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Capítulo 2

ISADORA POV

Fugindo da matilha, correndo pela noite, a escuridão da selva indomada me envolvia enquanto eu buscava refúgio na matilha do meu padrasto. Eu precisava de um lugar seguro para descansar, um lugar onde eu pudesse reunir forças e proteger meu filho dos perigos que nos cercavam.

Chegando às fronteiras da matilha do meu padrasto, a exaustão ameaçava me consumir, mas eu me empurrava para frente, movida pelo amor ao meu filho e pela necessidade desesperada de alívio. O cheiro de familiaridade me saudou quando entrei no território, e me dirigi à toca principal, rezando para que meu padrasto me concedesse refúgio. Eamon ficaria furioso com ele se descobrisse que ele me permitiu esconder aqui por um tempo. Só posso cruzar os dedos agora.

Bati na porta, e meu padrasto, Alpha Philip, saiu. Sua expressão era uma mistura de surpresa e preocupação. "Isadora, minha querida, o que te traz aqui no meio da noite?" ele perguntou, seus olhos procurando atrás de mim, verificando se eu estava sozinha.

"Eu tive que sair," respondi, minha voz tremendo de emoção. "Eu precisava encontrar um lugar seguro para meu filho e para mim."

Suas sobrancelhas se franziram, a suspeita cintilando em seus olhos. "Mas sua casa com Eamon não deveria ser segura o suficiente?" ele perguntou, sua voz carregada de dúvida.

Hesitei por um momento, sabendo que não poderia revelar a verdade, nem para ele nem para ninguém. "É complicado," respondi, tentando soar convincente. "Eu precisava descansar, e achei que vir aqui seria o melhor."

Meu padrasto estreitou o olhar, sua intuição aguçada por anos navegando nas intrincadas políticas de várias matilhas. "Isadora, você não está me contando tudo," ele disse, seu tom firme. "Se tudo o que você precisava era descansar, então seu castelo com Eamon seria um lugar ainda mais confortável para isso."

Engoli em seco, sentindo o peso de seu escrutínio. "Eu só precisava me afastar por um tempo," confessei, minha voz mal acima de um sussurro. "Por favor, não informe a Eamon que estou aqui."

Ele me estudou por um momento, seus olhos procurando a verdade nos meus. "Isadora, você não pode continuar fugindo dos seus problemas," ele disse, sua voz gentil, mas insistente. "Se algo está errado, você precisa enfrentar e resolver, não se esconder."

Lágrimas encheram meus olhos, e eu me virei, incapaz de sustentar seu olhar. "Eu não posso fazer isso sem força; é por isso que estou aqui para me recuperar," admiti, minha voz sufocada pela emoção.

Meu padrasto se aproximou, colocando uma mão reconfortante no meu ombro. "Eu posso não concordar sempre com suas escolhas, Isadora, mas você é minha filha, e eu sempre vou te proteger," ele disse, sua voz cheia de uma mistura de ternura e preocupação.

O peso de suas palavras e as memórias do amor que ele uma vez me mostrou me sobrecarregaram, e eu não consegui segurar as lágrimas por mais tempo. "Obrigada," sussurrei, minha voz quebrando. "Eu só preciso de um tempo para resolver as coisas e proteger meu filho."

Ele assentiu, sua expressão suavizando com compreensão. "Enquanto você estiver grávida e cuidando do herdeiro de Eamon, você pode ficar aqui o tempo que precisar," ele disse, sua voz firme. "Mas lembre-se, fugir não vai resolver nada. Você tem que enfrentar seus medos e confrontar a verdade, seja qual for, porque eu sei com certeza que você não está me contando tudo. Além disso, o sapo não corre de dia à toa; ou algo está perseguindo ele ou algo está perseguindo ele. Claramente, Isadora, algo está te perseguindo. Essa é a única razão para você bater na minha porta tão tarde da noite com sua gravidez, mas está tudo bem se você não quiser me contar; eu respeito sua decisão."

