




Capítulo 4
ISADORA POV
Abrindo os olhos lentamente para uma visão de um ambiente desconhecido, meus olhos girando, aos poucos recobraram o foco. Eu estava deitada em uma cama macia em algo que parecia ser uma cabana aconchegante. Confusão e desorientação nublavam minha mente enquanto eu tentava entender como diabos tinha acabado ali.
"Onde estou?" murmurei, minha voz fraca de exaustão, enquanto lutava para me sentar.
Uma jovem com cabelos castanhos selvagens e olhos afiados e curiosos caminhou na minha frente. Ela tinha um rosto gentil, mas havia um toque de mistério e resiliência nela. "Você está segura," disse ela, oferecendo-me um sorriso reconfortante. "Eu te encontrei inconsciente na floresta e te trouxe aqui para descansar adequadamente."
"Quem é você?" perguntei, minha memória voltando lentamente. "E como você me encontrou?"
"Meu nome é Lisa," ela respondeu, sentando-se ao lado da cama. "Eu moro sozinha na floresta e acabei te encontrando enquanto caçava carne. Quando vi que você estava grávida e inconsciente, não pude te deixar lá. Parecia que você precisava de ajuda."
A gratidão me inundou ao perceber a sorte que tive de encontrar alguém como Lisa. "Obrigada," disse eu, minha voz cheia de emoção. "Você salvou minha vida."
Lisa deu de ombros, tentando minimizar suas ações. "Era a coisa certa a fazer. Além disso, não encontro muitas pessoas por aqui, especialmente grávidas," disse ela com um toque de humor.
Enquanto eu observava o ambiente ao meu redor, notei o charme rústico da cabana, o cheiro de madeira recém-cortada e o calor de uma lareira crepitante. Era reconfortante, como um refúgio no meio da selva.
"Meu nome é Isadora."
Antes que eu pudesse completar a frase, a porta rangeu ao abrir. Quando um homem estranho entrou na sala, senti algo errado. Seus olhos se fixaram nos meus, e um calafrio percorreu minha espinha. Eu não sabia quem ele era, mas o olhar em seu rosto me dizia que ele me reconhecia.
Quando o homem estranho entrou na sala, senti uma sensação de desconforto se instalar. Ele parecia familiar para Lisa, e rapidamente ficou evidente que ele era seu namorado. Mas o que chamou minha atenção foi o choque em seu rosto ao me ver.
"Lisa, quem é ela?" ele perguntou, sua voz uma mistura de choque e excitação.
Lisa olhou entre o homem e eu, seus olhos arregalados de surpresa. "O nome dela é Isadora," respondeu cautelosamente. "Eu a encontrei na floresta, e ela precisava de ajuda."
O sorriso do homem se alargou, revelando um brilho astuto em seus olhos. "Isadora, hein?" ele murmurou. "Bem, bem, bem. Parece que encontramos uma grande sorte aqui, Lisa."
"O que está acontecendo?" perguntei, minha voz tremendo de medo e incerteza.
O namorado de Lisa se recuperou de sua surpresa inicial e olhou para mim com uma mistura de ganância e excitação. "Você é a pessoa que eles estão procurando," disse ele, sua voz gotejando satisfação arrogante. "Aquela com a recompensa pela cabeça. Isadora, a Luna de Aeloria, a que está grávida do Alpha Eamon."
Senti um nó se formar no meu estômago ao perceber que minha identidade havia sido exposta. Como ele sabia tanto sobre mim - não é como se eu fosse uma celebridade ou algo assim? Pensei que o pânico estava se instalando.
Os olhos de Lisa se arregalaram de incredulidade, e ela se virou para mim com uma mistura de choque e traição. "Isso é verdade?" ela perguntou, sua voz trêmula.
Eu assenti, incapaz de encontrar palavras para me explicar. "Eu... eu tive que sair," disse, minha voz mal acima de um sussurro. "Eu não podia ficar lá mais; era ruim para minha saúde mental."
O namorado de Lisa sorriu, claramente se deleitando com a sorte que aparentemente caiu em seu colo. "Pense nisso, Lisa," disse ele, tentando convencê-la. "Podemos levá-la de volta ao castelo e reivindicar a recompensa. É uma fortuna além dos nossos sonhos mais selvagens, cem barras de ouro."
Lisa parecia dividida, sem saber o que fazer. A tentação da riqueza e de uma vida de luxo devia ser avassaladora. Mas eu não podia deixá-la me trair, não depois da confiança e amizade que acabamos de começar a construir.
"Por favor, Lisa," implorei, meus olhos suplicando a ela. "Você não entende o que está em jogo. Se eles me encontrarem, não só vão levar meu bebê quando ele nascer, mas eu também vou perder minha vida. Você não pode me entregar."
