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Décimo sexto aniversário

POV da Mia

Dois anos depois

''Parabéns pra você, querida Mia... Parabéns pra você, querida Mia.'' Ouvi as vozes altas da mamãe e do papai enquanto dormia, o que trouxe um grande sorriso ao meu rosto ao abrir os olhos.

Vi o papai e a mamãe parados na porta do meu quarto com grandes sorrisos nos rostos e, antes que eu pudesse dizer uma palavra, a mamãe correu até minha cama e me deu um grande abraço, me apertando contra ela.

''Feliz décimo sexto aniversário, minha querida.'' Ela falou alegremente e deu um beijo em cada uma das minhas bochechas. ''Obrigada, mamãe.'' Eu ri feliz e voltei minha atenção para o papai, que ainda estava parado na porta com um grande sorriso no rosto. ''Pai!'' Chamei animada. ''Sim, querida.'' Ele respondeu com um sorriso e se afastou da porta. ''Olha só você, tão crescida agora.'' Ele falou orgulhoso e me deu um abraço apertado. ''Feliz aniversário, minha linda Mia.'' Ele disse e deu um beijo na minha testa antes de me soltar.

''Obrigada, pai.'' Falei feliz.

''Então, você está pronta para o passeio de hoje?'' Mamãe perguntou. ''Sim!'' Eu respondi feliz. ''Então se arrume, vamos sair às 10h.'' Mamãe disse e deu outro beijo em cada uma das minhas bochechas antes de se levantar. ''Seu presente será dado ao anoitecer.'' Papai anunciou. ''Sério? O que é?'' Perguntei, curiosa e animada. ''Desculpe, querida, é surpresa.'' Mamãe disse com uma risada, o que fez com que eu fizesse uma grande careta. ''Se arrume, temos o dia todo para nós.'' Papai deu um tapinha no meu ombro e foi até a porta com a mamãe. ''Se arrume, tá bom?'' Mamãe insistiu, enquanto eu acenava com a cabeça em resposta.

Eles me deram um grande sorriso e saíram do quarto. ''Sim!'' Exclamei feliz.

Feliz, fiquei diante do meu espelho e olhei para o meu reflexo.

Meu longo cabelo loiro estava bagunçado, meus olhos azul-marinho pareciam felizes e cheios de vida. Curiosa, olhei para o meu peito e ri feliz ao ver os sinais da puberdade refletidos nos meus seios. ''Finalmente dezesseis.'' Falei feliz. ''Mais dois anos, só mais dois anos e eu vou ganhar meu lobo e encontrar meu par.'' Ri feliz e me joguei na cama.

Feliz, fechei os olhos e pensei no meu par. Fiquei imaginando como ele seria, talvez um corpo forte e musculoso, ombros largos, cabelo preto e grosso e olhos verdes sexy... ''Droga, acabei de imaginar o Ricardo.'' Resmunguei para mim mesma e abri os olhos.

Com uma careta, saí da cama e fui até o meu armário. Abri o armário e olhei para as minhas roupas, pensando no que vestir. ''Devo...'' Eu queria falar, mas o zumbido do meu celular chamou minha atenção.

Curiosa, fui até ele, peguei e vi que era uma chamada de vídeo em grupo da Sarah e da Rachael. Feliz, atendi e Sarah e Rachael apareceram na tela. ''Feliz aniversário, Mia!'' Elas falaram em uníssono, o que me fez rir feliz. ''Então, me conta, como está tudo.'' Sarah perguntou. ''Nada demais, só estou curiosa para saber o presente dos meus pais.'' Resmunguei e sentei na cama.

''Acho que eles vão te dar um carro.'' Rachael sugeriu, enquanto Sarah e eu zombávamos. ''Temos vários carros, não acho que ele vá me dar isso.'' Respondi murmurando. ''Bem, vamos esperar.'' Rachael disse enquanto eu me levantava da cama e dizia, ''Tenho que ir, meninas, vejo vocês mais tarde.'' ''Tudo bem, tchau Mia.'' Elas disseram em coro e encerraram a chamada.

Sorrindo feliz, voltei para o meu armário, peguei um vestido verde de gola alta e uma jaqueta branca. Dançando sem música, fui ao banheiro, tirei meu pijama e entrei no chuveiro frio.

Tomei meu banho, saí do banheiro e sequei meu cabelo com o secador. Depois de secar o cabelo, prendi-o em um coque e me vesti.

Poucos minutos depois de me vestir, olhei para o espelho e sorri amplamente para mim mesma. ''Feliz aniversário, Mia.'' Ri para mim mesma e saí do quarto.

Saí do meu quarto e estava prestes a descer as escadas quando meu olhar caiu na porta do Ricardo. ''Não vá.'' Sussurrei para mim mesma, mas minhas pernas desobedeceram.

