e se sentando.
Wren soltou um suspiro. Ela não tinha a intenção de ser rude, mas essa noite estava uma merda, e seu humor também.
"Desculpe", ela disse simplesmente, dando um sorriso seco ao barman enquanto ele colocava seu pedido diante dela.
"Noite difícil?", Gwen perguntou com preocupação no rosto. Ela era a coisa mais próxima de uma amiga que Wren tinha.
"É, pode-se dizer que sim", Wren respondeu indiferente.
"Isso é uma droga. Vai ficar ainda pior", Gwen disse, e Wren a encarou com uma carranca no rosto. Ela olhou para Gwen, instigando-a a explicar o que queria dizer.
"Então você não ouviu", Gwen afirmou.
"Ouviu o quê?", Wren retrucou com um suspiro exasperado. Ela odiava quando as pessoas enrolavam.
"Ah, merda", Gwen xingou.
"Desembucha logo, Jesus", Wren retrucou.
"Giovanni está de volta na cidade", Gwen disse, e o shot que Wren acabara de virar de repente teve gosto de babosa em sua boca. Ela piscou várias vezes, tentando compreender o que Gwen acabara de dizer.
"Você está me dizendo que o Giovanni está de volta em Craigsburg?", Wren questionou.
"Sim", Gwen respondeu, lançando um olhar de lado para Wren.
"Merda!", Wren xingou.
Ela sabia que com Giovanni de volta na cidade, sua vida ia ficar muito mais complicada.