Lisa parecia dividida, suas emoções em conflito dentro dela. Mas então, para meu alívio, ela balançou a cabeça e se afastou do namorado. "Eu não posso fazer isso," disse ela, sua voz determinada. "Isadora parece ser uma boa pessoa; ela pode ser nossa amiga, e eu não vou traí-la."
O rosto do namorado dela se contorceu de raiva, mas Lisa manteve sua posição. "Você não entende, Lisa," ele rosnou. "Esta é uma oportunidade única na vida. Poderíamos estar feitos para sempre; toda essa fortuna transformaria uma mendiga como você em uma princesa mais rápido do que você pode dizer 'vira'."
Mas Lisa ignorou seus apelos, virando-se para mim com um sorriso reconfortante. "Não se preocupe, Isadora. Eu não vou contar a ninguém onde você está. Você pode confiar em mim."
Lágrimas encheram meus olhos enquanto eu a abraçava apertado, emocionada com sua lealdade e bondade. "Obrigada," sussurrei. "Você não tem ideia do que isso significa para mim."
Enquanto o namorado de Lisa saía furioso, nos deixando para trás, eu não pude deixar de sentir uma mistura de alívio e apreensão. O perigo ainda não tinha acabado. Eamon ainda estava me procurando, e eu sabia que, com uma recompensa tão generosa, muitos estariam por aí tentando me encontrar também.
"Obrigada, Lisa," disse eu, minha voz cheia de gratidão enquanto segurava sua mão firmemente. "Você me salvou de novo."
"Isadora!" A voz de Eamon ecoou chocantemente através das árvores, cheia de urgência e desespero. "Onde você está? Por favor, volte!"
O som da voz de Eamon chamando meu nome me arrepiou, fazendo meu coração disparar como se tivesse sido pego por um redemoinho. Ele estava perto - perto demais para o meu conforto - e o pânico ameaçava me dominar.
"Precisamos continuar nos movendo," Lisa instou, sua voz firme enquanto me entregava um casaco escuro. Para ajudar a esconder minha identidade, eu parecia uma feiticeira. Ela me guiou por um caminho subterrâneo que nos levava para longe da cabana. "Este é um caminho secreto, Isadora. Temos que colocar o máximo de distância possível entre nós e ele."
Eu assenti, meus suspiros saindo em arfadas enquanto avançávamos. Os galhos arranhavam minha pele, e a floresta parecia se fechar ao nosso redor, mas eu não ousava diminuir o ritmo. Eu sabia que os homens de Eamon também estavam me procurando, e se me encontrassem, não haveria como escapar de seu alcance.
"Isadora! Volte para casa! Eu nunca te machucaria!" A voz de Eamon chamou novamente, mas desta vez havia um tom de desespero em sua voz.
Eu tropecei, o peso de suas palavras puxando meu coração. Eu queria acreditar nele e confiar que ele ainda me amava, mas a memória de suas palavras cruéis estava muito fresca em minha mente. Eu não podia me deixar ser influenciada por promessas falsas, não quando minha vida e a vida do nosso filho estavam em jogo.
"Não podemos parar, Isadora," disse Lisa firmemente, sua mão no meu braço, me puxando de volta ao foco. "Temos que continuar."
Com determinação renovada e o braço de Lisa me apoiando, afastei as dúvidas e medos que nublavam minha mente. Eu tinha que confiar em Lisa e em seus instintos, sabendo que ela era minha linha de vida neste momento de turbulência.
Enquanto continuávamos a correr, Lisa me guiou por vegetação densa e trilhas escondidas, navegando pela selva com maestria. Suas habilidades como uma ladina eram impressionantes, e eu me sentia grata por sua presença.
"Continue, Isadora; seja forte; você consegue!" Lisa incentivou, e enquanto avançávamos, nossos suspiros saíam em arfadas. "Vamos encontrar um lugar seguro para descansar em breve."
Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade correndo, Lisa nos levou a um recanto escondido, protegido por uma folhagem espessa. Nos agachamos juntas, escondidas da vista, enquanto recuperávamos o fôlego.
"Você acha que o perdemos?" perguntei, minha voz tremendo de incerteza.
"Não tenho certeza," Lisa respondeu, seus olhos escaneando os arredores em busca de qualquer sinal de perseguição. "Mas estamos seguras por enquanto. Vamos descansar aqui e pensar no nosso próximo passo."
Enquanto eu estava sentada ali, a realidade da nossa situação se abateu sobre mim. Eu estava fugindo do homem que um dia amei, minha vida em perigo, e meu futuro incerto. Mas eu também estava cercada por aliados inesperados, como Lisa, que me mostraram bondade e lealdade diante do perigo.
"Vamos superar isso," Lisa disse, me oferecendo um sorriso reconfortante. "Juntas."