Fiquei na porta dele e olhei nervosamente para ela por um tempo antes de bater. Bati várias vezes, mas não obtive resposta. ''Talvez eu deva entrar.'' Murmurei para mim mesma e lentamente segurei a maçaneta da porta. Respirando fundo, empurrei a porta e entrei no quarto dele.

Entrei, fechei a porta devagar atrás de mim e fiquei parada perto da porta. Nos últimos quatro anos, essa era a segunda vez que eu entrava nesse quarto. Ricardo tinha me avisado para ficar longe dele, mas eu não conseguia fazer isso.

''Rick?'' Chamei nervosamente enquanto olhava ao redor do quarto gigantesco, cujas paredes eram pintadas de cinza. Fotos dele e de sua falecida mãe estavam penduradas na parede e uma grande foto do avô estava pendurada acima da cama, mas não havia uma única foto do pai dele.

Enquanto eu observava o quarto, notei a porta do banheiro se abrir e Ricardo saiu de lá com apenas uma toalha enrolada na cintura, enquanto seu corpo ainda pingava água. ''Droga!'' Sussurrei para mim mesma ao vislumbrar seu corpo musculoso, mas rapidamente desviei o olhar.

''O que você está fazendo aqui?'' Ele perguntou enquanto dava um passo em minha direção, mas eu dei um passo para trás e encostei minhas costas na porta. ''Responda a maldita pergunta, por que você está aqui?'' Ele disse com os dentes cerrados e deu outro passo em minha direção.

''Eu... eu...'' Pausei e engoli em seco, ridiculamente, eu não tinha motivo para estar ali. ''Eu não te disse para não se aproximar de mim?'' Ele gritou e se aproximou mais de mim. ''Eu não te avisei para ficar longe de mim?'' Ele gritou furiosamente e ficou a apenas um centímetro de mim.

Com medo, engoli em seco e consegui falar, ''Eu... desculpa...'' Murmurei com medo e tentei ir para a porta, mas ele agarrou meu braço e me empurrou contra a porta. No momento em que senti seu toque, um frio gelado percorreu minha espinha e, por razões estranhas, eu queria derreter com seu toque. ''Rick...'' Tentei falar, mas ele me interrompeu, ''Fique quieta.'' Ele rosnou e apertou mais o aperto em mim.

Em pânico, tentei tirar a mão dele de mim, mas era inútil, Ricardo era extremamente forte. ''Vou matar você junto com seus pais e queimar vocês até virar cinzas.'' Ele murmurou essas palavras como uma promessa enquanto olhava diretamente nos meus olhos. ''O que... você...'' Tentei falar, mas não consegui formar uma palavra.

O ódio nos olhos de Ricardo era realmente estranho e assustador. Eu entendia que era normal ele ficar furioso ao descobrir que seu pai tinha uma família fora, mas o comportamento de Ricardo era extremamente estranho. Seu ódio por nós não tinha limites, e isso me assustava muito.

Com raiva, ele soltou meus braços e se afastou de mim. ''Saia!'' Ele ordenou enquanto mantinha o olhar fixo em mim.

Suas palavras trouxeram uma dor aguda ao meu coração. Isso nunca foi o que eu esperava dele. ''Você sabe que hoje é meu aniversário?'' Perguntei com dor enquanto ele resmungava, mas não dizia uma palavra. ''Um feliz aniversário seu teria realmente tornado meu dia especial, mas você sempre encontra uma maneira de me deixar triste e chorar, por quê?'' Perguntei em lágrimas enquanto lutava para segurar as lágrimas que ameaçavam cair nas minhas bochechas.

Por razões estranhas, os desejos de todos nunca significaram nada para mim. Tudo o que eu queria era que Rick me desejasse um feliz aniversário.

''Saia antes que se arrependa.'' Ele gritou e foi para a cama. Com os olhos cheios de lágrimas, observei-o ficar de pé junto à janela e respirar fundo enquanto estava de costas para mim. Algo estranho estava acontecendo, e eu vou descobrir o que é.

Respirando fundo, abri a porta e saí do quarto. Com passos pesados, desci as escadas até a sala de estar e encontrei papai e mamãe conversando com tia Cara. Quando notaram minha presença, pararam a conversa e me deram um grande sorriso. ''O que vocês estão escondendo de mim?'' Perguntei com as sobrancelhas levantadas. ''É uma surpresa.'' Mamãe respondeu, enquanto eu revirava os olhos e olhava para o lado.

''Você está pronta?'' Papai perguntou enquanto eu acenava com a cabeça. ''Feliz aniversário, Mia.'' Tia Cara disse enquanto me dava um grande abraço. ''Obrigada, tia Cara.'' Sorri e olhei para o lado. ''Vamos, temos muitas coisas para fazer.'' Papai disse e pegou as chaves do carro com o motorista. ''Você vai dirigir?'' Perguntei. ''Sim.'' Ele respondeu e moveu o olhar para as escadas. Segui o olhar dele e vi Ricardo descendo as escadas sem camisa, usando apenas um short.