Assenti com a cabeça em resposta, fraca demais para dizer qualquer outra coisa.

Meu relacionamento com meu padrasto permanecia complexo, uma mistura de afeto passado e a tensão de nossas motivações conflitantes.

Na manhã seguinte, o sol começava a nascer, lançando um tom dourado sobre o território da matilha. Eu estava à distância, na varanda da toca do alfa, observando os membros da matilha seguirem suas rotinas diárias. Uma mistura de emoções girava dentro de mim: alívio por encontrar um refúgio seguro, mas também incerteza e medo das consequências que poderiam seguir.

No meio da atmosfera tensa, enquanto eu estava ali, perdida em meus pensamentos, ouvi a conversa sussurrada entre meu padrasto e alguém ao telefone pela janela. Meu coração disparou ao ouvir o nome de Eamon. O que meu padrasto estava fazendo? Ele tinha me delatado, traindo minha confiança?

"Achei que você deveria saber," a voz do meu padrasto ecoou, cheia de uma mistura de preocupação e tensão. "Isadora veio buscar refúgio aqui na noite passada, dizendo que precisava descansar. Ela disse que não queria que você soubesse; achei isso estranho."

O som da voz de Eamon veio pelo telefone, e meu coração acelerou de apreensão. "O quê? Por que ela faria isso?" A voz de Eamon estava carregada de surpresa e confusão.

"Não tenho certeza," meu padrasto respondeu, seu tom cauteloso. "Mas tenho a sensação de que algo a está perturbando profundamente. Ela parecia quebrada e perdida quando chegou."

A raiva de Eamon era palpável pelo telefone. "Ela disse algo sobre por que saiu? Ela mencionou algo sobre mim?"

Meu padrasto hesitou por um momento antes de responder, "Ela não disse muito, mas parecia magoada. É possível que algo tenha acontecido entre vocês dois. Você precisa falar com ela, Eamon. Ela precisa de você."

Antes que meu padrasto pudesse dizer mais alguma coisa, Eamon encerrou a chamada abruptamente. Eu podia sentir a tensão no ar, e meu coração batia forte no peito. Ele estava vindo atrás de mim, e eu não estava pronta para enfrentá-lo, não depois da dor que ele me causou.

O medo e a incerteza me dominaram quando percebi que precisava sair antes que Eamon e seus homens chegassem. Sem hesitar, tomei minha decisão. Eu não podia confrontá-lo, não agora. Eu precisava de mais tempo para me curar, para reunir minhas forças e proteger meu filho da tempestade de emoções que nos cercava.

Com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, escapei da toca. Não podia arriscar voltar para a sala de estar para pegar minhas coisas, meu coração pesado com o peso da minha decisão, mas eu não suportava ver Eamon.

Minha respiração vinha em arfadas enquanto eu corria, meu coração batendo forte no peito e lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu não podia enfrentar Eamon, não quando as feridas de sua traição ainda estavam frescas. A dor de suas palavras cruéis pesava profundamente na minha alma, e eu sabia que precisava de tempo e espaço para me curar antes de sequer considerar confrontá-lo.

Corri o mais rápido que minhas pernas permitiam, indo na direção oposta tanto da matilha do meu padrasto quanto da de Eamon. O estresse de correr por tanto tempo, junto com o peso da minha gravidez, começou a cobrar seu preço no meu corpo. Mesmo usando minhas habilidades de lobisomem, minha visão ficou turva e minhas pernas pareciam de chumbo. A escuridão da selva parecia se fechar ao meu redor, e com um último passo, minhas forças se esgotaram.

Desabei no chão, meu corpo se dobrando em um amontoado de exaustão e desespero. As lágrimas continuavam a fluir enquanto eu estava ali, sobrecarregada pelo peso das minhas emoções.

Conforme os minutos passavam, minha consciência oscilava, e a escuridão ameaçava me consumir. O mundo ao meu redor se tornou um borrão, e eu podia sentir que estava me afastando.

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