''Filho, você vai se juntar a nós?'' Papai perguntou, mas recebeu uma resposta silenciosa dele. Ignorando papai, Rick foi até o bar, pegou uma garrafa de uísque e serviu em um copo. ''Vamos sair como uma família, você vai se juntar a nós?'' Mamãe perguntou e recebeu outra resposta silenciosa de Rick enquanto ele tomava um gole da bebida e se sentava no banco alto. ''Filho?'' Papai chamou e se aproximou dele. ''Hoje é o aniversário da Mia, e queremos sair como uma família, você se importa de se juntar a nós?'' Papai perguntou e recebeu um resmungo irritado de Rick. ''Filho...'' Papai tentou tocá-lo, mas a voz irritada dele o interrompeu, ''Não ouse me tocar!'' Ricardo gritou e se levantou. ''Nós não somos uma família, minha única família está morta!'' Ele gritou e moveu o olhar para mamãe e depois fixou em mim. ''Eu desejo que todos vocês desapareçam e nunca voltem.'' Ele gritou e saiu furioso. Ouvi papai soltar um suspiro suave e massagear a testa cansado. A atitude de Ricardo estava realmente acabando com ele.

''Calma, querido.'' Mamãe tentou confortá-lo, mas ele sinalizou para ela se afastar, o que ela fez. Resmungando com raiva, ele se levantou e saiu da sala. ''Seu pai está magoado e com raiva, mas ele vai ficar bem, vamos.'' Ela deu um tapinha no meu ombro e nós duas saímos da sala.

Encontramos papai no carro e todos entramos. O silêncio tomou conta do lugar por um tempo antes de mamãe falar. ''Você está bem?'' Mamãe perguntou e recebeu um suspiro pesado de papai. ''Estou perdendo meu filho a cada dia que passa. Ele está se afastando de mim, e a raiva e o ódio que vejo nele me assustam.'' Ele murmurou e ligou o carro.

Furioso, ele saiu dirigindo, enquanto eu apenas sentava no banco de trás e observava. ''Talvez devêssemos contar a ele...'' Mamãe tentou falar, mas papai a interrompeu com raiva. ''Contar o quê?'' Papai perguntou com raiva, ''Você sabe o que isso fará com ele se descobrir que a mãe dele...'' Papai pausou e soltou um suspiro pesado. ''Deixe pra lá, Stephanie, deixe pra lá.'' Papai resmungou com raiva e continuou dirigindo furiosamente.

Eu estava ali, confusa e assustada, me perguntando sobre o que papai e mamãe estavam falando. De fato, há segredos que papai e mamãe estão escondendo de mim. ''Então você tem vergonha de mim?'' Mamãe perguntou com amargura, ''Você tem vergonha de deixar o mundo saber...'' ''Pare com isso, Stephanie, apenas pare.'' Papai gritou, ''Não me diga para ficar quieta, eu fiquei quieta por muito tempo, mas não mais.'' Mamãe gritou no topo de sua voz. Esta foi a primeira vez que vi mamãe e papai em uma discussão tão acalorada, e isso me assustava.

''Eu sei que ele é seu filho, mas você tem que contar a verdade para ele...'' ''Pare com isso!'' Papai gritou e bateu no volante do carro, ''Pare com isso, apenas pare!'' Ele gritou, ''Eu não vou parar, Luciano, eu fiquei quieta a vida toda, mas não mais!'' Mamãe gritou no topo de sua voz. ''Eu já te disse para deixar esse assunto...'' Papai gritou e fixou o olhar em mamãe. ''Você vai fazer o que eu digo!'' Papai gritou e mamãe gritou de volta.

Com olhos assustados, observei mamãe e papai trocarem palavras, palavras que me deixaram confusa. ''Seu filho me odeia, ele odeia minha filha e eventualmente nos matará algum dia se você não contar a verdade para ele.'' Mamãe gritou, o que fez papai resmungar com raiva e desviar o olhar da estrada, fixando-o em mamãe. ''Meu filho nunca será um assassino!'' Papai gritou e, quando mamãe estava prestes a responder, notei que papai havia saído da faixa correta. ''Pai, cuidado!'' Eu gritei, chamando a atenção de papai, mas antes que ele pudesse fazer uma curva, já era tarde demais.

''Deusa!'' Todos gritamos quando nosso carro colidiu com dois outros carros que também estavam em alta velocidade. ''Não.'' Gritamos e, como um piscar de olhos, tudo colidiu bem diante dos meus olhos e nosso carro capotou várias vezes antes de eu perder a consciência.

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